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ASTROLOGIA CLÁSSICA
(Nível 3 • Semestre 5 • bloco especializações • astrologia clássica)
com Antonio Brito e Célio Barros

Introdução à Astrologia Clássica

A Astrologia Clássica não é uma “escola” ou conjunto de idéias. Ela é a constituição de mais ou menos dois mil
anos de afirmações que foram evoluindo juntamente com o seu contexto cultural. Vamos nos deter nas idéias do
período entre o Helenístico tardio e o estilo de Astrologia que floresceu na Europa entre 1100 e 1700.
A chamada Astrologia Moderna surgiu no início do século 20. Uma das características da mesma é um maior
enfoque psicológico do mapa, além de também ser mais disponível para o público em geral, na qual os planetas e
os elementos, por exemplo, tornaram-se símbolos de funções psicológicas e de arquétipos coletivos.
Conforme entramos em contato com a Astrologia Clássica, percebemos que a mesma possui suas próprias
afirmações e suportes culturais. Passamos a trabalhar com muitas idéias calcadas nas origens da cultura ocidental
e descobrimos nossas diferenças e semelhanças com o próprio passado.
Uma das conseqüências de estudarmos a Astrologia Clássica é o conhecimento das bases do pensamento
astrológico. Conforme conheçamos nossas tradições, poderemos entender melhor como usar o céu visível para as
chamadas predições. Entendendo que essa prática não é o único propósito desse saber.
Outra conseqüência desse estudo é que poderemos mesclar os pontos de vista e técnicas da Astrologia Clássica
e Moderna, enriquecendo ainda mais a nossa prática profissional, a partir do momento em que nos
disponibilizamos a explorar novos horizontes.

A Diferença entre a Astrologia Clássica e a Moderna


Normalmente se escreve sobre Astrologia como se as práticas correntes tivessem sempre sido uma parte de sua
herança. Ocorre que existem algumas diferenças surpreendentes entre a Astrologia Clássica e a Moderna. Isso,
absolutamente, não quer dizer que devamos descartar as práticas atuais, mas sim que podemos considerá-las
como um desenvolvimento recente da Arte e abordá-las com discernimento e pesquisa.
Também não quer dizer que devamos adotar a Astrologia Clássica incondicionalmente. Devemos compreender
essas práticas exatamente como eram aplicadas e aprender a aplicá-las corretamente, para depois testá-las
rigorosamente e verificar a sua consistência.
A delineação tradicional da Astrologia Natal está focada em áreas da vida separadas e olhando um tópico de cada
vez, começando com indicações da vitalidade, longevidade e caráter da pessoa. O Astrólogo, também chamado
de Artista, falava sobre a fama, fortuna, casamento, morte e família do consulente. Já o enfoque da Astrologia
Moderna se inclina a olhar o mapa como um todo e ter uma visão do âmago da pessoa.
Na Astrologia Clássica não vemos os padrões do mapa como o Balde ou configurações como as Quadraturas em
T, Grandes Cruzes e Grandes Trígonos. Nem fazemos contas de quantos planetas estão em fogo ou signos

GAIA • Escola de Astrologia


FILIADA À ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASTROLOGIA E AO SINDICATO DOS ASTRÓLOGOS NO ESTADO DE SÃO
PAULO
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mutáveis. Existe uma preocupação com o mundo no qual alguém vive e com as situações concretas do cotidiano e
isso será ilustrado nas Casas Astrológicas.
Os Astrólogos Modernos usam as Casas para descrever tendências comportamentais frente ao mundo e muitos
conectam as Casas aos respectivos Signos do Zodíaco. Para os Clássicos a casa do pai (a 4ª Casa, por falar
nisso) falava concretamente a respeito do pai e não a respeito da imagem de pai da pessoa; a Casa 2 falava sobre
o dinheiro, não sobre os valores. Pode-se argumentar que essa é uma maneira superficial de se fazer Astrologia
em nossos tempos, mas pode-se contra argumentar que em relação às predições, os antigos eram bem mais
precisos e assertivos do que atualmente.
Até o século passado os Astrólogos não utilizavam os signos zodiacais com qualidades intrínsecas ou como tipos
de personalidade. Quando hoje olhamos para um mapa natal, é natural olharmos para a distribuição dos planetas
nos vários signos e especialmente os signos do Sol, da Lua e do Ascendente. Quando se lê sobre as
interpretações natais da Astrologia Clássica, não se encontra praticamente nada a respeito dos signos zodiacais
em si.
Na antiguidade, até muito recentemente, os Astrólogos não descreviam os signos de uma forma unificada, mas
simplesmente listavam suas qualidades: Áries é tropical, cardinal, do elemento fogo, bestial, de curta ascensão,
rege certas cores e itens, significando certas condições climáticas e partes do corpo.
Ao se considerar um Áries no Ascendente, o Astrólogo anotaria que o mesmo não é um signo humano, mas sim
bestial, e que como um signo cardinal, deveria haver uma certa exposição pública da pessoa. Procurar-se-ia por
Marte, o regente por domicílio de Áries, como um planeta importante para várias investigações a respeito da vida
da pessoa, principalmente saúde.
Os elementos começaram a ser utilizados na busca de características psicológicas apenas na metade do século
20. Antes disso, eles eram usados basicamente para a investigação do Ascendente, como um fator entre outros de
igual importância. A Astrologia Clássica estava mais interessada com as mudanças aparentes do céu visível.
Como um dos eixos mestres da Astrologia Moderna está calcado nos signos zodiacais e nos aspectos planetários,
e como não fazemos mais distinções entre os planetas que estão visíveis ou não, nossa atual experiência do céu
astrológico se tornou puramente mental e não mais observável. Conforme trabalharmos com a Astrologia dos
nossos antepassados, descobriremos uma nova apreciação dos movimentos visíveis dos planetas e do céu por
inteiro.

A Formação da Astrologia Clássica


Podemos dividir a literatura da Astrologia Clássica em duas eras principais: a Helenística Grega e a Era Medieval.
O que restou da literatura Helenística Grega é da mesma época que o Império Romano e permaneceu até mais ou
menos o ano 900 D.C. Suas origens, porém, são de alguns séculos antes, da época de Alexandre, o Grande. Essa
Astrologia tem suas raízes na Babilônia, mas foi fortemente influenciada pela cultura egípcia e pela filosofia grega.
Sua difusão percorreu todo o Império Romano enquanto este existiu, mas foi mais profícua no Egito e Oriente
Médio. Sua linguagem era inicialmente grega, já que nessa época era a língua das pessoas cultas e instruídas.
A Astrologia Grega Helenística se parece um pouco com a Astrologia Védica da Índia, embora haja diferenças
importantes entre as duas, os principais nomes dessa época são: Dorotheu de Sidon (Século I D.C.), Vettius
Valens e Anthiochus de Atenas (Século II D.C.). Dessa mesma época, mas não fazendo parte da cultura grega,
Claudius Ptolomeu compilou o Tetrabiblos.
A Astrologia Grega Helenística floresceu no momento em que a religião do Olimpo, com sua contraparte romana,
tornou-se uma religião política. Porém, acreditar que os Deuses Gregos e Romanos foram importantes para a
compreensão astrológica é um engano, embora os nomes dos planetas sejam os mesmos dos Deuses dessas
duas religiões. Na literatura da Astrologia Clássica não existe a tentativa de entendê-la melhor através do
conhecimento dos Deuses do Olimpo. Pelo contrário, a Astrologia Grega Helenística coexistiu com muitos
sistemas filosóficos e religiosos do oriente próximo, de onde surgiu o Cristianismo. Depois da queda do Império
Romano, a Astrologia sobreviveu no mundo oriental, especialmente no Império Bizantino.

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Depois da aparição e ascensão do Islã, por volta de 900 D.C., apareceu uma Astrologia mais parecida com a
nossa, provavelmente proveniente da Pérsia e que era significativamente diferente da tradição grega,
principalmente no uso das orbes para os aspectos e no sistema de Casas. Esse sistema veio para a Europa na
época das Cruzadas e foi sistematizado no trabalho de Ibn Ezra (século XII) e Guido Bonatti (século XIII), entre
outros. Esse sistema atravessou os séculos, permaneceu ao longo de toda a Renascença até a Idade Moderna
com poucas alterações e seus textos foram escritos em Latim Medieval. Embora existissem reformadores no
Século XVII como Kepler, foi somente por volta dos anos 1700 que a tradição astrológica foi seriamente rompida.

Cronologia dos Principais Autores e Obras da Astrologia Clássica

Hermes Trimegistus (Século II AC) – Liber Hermetis

Marcus Manilius (Século I DC) – Astronomicon

Dorotheu de Sidon (Século I DC, provavelmente antes do ano 65) – Carmen Astrologicum

Claudius Ptolomeu (Século II DC, 100-178) – Tetrabiblos

Vettius Valens (Século II DC, 150 - 185) – Anthology

Anthiocus de Atenas (Século II DC) – The Thesaurus

Firmicus Maternus (Século IV DC) – Mathesis (escrito por volta de 334)

Abu’Ali Al-Khayyat (Século VIII DC, 770-835) – The Judgements of Nativities

Abu’Mashar (Século VIII-IX DC, 787-886) – The Abbreviation of the Introduction to Astrology

Al-Biruni (Século X DC, 973-1048) – The Book of Instruction in the Elements of the Art of Astrology

Avraham Ibn-Ezra (Século XI DC, 1089-1164) – Libro de los Juicios de las Estrellas

Guido Bonatti (Século XIII DC) – Liber Astronomiae

Jean Baptiste Morin (Século XVI DC, 1583-1656) – Astrologia Gallica

William Lilly (Século XVII DC, 1602-1681) – Christian Astrology

Nicholas Culpeper (Século XVII DC, 1616-1654) – Astrological Judgement of Diseases from the Decumbiture of
the Sick

William Ramesey (Século XVII DC, 1626) – Astrologia Restaurata

John Partridge (Século XVII DC, 1644) - Mikropanastrom

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As Qualidades Primitivas
As teorias de Hipócrates deram origem aos primeiros conceitos associados às qualidades primitivas e estas aos
elementos, em cerca de 4.000 AC. A medicina de Hipócrates postulava que uma dieta adequada era a solução
para as doenças do organismo. Para esse fim foram utilizadas as qualidades primitivas, associadas aos
temperamentos: quente, frio, úmido e seco. Foram relacionados a essas qualidades determinados tipos de
alimentos. Os alimentos cozidos tinham relação à qualidade quente; alimentos crus ao frio; alimentos macios ao
úmido e alimentos duros ao seco.
Podemos entender as qualidades primitivas como tipos de energias, em que o quente significa o máximo de
energia e o frio o mínimo. Uma qualidade, porém, não elimina a outra. Nessa visão uma pessoa pode ter os dois
princípios de forma equilibrada, pois tanto o quente quanto o frio não se anulam mutuamente.
Com relação ao úmido, relaciona-se à capacidade de estabelecer relações entre coisas diferentes, como idéias
pontos de vista e também perceber de que conceitos opostos podem estar interconectados. O seco já é mais
rígido, estando voltado para o conteúdo, enquanto o úmido está para a forma.
É comum se fazer uma associação entre o líquido (úmido) e o sólido (seco) para entender melhor a diferença
entre essas qualidades. O líquido não tem forma e ocupa o objeto no qual está contido; o sólido não possui essa
capacidade de adaptação.
Outra definição interessante a respeito das qualidades primitivas com a seguinte indagação: possui muita ou
pouca energia? Se tiver muita, é quente; caso contrário é frio. Cria ou desfaz laços? Se cria é úmido; se desfaz é
seco. As qualidades quente e frio são consideradas ativas, pois agem e fazem alguma coisa. As qualidades seco e
úmido são passivas, pois recebem a ação.

Costuma-se atribuir as seguintes qualidades aos planetas tradicionais:

 Saturno: frio e seco


 Júpiter: quente e úmido
 Marte: quente e seco
 Sol: quente e seco
 Vênus: quente e úmido
 Mercúrio: variável
 Lua: frio e úmido

Os Quatro Elementos
As qualidades primitivas foram a base para que Empédocles elaborasse a teoria dos quatro elementos (fogo,
terra, ar e água), possibilitando surgir novos conceitos a respeito da origem das coisas e do funcionamento do
corpo humano.

Fogo: é a reunião de secura e calor. O fogo mantém-se inteiro na figura da labareda, por isso é seco. Sua
qualidade predominante é o calor.
Ar: é a reunião de umidade e calor. O ar não tem um limite próprio, assumindo totalmente a figura de seu
continente. É por isso o mais úmido dos elementos, sendo essa a sua qualidade predominante.
Água: é a reunião de umidade e frieza. A água também não tem um limite próprio, só a superfície, tendo sua figura
determinada pelo recipiente que a contém, mas a sua superfície torna-se espontaneamente plana; por isso o ar é
o ar é mais úmido do que a água. Sua qualidade predominante é a frieza.
Terra: é a reunião de secura e frieza. Assim como o ar, é um elemento que não sugere tensão, como se vê na
própria terra: nunca muda de figura até que se venha a altere sua forma. Sua qualidade predominante é a secura.

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O modo de pensar grego era cíclico e se baseava nas estações do ano, no qual as mudanças eram previstas
como eventos naturais dentro de um padrão de repetição. Fica claro, então, que os gregos consideravam apenas
o Zodíaco Tropical, que se baseia no movimento do Sol ao longo do ano, o qual se tornou o modelo padrão da
Astrologia Ocidental.
Para a Astrologia Clássica os quatro elementos revelavam a vitalidade da pessoa de um modo geral. Conseguir
manter o equilíbrio entre os fluidos representados pelos humores era essencial para a manutenção da saúde.

Os Quatro Temperamentos

Dos quatro elementos a medicina antiga derivou quatro humores básicos e deles os quatro temperamentos. O
conhecimento de cada um deles é fundamental para a Astrologia Natal Tradicional, pois revelam as necessidades
básicas de cada indivíduo.

Colérico (Fogo)
É o tipo guerreiro e que tem muita energia para gastar. O fogo é quente, por isso o guerreiro destrói e não constrói,
prefere afastar as partes. O fogo também é seco, ou seja, o ideal é que o guerreiro mantenha a sua pessoa, senão
ele morre não vai mais lutar por um ideal.

Sanguíneo (Ar)
É o temperamento mais maleável de todos e de adapta às circunstâncias, mas para contorná-las, em vez de
atacá-las frontalmente, como faz o colérico. Está associado a tudo o que é mental, sendo indicado para profissões
que exijam leitura, escrita e estudos.

Melancólico (Terra)
A terra é fria e mantém suas partes unidas; também é seca e não muda de forma facilmente. Daí podemos ver que
os sujeito melancólicos não se alteram muito, sendo os mais conservadores de todos os tipos. Diante da terra, que
tem os seus próprios ritmos, não há muito que fazer, no sentido de alterações.

Fleumático (Água)
A água é fria, atrai as partes; é úmida e não determina a sua forma. Por isso que o temperamento fleumático é
emocional, pois as emoções são aquáticas. Sentir uma emoção é estar consigo mesmo e ao mesmo tempo não
há uma determinação dos limites de si próprio.

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Ângulos e Casas
Na Astrologia Natal as doze casas descrevem áreas diferentes da vida de uma pessoa. A 2ª casa é a área das
finanças e do dinheiro; a 10ª casa da carreira; a 11ª dos amigos.
Quando temos um planeta na 7ª casa ele interfere muito nas relações que a pessoa tem com os outros e o
regente da 7ª casa nos fala das relações em geral que a pessoa estabelece.
Na Astrologia Horária e Eletiva usamos as casas para encontrar os significadores de um determinado assunto. Por
exemplo: se quisermos investigar uma questão a respeito de crianças, o regente da 5ª casa se torna significante.
Assim, as casas astrológicas ajudam a trazer a astrologia para a terra, oferecendo detalhes sobre a vida.
Podemos notar que, na astrologia natal, planetas colocados na 1ª e 10ª casas agem com muita força,
especialmente se estão perto do Ascendente e do Meio do Céu. Na Astrologia Horária e Eletiva olhamos a
colocação dos planetas para ver se o significador do assunto está forte ou fraco por casa, já que sua força
determina o sucesso ou fracasso de um esforço.
Na Astrologia antiga as casas também funcionavam assim. Elas nos informam a respeito das áreas da vida e a
respeito do funcionamento dos planetas. A maior diferença entre a Astrologia antiga e a Moderna está no sistema
de casas utilizado para estabelecer as casas em si.
O termo “Casa” precisa ser esclarecido. Na antiguidade “casa” tinha o sentido de “habitação”, então, uma casa
astrológica só era compreendida como sendo a habitação de algum planeta. Por exemplo: Leão é a habitação do
Sol e Câncer a habitação da Lua. Um ser em sua habitação está em um contexto que é familiar para ele e se
sente adequado ali, é o seu lugar. O termo “casa”, como utilizamos hoje em dia, tem muito a conotação de “lugar”,
e um “lugar” não necessariamente está num contexto familiar.

Casas de Signos Inteiros


Quando olhamos um mapa hoje em dia, vemos o Ascendente como a cúspide da primeira casa e o Meio do Céu
como a cúspide da 10ª casa, mas esta fórmula de quadrantes para as casas não era usada na Astrologia Antiga.
Na época helenista, o sistema de casas predominante era o sistema de casas de signo inteiro, onde o signo do
Ascendente constituía a 1ª casa, em qualquer grua que tivesse caído dentro dos 30° do signo. Assim, se um
ascendente estivesse a 28° de Capricórnio, sua primeira casa seria todo o signo de Capricórnio. Sua 6ª casa seria
todo o signo de Gêmeos e a 10ª casa, incluindo o grau do MC, seria Libra.
No sistema de casas de signo inteiros as linhas entre as casas eram muito nítidas. As casas de signo inteiro são
como os cômodos de uma casa, com fronteiras e funções específicas. Os signos interceptados não aparecem
neste sistema, mesmo em latitudes extremas.
O signo do Ascendente se refere a assuntos gerais da vida da pessoa. Para assuntos específicos ou para verificar
outras pessoas na vida de alguém, usa-se um planeta ou uma das Partes Árabes como 1ª casa e se estabelece a
ordem do zodíaco como casas subseqüentes. Por exemplo: se a Parte da Fortuna está em Escorpião, então
Sagitário se torna a 2ª casa, Capricórnio a 3ª e assim por diante. Usar a Parte da Fortuna como início das casas
nos confere informações a respeito de prosperidade e sucesso.
Outras fontes mencionam o uso do signo do Sol como referência para descrever detalhes a respeito do pai da
pessoa.
Para os gregos os planetas faziam aspectos de signo para signo, independente das orbes dos aspectos, como
ainda fazemos ao descrever uma quadratura entre Leão e Escorpião. Isto não significa que o sistema antigo fosse
mais simplista ou menos elaborado do que se aceita hoje como usual, apenas nos confere uma compreensão mis
clara da realidade. Os gregos tinham uma abordagem dos signos e dos graus não como um método de medida
para subdivisões, mas sim como princípios básicos da natureza.

As Casas como Indicadores das Forças Planetárias


As casas que fortalecem os planetas que estão localizados nela são consideradas “lugares vantajosos ou
auspiciosos” e os permitem funcionarem de maneira satisfatória. Por outro lado, os planetas que não estão em
lugares vantajosos tendem a ser ineficazes e inativos na execução de seus propósitos.
Existem dois critérios principais para se estabelecer quais são os lugares vantajosos e os desvantajosos.

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O primeiro critério é o conhecido assunto de casas angulares, sucedentes e cadentes e o segundo deriva dos
aspectos que uma casa faz com o Ascendente. Por analogia este assunto se refere ao famoso ditado “A coisa
certa no lugar certo”. Então quando temos um planeta dignificado em uma casa que o enfraquece estamos lidando
com a coisa certa no lugar errado, como uma canoa no sertão nordestino.
Um planeta que rege uma casa ou um lugar tem que lidar, que negociar, com aquela casa ou lugar. O dispositor de
um planeta em uma casa forte pode fortalecer um planeta que esteja em uma casa fraca.
Um planeta pode estar em uma casa desfavorável, como a 6ª casa, e ter uma ocupação em um lugar favorável,
como o Ascendente: é o que diríamos no caso do “regente do Ascendente na 6ª casa”. É o regente de uma casa
forte em um lugar difícil. Neste caso ele não tem muito a oferecer para a 1ª casa. É como tentar comprar uma casa
sem ter o dinheiro suficiente para tanto.
Os planetas localizados em casas difíceis podem não ser capazes de serem eficientes no sentido prático da vida,
mas podem ser importantes para a evolução espiritual do nativo.

Pivôs, Pós Ascensão e Declínios


O máximo em eficiência com relação às casas é o que chamamos de angularidade.
Hoje nós usamos o termo “cardinal” para os signos de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio, mas os antigos usavam
este termo para as casas angulares: 1ª, 4ª, 7ª e 10ª.
A palavra “cardinal” vem do latim, “cardo”, que significa o eixo, a dobradiça de uma porta que lhe permite a
articulação. Na literatura astrológica antiga, as referências ao conceito de “eixos”,“pivôs” e “centros” são inúmeras,
pela importância que se deve dar às casas angulares, conhecidas como “pontos pivotantes”. Isto porque, em
algum momento, a delineação astrológica foi análoga ao ritual formal, estabelecendo as direções do leste, sul,
oeste e norte, fundamentais para as referências de localizações geográficas.
O que nós chamamos de casas sucedentes, 2ª, 5ª, 8ª e 11ª casas são as casas pós-ascendentes e elas têm uma
qualidade neutra. As casas cadentes, 3ª, 6ª, 9ª e 12ª são as casas de declínio, significando uma queda ou
degeneração. As casas cadentes por si sós não conseguem oferecer uma circunstância adequada para o
florescimento dos planetas que a habitam.

Aspectos ao Signo Ascendente


Podemos determinar o quanto uma casa é vantajosa a partir de sua relação com o signo do Ascendente ou da 1ª
casa. A casa 11 é um bom lugar porque ela faz um sextil ao Ascendente. Embora a 9ª casa seja uma casa
sucedente ela é melhor que a 8ª casa, porque faz um trígono com o Ascendente enquanto que a 8ª não tem
conexão com o Ascendente.
As casas abaixo do horizonte também conferem circunstâncias de força ou de fraqueza. A 3ª casa embora
cadente, faz sextil ao Ascendente e a 5ª faz um trígono, ambas são positivas. As casas 6 e 12 além de cadentes,
não têm relação de aspecto com o Ascendente, e por isso são lugares muito difíceis. A 2ª casa é uma exceção,
porque ela é o signo que segue o todo poderoso Ascendente. Paulus do 4° século, diz que um planeta colocado
na 6ª casa é muito mais forte se seu regente estiver na 10ª casa. Isto porque a 10ª casa faz um trígono com a 6ª.
Um planeta na casa 12 fica mais forte se o regente da 12 estiver na 10ª casa, porque a casa 12 faz um sextil
natural com a 10ª casa. Planetas em casa angulares são produtivos em si mesmos e dão sustentação para a casa
que regem.

Definições das Casas na Astrologia Antiga e Moderna


Desde os séculos 11 e 12 nossas definições das casas mudaram muito pouco. O que muda é a comparação com
as idéias helenísticas das casas.
Os Astrólogos antigos usavam uma seqüência de casas no sentido horário, contrário à direção do zodíaco para
descrever as idades da vida. Os pontos principais eram as casas angulares. A 1ª casa é o primeiro período da
vida; a 10ª o auge da vida; a 7ª a velhice e o IC – ponto pivotante subterrâneo, a 4ª casa – a morte e sua
conseqüência. As técnicas de prognósticos modernas, tais como trânsitos, progressões secundárias e o sistema
Huber, caminha no outro sentido, anti-horário, no sentido dos signos.
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Um ponto em comum nos sistemas antigo e medieval é que alguns planetas se sentem felizes em casas
específicas, ponto que ficou obscuro a partir do momento em que se fez a conexão de Áries e Marte com a 1ª
casa, Vênus e Touro com a 2ª e assim por diante.
Devemos nos lembrar que as casas da satisfação dos planetas diurnos - Sol, Júpiter e Saturno – estão acima do
horizonte e que as dos planetas noturnos – Lua, Vênus, e Marte – estão abaixo do horizonte. Apenas Mercúrio
está no meio.

1ª Casa – esta é a casa que mudou menos de conceito ao longo do tempo. A primeira casa diz respeito à vida, às
energias da vida e ao temperamento e psicologia do nativo (ou do inquiridor, na horária).O Ascendente também é
a primeira infância, porque é onde o Sol nasce de manhã para começar o dia. O Ascendente representa
principalmente assuntos concernentes ao corpo: a vitalidade física do nativo e sua longevidade. Mercúrio regozija-
se nesta casa. As autoridades antigas achariam inacreditável saber que os futuros astrólogos iriam correlacionar a
importante 1ª casa com um planeta extremista e destrutivo como Marte.

2ª Casa – Esta casa também fala sobre a vida, já que trata do custo de vida e do sustento. Como faz trígono com
a 10ª casa, ajuda nas determinações vocacionais. É chamada de “Portão de Hades”, já que segue a 1ª casa e
está no subsolo, abaixo do horizonte. Os benéficos ou maléficos nesta casa ajudam ou ferem na aquisição de
bens móveis. A casa 2, como suporte material da casa 1, é uma definição tanto antiga quanto moderna.

3ª Casa – Tanto nos tempos antigos quanto atuais, esta casa diz respeito à consangüinidade e vizinhança. A 3ª
casa também é a casa dos viajantes, por causa de sua oposição à 9ª. Nos tempos antigos, a 3ª casa era o
“Declínio dos Deuses” (cadente, mas em sextil com o Ascendente) e a casa das “Deusas da Lua”. A 3ª casa
conecta as seitas religiosas, especialmente as femininas, de acordo com Vetius Valens.

“E se a estrela de Hermes estiver presente com a Lua no local das Deusas e tiver autoridade
sobre a Parte da Fortuna, o nativo vai falar do futuro para todo mundo e participar dos mistérios
dos Deuses”.

A 3ª casa pode ser de interesse para aqueles que seguem caminhos religiosos pouco convencionais,
especialmente aqueles que enfatizam a natureza e o feminino. A Lua – não Mercúrio – se alegra nesta casa.

4ª Casa – De acordo com Firmicus “esta casa nos mostra o patrimônio familiar, posses e bens familiares; qualquer
coisa que pertença a valores ocultos e recuperados”. A 4ª casa é o lugar mais profundo. É também o pai, a
linhagem da família e a herança que vem através do pai (geralmente o Sol e a Parte da Fortuna davam
informações pessoais a respeito do pai do nativo.) Hoje em dia, usamos a 4ª casa para a herança total da família –
material, cultura e emocional.
Na astrologia grega a 4ª casa também significava o fim da vida e as conseqüências da pós-morte da pessoa. Na
Astrologia Tradicional, Horária e Eletiva podemos encontrar o resultado do assunto investigado a partir da 4ª casa
e de seu regente.

5ª Casa – Esta é a casa da “boa fortuna” e Vênus encontra-se em sua alegria. Todas as autoridades antigas e
modernas usam esta casa para descrever crianças. Apesar dela ser a alegria de Vênus, os prazeres e
divertimentos sensuais só foram enfatizados e relacionados com esta casa recentemente. Não há menção, em
lugar algum, de relações entre esta casa e criatividade pelos antigos.

6ª Casa - Esta é a casa da “má fortuna”, pois lida com doenças, injúrias e sofrimentos. Como esta casa não faz
aspecto com o Ascendente, encontra-se em aversão a este. A doença obstrui a vitalidade da 1ª casa e a
associação da 6ª casa com o trabalho vem de seu trígono com o Meio do Céu. Como a 6ª casa é cadente, ela não
traz conclusões e resultados, mas sobrecarga (Al-Biruni) e escravidão (Paulus).
Nos tempos antigos a 6ª casa, não a 7ª, descreviam os inimigos e contenções. Isto é similar à 6ª casa da
Astrologia Védica.
Marte tem sua alegria nesta casa e existem três possibilidades para isto: o fato de ser uma casa cadente pode
levar Marte a ficar mais arrazoado; as dificuldades podem levar Marte a se tornar resignado; ou, seguindo a
delineação Hindu, pode se defender de seus inimigos.

7ª Casa – Todas as autoridades antigas e modernas usam a 7ª casa para descrever o casamento e o parceiro do
casamento. Embora seja uma casa angular, a 7ª casa pode ser de dificuldades, porque ela se opõe ao signo do

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Ascendente. Como a 7ª casa é o lugar do “poente”, já que o Sol e os planetas se põem diariamente sob o
Descendente, esta casa também diz respeito à velhice do nativo. Pelo fato das luzes irem embora no poente,
Paulus e Valens encontravam nela significadores mais para a morte do que para os inimigos. Para Al-Biruni e
Bonatti (e para nós astrólogos modernos), a 7ª casa diz respeito a contensões e contestações. Júpiter em mapa
diurno na casa 7, de acordo com Firmicus, indica riqueza e velhice feliz.

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8ª Casa – Como na 6ª casa, esta não faz aspectos com o Ascendente. Isto é uma aversão à 1ª casa e assim é
considerada uma casa maléfica. A morte é contrária à vitalidade da 1ª casa e todas as autoridades usam a 8ª casa
como significador da morte. A Lua vai bem nesta casa apenas em mapas noturnos (Firmicus) ou quando é uma
Lua crescente (Paulus). A 8ª casa também significa heranças e segundo Paulus “este lugar é estabelecido como
disfunção e quando os benéficos passam por ali, o fazem por lucros através da morte, porque geram heranças e
mostram quem ganha através de motivos mórbidos.”

9ª Casa – Esta é a casa de Deus ou da religião aceita. De acordo com Valens, se o regente da Parte da Fortuna
ou do Ascendente estiver na 9ª casa, “a criança será abençoada, um profeta do grande e bom Deus, e será
escutada como a um Deus.” As viagens sempre foram uma atividade desta casa. Tanto Firmicus quanto Paulus
associam a 9ª casa com os sonhos, o que continua até hoje. O Sol tem sua alegria aqui.

10ª Casa – Esta é a casa do objetivo da pessoa na vida. A casa 10 cobre uma vasta área: trabalho, reputação,
profissão e expressão criativa. As questões desta casa – planetas dentro dela, a condição do planeta regente da
casa – descrevem as principais atividades da vida e o grau de sucesso. É a casa que representa o momento mais
produtivo do nativo. Na literatura grega não se encontra referencias feitas à 10ª casa como sendo o chefe de
alguém. Tematicamente a 10ª casa está mais para o Sol do que para Saturno.

11ª Casa – Esta é a casa do bom espírito ou da boa divindade e carrega as definições usuais de amigos e
expectativas, mesmo que com o significado mundano de fama e fortuna. Esta casa contém uma surpresa,
encontrada em Vettius Vallens:

“O 11° lugar, a partir da Parte da Fortuna, é um lugar aquisitivo, um armazém de pertences e


bens, e especialmente quando os benéficos estão sobre ele ou dando seu testemunho”.

Já que a casa 11 é a pós-ascensão da casa 10 e faz um sextil com o Ascendente, acredita-se que ela seja mais
um lugar afortunado. Robert Hand comenta que se a casa dois é o dinheiro que você tem, a 11 seria o dinheiro
que você consegue fazer. Não é surpresa alguma que Júpiter se alegre nesta casa e que todas as suas
delineações nesta casa ressaltem a eminência e glória do nativo. Observe que a casa do bom espírito, com a
afinidade de Júpiter, é oposta à casa da boa fortuna, com sua afinidade em Vênus.

12ª Casa – A 12ª casa é do mau espírito, trazendo dissabor e sofrimento para as questões de qualquer planeta
que esteja ali localizado, com exceção de Saturno, que se alegra nesta casa.
D acordo com Firmicus, a 12ª casa fala dos inimigos ocultos, escravidão, defeitos e doenças. Da astrologia
medieval é que vem a idéia mais específica de confinamento. A 12ª casa, cadente e sem conexão com o
Ascendente, é um lugar de muitas dificuldades.

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As Tradicionais Dignidades e Disposições Planetárias

Dignidade e Disposição
Os conceitos de Dignidade e Disposição são co-relacionados, na medida em que se referem à habilidade de
melhor funcionamento do planeta. A palavra “Dignidade” significa valoroso, honrado, e excelente na qualidade. Se
um planeta está localizado em um signo do zodíaco onde fica favorecido, então este planeta tem dignidade.

Os Astrólogos Medievais e Renascentistas fizeram uma distinção entre Dignidades Essenciais e Acidentais.
Dignidade Essencial diz respeito à posição do planeta no zodíaco. Por exemplo: Vênus tem dignidade em Peixes
porque ela tem exalação em Peixes, Mercúrio tem dignidade em Gêmeos porque Gêmeos é um signo regido por
Mercúrio.

A Dignidade Acidental é um resultado de circunstancias de um mapa em particular, por exemplo, a posição por
casa de um planeta, sua relação com os outros planetas em uma carta, e outros fatores. Vênus na primeira casa,
ou em trígono com Júpiter, são exemplos de dignidades acidentais, que diz não diz respeito ao signo do planeta,
mas realça o poder do planeta.

A Disposição descreve o poder que um planeta tem sobre outro lugar no mapa, como o Ascendente, ou a Lua ou
Parte da Fortuna ou mesmo o planeta em si. Por exemplo, Vênus é dispositora de minha Lua em Libra, e Marte é
o dispositor de minha Vênus em Áries.
Dispor significa colocar, arrumar coisas em ordem, ajustar. Alguns dispositores são melhores gerentes que outros.
Se Vênus for a dispositora de uma primeira casa em Libra e estiver em exílio em Áries ou Escorpião, ela pode não
ter muita capacidade de agir com eficácia. Se Ela estiver exaltada em Peixes, ela pode ser uma pessoa que
expresse características Venusianas.

Regentes de Domicílio
Regente tem mais uma função de organização, de ter responsabilidade sobre alguma coisa que de domínio.
Assim, o que hoje nós chamamos de Regente, na tradição antiga era chamado de Regente de Domicílio, funciona
como um Chefe de Operações, ou um Primeiro Ministro, mais que um rei.
De acordo com os gregos, os planetas não podem reger os signos porque o zodíaco é imutável e os planetas
mudam constantemente em suas órbitas. Entretanto, os planetas interagem com nosso mundo de mudanças e o
céu, imutável, não seria importante para nós não fosse pelos planetas. Por isso, para eles, seria incorreto dizer
que “Marte rege Áries”, ou que “Áries rege Marte”. O que seria correto é ver onde está Marte no zodíaco para se
saber como Áries se manifesta na carta, já que Marte tem domicílio em Áries.

As Regências por Domicílio vieram do circulo do zodíaco da seguinte forma:


As luzes, o Sol e a Lua, estão fortes nos meses do verão do hemisfério norte, nos meses de Câncer e Leão.
Depois foram atribuídos os signos adjacentes para Mercúrio, isto é, Gêmeos e Virgem. Para Vênus os próximos,
Touro e Libra. Para Marte, Áries e Escorpião. Para Júpiter, Peixes e Sagitário e finalmente para Saturno,
Capricórnio e Aquário, se opondo ao Sol e à Lua.

Podemos notar uma relação interessante que existe entre os signos e os luminares. Touro faz sextil com Câncer.
Libra faz sextil com Leão. Ambos, Touro e Libra são associados à Vênus, assim o aspecto de sextil tem uma
qualidade de Vênus (é o benéfico menor).

Câncer faz quadratura com Áries e Leão faz quadratura com Escorpião. A quadratura tem uma qualidade de
Marte. Pelo mesmo método descobrimos que o trígono tem uma qualidade jupteriana e que as oposições têm
qualidade saturnina. Por isso os astrólogos tradicionais consideravam as oposições muito mais difíceis que as
quadraturas.

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Dentro deste esquema, alguns planetas opõem-se a outros naturalmente: Sol e Lua se opõem a Saturno; Mercúrio
a Júpiter e Vênus se opõe a Marte. Dessas oposições encontramos as posições dos planetas em detrimento: o Sol
em Aquário, a Lua em Capricórnio, Vênus em Escorpião e Marte em Touro. Quando um planeta está em
detrimento, ele está em um signo cujo regente por domicílio é incompatível com ele mesmo, ou seja, o planeta e o
administrador do signo têm diferentes modos de ser e acabam agindo de um jeito desordenado.

A Influência do Segmento Planetário nas Regências por Domicílio


Um mapa tem dois segmentos: o diurno e o noturno. Quando o Sol está acima do horizonte, a carta é considerada
de segmento diurno. Quando o sol está abaixo do horizonte, a carta é considerada de segmento noturno.
Os signos zodiacais de elemento fogo e ar são considerados como tendo qualidades diurnas, e os signos dos
elementos terra e água são considerados como tendo qualidades noturnas.
Os planetas também podem ser diurnos ou noturnos. O Sol, Júpiter e Saturno são diurnos e a Lua, Vênus e Marte
são noturnos.

Fora o Sol e a Lua que tem um signo cada um, os outros planetas têm domicilio em dois signos, um que é
masculino ou diurno e outro que é feminino ou noturno. Acontece que os planetas têm preferência por um dos
signos que ele tem domicílio, por causa da compatibilidade com a qualidade diurna ou noturna do signo. Por
exemplo, Saturno prefere Aquário (signo diurno) a Capricórnio (signo noturno) porque ele mesmo é um planeta
diurno. Para Saturno, “o maléfico”, o segmento planetário é um fator de compensação. Ele precisa da energia e da
luz do dia para moderar seu estilo frio e seco.

Com relação a Marte, o outro maléfico, suporta um pouco de frio e de umidade, porque é um planeta noturno. Por
isso prefere Escorpião que é noturno a Áries, que é diurno. Em Escorpião Marte é menos impulsivo e inclinado a
desperdiçar menos energia. A questão do segmento planetário no caso de Marte e de Saturno implica no fato de
que para estes planetas trabalharem bem, precisam de um fator que modere suas energias básicas, que tendem a
tomar expressões extremas de si mesmos.

Júpiter prefere o diurno Sagitário ao noturno signo de Peixes, porque em Peixes ele é um pouco mais subjugado e
mais modesto.

Vênus, que tem maior inclinação noturna, prefere Touro a Libra.


Mercúrio é indefinido, variável e adaptável. Pela lógica ele tem uma inclinação maior para ser mais noturno que
diurno, por ficar mais prático e pensa mais claramente no signo noturno de Virgem do que no diurno signo de
Gêmeos.

As Exaltações e Quedas
Um planeta em sua Exaltação é como um hóspede honrado, não precisa procurar o que quer, é atendido e tem
muita energia e confiança.
O planeta no signo oposto à Exaltação está em sua Queda e se sente desconfortável, como se estivesse em uma
festa em que não é bem recebido. A Exaltação e Queda ajudam a determinar a sorte grande de um planeta ou seu
infortúnio. Isto é Dignidade.

As origens das Exaltações planetárias são controversas, misteriosas e envolvem um sistema de preferências dos
planetas em determinados signos. Os astrólogos antigos destinavam graus específicos para a Exaltação dos
planetas. (ver tabela)
Ptolomeu, em seu Tetrabiblos, traz uma explicação interessante para as Exaltações.

As Exaltações dos planetas têm a seguinte explicação: quando o Sol está em Áries, está fazendo sua translação
para um semicírculo mais alto (norte) e em Libra está passando para o semicírculo mais baixo (sul). Então, os
antigos fizeram um encaixe atribuindo Áries ao Sol como sendo sua exaltação, já que ali a duração do dia e o
poder do calor de sua natureza começam a aumentar; em Libra ele tem sua depressão pelas razões opostas.
Saturno novamente, pelo fato de ter uma posição oposta ao Sol, como também na questão das casas, tem ao
contrário Libra como sua exaltação e Áries como sua depressão. Porque onde o calor aumenta o frio diminui, e
onde este diminui o frio, ao contrário, aumenta.

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Quando a Lua em sua fase nova deixa a conjunção com Áries, mostra sua primeira fase e começa a aumentar em
luz no signo de Touro, devido a isso este lhe foi atribuído como sua exaltação e o signo diametralmente oposto sua
depressão.
Júpiter produz os ventos fecundos do norte, alcança o cume do norte em Câncer e traz seu próprio poder para a
totalidade; assim, eles fizeram deste signo sua exaltação e Capricórnio sua depressão.

Marte, que por natureza é quente e seco, encontra afinidade no signo de Capricórnio, que o deixa mais
disciplinado e objetivo, sendo assim sua exaltação e Câncer sua depressão.

Vênus é úmida por natureza e aumenta mais ainda seu próprio poder em Peixes, onde o começo da úmida
primavera é indicado, tem sua exaltação em peixes, e sua depressão em Virgem.

Mercúrio é do ar, por contraste está naturalmente exaltado em Virgem, onde o outono seco se faz presente e sua
depressão está em Peixes.

As Exaltações têm uma linhagem diferente da Regência por Domicílio. Cada planeta tem apenas um signo de
exaltação. Como temos sete planetas e doze signos, alguns signos ficam sem exaltação na astrologia tradicional:
Gêmeos, Leão, Escorpião, Sagitário e Aquário.

Para os planetas diurnos – Sol, Júpiter, Saturno – cada Exaltação de planeta faz um trígono com o domicílio do
planeta. Por exemplo, a Exaltação de Júpiter, Câncer, faz trígono com seu domicílio em Peixes.

Para os planetas noturnos - Lua, Vênus e Marte – existe um sextil entre domicílio e Exaltação.

Em geral os signos de domicílio têm mais familiaridade com os planetas que os signos de Exaltação. Estes signos
oferecem circunstâncias amigáveis, mas não repetem suas funções. As Exaltações são: Sol em Áries; Vênus em
Peixes; Marte em Capricórnio; Júpiter em Câncer; Saturno em Libra. Apenas Mercúrio tem sua Exaltação e
Domicílio no mesmo signo, em Virgem.

Triplicidades e Regentes Planetários


Hoje em dia reconhecemos as Triplicidades como os signos zodiacais de mesmo elemento, mas isto não foi
sempre assim.

As Triplicidades devem ser determinadas pela combinação das dignidades de domicilio e exaltação e em
consideração ao segmento planetário.

Existem dois sistemas de triplicidades importantes: um usa três planetas; um para o dia, um para a noite e um
terceiro como participante. Este sistema foi muito usado na Renascença. O outro usa apenas dois planetas, um
para o dia e outro para a noite. Foi muito usado na época de William Lilly e é o mais popular.

Para usar os regentes da triplicidade devemos saber se a carta é diurna ou noturna. Lembrando sempre que carta
diurna tem o Sol acima do horizonte e carta noturna tem o Sol abaixo do horizonte. E o sistema segue conforme a
tabela de Dignidades Essenciais em anexo.

Obs: no sistema de Dorotheus de Sidon, um importante astrólogo do mundo helenista, Vênus é o regente da
triplicidade para o dia dos signos de Água e Marte é o da noite. Ptolomeu estabelece Marte como regente das
triplicidades tanto do dia como da noite em cartas diurnas ou noturnas. O planeta participante regente da
triplicidade é a Lua, e assim temos os três planetas noturnos.

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Usando as Triplicidades para Disposição

“Eu digo que tudo o que é decidido ou indicado o é a partir dos Regentes das Triplicidades, e como para
tudo o mais das aflições e desgostos que alcançam as pessoas do mundo e a totalidade dos homens,
os Regentes das triplicidades é que o decidem.” Dorotheus de Sidon em Carmen Astrológicum.

Os astrólogos da era grega usavam muito mais os Regentes das Triplicidades do que os Regentes por Domicilio.

A utilização é feita da seguinte maneira:

 Organizar a ordem de prioridade e a seqüência das Regências das Triplicidades. Se você nasceu
de dia, com o Sol acima do horizonte, o planeta mais importantes é o diurno. Se você nasceu de
noite, comece com o regente noturno e o diurno seria o secundário em qualquer caso, o regente
participante da triplicidade é o terceiro na seqüência.

 Olhar todos os regentes das triplicidades de um planeta ou de uma casa de acordo com os
assuntos daquela casa.

 Olhar também para os dispositores dos regentes das triplicidades para ver como o regente da
triplicidade é sustentado. Se estes planetas estiverem predominantemente em casas fortes,
aspectados por planetas benéficos ou em dignidade, isto seria uma indicação positiva.

 Os três regentes das triplicidades também eram usados para dividir a vida de uma pessoa em três
fases. A primeira fase da vida naquela área é destinada à primeira Triplicidade, a segunda à
segunda, e a terceira à terceira, não se esquecendo que se a carta for noturna (sol abaixo do
horizonte) a primeira triplicidade é a da noite, a segunda a do dia e a terceira o planeta
participante. Se a carta for diurna a primeira é a do dia, a segunda a da noite e a terceira o planeta
participante.

 As triplicidades também eram importantes para as delineações das casas. Esta é uma doutrina
árabe apresentada por Bonatti e consiste em utilizar os diferentes Regentes das triplicidades de
acordo com o assunto da casa. Por exemplo: para assuntos da 4 casa a primeira triplicidade se
refere ao pai, a segunda às cidades e terras e a terceira ao final das coisas e prisões. Para
assuntos da 6ª casa a primeira triplicidade se refere a doenças e enfermidades, a segunda a
empregados e a terceira ao valor desses empregados. Para assuntos de 9ª casa, a primeira
triplicidade se refere a longas viagens, a segunda à religião e a terceira à sabedoria, sonhos e
“ciência das estrelas”. Para a décima casa a primeira triplicidade se refere a promoções, a
segunda à “voz de comando”, e a terceira à sua durabilidade. Para a 11ª casa a primeira
triplicidade se refere à fé em si, a segunda aos amigos e a terceira ao valor desses amigos. Para a
12ª casa, a primeira triplicidade se refere aos inimigos, a segunda aos duros labores e a terceira a
animais e rebanhos.

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Usando os Regentes das Triplicidades


para a Dignidade de um Planeta
Os dois sistemas de triplicidades também eram utilizados para conferir dignidades aos planetas. Por exemplo: a
Lua em Virgem em um mapa noturno está em sua própria triplicidade e portanto tem alguma dignidade, já que a
Lua é o Regente da triplicidade noturna para o elemento terra. Marte em Peixes, pela tabela de Ptolomeu e Lilly é
o regente da triplicidade do elemento água par o dia e para a noite e assim, tem alguma dignidade quando está
neste signo.

Em alguns casos o planeta mais forte de um signo pode ser aquele que é o regente da triplicidade e da exaltação.
Saturno em Libra em um mapa diurno está em sua triplicidade e em sua exaltação. A Lua em Touro em um mapa
noturno também esta em sua triplicidade e exaltação.

Os Termos e As Faces
Por último temos outras duas categorias de dignidade que embora não tenha regência sobre o signo inteiro tem
regência sobre uma parte do signo.

Os Termos dividem um signo em cinco partes desiguais, cada uma atribuída a um dos cinco planetas como
regente. Um planeta em seu próprio Termo está realçado, acentuado. Os primeiros graus de cada signo, fora
Câncer e Leão, sempre são os Termos de um planeta que tem alguma dignidade naquele signo. Os Termos dão
uma valência positiva ou negativa para um planeta em particular. Um planeta no Termo dos benéficos, Júpiter e
Vênus, teriam uma carga positiva, enquanto um planeta no Termo de um dos maléficos, Saturno ou Marte, teria
uma carga negativa.

Os últimos graus de um signo são sempre regidos pelos Termos de Marte ou Saturno. Os astrólogos clássicos
também usavam os regentes dos Termos para prever a duração da vida ou para ter informação do tipo físico de
uma pessoa.

As Faces parecem estar fora de lugar neste sistema de dignidades. Sua origem é o sistema de horas planetárias e
dias planetários que foi uma parte crítica da prática astrológica antiga e medieval. A ordem das horas planetárias
segue a ordem plantaria dos caldeus, que vai dos planetas mais lentos para os mais rápidos: Saturno, Júpiter,
Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua e Saturno de novo. O nascer do Sol no Sábado é o dia de Saturno e a hora de
Saturno. A segunda posição é a hora de Júpiter, depois vem Marte, Sol, Vênus e assim sucessivamente até o
nascer do Sol do dia seguinte, Domingo, o dia do Sol, a hora do sol. As Faces seguem a mesma ordem. O
primeiro decanato de Áries é Marte, o segundo é o Sol, o terceiro é Vênus; o primeiro decanato de Touro é
Mercúrio, o segundo é a Lua e o terceiro é Saturno e assim por diante.

Como as Faces dividem o signo em três partes de 10 graus, na Astrologia Moderna costuma-se usar esta
seqüência das Faces como se fosse a seqüência dos decanatos, mas esta é uma pequena distorção do processo,
pois a função das Faces não é a mesma função dos decanatos.

Os regentes das Faces eram usados na astrologia helenística mas não eram considerados como uma dignidade
principal. Na Astrologia Medieval elas eram usadas como uma descrição da personalidade através do regente da
Face do Ascendente do nativo.

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Planetas Peregrinos
Planeta peregrino é o planeta que não tem nenhuma dignidade essencial, ou seja não tem nenhuma força
extra, nada que o realce ou que venha em seu auxílio para fortalecê-lo. Na Astrologia Natal isto não é um fator
real de dificuldade, ou seja, não há nada que o ajude em termos de estado cósmico, mas também nada que o
atrapalhe. Mais difícil é um aspecto de quadratura ou um posicionamento ruim por casa.

Um planeta peregrino pode ser ajudado se ele estiver se aplicando a um aspecto a um dos benéficos ou a um
planeta dignificado, como se o planeta dignificado ou o benéfico transferisse um pouco de sua força para o
planeta peregrino. A isto chamamos de Recepção. Outra forma do planeta peregrino ganhar um pouco de força
é quando o regente de seu dispositor está no signo do peregrino. A isto chamamos de Mútua Recepção.
Com exceção da Astrologia Eletiva e Astrologia Horária, os planetas peregrinos não representam maiores
problemas.

Determinando o Dispositor Principal


Dispositor principal é o planeta responsável pelos assuntos de um planeta ou de uma casa.
Tenhamos em mente que não obrigatoriamente o regente de Domicílio seja o mais dignificado de um signo,
embora isto aconteça com muita freqüência.
O regente planetário é o que tem mais autoridade que os outro planetas em um determinado lugar do zodíaco.
Por exemplo: um MC a 9º de Câncer tem a Lua por Regente de Domícilio, Júpiter por Exaltação, Triplicidade de
Marte, Termo de Júpiter e Face de Vênus. E embora tendamos a ver a Lua como Regente do MC, é Júpiter que
tem a Exaltação e o Termo, portanto, é mais forte.
Os gregos consideravam o planeta com maior dignidade como Regente planetário, embora em outras
circunstancias usassem o Regente da Triplicidade e do Termo como Regentes de situações específicas.
O planeta que tem maior pontuação nas dignidades, é chamado de Almuten de um lugar específico.

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Os Planetas Como Significadores na Astrologia Clássica

Saturno
Quanto está bem posicionado em uma carta natal e quando é o planeta que descreve o caráter de uma pessoa,
traz consigo o que consideraríamos o tipo austero, sério, profundo, trabalhador, rigoroso, taciturno e solitário. Para
emprego, Saturno indica trabalhadores e fazendeiros (Saturno também tem autoridade sobre a terra), coletores de
taxas e impostos alfandegários. Saturno também representa as pessoas que trabalham em funções de pouco
interesse social.
Saturno está relacionado a aspectos da vida que são decepcionantes ou que degradam de alguma forma. Esta
expressão de Saturno vem à tona claramente na astrologia horária. Em uma pergunta sobre algum item perdido,
Saturno indica que o objeto estará velho, estragado ou sujo.
Vallens estabelece Saturno como regente da ignorância e necessidade. Como Saturno é o planeta mais distante
dos luminares, a escuridão está associada a ele.
Sempre é bom lembrar que gravidade, frugalidade e reserva são virtudes que permitem qualquer pessoa superar
todos os tipos de adversidade.

Júpiter
Na tradição astrológica Júpiter não é o intelectual ou filósofo. Estas são atribuições de Mercúrio. Quando Júpiter
está dignificado, o nato é generoso, gracioso, altivo e respeitoso. Menos dignificado brilha com pouca luz. Júpiter
nunca é difícil em si. Há poucas evidências de que os antigos correlacionassem Júpiter com arrogância,
megalomania ou expectativas pouco realistas. Estas adições parecem ter vindo mais tarde.
Júpiter confere poucas opções para a carreira. Quando configurado com outros planetas, inclina a pessoa à
administração e negociações, ou sacerdócio e autoridades religiosas. Tudo o que Júpiter contata ele torna melhor
e mais magnificente, ao contrário de Saturno que diminui e espolia.

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Vallens chama Júpiter de regente das “opiniões e herdeiro das gentilezas e vontades”. Aqui reconhecemos as
características jupterianas de fé.

Marte
Com este temos mais energia e problemas. Vallens chamava-o de planeta da ação e dos problemas. Quando
Marte está bem em uma carta, significa um caráter audacioso: o mocinho nos modernos filmes de ação, no
entanto, ele também está ligado com contendas, disputas e cortes. Um Marte mal colocado e aliado a Vênus,
aponta uma licenciosidade sexual e, com Mercúrio, revela mentirosos e ladrões.
Marte nos traz a classe militar e os lutadores, além das ocupações que lidam com fogo, tanto na cozinha quanto
como ferreiro ou fundição. Com Saturno vai trabalhar em minas, no subsolo, assim como mantenedor de animais
ou açougueiro.

Sol
Ptolomeu afirma que o Sol e a Lua contribuem para o caráter de uma pessoa apenas quando estão conectados
com outros planetas. Se o Sol estiver bem colocado na carta, ele contribui para honras e glórias, mas, se estiver
mal colocado, não. Não existe um temperamento solar, nem a menção de um fator relacionado à carreira através
do Sol. Vallens dá ao Sol algumas qualidades associadas a Júpiter, tais como liderança, amizade e autoridade
pública.

Vênus
Esta é uma bela e brilhante estrela; quando está visível acima do horizonte significa os amantes das artes,
pessoas que apreciam a vida e as coisas boas da vida, que são agradáveis nos modos e no falar. Quando mal
colocada, dá um testemunho de preguiça, lerdeza, voluptuosidade e uma timidez temerária. Como indicador de
carreira, Vênus indica as pessoas que trabalham com jóias, ornamentos e outras coisas bonitas. Indica também
músicos e artistas.
Quando configurada com outros planetas, Vênus também significa o envolvimento com mulheres ou a dimensão
sexual de um assunto.

Mercúrio
Este planeta nos dá algumas surpresas. Mercúrio é um planeta intelectual e rege os astrólogos e adivinhadores de
todos os tipos. Uma personalidade mercurial pode ser inventiva, pensante e habilidosa na linguagem. A rapidez de
Mercúrio pode também ser uma desvantagem: torna os homens ocupados com todas as coisas, precipitado,
esquecido, volúvel, lamentoso, tolo, falho com a verdade, descuidado e inconstante. Mercúrio, o rápido planeta de
difícil compreensão dos céus, tinha algumas significações que hoje atribuímos a Urano.
As escolhas vocacionais de Mercúrio estão entre escritores, homens de negócios, astrólogos, comerciantes e
banqueiros. Valens adiciona mímicos, oradores, arquitetos, interpretadores de sonhos, literatos e professores.
Outra qualidade importante de Mercúrio é sua habilidade de se misturar em qualquer lugar. Mercúrio melhora as
configurações favoráveis e piora as desfavoráveis. Quando Mercúrio é problemático, ele produz vilania e
vulgaridade. A Lua se aplicando a Mercúrio é boa para o trabalho científico, de transcrição, de tradução e de
transporte.

Lua
Este é um planeta mais neutro que na Astrologia Moderna. Na Astrologia Natal a Lua agrega testemunhos a
respeito da mãe ou mulheres, quando isto é relevante para um assunto. Nas antigas astrologias Eletiva e Horária,
a condição da Lua é crucial. Embora o Sol seja, de muitas formas, um administrador da carta, a Lua indica o fluxo
do tempo. A situação da Lua indica a natureza do momento presente e seu movimento para dentro das condições
do futuro.
Ptolomeu insinua outras possibilidades que são mais parecidas com o temperamento moderno astrológico: a Lua,
de acordo com ele, tem a ver com a mente irracional e sensitiva, enquanto Mercúrio com a mente intelectual. No
Tetrabiblos, Ptolomeu diz que a Lua, no “lugar da ação”, “produz adivinhos, visionários, interpretadores de sonhos
e mágicos”.

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Aspectos na Astrologia Clássica


A Tradição Helenística dos aspectos é muito simples: signo a signo, grau a grau. Não há, nesta tradição, orbes dos
aspectos.

Na tradição antiga, Marte a 1° de Virgem faz um trígono com Vênus a 24° de Touro, não uma quadratura de 7° de
orbe; não existe resposta para aspectos fora de signo, eles são impossíveis.
Situações em que ambos os planetas estão no mesmo grau dos signos que ocupam são muito fortes. Neste
conceito, um planeta a 00°59’ e outro a 01°01’ não estão no mesmo grau. Olhamos para as linhas de divisão de
uma forma arbitraria e flexível como as linhas que dividem um estado do outro. Sabemos que atravessamos a
fronteira pela placa de boas vindas, mas a paisagem continua a mesma. Os antigos viam estas divisões de forma
diferente, mais como a divisão dos cômodos de uma casa, onde cada espaço tem sua integridade e função
natural. Para eles as casas e signos do mapa natal também eram assim.

Para os antigos a unidade de medida não é uma simples linguagem usada entre as pessoas encarregadas das
medições, mas uma realidade objetiva. Até mesmo a investigação das casas é feita através dos aspectos que esta
fazem com o Ascendente.

Outra diferença importante entre as tradições Helenísticas e Modernas é o trabalho com os trânsitos. Para os
Gregos os Trânsitos eram um “ingresso”, de ingressar. Quando um planeta se move em direção a um signo, seja
Marte em Sagitário ou Saturno em Aquário, é como se o planeta entrasse em uma sala e afetasse todos os
habitantes desta sala até que fosse ido embora. Hoje nós olhamos o planeta em transito se aplicar, se tornar exato
e se separar de um determinado ponto. Os Gregos olhavam o ingresso no signo e sua partida, bem como os graus
dos ingressos e das partidas das casas por onde o transito se dá.

Os Aspectos Ptolomaicos
Os aspectos Ptolomaicos são os aspectos mais conhecidos na historia da astrologia e foram apresentados por
Ptolomeu. Eles são: sextil, trígono, quadratura e oposição.

A tradição antiga usa uma linguagem diferente para as conjunções “corporais” e para os aspectos. Quando os
planetas estão no mesmo signo eles estão “um com o outro”, e quando eles estão em signos em que fazem
aspectos eles “testemunham”, “atestam”, “examinam” e “encaram” uns aos outros. Quando estão no mesmo signo
eles parecem se misturar e, quando fazem aspecto, um percebe e dá testemunho do outro.

A Geometria do Circulo
Ptolomeu e outros relacionam os aspectos à geometria do circulo.

A Tradição Helenística usa uma linguagem para descrever os aspectos que tem sua origem na geometria: a
oposição é o diâmetro, o trígono é o triangulo, o sextil é o hexágono. No Tetrabiblos, as descrições de Ptolomeu
começam com o diâmetro cuja relação é natural porque “ela causa encontros em uma linha reta”. Se pegarmos
dois ângulos retos a partir daquela linha teremos uma quadratura. Se dividirmos a metade do circulo em terços
temos o sextil. Se tomarmos o círculo inteiro encontramos divisões por dois de oposições e quadraturas, e
divisões por três de trígonos e sextis.

Significado dos Aspectos


De acordo com Ptolomeu e Paulus Alexandrinus os trígonos e os sextis são harmoniosos porque eles são
aspectos de planetas que estão ou em signos femininos (terra e água para os modernos) ou masculinos (fogo e

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ar). As quadraturas entre planetas estão em signos que também estão em quadratura e que colocam os planetas
em signos masculinos contra signos femininos. As oposições, contudo, são entre signos que são ambos
masculinos ou femininos, mas que, por estarem de lados opostos de um circulo, a oposição cria um abismo entre
os planetas que seriam compatíveis se não estivessem um contra o outro.

Como vimos anteriormente, os sextis são da natureza de Vênus, e portanto são bons e agradáveis. As
quadraturas são da natureza de Marte, difíceis, desgastantes e desagradáveis. Os trígonos são da natureza de
Júpiter e oferecem abundância, oportunidade e boa fortuna. As oposições são da natureza de Saturno e
representam bloqueios, opressões e decadência.

A Astrologia Tradicional credita maior dificuldade às oposições que às quadraturas. Esta lógica não inclui semi-
sextil que relacionaria Câncer com Gêmeos e Leão com Virgem, ambos domicílio de Mercúrio. Como Mercúrio não
é benéfico e nem maléfico, ele não cai na mesma categoria dos outros quatro planetas. De acordo com a
astrologia clássica Mercúrio assume a natureza do planeta com quem faz aspecto.

A perspectiva de Ptolomeu dos aspectos harmoniosos ou difíceis, que tomamos como certos, não era uniforme na
astrologia Helenística. Como sempre, Ptolomeu apresentou uma doutrina de uma forma sistemática e as gerações
seguintes usaram-no como autorizado.

Para Vetius Vallens, um importante contemporâneo de Ptolomeu, a natureza do planeta que faz aspecto como
benéfico ou maléfico é mais importante que o aspecto em si. Um trígono de Marte ou Saturno pode criar
problemas para o significador. Seria melhor que estes planetas estivessem em signos de aversão e não
aspectassem um significador em hipótese alguma.

Nenhuma das Anteriores – As Aversões


Muitos astrólogos modernos usam o aspecto chamado quincúncio – 150° ou cinco signos – para denotar
frustração ou irritação. Signos em quincúncio, como Virgem e Aquário, ou Sagitário e Câncer são diferentes em
qualidade e gênero, em elemento e modo. Embora signos em semi-sextil – signos ao lado um do outro – tenham
as mesmas diferenças os astrólogos modernos os utilizam muito menos. Contudo, poderíamos chamar a ambos
de “inconjuntos” já que eles absolutamente não são aspectos pela perspectiva antiga.

De acordo com a astrologia clássica, dois planetas que não se conectam por modo ou gênero são avessos um ao
outro: aversão não é um aspecto mas um “fora de propósito”. Se os termos gregos para aspecto são termos que
denotam ver e perceber, signos que são avessos são signos que não se veem, que viram as costas uns para os
outros. Ptolomeu os chama de “desconexos” e “alienados”. Mas isto não é para ser um problema, pois se na
aversão Júpiter e Mercúrio não podem ajudar, Saturno também não pode causar nenhum mal.

O problema ocorre se o regente de uma casa está em um signo em aversão àquela casa que o planeta rege:
quando há uma emergência, ninguém encontra o chefe.

Exceções para os Signos em Aversão


Uma familiaridade entre signos é quando eles partilham o mesmo regente. Áries e Escorpião, Touro e Libra não
formam aspectos ptolomaicos entre si, mas dividem os mesmos regentes. Outro par de signos em aversão que
partilham o mesmo regente é formado por Capricórnio e Aquário que têm Saturno por regente

A outra exceção se refere à antíscia que quer dizer “ter luz igual”. Antíscia são pontos simétricos aos pontos dos
solstícios 0° de Câncer e 0° de Capricórnio, e se referem ao tempo durante o qual um grau do zodíaco está acima
do horizonte. No hemisfério norte, o ponto 0° de Câncer é o ponto do zodíaco mais ao Norte, e está acima do
horizonte a maior parte do dia; 0° de Capricórnio fica acima do horizonte menos tempo. Isto é ao contrário no
hemisfério Sul, onde Capricórnio fica acima do horizonte mais tempo. Em qualquer hemisfério, 1° de Gêmeos e
29° de Câncer estão 29 graus distantes do ponto 0° de Câncer e 151 graus distantes do ponto 0° de Capricórnio.

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Eles têm a mesma luz, isto é, eles ficam a mesma quantidade de tempo acima (ou abaixo) do horizonte. Os signos
que têm luz igual são: Gêmeos e Câncer, Touro e Leão, Áries e Virgem, Peixes e Libra, Aquário e Escorpião e
Capricórnio e Sagitário. Isto significa que os signos em semi-sextil ou quincúncio agora têm pelo menos uma
pequena inclinação de reconhecimento uns com os outros.

A terceira exceção se refere ao tempo de ascensão dos signos no horizonte. Sabemos que alguns signos têm
ascensão longa e outros, curta. Isto significa que quando progredimos o Ascendente, vemos que alguns signos
caminham mais rápido que outros. Os tempos de ascensão são mais parecidos perto do equador e mais extremos
perto dos pólos. Os signos que têm ascensões iguais são: Áries e Peixes, Touro e Aquário, Gêmeos e Capricórnio,
Câncer e Sagitário e Virgem e Libra. Com isto, Áries e Peixes, Gêmeos e Capricórnio, Câncer e Sagitário e Virgem
e Libra não são mais avessos uns aos outros. Estas relações, estabelecidas mais por graus que por signos, nós
as chamamos de contra-antiscia.

Outras Formas de Aspectos


Muitos astrólogos modernos usam contatos não eclípticos tais como paralelos e contra paralelos de declinação e
conjunção da latitude celestial. Isto não era utilizado, até onde se sabe, antes da Era moderna. Embora tenha
havido alguma utilização da latitude da eclíptica para descrever um planeta, eles não as usavam para descrever
contato entre planetas, mas cogita-se que os paralelos e contra paralelos tenham se originado das relações de
antíscia.

Alguns astrólogos antigos faziam diferença entre os aspectos calcados na distancia zodiacal e os calcados na
duração das ascensões. Isto é importante porque a duração da ascensão era fundamental nas direções primarias
e para a determinação da longevidade.

O tempo de duração da ascensão faz a contagem de quantos graus de Ascensão Reta passam pelo MC para uma
determinada quantidade de graus que se elevam no ascendente. Com isto, pode ocorrer que até que um signo de
longa ascensão passe inteiro (com seus 30 graus) em Ascensão Reta pelo ascendente, muito mais graus tenham
passado pelo MC, provocando uma alteração no tipo de aspecto. Um aspecto que é quadrado entre signos de
curta ascensão (Capricórnio e Áries) poderia ser um sextil se for usado o tempo de ascensão. Por outro lado, um
quadrado entre signos de longa ascensão (Câncer e Libra) poderiam ser um trígono usando o tempo de ascensão.

Mais tarde na tradição este fator foi considerado na astrologia horária.

Da Era Helenística para a Medieval.


Na Era Medieval encontramos novas idéias a respeito dos aspectos. Começa a existir um processo mais uniforme
e sistemático.

Os aspectos carregam as mesmas funções que na Era Helenística. Na astrologia natal, horária e eletiva um
planeta pode fortalecer ou enfraquecer um significador. Um planeta que aspecta um significador o modifica de
acordo com sua natureza essencial. Apenas hoje em dia nós observamos todos os aspectos entre todos os
planetas.

Os astrólogos medievais começavam por separar as relações entre planetas “bons” e “maus” e entre aspectos
“bons” e “maus”, (o que hoje em dia nós chamamos de fáceis e difíceis). Marte e Saturno causam menor
dificuldade quando fazem aspecto em trígono ou em sextil, do que quando fazem aspectos de quadratura ou
oposição. Os maléficos causam menos dificuldades quando estão em seus signos de dignidade do quando estão
em seus signos de debilidade.

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Um trígono ou sextil de Vênus ou de Júpiter é maravilhoso, mas o beneficio diminui se: o aspecto for de
quadratura ou de oposição; se estiver em signo de debilidade; ou se estiver em uma casa cadente, especialmente
a 6ª ou a 12ª casas.

Orbes dos Planetas, Orbes dos Aspectos.


Hoje nós usamos a palavra “orbe” para descrever a distância que dois planetas estão de um aspecto exato e para
estabelecer a distância máxima para que haja aspecto entre dois planetas. Quanto mais próximos estiverem, mais
forte o contato entre eles.

Antigamente orbe não tratava de aspectos, mas de esferas de influencias planetárias.

De acordo com Al-Biruni o Sol tem um orbe de 15°, a Lua 12°, Mercúrio e Vênus 7°, Marte 8°, Júpiter e Saturno 9°.

Outros autores citam números de orbes ligeiramente diferentes. Cada planeta tem ao redor de si uma esfera de
luz de tamanho particular, e o tamanho de sua orbe depende da quantidade de luz destes corpos. Quando dois
planetas estão suficientemente perto uns dos outros, corporalmente ou por raios de aspectos, eles sustentam uma
ao outro dentro da média de seus orbes, isto é, cada planeta contribui com a metade de seu orbe para o aspecto.

Os astrólogos chamam estes aspectos de aspectos “platic” que são diferentes dos aspectos “partil” que diz
respeito ao grau.

Os orbes planetários parecem estar baseados nos “arcos de visão” de um planeta e podem estar relacionados à
“combustão”. “Arco de visão” significa quanto um planeta precisa estar distante do Sol para ficar visível para o
olho. “Combustão”, estabelecida como 8 graus, ocorre quando o planeta está tão perto do Sol que chamusca ou
queima a influência do planeta. A distancia mínima para que qualquer planeta fique fora do alcance dos raios do
Sol é de 15 graus. A Lua se torna visível quando fica a 12 graus de distância do Sol. Podemos observar que os
planetas têm orbes em torno de 8 graus que é o limite da combustão.

O Ascendente, MC e Parte da Fortuna são pontos sensíveis que não possuem orbes. Em uma análise de
temperamentos tradicional se usa apenas aspetos exatos com o Ascendente. Por outro lado, um planeta pode
fazer contato com estes pontos sensíveis com a metade de seu orbe. Assim Saturno poderia fazer aspecto ao
Ascendente, MC ou Parte da Fortuna com 4.5 graus de distancia.

Para calcular a distancia máxima de um planeta clássico a um ponto não visível, use a metade do orbe do planeta
clássico.

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Aplicativo e Separativo
Os fatores aplicativos e separativos fazem parte da astrologia contemporânea e são utilizados por astrólogos de
Horária e Eletiva. Os astrólogos Medievais também usavam estes fatores na astrologia natal. A utilização destes
fatores promove uma imagem mais dinâmica do mapa natal e uma compreensão mais clara de como os planetas
se movem através do fluxo de tempo.

Um planeta mais rápido se separa de um planeta mais lento, e quando o planeta mais rápido está dentro do orbe
de aspecto do próximo planeta, ele “se aplica” àquele planeta até que o aspecto fique perfeito, aí ele “se separa”
do planeta mais lento até “se aplicar” ao próximo planeta.

Nesta seqüência de movimentos podemos observar uma correlação com a tradição Helenística de “estar com” –
quando um planeta está no mesmo signo que outro, de “examinar” quando o planeta está em aspecto e de “olhar
para frente” ou “lançar raios” ao outro planeta.

Na astrologia Horária e eletiva, um aspecto separativo entre significadores pertence a eventos do passado e um
aspecto aplicativo nos informa do que está por vir. Por toda a Tradição Medieval o próximo planeta que qualquer
planeta for aspectar é mais importante que qualquer outro aspecto que aquele planeta faça.

Se quisermos saber como o nativo vai se relacionar com os pais, parceiro, autoridade, ou realeza, e se o planeta
significador desta questão está se aplicando ao regente do Ascendente, ou o regente do Ascendente está se
aplicando àquele planeta significador, isto mostra um relacionamento harmonioso. Se a aplicação for por trígono, a
relação é melhor, e se houver uma recepção é espetacular. Se quisermos encontrar o “significador das maneiras”,
e não há planetas na primeira casa, vamos para o planeta em que ambos, Mercúrio e Lua se aplicam, se houver
algum. Se não houver, olhamos para o tipo de aspecto para a Lua ou para Mercúrio. O próximo planeta clássico a
que a Lua se aplica é um planeta muito importante, de acordo com a tradição astrológica.

Em uma carta natal a Lua pode juntar o planeta precedente e o próximo planeta mesmo que eles não façam
aspecto entre si diretamente. Se a Lua em Libra se separa de um planeta em Câncer e se aplica por sextil a um
planeta em Sagitário, Ela junta os dois planetas. A Lua “traslada”, “transfere” a luz (ou virtude, ou natureza) do
planeta de Câncer para o planeta de Sagitário.

Existe um outro tipo de “coleta de luz”. Dois planetas, que não fazem aspecto entre si, fazem aspecto a um
terceiro planeta, mais lento. Com isto os dois se conectam. O terceiro planeta, mais lento, “coleta a luz” dos outros
dois e através desta coleta os une. Então, usando o exemplo anterior, se um planeta lento está em libra, os
planetas em Câncer e Sagitário poderiam se aplicar a ele, de tal forma que se juntassem.

Como todos os planetas clássicos podem se juntar a outros planetas, devemos tomar cuidado ao estabelecer que
está se aplicando a quem, quais aspectos se tornam “perfeitos’, porque as estrelas planetárias têm velocidades
diferentes e todos os planetas se movem facilmente de um signo a outro. É necessário uma efemérides para se ter
certeza a respeito de quantos aspectos aplicativos acontecem em um mapa.

Um planeta lento pode entrar no próximo signo antes que o planeta rápido conclua seu aspecto, e no outro signo
outro planeta se junta ao planeta lento, ou o planeta lento se aplica a um planeta ainda mais lento. Isto se chama
“Frustração”. Um planeta pode ser “abster-se” de concluir um aspecto a outro: o planeta mais rápido se aplica ao
mais lento, mas aí fica retrogrado e volta. Uma outra possibilidade é quando um planeta (A) está para se aplicar a
um mais lento (B) mas o mais lento (B) se aplica primeiro a um terceiro planeta (C) ainda mais lento que o
segundo (B). A isto se chama “corte de luz” ou “ocultação de luz”. Os astrólogos podem relacionar estas
ocorrências planetárias a situações específicas na vida e às condições gerais do nativo.

Para o outro tipo de circunstancia chamada “proibição” vamos dar um exemplo: Saturno está a 8° de Touro. Vênus
que está a 3° de Leão se separa por sextil de Urano a 2° de Libra. Mercúrio está a 5° de Libra e Júpiter a 8° de
Libra. Antes que Vênus se aplique a Mercúrio ele alcança Júpiter e podemos pensar que Vênus vai se juntar a
eles. Acontece que quando mercúrio alcançou Júpiter eles já estavam a 9° e assim Vênus, antes de encontrá-los
fez uma quadratura a Saturno. Saturno “proibiu” que o sextil entre os benéficos acontecesse.

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Examinando a historia deste mapa, encontramos um padrão de relacionamentos de grandes possibilidades


negadas com conseqüências amargas.
Recepção: Combinando Aplicação e Disposição
A doutrina Medieval sobre Recepção é mais complexa e mais dinâmica que nossa versão moderna.
Um planeta se aplica a um planeta que está na dignidade do planeta que está se aplicando, por exemplo, a Lua se
aplica a um planeta em Câncer ou em Touro. Então, a Lua “recebe o planeta mais lento. Assim a Lua “entrega,
disposição, natureza e virtude” para o planeta “recebido”, que ganha muito. O planeta mais rápido precisa da ajuda
do planeta mais lento e entrega sua lealdade e recursos (se ele tiver algum) para o planeta mais lento, que está
em uma posição de aumentar seu poder e riqueza.

A Recepção só é efetiva se ocorrer por Domicílio ou Exaltação. Recepção entre planetas fortes melhora o aspecto
entre eles e pode aperfeiçoar muito um aspecto difícil como a quadratura.

Um planeta em debilidade não pode receber efetivamente outro planeta. Se a Lua se aplica a um planeta em
Câncer ou Touro mas está em mau estado cósmico, ela pode dar problemas para o receptor. Não encontramos
recepções efetivas entre planetas que estão em signos opostos porque pelo menos um deles estará em queda ou
exílio. Planetas em signos de suas debilidades são muito fracos para ajudar os outros.

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O Temperamento na visão dos Clássicos

Desde a antiguidade e em várias civilizações, o número quatro tem um simbolismo especial: o da plenitude, da
totalidade, da abrangência, da universalidade. Expressa, ao mesmo tempo, o concreto, o visível, o aparente, o
criado, ao contrário do número 3, que espelha o transcendental, o espiritual, o abstrato, o divino. Nas palavras de
Platão: "O ternário é o número das idéias; o quaternário, o da realização das idéias".

Esta concepção parece radicar-se no inconsciente coletivo, porquanto o mesmo simbolismo aparece também
entre povos indígenas e tribos africanas

Os filósofos gregos da escola pitagórica tinham imaginado o universo formado por quatro elementos: terra, ar, fogo
e água, dotados de quatro qualidades, opostas aos pares: quente e frio, seco e úmido. A transposição da estrutura
quaternária universal para o campo da biologia deu origem à concepção dos quatro humores do corpo humano.

O conceito de humor (khymós, em grego), na escola hipocrática, era de uma substância existente no organismo,
necessária à manutenção da vida e da saúde. Inicialmente, fala-se em número indeterminado de humores.
Posteriormente, verifica-se a tendência de simplificação, reduzindo-se o número de humores para quatro, com seu
simbolismo totalizador. No livro Das Doenças os humores são o sangue, a fleuma, a bile amarela e a água. Na
evolução dos conceitos, a água, que já figurava como um dos componentes do universo, é substituída pela bile
negra.

No tratado da natureza do homem, um dos mais tardios da coleção hipocrática, atribuída a Polybos, genro de
Hipócrates, a bile negra é definitivamente incorporada como um dos quatro humores essenciais ao organismo.

Segundo a doutrina dos quatro humores, o sangue é armazenado no fígado e levado ao coração, onde se aquece,
sendo considerado quente e úmido; a fleuma, que compreende todas as secreções mucosas, provém do cérebro e
é fria e úmida por natureza; a bile amarela é secretada pelo fígado e é quente e seca, enquanto a bile negra é
produzida no baço e no estômago e é de natureza fria e seca.

A doutrina dos quatro humores encaixava-se perfeitamente na concepção filosófica da estrutura do universo.
Estabeleceu-se uma correspondência entre os quatro humores com os quatro elementos (terra, ar, fogo e água),
com as quatro qualidades (frio, quente, seco e úmido) e com as quatro estações do ano (inverno, primavera, verão
e outono).

Na complexidade e diversidade das diferentes formas de vida, uma surpresa: o ressurgimento do número quatro
nas quatro bases que integram o DNA: adenina, timina, guanina e citosina. Todos os seres vivos - animais,
plantas, bactérias e muitos vírus - são o resultado de diferentes sequenciamentos e combinações dessas quatro
bases na dupla hélice do DNA. E as quatro bases, por sua vez, são formadas de quatro elementos químicos:
carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio.

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Temperamento
(Do Latim Temperamentum que significa “Combinação”).

É o caráter de um indivíduo que corresponde ao conjunto das suas características psicológicas e que o diferencia
dos demais, condicionando sua aparência física, o comportamento e as emoções.

Os quatro tipos de Temperamento são:

 Colérico (Bílis Amarela),


 Melancólico (Bílis Negra),
 Fleumático (Fleuma)
 Sanguíneo (Sangue).

Como foi mencionado, Temperamentum significa Combinação, pois cada um dos quatro Temperamentos é
composto pela combinação das quatro Qualidades Primitivas:

 Colérico – Quente e Seco


 Melancólico – Frio e Seco
 Fleumático – Frio e Úmido
 Sanguíneo – Quente e Úmido

Por sua vez, as Qualidades Primitivas dão vez aos Quatro Elementos:

 Quente e Seco – Fogo


 Frio e Seco – Terra
 Frio e Úmido – Água
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 Quente e Úmido – Ar

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Cálculo do Temperamento

Os significadores que participam na fórmula de cálculo do Temperamento são:

1. O Signo Ascendente
2. O Almuten do Ascendente
3. Os Planetas que fazem aspecto ao Ascendente

Para calcular o Temperamento é preciso:

1. Conhecer as Qualidades Primitivas dos Planetas e dos Signos


2. Calcular o Almuten do Ascendente

Qualidades Primitivas dos Planetas

Saturno – Frio e Seco


Júpiter – Quente e Úmido
Marte – Quente e Seco
Sol – Quente e Seco
Vênus – Quente e Úmida
Mercúrio – Quente e Seco
Lua – Fria e Úmida

Obs: Mercúrio recebe as qualidades de Quente e Seco, sendo a última predominante. No entanto, as qualidades
de Mercúrio mudam de acordo com os aspectos que recebe de outros planetas.

Qualidades Primitivas dos Signos


Áries – Quente e Seco
Touro – Frio e Seco
Gêmeos – Quente e Úmido
Câncer – Frio e Úmido
Leão – Quente e Seco
Virgem – Frio e Seco
Balança – Quente e Úmido
Escorpião – Frio e Úmido
Sagitário – Quente e Seco
Capricórnio – Frio e Seco
Aquário – Quente e Úmido
Peixes – Frio e Úmido

Tabela dos Significadores para Cálculo do Temperamento

Significadores Quente Frio Úmido Seco

Total

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O Hyleg e o Alcocoden

Hyleg

O Hyleg é o planeta ou ponto no Zodíaco que vai indicar a força vital do indivíduo. É conhecido por ser o doador
de vida do nativo.

Para encontrarmos o Hyleg, devemos seguir os seguintes passos:

Natividade Diurna:

- Sol na Casa 1, 11, 10 em signo masculino ou feminino


- Sol na Casa 7, 8, 9 em signo masculino
- Se o Sol não servir, veja a Lua
- Lua na Casa 2,3,7,8 em signo masculino ou feminino
- Lua na Casa 1, 10,11, 4,5,7 em signo feminino

Natividade Noturna:
- Lua na Casa 1,2,3,7,8 em signo masculino ou feminino
- Lua na Casa 10, 11,4,7 em signo feminino
- Se a Lua não servir, veja o Sol
- Sol na Casa 7, 4, 5 em signo masculino ou feminino
- Sol na Casa 1, 2 em signo masculino

Sol angular ou sucedente em signo masculino de mapa diurno é o Hyleg.


Lua angular e sucedente em signo de mapa noturno é o Hyleg.

Se o Sol ou a Lua não puderem ser Hyleg, veja se o nascimento aconteceu depois da Lua Nova ou da Lua Cheia
(SAN: Syzygy Ante Nativitatem) ou seja, a lunação pré-natal ou última lunação antes do nascimento, seja Lua
Nova ou Lua Cheia.

De acordo com Platão, as estrelas (significando as estrelas fixas, sobre a 7ª esfera, esfera de Saturno) são os
assentos das almas por nascer. Estas almas nascem então na terra no seu tempo e lugar designado. No momento
exato, uma alma desce da 8ª esfera e passa pela 7ª esfera de Saturno, levando com isto, dignidade/debilidade
”pura energia essencial” de Saturno. Então segue pela 6ª esfera de Júpiter, enquanto acumula a pura energia (a
dignidade/debilidade essencial de Júpiter). A alma passa por todas as esferas de Saturno, Júpiter, Marte, Sol,
Vênus e Mercúrio, acumulando todas as puras energias dos planetas. Quando a alma alcança a lua, está agora
preenchida com a energia de todos os seis planetas em estado puro.

A Lua não dá energia à alma por nascer, ela “mistura” as puras energias dos planetas e todos nós temos uma
energia combinada. A alma espera, então, para nascer na Terra em uma Lua Nova ou Lua Cheia. Assim, como diz
esta lenda, a Lua se torna o assento temporário para as almas por nascer, antes de serem transportadas da esfera
lunar (mais próxima esfera de céu para terra) em uma Lua Nova ou Lua Cheia. Quando chega uma lunação; Lua
nova ou Lua cheia, as almas são libertadas da Lua e transportadas à Terra para nascer, a partir desta lunação.

Uma vez que as almas são libertadas nessa fase, a lunação pré-natal se tornou um dos 5 lugares hylegiacos
considerados em um mapa natal, tornando-se assim um dos pontos sensíveis do mapa que regem a vida do
nativo.

Se a natividade for conjuncional (Lua Nova), o Hyleg deve ser procurado a partir do Ascendente. Se ele não
receber aspectos de nenhum dos seus regentes das cinco dignidades, deverá ser descartado.

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Procura-se em seguida a Parte da Fortuna. Se ela não estiver cadente, poderá ser aceita desde que receba
aspecto de um dos seus regentes pelas cinco dignidades.

Se a PF não puder ser eleita, procura-se a SAN. Se não estiver cadente e receber aspecto de um dos seus
regentes pode ser o Hyleg, do contrário, não.

Caso a natividade seja prevencional (Lua Cheia), o Hyleg deve ser procurado a partir da PF, Ascendente e SAN,
seguindo os mesmos métodos descritos acima.

Obs: Sol e Lua em domicílio ou exaltação (Sol em Leão ou Áries e Lua em Câncer ou Touro) podem ser Hyleg e
Alcocoden ao mesmo tempo.

Alguns autores, como Ptolomeu, descartam um Hyleg posicionado na casa 8.

Um planeta combusto não pode ser Hyleg.

A Lua sob os raios do Sol não pode ser Hyleg e nem Alcocoden.

Alcocoden

O Alcocoden é o planeta que faz aspecto com o Hyleg e que possui mais dignidades no lugar do Hyleg. É também
conhecido por ser aquele que vai indicar os anos de vida do indivíduo. É necessário que exista o Hyleg para que
se encontre o Alcocoden.

Na escolha do Alcocoden podemos encontrar mais de um planeta que esteja em aspecto com o Hyleg. Nestes
casos, devemos observar algumas orientações sobre a escolha a ser feita. Prefira o planeta que:

- Apresentar mais dignidades essenciais


- Que esteja angular (Se dois forem angulares, prefira o mais perto da cúspide)
- Estiver mais próximo do Sol (Desde que não esteja combusto)
- Estiver na Casa 1 ou 10
- Estiver com o aspecto mais exato ao Hyleg

ANOS PLANETÁRIOS

Menores Médios Maiores Máximos


Saturno 30 43.5 57 256
Júpiter 12 45.5 79 426
Marte 15 40.5 66 284
Sol 19 69.5 120 1461
Vênus 8 45 82 1151
Mercúrio 20 48 76 461
Lua 25 66.5 108 520

Obs: Planetas maléficos, em aspectos maléficos (quadratura e oposição) ou em conjunção com o Alcocoden,
subtraem seus anos menores. Maléficos em aspectos benéficos subtraem 1/3 dos seus anos menores.

Planetas benéficos, em aspectos benéficos (trígono e sextil) ou em conjunção com o Alcocoden, adicionam seus
anos menores. Benéficos em aspectos maléficos acrescentam 1/3 dos seus anos menores.

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A Cauda do Dragão a 12 graus do Alcocoden tira ¼ dos seus anos de vida.

AFORISMOS

Do julgamento dos filhos

Os planetas férteis são: Júpiter, Vênus e Lua, enquanto os estéreis são: Saturno, Marte e Sol. Mercúrio é neutro e
analisado conforme suas dignidades e a natureza do planeta com o qual faz aspecto.

Câncer, Escorpião e Peixes são signos férteis, enquanto Gêmeos, Leão e Virgem são estéreis.

Se um planeta que promete filhos estiver na 5 e um contrário estiver na 11, prefira o da 5 e diga que o nativo terá
filhos. Se um planeta estéril estiver na casa V e um fértil na casa 11, indica mais esterilidade ou ausência de filhos.

Se não houver nenhum planeta nessas casas, então considerar o regente da 5. Se for um planeta fértil, o nativo
terá filhos. Se for um planeta estéril, o nativo não terá descendência, ou muito pouca ou não viverão.

Considerar a natureza dos signos em que se encontram os planetas que mostram fertilidade ou esterilidade.
Quanto mais planetas fecundos em signos idem, maior a probabilidade de descendência.

Considerar a natureza dos signos em que se encontram os planetas que mostram fertilidade ou esterilidade, pois
são adicionadas à natureza dos planetas. Um planeta fecundo num signo fértil, especialmente na casa 5, é
indicação de filhos. Julgar o contrário de um planeta estéril num signo estéril. Um planeta fértil num signo estéril
mostra um meio termo, nesse caso verificar os outros significadores. Um planeta estéril por natureza num signo
fértil ajuda pouco.

Sexo dos filhos:

Saturno, Júpiter, Marte e o Sol são planetas masculinos, em signos masculinos prometem meninos.

Lua e Vênus são planetas femininos, em signos femininos prometem meninas.

Da riqueza ou pobreza do nativo

Se todos os significadores, ou a maior parte deles estiverem dignificados, é indicação de que o nativo alcançará
um grande patrimônio. Se os indicadores estiverem fracos, indicam pobreza.
É significada abundância quando os Luminares estiverem com as Fortunas ou Estrelas Fixas eminentes.

Sinais de riqueza

Lua no Ascendente e afortunada, dá riqueza e estima durante toda a vida.


Sol na sua exaltação em trígono com a Lua e livres de Marte ou Saturno.
Júpiter na segunda casa e Lua na primeira, ou Júpiter no Ascendente e nas suas próprias dignidades e a Lua na
segunda e nas suas próprias dignidades.
Saturno em mapa diurno na oitava em aspecto com qualquer uma das fortunas, indica dinheiro através da morte
de pessoas.
Quando Saturno está bem posicionado, essencialmente forte, e aspecta o Ascendente com um trígono, indica
riqueza através de imóveis.

Sinais de pobreza

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Lua em conjunção com Saturno em qualquer ângulo dá indícios de pobreza.


A quadratura ou oposição de Saturno à Lua causa prejuízo com patrimônio.
Júpiter cadente e o seu dispositor fraco também é um sinal de falência.

Casamento

Em mapa de homem considerar Vênus e Lua. Depois a casa 7 e o seu regente, seguido dos planetas que
estiverem na 7. Analisar as dignidades de todos os significadores, tanto as essenciais quanto as acidentais.
Ver se Lua e/ou Vênus estão ligadas a Saturno e a situação deste.
Se Vênus estiver sozinha, sem o apoio de nenhum planeta através de um bom aspecto e também a Lua em signo
estéril ou numa casa cadente e aflita pelos maléficos, indica ausência de casamento ou de qualquer desejo dele.
Saturno deve estar mais forte que Lua e Vênus, pois do contrário o julgamento precedente não é verdadeiro.

Em mapa feminino Sol e Marte são os significadores de uma união estável. Olhe para a sétima casa e o seu
regente, além dos planetas que estiverem na casa. Considerar se os significadores estão em signos férteis ou
estéreis, bicorpóreos, se são benéficos ou maléficos e a partir daí fazer o julgamento.
Sol e Lua em signos masculinos trazem problemas para a mulher em suas relações afetivas.

Sinais de casamento:
Signo da cúspide da 7 ser favorável;
Regente da 7 afortunado ou um benéfico na mesma;
Vênus/Lua ou Sol/Marte em signos favoráveis e nas casas 1,5, 7 ou 11;
Regente do Ascendente aplicando-se ao regente da 7 e havendo mútua recepção entre eles.

Das doenças

Se o Ascendente e o regente do signo estiverem desafortunados ou afligidos pelos maléficos, além do regente da
1 nas casas 6 ou 12, indicam uma pessoa com possibilidades de enfermidade.
O regente do Ascendente a aplicar-se ao da 6 indica que o nativo negligencia sua saúde.
O Sol na 1 ou 10 promete vida longa. Sol na 6, 8 ou 12 dá poucos anos, com possibilidade de doenças.
Lua afligida por quadratura/oposição de Saturno ou o Nodo Sul na Casa 1 mostram saúde frágil.
Marte na 6 denota doenças súbitas e acidentes, facilmente recaindo de novo. Se estiver na 12 aflige o corpo com
fraqueza. Marte na 1 traz golpes e cicatrizes no rosto.
Marte e Saturno são significadores de doenças, principalmente se qualquer um deles for o regente do Ascendente
ou da Casa 6.

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As Triplicidades e os Períodos de Vida

As triplicidades apresentam as fases de vida do nativo. Considerando que a vida se divida em três fases e cada
uma delas tenha 28 anos, o primeiro regente da triplicidade mostrará a primeira parte de vida do nativo. O
segundo regente apresentará a segunda parte de vida e o terceiro regente a terceira parte da vida.

Se for um mapa diurno o Sol será o luminar do sect e se o mapa for noturno a Lua será o luminar do sect.

Utiliza-se do signo em que o luminar estiver e os planetas de suas respectivas triplicidades para delinear as três
fases de vida do nato.

A origem deste método é grega e foi bastante utilizado pelos árabes, que introduziram algumas modificações.
Bonatti usava-o para fazer a delineação de todas as casas, como veremos a seguir:

Casa 1:
1º regente: significa a vida e a natureza do nativo, o que gosta e desgosta, assim como o que acontece de bom ou
mau no início da vida
2º regente: significa o corpo, força, vitalidade e o que acontece no meio da vida
3º regente: indica o que os dois primeiros regentes significam e o que acontece no final de vida do nato

Casa 2:
1º regente: bens no início da vida
2º regente: bens no meio da vida
3º regente: bens no fim da vida

Casa 3:
1º regente: irmãos mais velhos
2º regente: irmãos do meio
3º regente: irmãos mais novos

Casa 4:
1º regente: os pais
2º regente: países e terras
3º regente: final das coisas

Casa 5:
1º regente: filhos
2º regente: prazeres
3º regente: legados

Casa 6:
1º regente: doenças
2º regente: empregados
3º regente: importância e bens que se recebe dos empregados; pequenos animais

Casa 7:

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1º regente: esposos (as)


2º regente: inimigos declarados
3º regente: parcerias e associações

Casa 8:
1º regente: morte
2º regente: coisas antigas e dadas por terceiros
3º regente: heranças

Casa 9:
1º regente: viagens longas e peregrinações
2º regente: religiões
3º regente: sabedoria, sonhos, astrologia, espiritualidade

Casa 10:
1º regente: governadores, honra, poder e altos cargos
2º regente: fama
3º regente: estabilidade e continuidade

Casa 11:
1º regente: esperança
2º regente: amigos
3º regente: utilidade dos amigos

Casa 12:
1º regente: inimigos (ocultos)
2º regente: desgraças
3º regente: grandes animais

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Técnicas de Predição

Firdária

A Firdária é conhecida a partir de Abu Mas’har. Segundo ele, os sete planetas tradicionais, juntamente com os
Nodos, regem períodos na vida do nativo, que estarão de acordo com a natureza dos astros da Firdária.

Num mapa diurno, a Firdária começa com o Sol. Em mapas noturnos a Lua dá o seu início, seguindo-se os
demais planetas em relação à sua distância do Sol.

Cada período será regido pelo planeta senhor da Firdária, tendo um segundo planeta como co-participante.

Abu Mas’har é categórico ao dizer que devemos levar em conta todas as dignidades dos planetas, tanto as
essenciais quanto as acidentais.

Profecções

O trabalho mais antigo que se tem conhecimento sobre as Profecções é o do grego Vettius Valens, que mesmo
assim fala como se fosse uma técnica muito antiga. A vantagem que Valens via da técnica da Profecção,
combinada com a Revolução Solar, era justamente a de ter indicações para um período menor e mais concreto na
vida: apenas um ano.

As Profecções ou Progressões Tradicionais deram origem a outros métodos de predição como a Revolução Solar
e constituem um dos pilares essenciais da previsão astrológica. Referenciadas desde a época helenística e
extensamente aplicadas durante a época medieval e Renascença, foram contudo postas de parte pela Astrologia
Moderna.
Profecções e Revoluções solar devem ser sempre vistas em conjunto, e não como peças em separado.

O signo profectado representa o ano, e suas indicações boas e más. Segundo Paulus Alexandrinus, primeiro se
deve observar se o regente do signo profectado está em aversão ao signo, o que é uma indicação bem negativa.
Em seguida procure por aspectos, por signo inteiro, com o signo profectado. Por exemplo, se o signo profectado é
Leão, Júpiter em Áries estará em trígono, não importando em que grau de Áries Júpiter esteja. Vários benéficos
aspectando o signo trazem coisas boas e vários maléficos.

Todas essas indicações devem ser repetidas também no retorno Solar. Por exemplo, o Ascendente profectado
caiu em Touro, o regente é Vênus. Na carta natal Vênus está em Áries, portanto está em aversão, e além do mais
está em seu exílio. Mas se no retorno Solar Vênus está em Peixes, sua exaltação, as coisas serão mais
favoráveis.

O Regente do Ano

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O senhor da profecção é também chamado de regente do ano. Infelizmente nem sempre o regente do ano é o
senhor da profecção. Há uma escala de preferência:

1. Se há um planeta no signo profectado, na carta natal, então ele é o senhor do ano;


2. Se há um planeta que no Retorno Solar esteja passando pelo signo da profecção, então esse é o senhor do
ano;
3. Se não houver um planeta que cumpra as condições 1 e 2, então o senhor do ano é o regente normal do signo.

Obs: Na condição 1, quando o planeta natal não aspecta ao signo profectado, ele perde a condição de senhor do
ano.

ASTROLOGIA HORÁRIA
A Astrologia Horária faz parte da Astrologia Clássica, a qual tem mais de dois mil anos de existência. A
Astrologia Clássica foi praticada desde a Idade Antiga, e a Horária era a sua vertente mais popular, visto que não
era necessário saber a data e nem a hora de nascimento da pessoa consulente. Antigamente, só os reis e nobres
podiam ter o seu mapa natal, pois eram ricos e podiam ter relógio em casa.

Durante a Idade Moderna, a Astrologia Horária ficou mais conhecida através do trabalho do astrólogo
inglês William Lilly (1602 – 1681), autor do livro Christian Astrology (1985). Lilly foi também médico, mas se tornou
famoso pela sua prática em Astrologia Horária. Em 1666, chegou a ser convocado perante um comitê da Câmara
dos Comuns Britânica, para explicar as causas do grande incêndio de Londres, o qual havia previsto com grande
precisão. Lilly foi absolvido de qualquer cumplicidade.

No entanto, no final do século XVII, o saber astrológico ficou à margem da sociedade, devido à chegada
do racionalismo cartesiano na Europa.

O retorno dessa antiga técnica só veio acontecer após 300 anos, quando a astróloga Olívia Barclay
encontrou numa biblioteca em Londres, uma cópia de 1655 de Christian Astrology do Lilly. Ela ficou tão
impressionada que lançou em 1990 o livro Horary Astrology Rediscovered. A partir daí, ressurgiu o interesse pela
Astrologia Horária e Clássica.

Atualmente, um dos nomes mais conhecidos em Astrologia Horária é o do também inglês John Frawley,
autor do livro The Real Astrology (2001).

No Brasil, um dos pioneiros em lançar um livro sobre o assunto foi Adonis Saliba, que publicou em 1991 o
livro Astrologia Horária: a solução cósmica para os seus problemas do dia-a-dia. Bárbara Ábramo traduziu para o
português o Glossário de Astrologia Horária (Louis, 1998). Pedro Sette Câmara manteve até 2005 um site sobre
Astrologia Horária e Tradicional e deu cursos sobre o assunto. Marília Guimarães mantém na internet desde 2003
a lista de discussão A Arte da Astrologia Horária, sendo uma estudiosa do assunto.

Conceitos Básicos
A Astrologia Horária é a arte de se levantar um mapa astrológico para o momento e lugar em que o
astrólogo aceita uma pergunta que lhe foi feita, sobre qualquer tipo de assunto. Quem faz a pergunta pode ser o
próprio astrólogo ou qualquer pessoa, que passa a ser chamado de querente.

A partir disso se faz o julgamento do mapa. Alguns critérios devem ser observados nessa tarefa. Um deles
é de que só são utilizados os planetas até Saturno, não incluindo Urano, Netuno e Plutão. Uma das razões para

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isso é por terem sido descobertos muito tempo após o estabelecimento da Horária, e também porque somente os
planetas visíveis podem realmente provocar acontecimentos na vida da pessoa.

O julgamento de um mapa horário leva em consideração somente as casas relacionadas com o assunto
da pergunta e seus respectivos planetas regentes, que passam a ser chamados de significadores. Por exemplo,
se for uma pergunta sobre dinheiro, observar a casa 2 (casa do dinheiro) juntamente com seu regente e verificar
se há algum aspecto com o regente da casa que representa a pessoa em questão (querente). O sistema de casas
derivadas é muito utilizado na Astrologia Horária, uma vez que a pergunta pode ser sobre o dinheiro do parceiro, o
namorado da filha etc. Se a pergunta foi feita pelo próprio interessado, ele será sempre a casa 1 (casa do eu),
mas, se a pergunta foi feita pelo seu parceiro, a pessoa que era a casa 1 passa a ser a casa 7 (casa do outro), e o
parceiro que fez a pergunta é agora a casa 1; depende de quem está fazendo a pergunta.

Num julgamento de mapa horário é preciso ver e analisar os 3 pilares, que são a base para uma compreensão
segura de tudo o que acontece sobre o contexto e desfecho da pergunta.

As dignidades mostram a força de ação


As recepções mostram o interesse em agir
Os aspectos mostram a ocasião da ação

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Dignidades essenciais – A satisfação dos planetas


Em vez de julgarmos a natureza crua dos planetas como maléficos e benéficos deixemos claros alguns valores
que devem ser revistos e encaixados em diferentes contextos. Marte, por exemplo, conhecido como o pequeno
maléfico, regente dos cortes, ferimentos assim como também as cirurgias. Com certeza uma cirurgia é algo
desagradável, mas pode ser um procedimento benéfico que remova um câncer. Do mesmo jeito a Vênus, regente
dos prazeres, das delícias, das bebidas, inclusive daqueles doces ou drinques deliciosos que nos causam
intoxicação.

Sendo direto, quanto mais dignidades um planeta tiver, mais ele mostra o seu lado bom dentro de sua natureza, e
quanto mais debilidades ele tiver, mais ele mostrará o seu lado desagradável.

Qualquer planeta em seu exílio ou queda pode ser maléfico.

Qualquer planeta em seu domicílio ou exaltação pode se comportar bem.

Domicílio
Um planeta está domiciliado quando se encontra no próprio signo ao qual rege. Lilly diz que um planeta nessa
posição é como um homem que é senhor de sua própria casa, possuidor de bens e muito feliz. Nessa situação o
planeta tem muita força. Ele por si só é dono da questão que representa e, às vezes, isso o coloca num auto-
isolamento.

Exaltação
Um planeta em exaltação se encontra à vontade e se sente como se estivesse na casa de um amigo. Representa
um homem orgulhoso e se afirmando mais do que o necessário. A exaltação pode ser comparada à paixão. Há um
senso de exagero. Exaltar é glorificar suas melhores qualidades e minimizar os defeitos, é como um gato que
arrepia seus pelos para intimidar outro gato rival. Ele não é daquele tamanho, mas se exalta fazendo-se parecer
maior e mais forte do que o que realmente é.

Triplicidade
Ela simboliza um homem modestamente dotado de bens e cuja condição atual de vida é boa, mas não tanto
quanto nas duas dignidades anteriores. Tem-se a consciência de que não é a circunstância ideal, mas é suficiente.

Termo
É uma dignidade fraca e não traz grandes favorecimentos. Ele representa um homem de temperamento e porte
físico semelhante ao planeta, porém, sem abundância de sorte ou posição eminente.

Face
É a mais fraca das dignidades, bem mais fraca que um planeta em seu termo. Mostra alguma consideração, mas
sem força para ajudar. Ela mostra um planeta no seu decanato, o qual não pode ser chamado de peregrino. É
quase como um homem prestes a ser despejado, tendo muito trabalho para manter seu crédito e reputação.

Exílio ou detrimento
Um planeta no signo oposto ao signo que rege está exilado ou em detrimento. Isso é uma grande debilidade. O
planeta nessa condição representa mau o que for significado em qualquer contexto. Um planeta exilado indica que
as coisas parecem ruins e estão tão ruins quanto parecem.

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Queda
O planeta no signo oposto ao de sua exaltação está em queda. O mesmo senso de exagero da exaltação ocorre
aqui. Um planeta em queda indica que as coisas parecem bem piores do que elas realmente são, mas apesar do
exagero estão realmente estão ruins.

OBS: Apesar de ser comum entender quer um planeta em seu exílio ou queda esteja ruim, isso não significa que esteja fraco.
Não significa fraqueza de ação. Um planeta em queda ou exilado está desagradável ou infeliz, independentemente de sua
força de ação. A força de ação é mais vista nas dignidades acidentais que nas essenciais.

Peregrino
Um planeta está peregrino quando não está em nenhuma das suas dignidades nem em suas debilidades. No
aforismo n° 55 de Guido Bonatti diz que isso significa “aquele que deve saber como agir tanto para o bem quanto
para o mal, mas com maior inclinação para o mal”. Por estar desorientado é mais fácil de cair na tentação do mal
em vez de ser benéfico. Mesmo assim, ainda é possível entender um planeta peregrino como benéfico. Pode ser o
significador de alguém que esteja numa longa viagem, ou de alguém procurando por um emprego, ou por uma
casa.

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Considerações antes do Julgamento

Antes de analisar um mapa horário, o Artista deve verificar se o mesmo é radical ou apto a ser julgado, através
das seguintes considerações:

Ascendente em grau inferior a 03º: a questão é prematura para ser respondida;

Ascendente em grau superior a 27º: a questão é tardia e não tem mais solução;

Lua Fora de Curso: nada pode ser feito para alterar ou mudar o curso da situação. Segundo Lilly, em Lua Vazia de
Curso, não há acontecimentos. Exceção quando a Lua está nos signos de Câncer, Touro, Sagitário e Peixes;

Saturno na Casa VII: a Casa 7 mostra o Artista e nessas condições, indica que o Astrólogo encontrará dificuldades
para interpretar o mapa horário. Exceção quando o assunto é regido por Saturno ou o próprio Artista é saturnino;

Lua na Via Combusta: A Via Combusta vai de 15 graus de Libra a 15 graus de Escorpião e contém diversas
estrelas maléficas da constelação de Escorpião. Quando a Lua está nessa região, o resultado jamais será o
esperado, como se estivesse sob a influência de um eclipse;

OBS: Frawley diz que qualquer mapa pode ser julgado. Não hesite em julgar um mapa horário em função das
considerações acima. Dificuldade é diferente de impossibilidade.

Procedimentos de aceitação da questão horária

Um mapa horário deve ser lido apenas com o intuito de responder uma questão específica, então fica clara a
importância da pergunta ser bem específica e de como não devemos entrar em detalhes periféricos que de nada
servem para se obter uma resposta. É nessa hora que entra a objetividade do astrólogo. É preciso entender a
situação que gerou a pergunta, para que ela seja compreendida da forma mais objetiva possível. Um pergunta
vaga gera uma resposta vaga ou até mesmo impede sua análise. Há também os casos em que as perguntas se
respondem sem a horária. Novamente fica clara a importância da objetividade do astrólogo. Quanto mais objetiva
a pergunta mais claro fica o caminho para a análise da questão.

Diferenciando-se de uma análise de mapa natal, onde buscamos a correlação dos assuntos conversados com o
querente, somente a pergunta deve ser respondida no mapa horário, o que significa que se perguntarmos se uma
pessoa está doente devemos nos fixar ao tema da pergunta e não tentar descobrir quando ela terá novo emprego,
ou se irá terminar o casamento, ou se perguntarmos sobre um objeto perdido não sair investigando se o dono do
objeto tem vizinhos problemáticos, porque são outros assuntos que nada acrescentam à questão.
Preferencialmente, o querente vai ao astrólogo por causa de uma dúvida específica, sendo as outras dúvidas
geralmente, associadas à questão principal.
Há casos onde se pode fazer algumas questões decorrentes de uma primeira utilizando o mesmo mapa. Isso
ocorre se forem questões diretamente ligadas à primeira questão.

Alguns nãos

1- Não caia na tentação de fazer a sinastria entre um mapa horário e um mapa natal.

2- Não tente adivinhar o que o querente quer saber. Se suspeitar que uma pergunta esconda outra, converse e
pergunte até entender de forma clara a verdadeira pergunta. Se o querente não der abertura, não julgue dentro do
que você acha. Julgue apenas o que ficou claro. Se nada estiver claro o suficiente para julgar, não julgue.

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3- Não se insira no julgamento. Mesmo com testemunhos no mapa sugerindo a dificuldade no seu julgamento, o
querente não quer saber do astrólogo e sim da pergunta. E mesmo que o querente queira saber do astrólogo, isso
não faz parte da pergunta, portanto não faz parte do seu julgamento. A dificuldade de julgar uma pergunta não a
invalida, tampão pouco sua resposta, só dificulta o julgamento. Os testemunhos disso nada acrescentam à
resposta.

4- Não levante vários mapas horários seqüencialmente sobre a mesma pergunta. Se já tem um mapa da pergunta,
só levante outro, se o contexto e o tempo mudar o suficiente para influenciar no desfecho da situação.

Dignidades Acidentais – A força circunstancial dos planetas

Os planetas podem ainda estar fortes por acidentalidade, como quando estão em movimento direto, rápidos,
angulares, em aspectos de trígono ou sextil com Júpiter ou Vênus ou em conjunção com certas Estrelas Fixas.

É como pensarmos em um excelente jogador significado por um Marte em Áries, mas no banco de reservas,
retrógrado na casa 6. Também podemos pensar num marte conjunto ao MC e direto, mas exilado em Libra, como
sendo um jogador em campo na posição de ataque, mas ele joga mal.

A ideia é deixar claro que a condição de agir de um planeta (dignidade acidental) é diferente de sua satisfação em
agir (dignidade essencial). De que adianta ter um planeta domiciliado ou exaltado se está numa casa maléfica, ou
retrógrado ou ainda conjunto a Algol? É como ter o carro mais rápido do rally com o melhor piloto, mas andando
na direção errada ou ainda com o carro quebrado.

Nas dignidades acidentais vêem-se as condições de ação que os significadores têm de agir.

Sob os Raios do Sol

Um planeta fica nessa condição quando se encontra numa distância de até 17º do Sol, seja para a frente ou para
trás. Tal posição o deixa numa situação de debilidade. Por outro lado, um significador colocado ali, indica que ele é
um segredo ou deseja manter-se escondido do público. Eu li isso, mas sobre planeta combusto.

Combustão
Um planeta está combusto quando se situa a 8º30’ de conjunção com o Sol. Diz-se que está queimado pelos raios
solares e numa situação de grande fraqueza. Quando um objeto perdido estiver significado por um planeta
combusto, este será reencontrado logo após o planeta sair de sua combustão em tempo real.

Cazimi
Quando a conjunção de um planeta está a menos de 17’ do Sol, é tida como muito fortalecedora e se considera
que ele está no “Coração do Sol”.

Oposição ao Sol
Quando o planeta está em oposição ao Sol, um efeito semelhante à combustão acontece, porém neste caso não
há Cazimi para a oposição com menos de 17’.

Haym ou Hayz
Um planeta feminino numa natividade diurna ocupando a posição abaixo do horizonte está em Haym. Se ao
mesmo tempo estiver num signo feminino está em Hayz.
Um planeta masculino acima do horizonte numa natividade diurna está em Haym e se também ocupar um signo
masculino está em Hayz.
Marte é a exceção, pois, embora masculino, é noturno e rejubila acima do horizonte numa natividade noturna e
abaixo numa natividade diurna, o que lhe deixa em Haym. Se também estiver em signo masculino está em Hayz.

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Estrelas Fixas
As Estrelas Fixas são importantes para a Astrologia Horária, embora não tão marcantes como na Astrologia Natal.
São mais um complemento no julgamento de um mapa. Assim como os planetas, são de natureza benéfica ou
maléfica. É fundamental conhecer a natureza planetária atribuída à estrela assim como sua magnitude e
constelação para se ter um conhecimento maior de como interpretá-la e da força de sua influência.

Abaixo, segue uma pequena lista com algumas estrelas fixas importante se uma breve referência da atuação de
cada uma. Para maior conhecimento das estrelas fixas recomendamos o livro de Vivian Robson, exclusivo sobre o
tema e o site http://users.winshop.com.au/annew , ambos com extensa lista e ricos em detalhes.*

*Não há compêndio completo de estrelas fixas, além do risco de alguns softwares calcularem com erro as
posições das estrelas. Frawley recomenda o livro de Vivian Robson e sugere que se faça uma correção
aproximada de 1°08’ a mais para a posição de cada estrela listada no livro para o ano 2000, ou 50” por ano, caso
deseje maior precisão de cálculo ano após ano.

Tabela de Longitude de algumas das Estrelas Fixas

Nome da Estrela Longitude em 1700 Longitude em 2000


Caput Algol 2159 2610
Alcione (Plêiades) 2601 0009
Aldebaran 0534 0947
Rigel 1249 1650
Pólux 1905 2313
Regulus 2520 2950
Spica 1938 2350
Lucida Lancis 1053 1505
Antares 0535 0946
Fomalhaut 2933 0352

Caput Algol ou Cabeça da Medusa, tradicionalmente associada com perder a cabeça, literal ou metaforicamente.
É comum aparecer conjunta ao significador do querente que faz alguma pergunta absurda. Ex: Quando vou me
casar com meu ídolo da TV? Estou sendo seguido por alienígenas? Infelizmente, também pode estar conjunta ao
significador do assunto perguntado, indicando sua destruição ou mutilação.

Alcione também conhecida como Plêiades. Conjunta a um planeta ou ângulo as Plêiades ou Irmãs Lacrimejantes
sugerem que há algum motivo para se chorar.

Aldebaran e Antares são estrelas de natureza guerreira, mas benéficas e associadas ao conhecimento e às
atividades intelectuais.

Regulus é tradicionalmente chamada de Coração do Leão e considerada por Lilly como sendo a mais benéfica
estrela do universo. Beneficia com recursos (dinheiro, poder, etc).

Spica é ligada à sorte duradoura e proteção, traz proteção pessoal, garantindo segurança para o significador que
estiver conjunto a ela.

Rigel dá riquesa, honra, inventividade, habilidades mecânicas, felicidade e glória.


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Polux dignifica a malevolência e está relacionada a envenenamentos e crueldade.


Fomalhaut é bem afortunada e poderosa, mas ainda assim trazendo malefícios de caráter.

Lucida Lancis é a garra do escorpião, que pega e não larga mais.

Fomalhaut é bem afortunada e poderosa, mas ainda assim traz malefícios de caráter.

Obs: Levar em conta a posição das estrelas quando conjuntas às cúspides das casas envolvidas na questão.

Trazendo a Questão à Perfeição


O que se busca principalmente num mapa horário é saber se os fatos/hipóteses dados à questão acontecerão de
fato, ou seja, serão trazidos à Perfeição. E são os aspectos que demonstram quando e se o evento ocorrerá. O
termo Perfeição deriva do fato que quando um aspecto entre dois corpos celestes se torna exato, ele é chamado
perfeito, pois ele demonstra a concretização dos assuntos referentes aos planetas envolvidos. Sendo assim, a
Perfeição pode ou não ocorrer, segundo casos a serem observados em cada estudo.
Os mais fragrantes casos estarão descritos abaixo, da Perfeição até a Negação do evento que gerou a Questão
Horária.

Quando o Céu conspira para a Perfeição


1. Conjunção, Sextil e Trigono
O assunto tem uma conclusão direta e concisa.
A conjunção é a conclusão mais simples e desejada dos assuntos a serem buscados pois ela não deixa dúvidas
quanto ao assunto. Indica conclusão, e envolvimento de ambas as partes para chegarem ao resultado esperado.
Por exemplo, se você deseja cortejar uma pessoa e os planetas significadores estão em conjunção, a resolução
do assunto é extremamente positiva.
O Sextil favorece pois apesar de estarem em signos diferentes eles usam as expressões destes para alcançar os
resultados desejados. É uma conclusão muito ativa.
O Trigono também favorece a conclusão. Entretanto ele a faz de forma passiva como se os assuntos os quais os
significadores significam não tivessem mais nada fazer do que esperar que ele aconteça.

2. Quadradura
Aqui o assunto também é trazido a Perfeição, mas há várias interferências envolvendo o assunto da Questão.
Para exemplificar, é como um inquilino que negocia com o proprietário de imóvel e as exigências de cada lado são
tantas que não dá para saber se é vantajoso para quem. Ou seja, é difícil, mas não nega o evento. Recepções e
outras dignidades podem auxiliar ou dificultar o resultado do evento.

3. Translação de Luz
A Translação de Luz acontece quando dois planetas significadores estão se afastando de um aspecto qualquer, ou
até mesmo quando não fazem aspecto entre si, e um terceiro planeta mais rápido faz aspecto com o primeiro e
depois com o segundo. Este terceiro planeta translada luz de um planeta para o outro, estabelecendo uma ligação
entre aqueles dois. Isto pode significar que uma terceira pessoa ou fato, representado pelo planeta mais rápido,
leva o assunto à conclusão, podendo ser favorável ou não, pois depende do tipo de aspecto ou planeta envolvido.
Por exemplo, Júpiter a 5º de Virgem e Vênus a 15º de Libra. O Sol a 2º de Virgem fará conjunção com Júpiter e
transladará luz para Vênus, quando fizer conjunção com ele.*

*Nesses casos observar a Lua, pois se movimenta rapidamente e, sendo em muitos casos de distâncias tão longas em graus,
a principal realizadora de translação de luz, embora não a única.

4. Coleta de Luz
A Coleta de Luz ocorre quando dois significadores não fazem aspecto entre si, mas ambos se aplicam a um
terceiro planeta. Nesse caso, uma terceira pessoa concretizará a questão.

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OBS: Os planetas não mantém velocidades nem movimentos constantes. Convém sempre checar as efemérides, pois sempre
há ao menos um planeta com algum comportamento excêntrico (rápido, lento, retrógrado ou estacionário), portanto podemos
eventualmente observar planetas supostamente mais rápidos em movimento mais lento que outros supostamente lentos.

Quando “O querente não concretizará!”

1. Oposição
Nenhum dos dois lados abre mão, assim sendo, não há acordo. Só em casos muito especiais elas serão levadas a
cabo (mutuas recepções fortes, almutem, etc), caso contrário, o fato não se concretizará. Caso se concretize,
arrepender-se-á.

2. Proibição
É quando dois planetas que significam a realização ou o levar à conclusão de qualquer coisa perguntada, se
aplicam por um aspecto e, antes de chegarem a um aspecto exato, outro planeta faz antes um aspecto exato com
um deles, de forma que o assunto proposto seja bloqueado ou atrasado.

3. Frustração
É quando um planeta rápido vai se juntar fisicamente a um mais lento, mas, antes de chegarem a uma conjunção,
o planeta mais lento se junta a outro, de modo que a conjunção do primeiro é frustrada.

4. Refrenação
É quando um planeta rápido se aproxima de um lento, mas antes da conjunção ficar exata, o planeta rápido fica
retrógrado.

Alegria dos Planetas


Trata-se de uma forma de governo dos planetas em relação às casas nas quais se sentem mais felizes.

Mercúrio:
É o regente natural da língua, enquanto recurso fonético. A Casa 1 governa o corpo físico e particularmente a
cabeça, onde se localiza a língua. Então, Mercúrio felicita-se quando está na Casa 1.

Lua:
Governa situações da vida cotidiana e pequenas viagens, assuntos regidos pela Casa 3. Por isso, felicita-se nesta
casa.

Vênus:
Governa os prazeres em geral (língua no sentido degustativo): festas, artes, criatividade, luxúria. Portanto, felicita-
se na Casa 5, que fala sobre esses assuntos.

Marte:
Causador de sofrimentos como inflamações, cortes, febres, acidentes e epidemias. Assim, felicita-se ao estar na
Casa 6, que rege as doenças.

Sol:
Encontra seu júbilo na Casa 9, a casa de Deus (Deus Sol).

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Júpiter:
Felicita-se na Casa 11, das esperanças e amizades.

Saturno:
Regozija-se na Casa 12, pois gosta do sofrimento, sacrifício, limitações e internações.

Tempo e Localização

Perguntas sobre o tempo em que as coisas devem acontecer são freqüentes em Astrologia Horária, sendo uma
das partes mais difíceis dessa arte, exigindo bastante experiência por parte do astrólogo.

A escala de tempo é constituída pela qualidade do signo (cardinal, fixo e mutável) e da casa (angular, sucedente e
cadente). A escala de tempo utilizada é a seguinte:

Casas Angulares Casas Sucedentes Casas Cadentes


Signos cardinais Signos cardinais Signos cardinais
equivalem a dias equivalem a semanas equivalem a meses
Signos mutáveis Signos mutáveis Signos mutáveis
equivalem a semanas equivalem a meses equivalem a anos
Signos fixos Signos fixos Signos fixos equivalem a tempo
equivalem a meses Equivalem a anos indeterminado

O seguinte método é bastante utilizado: os planetas significadores precisam estar em aspecto entre si. Toma-se a
distância entre eles e verifica-se quando o planeta mais rápido fará um aspecto exato ao planeta mais lento. A
tradição diz que as coisas prometidas acontecem quando o aspecto fica exato.

Planetas em Signos Cardinais: Tempo Rápido (minutos, horas, dias);

Planetas em Signos Mutáveis: Tempo Médio (dias, semanas, meses);

Planetas em Signos Fixos: Tempo Lento (semanas, meses, anos);

Planetas em Casas Angulares: Tempo Rápido;

Planetas em Casas Cadentes: Tempo Médio;

Planetas em Casas Fixas: Tempo Lento.

O mais indicado é usar o Bom Senso e verificar qual indicador de tempo (rápido, médio, longo) é mais coerente
com a pergunta.

Angular Cadente Sucedente


Cardinal Horas Dias Semanas

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Fixo Dias Semanas Meses


Mutável Semanas Meses Anos

Localização de objetos perdidos

Perguntas a respeito de pessoas e objetos perdidos também ocorrem muito na prática da Horária. Localiza-se a
posição geográfica do objeto ou pessoa a partir de sua posição por casa, conforme o quadro que se segue:

Casa 1 – Leste Casa 7 – Oeste


Casa 2 – Leste para Norte Casa 8 – Oeste para Sul
Casa 3 – Norte para Leste Casa 9 – Sul para Oeste
Casa 4 – Norte Casa 10 – Sul
Casa 5 – Norte para Oeste Casa 11 – Sul para Leste
Casa 6 – Oeste para Norte Casa 12 – Leste para Sul

Procedimentos de aceitação da questão horária


Um mapa horário deve ser lido apenas com o intuito de responder uma questão específica, então fica clara a
importância da pergunta ser bem específica e de como não devemos entrar em detalhes periféricos que de nada
servem para se obter uma resposta. É nessa hora que entra a objetividade do astrólogo. É preciso entender a
situação que gerou a pergunta, para que ela seja compreendida da forma mais objetiva possível. Um pergunta
vaga gera uma resposta vaga ou até mesmo impede sua análise. Há também os casos em que as perguntas se
respondem sem a horária. Novamente fica clara a importância da objetividade do astrólogo. Quanto mais objetiva
a pergunta mais claro fica o caminho para a análise da questão.

Diferenciando-se de uma análise de mapa natal, onde buscamos a correlação dos assuntos conversados com o
querente, somente a pergunta deve ser respondida no mapa horário, o que significa que se perguntarmos se
uma pessoa está doente devemos nos fixar ao tema da pergunta e não tentar descobrir quando ela terá novo
emprego, ou se irá terminar o casamento, ou se perguntarmos sobre um objeto perdido não sair investigando se o
dono do objeto tem vizinhos problemáticos, porque são outros assuntos que nada acrescentam à questão.
Preferencialmente, o querente vai ao astrólogo por causa de uma dúvida específica, sendo as outras dúvidas
geralmente, associadas à questão principal.
Há casos onde se pode fazer algumas questões decorrentes de uma primeira utilizando o mesmo mapa. Isso
ocorre se forem questões diretamente ligadas à primeira questão.

Verifique a casa do significador do objeto perdido.

Se estiver em Casas Angulares, será encontrado onde deveria estar e rapidamente. Geralmente estará visível e
num local próximo ao Querente.

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Em Casas Sucedentes estará num lugar mais difícil de ser encontrado e levará um longo tempo até ser localizado.
Possivelmente o objeto não estará no interior do imóvel, encontrando-se numa distância razoável do Querente.

Nas Casas Cadentes estará muito distante do Consulente e será bastante difícil de ser encontrado. Levará um
tempo médio a ser encontrado.

Se o objeto perdido estiver num signo interceptado, é provável que esteja num compartimento fechado ou local
coberto, sendo mais difíceis suas chances de ser encontrado.

Em contato com o Nodo Sul, provavelmente o objeto caiu num buraco e jamais será localizado.

É interessante usar um pouco da imaginação quando estiver localizando um objeto perdido.

As Casas Astrológicas

Casa 1:
Qualquer local próximo ao Querente, o lugar mais freqüentado por ele, onde mantém as suas coisas. Muitas vezes
a entrada da casa, do escritório ou a própria casa/cidade onde reside. Ou com os avós. Direção leste.

Casa 2:
Onde guarda seu dinheiro: na carteira, pasta, bolsa. No carro. Na casa de um amigo (4ª da 11ª). Direção nordeste.

Casa 3:
Onde lê ou escreve, entre papéis, livros, jornais, revistas. No escritório, na livraria ou biblioteca. Em locais
associados à mídia, comunicação ou educação. Próximo ao telefone, TV ou computador. Na vizinhança, com os
irmãos ou primos. Direção nor-nordeste.

Casa 4:
Em casa, propriedade/terreno. Na ou sob a cama dos filhos. Na cozinha, lavanderia ou térreo. No jardim ou
quintal. Com o pai ou a pessoa mais velha da casa. Debaixo do chão. Direção norte.

Casa 5:
No quarto dos filhos, na sala de jogos ou recreação. Num bar, na balada, no bingo ou local de encontro. Direção
nor-noroeste.

Casa 6:
No local onde se encontra uma pessoa doente. Na clínica ou consultório médico. Com um empregado ou
funcionário. Com o seu animal de estimação. Na caixa de remédios. Na casa dos seus tios paternos (3ª da 4ª).
Direção noroeste.

Casa 7:
Local onde seu parceiro fica mais tempo ou você com ele. Com o sócio, com o ex. Com seu astrólogo, médico,
advogado. Na casa do seu pai (4ª da 4ª). Com seu sobrinho (5ª da 3ª). Com seu inquilino. Com seu colega ou
colega de trabalho. Com seu inimigo declarado. Direção oeste.

Casa 8:
No lixo ou próximo a locais de eliminação: banheiros, esgotos. Locais de pesquisa, laboratórios. O que você
procura está morto ou em locais associados à morte. Onde o outro guarda o dinheiro dele. No banco ou financeira.
Direção sudoeste.

Casa 9:
Locais associados com viagens, alturas, longas distâncias, em países estrangeiros. Igrejas, universidades,
templos religiosos. Com os netos (5ª da 5ª) ou parentes do seu parceiro. Direção sul-sudoeste.

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Casa 10:
No local de trabalho ou escritório, com seu chefe. Em local público. Com a mãe. No estabelecimento comercial ou
repartição pública. Direção sul.

Casa 11:
Com os amigos. Com o(a) enteado(a). Local em que o Querente gostaria de estar. Direção sudeste.

Casa 12:
Na ou sob a cama. Em locais de confinamento: hospitais, enfermarias, prisões, retiros. Em locais de retiro
espiritual ou meditação (isso seria a casa 9, mesmo em sendo uma clausura, mas é por vontade própria e não um
castigo, uma penalidade, imposição). Em locais escondidos ou misteriosos. Com um inimigo secreto. Locais sem
chance de acesso, impossibilitando ser encontrado. Direção sul-sudeste.

Os 4 Elementos nas Casas

Signos de Fogo:
Locais quentes ou próximos ao forno, fogão, chaminé, lareira.

Obs: Se o Significador estiver Combusto ou na Via Combusta, tem um significado similar, embora possa estar
melhor associado a chaminés, escapamentos veiculares ou escondido junto de um líquido perigoso. Em caso de
combustão o objeto será reencontrado em tempo real em que o planeta, seu significador, sair da combustão.

Signos de Ar:
Nos andares superiores, junto às árvores, no bosque, montanhas. Será encontrado em locais altos.

Signos de Terra:
Locais baixos ou enterrados no solo. Debaixo de pontes, viadutos ou atrás do muro.

Signos de Água:
Locais próximos à água: fontes, locais de banho, lagos, rios, oceanos, pântanos, charcos, locais úmidos, locais de
bebidas ou combustíveis líquidos.

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As Tradicionais Dignidades e Disposições Planetárias


Dignidade e Disposição
Os conceitos de Dignidade e Disposição são co-relacionados, na medida em que se referem à
habilidade de melhor funcionamento do planeta. A palavra “Dignidade” significa valoroso, honrado, e
excelente na qualidade. Se um planeta está localizado em um signo do zodíaco onde fica favorecido,
então este planeta tem dignidade.

Os Astrólogos Medievais e Renascentistas fizeram uma distinção entre Dignidades Essenciais e


Acidentais.
Dignidade Essencial diz respeito à posição do planeta no zodíaco. Por exemplo: Vênus tem dignidade
em Peixes porque ela tem exalação em Peixes, Mercúrio tem dignidade em Gêmeos porque Gêmeos é
um signo regido por Mercúrio.
A Dignidade Acidental é um resultado de circunstancias de um mapa em particular, por exemplo, a
posição por casa de um planeta, sua relação com os outros planetas em uma carta, e outros fatores.
Vênus na primeira casa, ou em trígono com Júpiter, são exemplos de dignidades acidentais, que diz não
diz respeito ao signo do planeta, mas realça o poder do planeta.

A Disposição descreve o poder que um planeta tem sobre outro lugar no mapa, como o Ascendente, ou
a Lua ou Parte da Fortuna ou mesmo o planeta em si. Por exemplo, Vênus é dispositora de minha Lua
em Libra, e Marte é o dispositor de minha Vênus em Áries.
Dispor significa colocar, arrumar coisas em ordem, ajustar. Alguns dispositores são melhores gerentes
que outros. Se Vênus for a dispositora de uma primeira casa em Libra e estiver em exílio em Áries ou
Escorpião, ela pode não ter muita capacidade de agir com eficácia. Se Ela estiver exaltada em Peixes,
ela pode ser uma pessoa que expresse características Venusianas.

Regentes de Domicílio

Regente tem mais uma função de organização, de ter responsabilidade sobre alguma coisa que de
domínio.

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Assim, o que hoje nós chamamos de Regente, na tradição antiga era chamado de Regente de
Domicílio, funciona como um Chefe de Operações, ou um Primeiro Ministro, mais que um rei.
De acordo com os gregos, os planetas não podem reger os signos porque o zodíaco é imutável e os
planetas mudam constantemente em suas órbitas. Entretanto, os planetas interagem com nosso mundo
de mudanças e o céu, imutável, não seria importante para nós não fosse pelos planetas. Por isso, para
eles, seria incorreto dizer que “Marte rege Áries”, ou que “Áries rege Marte”. O que seria correto é ver
onde está Marte no zodíaco para se saber como Áries se manifesta na carta, já que Marte tem domicílio
em Áries.
As Regências por Domicílio vieram do circulo do zodíaco da seguinte forma:
As luzes, o Sol e a Lua, estão fortes nos meses do verão do hemisfério norte, nos meses de Câncer e
Leão. Depois foram atribuídos os signos adjacentes para Mercúrio, isto é, Gêmeos e Virgem. Para
Vênus os próximos, Touro e Libra. Para Marte, Áries e Escorpião. Para Júpiter, Peixes e Sagitário e
finalmente para Saturno, Capricórnio e Aquário, se opondo ao Sol e à Lua.
Podemos notar uma relação interessante que existe entre os signos e os luminares. Touro faz sextil com
Câncer. Libra faz sextil com Leão. Ambos, Touro e Libra são associados à Vênus, assim o aspecto de
sextil tem uma qualidade de Vênus (é o benéfico menor).
Câncer faz quadratura com Áries e Leão faz quadratura com Escorpião. A quadratura tem uma
qualidade de Marte. Pelo mesmo método descobrimos que o trígono tem uma qualidade jupteriana e
que as oposições têm qualidade saturnina. Por isso os astrólogos tradicionais consideravam as
oposições muito mais difíceis que as quadraturas.
Dentro deste esquema, alguns planetas opõem-se a outros naturalmente: Sol e Lua se opõem a
Saturno; Mercúrio a Júpiter e Vênus se opõe a Marte. Dessas oposições encontramos as posições dos
planetas em detrimento: o Sol em Aquário, a Lua em Capricórnio, Vênus em Escorpião e Marte em
Touro. Quando um planeta está em detrimento, ele está em um signo cujo regente por domicílio é
incompatível com ele mesmo, ou seja, o planeta e o administrador do signo têm diferentes modos de
ser e acabam agindo de um jeito desordenado.

A Influência do Segmento Planetário nas Regências por Domicílio

Um mapa tem dois segmentos: o diurno e o noturno. Quando o Sol está acima do horizonte, a carta é
considerada de segmento diurno. Quando o sol está abaixo do horizonte, a carta é considerada de
segmento noturno.
Os signos zodiacais de elemento fogo e ar são considerados como tendo qualidades diurnas, e os
signos dos elementos terra e água são considerados como tendo qualidades noturnas.
Os planetas também podem ser diurnos ou noturnos. O Sol, Júpiter e Saturno são diurnos e a Lua,
Vênus e Marte são noturnos.

Fora o Sol e a Lua que tem um signo cada um, os outros planetas têm domicilio em dois signos, um que
é masculino ou diurno e outro que é feminino ou noturno. Acontece que os planetas têm preferência por
um dos signos que ele tem domicílio, por causa da compatibilidade com a qualidade diurna ou noturna
do signo. Por exemplo, Saturno prefere Aquário (signo diurno) a Capricórnio (signo noturno) porque ele
mesmo é um planeta diurno. Para Saturno, “o maléfico”, o segmento planetário é um fator de
compensação. Ele precisa da energia e da luz do dia para moderar seu estilo frio e seco.
Com relação a Marte, o outro maléfico, suporta um pouco de frio e de umidade, porque é um planeta
noturno. Por isso prefere Escorpião que é noturno a Áries, que é diurno. Em Escorpião Marte é menos
impulsivo e inclinado a desperdiçar menos energia. A questão do segmento planetário no caso de Marte
e de Saturno implica no fato de que para estes planetas trabalharem bem, precisam de um fator que
modere suas energias básicas, que tendem a tomar expressões extremas de si mesmos.
Júpiter prefere o diurno Sagitário ao noturno signo de Peixes, porque em Peixes ele é um pouco mais
subjugado e mais modesto.
Vênus, que tem maior inclinação noturna, prefere Touro a Libra.

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Mercúrio é indefinido, variável e adaptável. Pela lógica ele tem uma inclinação maior para ser mais
noturno que diurno, por ficar mais prático e pensa mais claramente no signo noturno de Virgem do que
no diurno signo de Gêmeos.

As Exaltações e Quedas

Um planeta em sua Exaltação é como um hóspede honrado, não precisa procurar o que quer, é
atendido e tem muita energia e confiança.
O planeta no signo oposto à Exaltação está em sua Queda e se sente desconfortável, como se
estivesse em uma festa em que não é bem recebido. A Exaltação e Queda ajudam a determinar a sorte
grande de um planeta ou seu infortúnio. Isto é Dignidade.

As origens das Exaltações planetárias são controversas, misteriosas e envolvem um sistema de


preferências dos planetas em determinados signos. Os astrólogos antigos destinavam graus específicos
para a Exaltação dos planetas. (ver tabela)
Ptolomeu, em seu Tetrabiblos, traz uma explicação interessante para as Exaltações.

As Exaltações dos planetas têm a seguinte explicação: quando o Sol está em Áries, está fazendo sua
translação para um semicírculo mais alto (norte) e em Libra está passando para o semicírculo mais
baixo (sul). Então, os antigos fizeram um encaixe atribuindo Áries ao Sol como sendo sua exaltação, já
que ali a duração do dia e o poder do calor de sua natureza começam a aumentar; em Libra ele tem sua
depressão pelas razões opostas.
Saturno novamente, pelo fato de ter uma posição oposta ao Sol, como também na questão das casas,
tem ao contrário Libra como sua exaltação e Áries como sua depressão. Porque onde o calor aumenta
o frio diminui, e onde este diminui o frio, ao contrário, aumenta.
Quando a Lua em sua fase nova deixa a conjunção com Áries, mostra sua primeira fase e começa a
aumentar em luz no signo de Touro, devido a isso este lhe foi atribuído como sua exaltação e o signo
diametralmente oposto sua depressão.
Júpiter produz os ventos fecundos do norte, alcança o cume do norte em Câncer e traz seu próprio
poder para a totalidade; assim, eles fizeram deste signo sua exaltação e Capricórnio sua depressão.
Marte, que por natureza é quente e seco, encontra afinidade no signo de Capricórnio, que o deixa mais
disciplinado e objetivo, sendo assim sua exaltação e Câncer sua depressão.
Vênus é úmida por natureza e aumenta mais ainda seu próprio poder em Peixes, onde o começo da
úmida primavera é indicado, tem sua exaltação em peixes, e sua depressão em Virgem.
Mercúrio é do ar, por contraste está naturalmente exaltado em Virgem, onde o outono seco se faz
presente e sua depressão está em Peixes.
As Exaltações têm uma linhagem diferente da Regência por Domicílio. Cada planeta tem apenas um
signo de exaltação. Como temos sete planetas e doze signos, alguns signos ficam sem exaltação na
astrologia tradicional: Gêmeos, Leão, Escorpião, Sagitário e Aquário.
Para os planetas diurnos – Sol, Júpiter, Saturno – cada Exaltação de planeta faz um trígono com o
domicílio do planeta. Por exemplo, a Exaltação de Júpiter, Câncer, faz trígono com seu domicílio em
Peixes.
Para os planetas noturnos - Lua, Vênus e Marte – existe um sextil entre domicílio e Exaltação.
Em geral os signos de domicílio têm mais familiaridade com os planetas que os signos de Exaltação.
Estes signos oferecem circunstâncias amigáveis, mas não repetem suas funções. As Exaltações são:
Sol em Áries; Vênus em Peixes; Marte em Capricórnio; Júpiter em Câncer; Saturno em Libra. Apenas
Mercúrio tem sua Exaltação e Domicílio no mesmo signo, em Virgem.

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Triplicidades e Regentes Planetários


Hoje em dia reconhecemos as Triplicidades como os signos zodiacais de mesmo elemento, mas isto
não foi sempre assim.
As Triplicidades devem ser determinadas pela combinação das dignidades de domicilio e exaltação e
em consideração ao segmento planetário.
Existem dois sistemas de triplicidades importantes: um usa três planetas; um para o dia, um para a noite
e um terceiro como participante. Este sistema foi muito usado na Renascença. O outro usa apenas dois
planetas, um para o dia e outro para a noite. Foi muito usado na época de William Lilly e é o mais
popular.
Para usar os regentes da triplicidade devemos saber se a carta é diurna ou noturna. Lembrando sempre
que carta diurna tem o Sol acima do horizonte e carta noturna tem o Sol abaixo do horizonte. E o
sistema segue conforme a tabela de Dignidades Essenciais em anexo.
Obs: no sistema de Dorotheus de Sidon, um importante astrólogo do mundo helenista, Vênus é o
regente da triplicidade para o dia dos signos de Água e Marte é o da noite. Ptolomeu estabelece Marte
como regente das triplicidades tanto do dia como da noite em cartas diurnas ou noturnas. O planeta
participante regente da triplicidade é a Lua, e assim temos os três planetas noturnos.

Usando as Triplicidades para Disposição

“Eu digo que tudo o que é decidido ou indicado o é a partir dos Regentes das Triplicidades, e
como para tudo o mais das aflições e desgostos que alcançam as pessoas do mundo e a
totalidade dos homens, os Regentes das triplicidades é que o decidem.”
Dorotheus de Sidon em Carmen Astrológicum.

Os astrólogos da era grega usavam muito mais os Regentes das Triplicidades do que os Regentes por
Domicilio. A utilização é feita da seguinte maneira:
- Organizar a ordem de prioridade e a seqüência das Regências das Triplicidades. Se você
nasceu de dia, com o Sol acima do horizonte, o planeta mais importantes é o diurno. Se você nasceu de
noite, comece com o regente noturno e o diurno seria o secundário em qualquer caso, o regente
participante da triplicidade é o terceiro na seqüência.
- Olhar todos os regentes das triplicidades de um planeta ou de uma casa de acordo com os
assuntos daquela casa.
- Olhar também para os dispositores dos regentes das triplicidades para ver como o regente
da triplicidade é sustentado. Se estes planetas estiverem predominantemente em casas fortes,
aspectados por planetas benéficos ou em dignidade, isto seria uma indicação positiva.
- Os três regentes das triplicidades também eram usados para dividir a vida de uma pessoa
em três fases. A primeira fase da vida naquela área é destinada à primeira Triplicidade, a segunda à
segunda, e a terceira à terceira, não se esquecendo que se a carta for noturna (sol abaixo do horizonte)
a primeira triplicidade é a da noite, a segunda a do dia e a terceira o planeta participante. Se a carta for
diurna a primeira é a do dia, a segunda a da noite e a terceira o planeta participante.
- As triplicidades também eram importantes para as delineações das casas. Esta é uma
doutrina árabe apresentada por Bonatti e consiste em utilizar os diferentes Regentes das triplicidades
de acordo com o assunto da casa. Por exemplo: para assuntos da 4 casa a primeira triplicidade se
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refere ao pai, a segunda às cidades e terras e a terceira ao final das coisas e prisões. Para assuntos da
6ª casa a primeira triplicidade se refere a doenças e enfermidades, a segunda a empregados e a
terceira ao valor desses empregados. Para assuntos de 9ª casa, a primeira triplicidade se refere a
longas viagens, a segunda à religião e a terceira à sabedoria, sonhos e “ciência das estrelas”. Para a
décima casa a primeira triplicidade se refere a promoções, a segunda à “voz de comando”, e a terceira
à sua durabilidade. Para a 11ª casa a primeira triplicidade se refere à fé em si, a segunda aos amigos e
a terceira ao valor desses amigos. Para a 12ª casa, a primeira triplicidade se refere aos inimigos, a
segunda aos duros labores e a terceira a animais e rebanhos.

Usando os Regentes das Triplicidades para a Dignidade de um Planeta


Os dois sistemas de triplicidades também eram utilizados para conferir dignidades aos planetas. Por
exemplo: a Lua em Virgem em um mapa noturno está em sua própria triplicidade e portanto tem alguma
dignidade, já que a Lua é o Regente da triplicidade noturna para o elemento terra. Marte em Peixes,
pela tabela de Ptolomeu e Lilly é o regente da triplicidade do elemento água par o dia e para a noite e
assim, tem alguma dignidade quando está neste signo.
Em alguns casos o planeta mais forte de um signo pode ser aquele que é o regente da triplicidade e da
exaltação. Saturno em Libra em um mapa diurno está em sua triplicidade e em sua exaltação. A Lua em
Touro em um mapa noturno também esta em sua triplicidade e exaltação.

Os Termos e As Faces

Por último temos outras duas categorias de dignidade que embora não tenha regência sobre o signo
inteiro tem regência sobre uma parte do signo.
Os Termos dividem um signo em cinco partes desiguais, cada uma atribuída a um dos cinco planetas
como regente. Um planeta em seu próprio Termo está realçado, acentuado. Os primeiros graus de cada
signo, fora Câncer e Leão, sempre são os Termos de um planeta que tem alguma dignidade naquele
signo. Os Termos dão uma valência positiva ou negativa para um planeta em particular. Um planeta no
Termo dos benéficos, Júpiter e Vênus, teriam uma carga positiva, enquanto um planeta no Termo de um
dos maléficos, Saturno ou Marte, teria uma carga negativa.
Os últimos graus de um signo são sempre regidos pelos Termos de Marte ou Saturno. Os astrólogos
clássicos também usavam os regentes dos Termos para prever a duração da vida ou para ter
informação do tipo físico de uma pessoa.
As Faces parecem estar fora de lugar neste sistema de dignidades. Sua origem é o sistema de horas
planetárias e dias planetários que foi uma parte crítica da prática astrológica antiga e medieval. A ordem
das horas planetárias segue a ordem plantaria dos caldeus, que vai dos planetas mais lentos para os
mais rápidos: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua e Saturno de novo. O nascer do Sol no
Sábado é o dia de Saturno e a hora de Saturno. A segunda posição é a hora de Júpiter, depois vem
Marte, Sol, Vênus e assim sucessivamente até o nascer do Sol do dia seguinte, Domingo, o dia do Sol,
a hora do sol. As Faces seguem a mesma ordem. O primeiro decanato de Áries é Marte, o segundo é o
Sol, o terceiro é Vênus; o primeiro decanato de Touro é Mercúrio, o segundo é a Lua e o terceiro é
Saturno e assim por diante.
Como as Faces dividem o signo em três partes de 10 graus, na Astrologia Moderna costuma-se usar
esta seqüência das Faces como se fosse a seqüência dos decanatos, mas esta é uma pequena
distorção do processo, pois a função das Faces não é a mesma função dos decanatos.

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Os regentes das Faces eram usados na astrologia helenística mas não eram considerados como uma
dignidade principal. Na Astrologia Medieval elas eram usadas como uma descrição da personalidade
através do regente da Face do Ascendente do nativo.

Planetas Peregrinos
Planeta peregrino é o planeta que não tem nenhuma dignidade essencial, ou seja não tem nenhuma
força extra, nada que o realce ou que venha em seu auxílio para fortalecê-lo. Na Astrologia Natal isto
não é um fator real de dificuldade, ou seja, não há nada que o ajude em termos de estado cósmico, mas
também nada que o atrapalhe. Mais difícil é um aspecto de quadratura ou um posicionamento ruim por
casa.

Um planeta peregrino pode ser ajudado se ele estiver se aplicando a um aspecto a um dos benéficos ou
a um planeta dignificado, como se o planeta dignificado ou o benéfico transferisse um pouco de sua
força para o planeta peregrino. A isto chamamos de Recepção. Outra forma do planeta peregrino
ganhar um pouco de força é quando o regente de seu dispositor está no signo do peregrino. A isto
chamamos de Mútua Recepção.
Com exceção da Astrologia Eletiva e Astrologia Horária, os planetas peregrinos não representam
maiores problemas.

Determinando o Dispositor Principal


Dispositor principal é o planeta responsável pelos assuntos de um planeta ou de uma casa.
Tenhamos em mente que não obrigatoriamente o regente de Domicílio seja o mais dignificado de um
signo, embora isto aconteça com muita freqüência.
O regente planetário é o que tem mais autoridade que os outro planetas em um determinado lugar do
zodíaco. Por exemplo: um MC a 9º de Câncer tem a Lua por Regente de Domícilio, Júpiter por
Exaltação, Triplicidade de Marte, Termo de Júpiter e Face de Vênus. E embora tendamos a ver a Lua
como Regente do MC, é Júpiter que tem a Exaltação e o Termo, portanto, é mais forte.
Os gregos consideravam o planeta com maior dignidade como Regente planetário, embora em outras
circunstancias usassem o Regente da Triplicidade e do Termo como Regentes de situações específicas.
O planeta que tem maior pontuação nas dignidades, é chamado de Almuten de um lugar específico, e
se o Almuten está em boas condições ele assume a função de Dispositor.

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Ângulos e Casas
Na Astrologia Natal as doze casas descrevem áreas diferentes da vida de uma pessoa. A 2ª casa é a
área das finanças e do dinheiro; a 10ª casa da carreira; a 11ª dos amigos.
Quando temos um planeta na 7ª casa ele interfere muito nas relações que a pessoa tem com os outros
e o regente da 7ª casa nos fala das relações em geral que a pessoa estabelece.
Na Astrologia Horária e Eletiva usamos as casas para encontrar os significadores de um determinado
assunto. Por exemplo: se quisermos investigar uma questão a respeito de crianças, o regente da 5ª
casa se torna significante.
Assim, as casas astrológicas ajudam a trazer a astrologia para a terra, oferecendo detalhes sobre a
vida.
Podemos notar que, na astrologia natal, planetas colocados na 1ª e 10ª casas agem com muita força,
especialmente se estão perto do Ascendente e do Meio do Céu. Na Astrologia Horária e Eletiva olhamos
a colocação dos planetas para ver se o significador do assunto está forte ou fraco por casa, já que sua
força determina o sucesso ou fracasso de um esforço.
Na Astrologia antiga as casas também funcionavam assim. Elas nos informam a respeito das áreas da
vida e a respeito do funcionamento dos planetas. A maior diferença entre a Astrologia antiga e a
Moderna está no sistema de casas utilizado para estabelecer as casas em si.
O termo “Casa” precisa ser esclarecido. Na antiguidade “casa” tinha o sentido de “habitação”, então,
uma casa astrológica só era compreendida como sendo a habitação de algum planeta. Por exemplo:
Leão é a habitação do Sol e Câncer a habitação da Lua. Um ser em sua habitação está em um contexto
que é familiar para ele e se sente adequado ali, é o seu lugar. O termo “casa”, como utilizamos hoje em
dia, tem muito a conotação de “lugar”, e um “lugar” não necessariamente está num contexto familiar.

Casas de Signos Inteiros


Quando olhamos um mapa hoje em dia, vemos o Ascendente como a cúspide da primeira casa e o
Meio do Céu como a cúspide da 10ª casa, mas esta fórmula de quadrantes para as casas não era
usada na Astrologia Antiga. Na época helenista, o sistema de casas predominante era o sistema de
casas de signo inteiro, onde o signo do Ascendente constituía a 1ª casa, em qualquer grua que tivesse
caído dentro dos 30° do signo. Assim, se um ascendente estivesse a 28° de Capricórnio, sua primeira
casa seria todo o signo de Capricórnio. Sua 6ª casa seria todo o signo de Gêmeos e a 10ª casa,
incluindo o grau do MC, seria Libra.
No sistema de casas de signo inteiros as linhas entre as casas eram muito nítidas. As casas de signo
inteiro são como os cômodos de uma casa, com fronteiras e funções específicas. Os signos
interceptados não aparecem neste sistema, mesmo em latitudes extremas.
O signo do Ascendente se refere a assuntos gerais da vida da pessoa. Para assuntos específicos ou
para verificar outras pessoas na vida de alguém, usa-se um planeta ou uma das Partes Árabes como 1ª
casa e se estabelece a ordem do zodíaco como casas subseqüentes. Por exemplo: se a Parte da
Fortuna está em Escorpião, então Sagitário se torna a 2ª casa, Capricórnio a 3ª e assim por diante.
Usar a Parte da Fortuna como início das casas nos confere informações a respeito de prosperidade e
sucesso.
Outras fontes mencionam o uso do signo do Sol como referência para descrever detalhes a respeito do
pai da pessoa.
Para os gregos os planetas faziam aspectos de signo para signo, independente das orbes dos
aspectos, como ainda fazemos ao descrever uma quadratura entre Leão e Escorpião. Isto não significa
que o sistema antigo fosse mais simplista ou menos elaborado do que se aceita hoje como usual,
apenas nos confere uma compreensão mis clara da realidade. Os gregos tinham uma abordagem dos
signos e dos graus não como um método de medida para subdivisões, mas sim como princípios básicos
da natureza.

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As Casas como Indicadores das Forças Planetárias


As casas que fortalecem os planetas que estão localizados nela são consideradas “lugares vantajosos
ou auspiciosos” e os permitem funcionarem de maneira satisfatória. Por outro lado, os planetas que não
estão em lugares vantajosos tendem a ser ineficazes e inativos na execução de seus propósitos.
Existem dois critérios principais para se estabelecer quais são os lugares vantajosos e os
desvantajosos.
O primeiro critério é o conhecido assunto de casas angulares, sucedentes e cadentes e o segundo
deriva dos aspectos que uma casa faz com o Ascendente. Por analogia este assunto se refere ao
famoso ditado “A coisa certa no lugar certo”. Então quando temos um planeta dignificado em uma casa
que o enfraquece estamos lidando com a coisa certa no lugar errado, como uma canoa no sertão
nordestino.
Um planeta que rege uma casa ou um lugar tem que lidar, que negociar, com aquela casa ou lugar. O
dispositor de um planeta em uma casa forte pode fortalecer um planeta que esteja em uma casa fraca.
Um planeta pode estar em uma casa desfavorável, como a 6ª casa, e ter uma ocupação em um lugar
favorável, como o Ascendente: é o que diríamos no caso do “regente do Ascendente na 6ª casa”. É o
regente de uma casa forte em um lugar difícil. Neste caso ele não tem muito a oferecer para a 1ª casa.
É como tentar comprar uma casa sem ter o dinheiro suficiente para tanto.
Os planetas localizados em casas difíceis podem não ser capazes de serem eficientes no sentido
prático da vida, mas podem ser importantes para a evolução espiritual do nativo.

Pivôs, Pós Ascensão e Declínios


O máximo em eficiência com relação às casas é o que chamamos de angularidade.
Hoje nós usamos o termo “cardinal” para os signos de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio, mas os
antigos usavam este termo para as casas angulares: 1ª, 4ª, 7ª e 10ª.
A palavra “cardinal” vem do latim, “cardo”, que significa o eixo, a dobradiça de uma porta que lhe
permite a articulação. Na literatura astrológica antiga, as referências ao conceito de “eixos”,“pivôs” e
“centros” são inúmeras, pela importância que se deve dar às casas angulares, conhecidas como
“pontos pivotantes”. Isto porque, em algum momento, a delineação astrológica foi análoga ao ritual
formal, estabelecendo as direções do leste, sul, oeste e norte, fundamentais para as referências de
localizações geográficas.
O que nós chamamos de casas sucedentes, 2ª, 5ª, 8ª e 11ª casas são as casas pós-ascendentes e elas
têm uma qualidade neutra. As casas cadentes, 3ª, 6ª, 9ª e 12ª são as casas de declínio, significando
uma queda ou degeneração. As casas cadentes por si sós não conseguem oferecer uma circunstância
adequada para o florescimento dos planetas que a habitam.

Aspectos ao Signo Ascendente


Podemos determinar o quanto uma casa é vantajosa a partir de sua relação com o signo do Ascendente
ou da 1ª casa. A casa 11 é um bom lugar porque ela faz um sextil ao Ascendente. Embora a 9ª casa
seja uma casa sucedente ela é melhor que a 8ª casa, porque faz um trígono com o Ascendente
enquanto que a 8ª não tem conexão com o Ascendente.
As casas abaixo do horizonte também conferem circunstâncias de força ou de fraqueza. A 3ª casa
embora cadente, faz sextil ao Ascendente e a 5ª faz um trígono, ambas são positivas. As casas 6 e 12
além de cadentes, não têm relação de aspecto com o Ascendente, e por isso são lugares muito difíceis.
A 2ª casa é uma exceção, porque ela é o signo que segue o todo poderoso Ascendente. Paulus do 4°

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século, diz que um planeta colocado na 6ª casa é muito mais forte se seu regente estiver na 10ª casa.
Isto porque a 10ª casa faz um trígono com a 6ª.
Um planeta na casa 12 fica mais forte se o regente da 12 estiver na 10ª casa, porque a casa 12 faz um
sextil natural com a 10ª casa. Planetas em casa angulares são produtivos em si mesmos e dão
sustentação para a casa que regem.

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Definições das Casas na Astrologia Antiga e Moderna


Desde os séculos 11 e 12 nossas definições das casas mudaram muito pouco. O que muda é a
comparação com as idéias helenísticas das casas.
Os Astrólogos antigos usavam uma seqüência de casas no sentido horário, contrário à direção do
zodíaco para descrever as idades da vida. Os pontos principais eram as casas angulares. A 1ª casa é o
primeiro período da vida; a 10ª o auge da vida; a 7ª a velhice e o IC – ponto pivotante subterrâneo, a 4ª
casa – a morte e sua conseqüência. As técnicas de prognósticos modernas, tais como trânsitos,
progressões secundárias e o sistema Huber, caminha no outro sentido, anti-horário, no sentido dos
signos.
Um ponto em comum nos sistemas antigo e medieval é que alguns planetas se sentem felizes em
casas específicas, ponto que ficou obscuro a partir do momento em que se fez a conexão de Áries e
Marte com a 1ª casa, Vênus e Touro com a 2ª e assim por diante.
Devemos nos lembrar que as casas da satisfação dos planetas diurnos - Sol, Júpiter e Saturno – estão
acima do horizonte e que as dos planetas noturnos – Lua, Vênus, e Marte – estão abaixo do horizonte.
Apenas Mercúrio está no meio.

1ª Casa – esta é a casa que mudou menos de conceito ao longo do tempo. A primeira casa diz respeito
à vida, às energias da vida e ao temperamento e psicologia do nativo (ou do inquiridor, na horária).O
Ascendente também é a primeira infância, porque é onde o Sol nasce de manhã para começar o dia. O
Ascendente representa principalmente assuntos concernentes ao corpo: a vitalidade física do nativo e
sua longevidade. Mercúrio regozija-se nesta casa. As autoridades antigas achariam inacreditável saber
que os futuros astrólogos iriam correlacionar a importante 1ª casa com um planeta extremista e
destrutivo como Marte.

2ª Casa – Esta casa também fala sobre a vida, já que trata do custo de vida e do sustento. Como faz
trígono com a 10ª casa, ajuda nas determinações vocacionais. É chamada de “Portão de Hades”, já que
segue a 1ª casa e está no subsolo, abaixo do horizonte. Os benéficos ou maléficos nesta casa ajudam
ou ferem na aquisição de bens móveis. A casa 2, como suporte material da casa 1, é uma definição
tanto antiga quanto moderna.

3ª Casa – Tanto nos tempos antigos quanto atuais, esta casa diz respeito à consangüinidade e
vizinhança. A 3ª casa também é a casa dos viajantes, por causa de sua oposição à 9ª. Nos tempos
antigos, a 3ª casa era o “Declínio dos Deuses” (cadente, mas em sextil com o Ascendente) e a casa das
“Deusas da Lua”. A 3ª casa conecta as seitas religiosas, especialmente as femininas, de acordo com
Vetius Valens.

“E se a estrela de Hermes estiver presente com a Lua no local das Deusas e tiver autoridade sobre a
Parte da Fortuna, o nativo vai falar do futuro para todo mundo e participar dos mistérios dos Deuses”.

A 3ª casa pode ser de interesse para aqueles que seguem caminhos religiosos pouco convencionais,
especialmente aqueles que enfatizam a natureza e o feminino. A Lua – não Mercúrio – se alegra nesta
casa.

4ª Casa – De acordo com Firmicus “esta casa nos mostra o patrimônio familiar, posses e bens
familiares; qualquer coisa que pertença a valores ocultos e recuperados”. A 4ª casa é o lugar mais
profundo. É também o pai, a linhagem da família e a herança que vem através do pai (geralmente o Sol
e a Parte da Fortuna davam informações pessoais a respeito do pai do nativo.) Hoje em dia, usamos a
4ª casa para a herança total da família – material, cultura e emocional.
Na astrologia grega a 4ª casa também significava o fim da vida e as conseqüências da pós-morte da
pessoa. Na Astrologia Tradicional, Horária e Eletiva podemos encontrar o resultado do assunto
investigado a partir da 4ª casa e de seu regente.
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5ª Casa – Esta é a casa da “boa fortuna” e Vênus encontra-se em sua alegria. Todas as autoridades
antigas e modernas usam esta casa para descrever crianças. Apesar dela ser a alegria de Vênus, os
prazeres e divertimentos sensuais só foram enfatizados e relacionados com esta casa recentemente.
Não há menção, em lugar algum, de relações entre esta casa e criatividade pelos antigos.

6ª Casa - Esta é a casa da “má fortuna”, pois lida com doenças, injúrias e sofrimentos. Como esta casa
não faz aspecto com o Ascendente, encontra-se em aversão a este. A doença obstrui a vitalidade da 1ª
casa e a associação da 6ª casa com o trabalho vem de seu trígono com o Meio do Céu. Como a 6ª casa
é cadente, ela não traz conclusões e resultados, mas sobrecarga (Al-Biruni) e escravidão (Paulus).
Nos tempos antigos a 6ª casa, não a 7ª, descreviam os inimigos e contenções. Isto é similar à 6ª casa
da Astrologia Védica.
Marte tem sua alegria nesta casa e existem três possibilidades para isto: o fato de ser uma casa
cadente pode levar Marte a ficar mais arrazoado; as dificuldades podem levar Marte a se tornar
resignado; ou, seguindo a delineação Hindu, pode se defender de seus inimigos.

7ª Casa – Todas as autoridades antigas e modernas usam a 7ª casa para descrever o casamento e o
parceiro do casamento. Embora seja uma casa angular, a 7ª casa pode ser de dificuldades, porque ela
se opõe ao signo do Ascendente. Como a 7ª casa é o lugar do “poente”, já que o Sol e os planetas se
põem diariamente sob o Descendente, esta casa também diz respeito à velhice do nativo. Pelo fato das
luzes irem embora no poente, Paulus e Valens encontravam nela significadores mais para a morte do
que para os inimigos. Para Al-Biruni e Bonatti (e para nós astrólogos modernos), a 7ª casa diz respeito a
contensões e contestações. Júpiter em mapa diurno na casa 7, de acordo com Firmicus, indica riqueza
e velhice feliz.

8ª Casa – Como na 6ª casa, esta não faz aspectos com o Ascendente. Isto é uma aversão à 1ª casa e
assim é considerada uma casa maléfica. A morte é contrária à vitalidade da 1ª casa e todas as
autoridades usam a 8ª casa como significador da morte. A Lua vai bem nesta casa apenas em mapas
noturnos (Firmicus) ou quando é uma Lua crescente (Paulus). A 8ª casa também significa heranças e
segundo Paulus “este lugar é estabelecido como disfunção e quando os benéficos passam por ali, o
fazem por lucros através da morte, porque geram heranças e mostram quem ganha através de motivos
mórbidos.”

9ª Casa – Esta é a casa de Deus ou da religião aceita. De acordo com Valens, se o regente da Parte da
Fortuna ou do Ascendente estiver na 9ª casa, “a criança será abençoada, um profeta do grande e bom
Deus, e será escutada como a um Deus.” As viagens sempre foram uma atividade desta casa. Tanto
Firmicus quanto Paulus associam a 9ª casa com os sonhos, o que continua até hoje. O Sol tem sua
alegria aqui.

10ª Casa – Esta é a casa do objetivo da pessoa na vida. A casa 10 cobre uma vasta área: trabalho,
reputação, profissão e expressão criativa. As questões desta casa – planetas dentro dela, a condição do
planeta regente da casa – descrevem as principais atividades da vida e o grau de sucesso. É a casa
que representa o momento mais produtivo do nativo. Na literatura grega não se encontra referencias
feitas à 10ª casa como sendo o chefe de alguém. Tematicamente a 10ª casa está mais para o Sol do
que para Saturno.

11ª Casa – Esta é a casa do bom espírito ou da boa divindade e carrega as definições usuais de amigos
e expectativas, mesmo que com o significado mundano de fama e fortuna. Esta casa contém uma
surpresa, encontrada em Vettius Vallens:

“O 11° lugar, a partir da Parte da Fortuna, é um lugar aquisitivo, um armazém de pertences e bens, e
especialmente quando os benéficos estão sobre ele ou dando seu testemunho”.

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Já que a casa 11 é a pós-ascensão da casa 10 e faz um sextil com o Ascendente, acredita-se que ela
seja mais um lugar afortunado. Robert Hand comenta que se a casa dois é o dinheiro que você tem, a
11 seria o dinheiro que você consegue fazer. Não é surpresa alguma que Júpiter se alegre nesta casa e
que todas as suas delineações nesta casa ressaltem a eminência e glória do nativo. Observe que a
casa do bom espírito, com a afinidade de Júpiter, é oposta à casa da boa fortuna, com sua afinidade em
Vênus.

12ª Casa – A 12ª casa é do mau espírito, trazendo dissabor e sofrimento para as questões de qualquer
planeta que esteja ali localizado, com exceção de Saturno, que se alegra nesta casa.
D acordo com Firmicus, a 12ª casa fala dos inimigos ocultos, escravidão, defeitos e doenças. Da
astrologia medieval é que vem a idéia mais específica de confinamento. A 12ª casa, cadente e sem
conexão com o Ascendente, é um lugar de muitas dificuldades.

O Uso Tradicional dos Aspectos


Na Astrologia Clássica procura-se o planeta que represente o tema de interesse e a investigação é
calcada nas relações – nos aspectos - deste significador com os benéficos ou com os maléficos. Sol,
Lua e Mercúrio não são muito considerados neste caso por serem neutros, nem benéficos e nem
maléficos.
Na Astrologia Helenística seguia-se o método de Ptolomeu, com todas as suas regras e aforismos,
sendo que a natureza dos planetas em aspecto conferia maiores informações a respeito do assunto.
Os astrólogos medievais enfatizavam outras possibilidades. Um planeta rápido em aspecto aplicativo a
um planeta mais lento, enfatizava uma tendência para o planeta ou para a carta em si. Embora este
pensamento também ocorra na Astrologia Helenística, os astrólogos medievais desenvolveram muito
mais esta idéia.
Na doutrina tradicional dos aspectos, as conjunções do Sol não são como as conjunções com os
demais planetas. Nesta doutrina, um planeta distante até 8° do Sol é considerado combusto, entre 8° e
15° o planeta é considerado Sob os Raios do Sol, e portanto, debilitado.

Signos e Graus inteiros


A tradição helenística dos aspectos é muito simples: signo a signo e grau a grau. Não há, nesta
tradição, as orbes dos aspectos.
Na tradição antiga, Marte a 1° de Virgem faz um trígono com Vênus a 24° de Touro, não uma
quadratura de 7° de orbe. Na tradição antiga não existe resposta para aspectos fora de signo, eles são
impossíveis.
Aspectos em que ambos os planetas estão no mesmo grau dos signos que ocupam são muito fortes.
Neste conceito, um planeta a 00°59’ de Áries e outro a 01°01’ de Touro não estão no mesmo grau. Hoje
em dia é muito comum chamar “aspecto partil” para denotar um aspecto dentro do mesmo grau de seus
respectivos signos.
Olhamos para as linhas de divisão de uma forma flexível, como as linhas que dividem um estado do
outro. Sabemos que atravessamos a fronteira pela placa de boas vindas, mas a paisagem continua a
mesma. Os antigos viam estas divisões de forma diferente, como a divisão dos cômodos de uma casa,
onde cada espaço tem sua integridade e função natural. Para eles, as casas e signos do mapa natal
também eram assim.
Para os antigos, a unidade de medida não é uma simples linguagem usada entre as pessoas
encarregadas das medições, mas uma realidade objetiva. Esta diferença trouxe conseqüências
profundas para a história do pensamento e da ciência do mundo ocidental. Para nós astrólogos, ela é
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responsável por mudanças básicas em nossas tradições astrológicas, o que incluiria os aspectos fora
de signo, o uso dos aspectos menores e a moderna teoria das Harmônicas.
Até mesmo a investigação das casas é feita através dos aspectos que esta fazem com o Ascendente,
quer sejam derivadas do próprio ascendente, quer o sejam da Parte da Fortuna ou de qualquer outro
planeta, particularmente do Sol e da Lua. Lembremo-nos também de que planetas em signos angulares
ao signo da Parte da Fortuna ou de qualquer outro planeta, são criticamente importantes e podem
pressagiar o bem ou o mal para o nativo. Na época atual, falamos com muita freqüência a respeito do
poder das casas angulares e do dinamismo e força das quadraturas em uma carta natal, sem nos
darmos conta de que estas idéias são provenientes do tempo em que as quadraturas e a angularidade
estavam co-relacionadas.

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Outra diferença importante entre as tradições helenística e moderna é o trabalho com os trânsitos. Para
os gregos os trânsitos eram um “ingresso. Quando um planeta se move em direção a um signo, seja
Marte em Sagitário ou Netuno em Aquário, é como se o planeta entrasse em uma sala e afetasse todos
os habitantes desta sala, até que tivesse ido embora. Hoje, olhamos o planeta em trânsito se aplicar, se
tornar exato e se separar de um determinado ponto. Os gregos olhavam o ingresso no signo e sua
partida, bem como os graus dos ingressos e das partidas das casas por onde o trânsito acontecia.

Os Aspectos Ptolomaicos
Os aspectos maiores são os mais conhecidos na história da Astrologia e foram apresentados por
Ptolomeu: conjunção, sextil, trígono, quadratura e oposição.
A tradição antiga usa uma linguagem diferente para as conjunções “corporais” e para os aspectos.
Quando os planetas estão no mesmo signo eles estão “um com o outro”, e quando eles estão em
signos em que fazem aspectos eles “testemunham”, “atestam”, “examinam”, “encaram” ou “lançam
raios” uns aos outros. Quando estão no mesmo signo ele parecem se misturar; quando eles fazem
aspectos, um percebe ou dá testemunho do outro.

A Geometria do Círculo
Considerando-se a criatividade e capacidade de inovação dos tempos modernos, e o longo percurso
histórico da arte astrológica, é surpreendente que os mesmos conjuntos de aspectos tenham
sobrevivido por tantos séculos.
Ptolomeu e outros relacionam os aspectos à geometria do círculo.
A tradição helenística usa uma linguagem para descrever os aspectos que tem sua origem na
geometria: a oposição é o diâmetro, o trígono o triangulo, o sextil o hexágono. No Tetrabiblos, as
descrições de Ptolomeu começam com o diâmetro cuja relação é natural porque “ela causa encontros
em uma linha reta”. Se pegarmos dois ângulos retos, a partir daquela linha teremos uma quadratura.
Se dividirmos a metade do circulo em terços, temos o sextil. Se tomarmos o círculo inteiro, encontramos
divisões por dois de oposições e quadraturas, e divisões por três de trígonos e sextis.

Significado dos Aspectos


De acordo com Ptolomeu e Paulus Alexandrinus os trígonos e os sextis são harmoniosos porque eles
são aspectos de planetas que estão ou em signos femininos (terra e água para os modernos) ou
masculinos (fogo e ar). As quadraturas entre planetas estão em signos que também estão em
quadratura e que colocam os planetas em signos masculinos contra signos femininos. As oposições,
contudo, são entre signos que masculinos ou femininos, mas que por estarem de lados opostos de um
círculo, a oposição cria um abismo entre os planetas que seriam compatíveis se não estivessem um
contra o outro.
Como vimos anteriormente, os sextis são da natureza de Vênus, portanto são bons e agradáveis. As
quadraturas são da natureza de Marte, difíceis, desgastantes e desagradáveis. Os trígonos são da
natureza de Júpiter e oferecem abundância, oportunidade e boa fortuna. As oposições são da natureza
de Saturno e representam bloqueios, opressões e decadência.

A Astrologia Clássica credita maior dificuldade às oposições que às quadraturas.


Esta lógica não inclui o semi-sextil, que relacionaria Câncer com Gêmeos e Leão com Virgem, ambos o
domicílio de Mercúrio. Como Mercúrio não é benéfico e nem maléfico, não cai na mesma categoria dos
outros quatro planetas e assume a natureza do planeta com quem faz aspecto.
A perspectiva de Ptolomeu dos aspectos harmoniosos ou difíceis não era uniforme, mas como
apresentou uma doutrina de uma forma sistemática, as gerações seguintes usaram-no como referência.
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Para Vetius Vallens, um importante contemporâneo de Ptolomeu, a natureza do planeta que faz aspecto
como benéfico ou maléfico era mais importante que o aspecto em si. Um trígono de Marte ou Saturno
poderia criar problemas para o significador. Seria melhor que estes planetas estivessem em signos de
aversão e não aspectassem um significador de forma alguma.
Nenhuma das Anteriores – As Aversões
Muitos astrólogos modernos usam o aspecto chamado quincúncio – 150° ou cinco signos – para
denotar frustração ou irritação. Signos em quincúncio, como Virgem e Aquário, ou Sagitário e Câncer
são diferentes em qualidade e gênero, em elemento e modo. Embora signos em semi-sextil – signos ao
lado um do outro – tenham as mesmas diferenças os astrólogos modernos os utilizam muito menos.
Contudo, poderíamos chamar a ambos de “inconjuntos” já que eles absolutamente não são aspectos
pela perspectiva antiga.
De acordo com a Astrologia Clássica, dois planetas que não se conectam por modo ou gênero são
avessos um ao outro: aversão não é um aspecto mas um “fora de propósito”. Se os termos gregos para
aspecto são termos que denotam ver e perceber, signos que são avessos são signos que não se vêem,
que viram as costas uns para os outros. Ptolomeu os chama de “desconexos” e “alienados”. Mas isto
não é para ser um problema, pois se na aversão Júpiter e Mercúrio não podem ajudar, Saturno também
não pode causar nenhum mal.
O problema ocorre se o regente de uma casa está em um signo em aversão àquela casa que o planeta
rege: quando há uma emergência, ninguém encontra o chefe.

Exceções para os Signos em Aversão


Ao trabalharmos com a Astrologia Clássica, freqüentemente lemos a respeito de técnicas que não
vemos em uso. Paulus, Ptolomeu, Hephaísto e Firmicus Maternus discutem signos em aversão que,
contudo, têm familiaridade uns com os outros. Firmicus nos dá um exemplo estranho usando signos em
uma relação de antíscia. Valens não usa esta referencia.
Uma familiaridade entre signos é quando eles partilham o mesmo regente. Áries e Escorpião, assim
como Touro e Libra não formam aspectos ptolomaicos entre si, porém dividem os mesmos regentes.
Outro par de signos em aversão que partilham o mesmo regente é formado por Capricórnio e Aquário,
que têm Saturno por regente.

A outra exceção se refere à antíscia, que significa “ter luz igual”. Antíscia são pontos simétricos aos
pontos dos solstícios 0° de Câncer e 0° de Capricórnio, e se referem ao tempo durante o qual um grau
do zodíaco está acima do horizonte. No hemisfério norte, o ponto 0° de Câncer é o ponto do zodíaco
mais ao Norte, e está acima do horizonte a maior parte do dia; 0° de Capricórnio fica acima do horizonte
menos tempo. Isto é ao contrário no hemisfério Sul, onde Capricórnio fica acima do horizonte mais
tempo. Em qualquer hemisfério, 1° de Gêmeos e 29° de Câncer estão 29 graus distantes do ponto 0° de
Câncer e 151 graus distantes do ponto 0° de Capricórnio. Eles têm a mesma luz, isto é, eles ficam a
mesma quantidade de tempo acima (ou abaixo) do horizonte. Os signos que têm luz igual são: Gêmeos
e Câncer, Touro e Leão, Áries e Virgem, Peixes e Libra, Aquário e Escorpião e Capricórnio e Sagitário.
Isto significa que os signos em semi-sextil ou quincúncio agora têm pelo menos uma pequena
inclinação de reconhecimento uns com os outros.
A terceira exceção se refere ao tempo de ascensão dos signos no horizonte. Sabemos que alguns
signos têm ascensão longa e outros, curta. Isto significa que quando progredimos o Ascendente, vemos
que alguns signos caminham mais rápido que outros. Os tempos de ascensão são mais parecidos perto
do equador e mais extremos perto dos pólos. Os signos que têm ascensões iguais são: Áries e Peixes,
touro e Aquário, Gêmeos e Capricórnio, Câncer e Sagitário e Virgem e Libra. Com isto, Áries e Peixes,
Gêmeos e Capricórnio, Câncer e Sagitário e Virgem e Libra não são mais avessos uns aos outros.
Estas relações, estabelecidas mais por graus que por signos, nós as chamamos de contra-antíscia.

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A Questão que permanece é: estas exceções são suficientes para anular os efeitos das aversões?

Da Era Helenística para a Medieval.


Na Era Medieval encontramos novas idéias a respeito dos aspectos. Começa a existir um processo
mais uniforme e sistemático.
Os aspectos carregam as mesmas funções que na Era Helenística. Na astrologia natal, horária e eletiva
um planeta pode fortalecer ou enfraquecer um significador. Um planeta que aspecta um significador o
modifica de acordo com sua natureza essencial. Apenas hoje em dia nós observamos todos os
aspectos entre todos os planetas.
Os astrólogos medievais começavam por separar as relações entre planetas “bons” e “maus” e entre
aspectos “bons” e “maus”, (o que hoje em dia nós chamamos de fáceis e difíceis). Marte e Saturno
causam menor dificuldade quando fazem aspecto em trígono ou em sextil, do que quando fazem
aspectos de quadratura ou oposição. Os maléficos causam menos dificuldades quando estão em seus
signos de dignidade do que em seus signos de debilidade.
Um trígono ou sextil de Vênus ou de Júpiter é maravilhoso, mas o benefício diminui se o aspecto for de
quadratura ou oposição; se estiver em signo de debilidade; ou se estiver em uma casa cadente,
especialmente a 6ª ou a 12ª casas.

Orbes dos Planetas, Orbes dos Aspectos.


Usamos a palavra “orbe” para descrever a distância que dois planetas estão de um aspecto exato e
para estabelecer a distância máxima para que haja aspecto entre dois planetas. Quanto mais próximos
estiverem, mais forte o contato entre eles.
Antigamente orbe não tratava de aspectos, mas de esferas de influencias planetárias.
De acordo com Al-Biruni o Sol tem um orbe de 15°, a Lua 12°, Mercúrio e Vênus 7°, Marte 8°, Júpiter e
Saturno 9°. Outros autores citam números de orbes ligeiramente diferentes. Cada planeta tem ao redor
de si uma esfera de luz de tamanho particular, e o tamanho de sua orbe depende da quantidade de luz
destes corpos. Quando dois planetas estão suficientemente perto uns dos outros, corporalmente ou por
raios de aspectos, eles sustentam uma ao outro dentro da média de seus orbes, isto é, cada planeta
contribui com a metade de seu orbe para o aspecto. Os astrólogos chamam estes aspectos “platic”,
que são diferentes dos aspectos “partil” que diz respeito ao grau.

Os orbes planetários parecem estar baseados nos “arcos de visão” de um planeta e podem estar
relacionados à “combustão”. “Arco de visão” significa quanto um planeta precisa estar distante do Sol
para ficar visível para o olho. “Combustão”, estabelecida como 8 graus, ocorre quando o planeta está
tão perto do Sol que chamusca ou queima a influencia do planeta. A distância mínima para que qualquer
planeta fique fora do alcance dos raios do Sol é de 15 graus. A Lua se torna visível quando fica a 12
graus de distancia do Sol. Podemos observar que os planetas têm orbes em torno de 8 graus que é o
limite da combustão.
O Ascendente, MC e Parte da Fortuna são pontos sensíveis que não possuem orbes. Em uma análise
de temperamentos tradicional se usa apenas aspetos exatos com o Ascendente. Por outro lado, um

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planeta pode fazer contato com estes pontos sensíveis com a metade de seu orbe. Assim Saturno
poderia fazer aspecto ao Ascendente, MC ou Parte da Fortuna com 4.5 graus de distancia.
Para calcular a distancia máxima de um planeta clássico a um ponto não visível, use a metade do orbe
do planeta clássico.

Aplicativo e Separativo
Os fatores aplicativos e separativos fazem parte da astrologia contemporânea e são utilizados por
astrólogos de Horária e Eletiva. Os astrólogos Medievais também usavam estes fatores na astrologia
natal. A utilização destes fatores promove uma imagem mais dinâmica do mapa natal e uma
compreensão mais clara de como os planetas se movem através do fluxo de tempo.
Um planeta mais rápido se separa de um planeta mais lento, e quando o planeta mais rápido está
dentro do orbe de aspecto do próximo planeta, ele “se aplica” àquele planeta até que o aspecto fique
perfeito, aí ele “se separa” do planeta mais lento até “se aplicar” ao próximo planeta.
Nesta seqüência de movimentos podemos observar uma correlação com a tradição Helenística de
“estar com” – quando um planeta está no mesmo signo que outro, de “examinar” quando o planeta está
em aspecto e de “olhar para frente” ou “lançar raios” ao outro planeta.
Na astrologia Horária e eletiva, um aspecto separativo entre significadores pertence à eventos do
passado e um aspecto aplicativo nos informa do que está por vir. Por toda a Tradição Medieval o
próximo planeta que qualquer planeta for aspectar é mais importante que qualquer outro aspecto que
aquele planeta faça.
Se quisermos saber como o nativo vai se relacionar com os pais, parceiro, autoridade, ou realeza, e se
o planeta significador desta questão está se aplicando ao regente do Ascendente, ou o regente do
Ascendente está se aplicando àquele planeta significador, isto mostra um relacionamento harmonioso.
Se a aplicação for por trígono, a relação é melhor, e se houver uma recepção é espetacular. Se
quisermos encontrar o “significador das maneiras”, e não há planetas na primeira casa, vamos para o
planeta em que ambos, Mercúrio e Lua se aplicam, se houver algum. Se não houver, olhamos para o
tipo de aspecto para a Lua ou para Mercúrio. O próximo planeta clássico a que a Lua se aplica é um
planeta muito importante, de acordo com a tradição astrológica.
Em uma carta natal a Lua pode juntar o planeta precedente e o próximo planeta mesmo que eles não
façam aspecto entre si diretamente. Se a Lua em Libra se separa de um planeta em Câncer e se aplica
por sextil a um planeta em Sagitário, Ela junta os dois planetas. A Lua “traslada”, “transfere” a luz (ou
virtude, ou natureza) do planeta de Câncer para o planeta de Sagitário.
Existe um outro tipo de “coleta de luz”. Dois planetas, que não fazem aspecto entre si, fazem aspecto a
um terceiro planeta, mais lento. Com isto os dois se conectam. O terceiro planeta, mais lento, “coleta a
luz” dos outros dois e através desta coleta os une. Então, usando o exemplo anterior, se um planeta
lento está em libra, os planetas em Câncer e Sagitário poderiam se aplicar a ele, de tal forma que se
juntassem.
Como todos os planetas clássicos podem se juntar a outros planetas, devemos tomar cuidado ao
estabelecer que está se aplicando a quem, quais aspectos se tornam “perfeitos’, porque as estrelas
planetárias têm velocidades diferentes e todos os planetas se movem facilmente de um signo a outro. É
necessário uma efemérides para se ter certeza a respeito de quantos aspectos aplicativos acontecem
em um mapa.
Um planeta lento pode entrar no próximo signo antes que o planeta rápido conclua seu aspecto, e no
outro signo outro planeta se junta ao planeta lento, ou o planeta lento se aplica a um planeta ainda mais
lento. Isto se chama “Frustração”. Um planeta pode ser “abster-se” de concluir um aspecto a outro: o
planeta mais rápido se aplica ao mais lento, mas aí fica retrogrado e volta. Uma outra possibilidade é
quando um planeta (A) está para se aplicar a um mais lento (B) mas o mais lento (B) se aplica primeiro
a um terceiro planeta (C) ainda mais lento que o segundo (B). A isto se chama “corte de luz” ou
“ocultação de luz”. Os astrólogos podem relacionar estas ocorrências planetárias a situações
específicas na vida e às condições gerais do nativo.
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Para o outro tipo de circunstância chamada “proibição” vamos dar um exemplo: Saturno está a 8° de
Touro. Vênus que está a 3° de Leão se separa por sextil de Urano a 2° de Libra. Mercúrio está a 5° de
Libra e Júpiter a 8° de Libra. Antes que Vênus se aplique a Mercúrio ele alcança Júpiter e podemos
pensar que Vênus vai se juntar a eles. Acontece que quando Mercúrio alcançou Júpiter, eles já estavam
a 9° e assim Vênus, antes de encontrá-los, fez uma quadratura a Saturno. Saturno “proibiu” que o sextil
entre os benéficos acontecesse.
Examinando a história deste mapa, encontramos um padrão de relacionamentos de grandes
possibilidades negadas com conseqüências amargas.

Recepção: Combinando Aplicação e Disposição


A doutrina Medieval sobre Recepção é mais complexa e mais dinâmica que nossa versão moderna.
Um planeta se aplica a um planeta que está na dignidade do planeta que está se aplicando, por
exemplo, a Lua se aplica a um planeta em Câncer ou em Touro. Então, a Lua “recebe o planeta mais
lento. Assim a Lua “entrega, disposição, natureza e virtude” para o planeta “recebido”, que ganha muito.
O planeta mais rápido precisa da ajuda do planeta mais lento e entrega sua lealdade e recursos (se ele
tiver algum) para o planeta mais lento, que está em uma posição de aumentar seu poder e riqueza. A
Recepção só é efetiva se ocorrer por Domicílio ou Exaltação ou se receber por duas das dignidades
menores de triplicidade, Termo e Face.
Recepção entre planetas fortes melhora o aspecto entre eles e pode aperfeiçoar muito um aspecto
difícil como a quadratura.
Um planeta em debilidade não pode receber efetivamente outro planeta. Se a Lua se aplica a um
planeta em Câncer ou Touro mas está em mau estado cósmico, pode dar problemas para o receptor.
Não encontramos recepções efetivas entre planetas que estão em signos opostos, porque pelo menos
um deles estará em queda ou exílio. Planetas em signos de suas debilidades são muito fracos para
ajudar os outros.

Mais alguns tipos de aspectos


Co-mixagem – é quando dois planetas se juntam e produzem uma outra natureza. Como Saturno e
Marte, ambos maléficos. Os antigos dizem que quando eles se juntam um cancela a ação do outro e o
nativo fica a salvo do prejuízo. Quando Júpiter se junta a Saturno sua manifestação será de acordo com
a força daquele que estiver mais forte naquele lugar.

Movimento Solitário (Fora de Curso) – é quando um planeta se separa de outro e não se aplica o mais
nenhum outro planeta enquanto ainda estiver no mesmo signo, ou nenhum planeta completar um
aspecto com ele antes que mude de signo.

Restabelecimento – é quando um planeta está em uma armadilha e outro planeta está se aplicando a
ele, ou ele se aplicando a outro planeta e aquele planeta é seu amigo e regente da casa, ou tem algum
domínio sobre o signo, então ele consegue sair da armadilha.
Recompensa – é quando o planeta que estava na armadilha ajuda aquele que o ajudou antes.

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Os Planetas Como Significadores na Astrologia Antiga

Os planetas são os elementos construtivos do trabalho astrológico.


Agora vamos ver como os antigos trabalhavam com os sete planetas clássicos, de Sol a Saturno, e
saber como eles os descreviam. As variações são interessantes.

A Astrologia Natal Tradicional usava os planetas para descrever áreas específicas da vida. Algumas
vezes os planetas representavam alguma área da vida, isto é, o Sol se referia ao Pai do nativo e a Lua
à mãe. Para outros assuntos, tais como características pessoais ou vocações, encontrava-se um
planeta (e freqüentemente outro planeta dando suporte) entre os muitos candidatos dentro do mapa. Na
Astrologia Moderna, quando procuramos um regente de uma casa para indicar uma área da vida
significada por aquela casa, estamos procurando um planeta significativo dentro mapa.

Nem todos os planetas pesam em todos os assuntos em uma carta. Devemos procurar o planeta
adequado para os assuntos específicos.

Uso e Significado dos Planetas

Atualmente usamos o Sol, a Lua e o Ascendente para descrever um indivíduo. Os astrólogos antigos
jamais descreveriam as pessoas desta forma. Eles as descreveriam como saturninas, joviais,
mercuriais, venusianas, marcianas. A Astrologia Antiga, como a Astrologia Uraniana, está fortemente
focada nos planetas.

Embora as definições básicas sejam similares, os astrólogos antigos não descreviam os planetas como
fazemos, por exemplo: Mercúrio é o pensamento, Saturno é limitação, Urano é o desejo de liberdade.
Os gregos usavam palavras cujas raízes significavam “sinal”, “marca” e “prova” para definir os planetas.
Um planeta não “significava” nada, mas “dava sinais de”, “assinalava” ou “anunciava”. Os gregos
também descreviam os planetas como “causando” ou “produzindo” certos efeitos, embora não tenha
ficado muito claro o que eles queriam dizer com isto. O uso do planeta não está limitado a uma esfera
de investigação, mas envolve muitas, e cada definição ou área definida limitaria a função daquele
planeta.

Cada planeta tem uma característica que podemos reconhecer hoje em dia, ainda que esta
característica não seja uma idéia, mas muitas idéias que não podem ser reduzidas em uma única.

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A Astrologia Moderna tende a identificar um planeta com uma função que ele carrega, normalmente
uma função psicológica, e usa esta função como significado fundamental do planeta. Quando fazemos
isto, empobrecendo a interpretação, os planetas deixam de ser símbolos e se tornam rerpesentações de
nossos próprios conceitos.

Como os planetas têm seus domínios intrínsecos de uso, estão conectados com os signos do zodíaco
através de dignidades e regências, e modificam outros planetas com seus aspectos, vemos que eles
têm seus próprios padrões de atividade.

Quais eram estes padrões para os antigos?

A seqüência a seguir está na ordem dos Caldeus, do planeta mais lento e distante da

Terra – Saturno - para o mais rápido e próximo da Terra - Lua.

Saturno – Quanto está bem posicionado em uma carta natal e quando é o planeta que descreve o
caráter de uma pessoa, traz consigo o que consideraríamos o “tipo capricorniano” – austero, sério e
profundo em pensamento, trabalhador e rigoroso, taciturno e solitário. Para emprego, Saturno indica
trabalhadores e fazendeiros (Saturno também tem autoridade sobre a terra), coletores de taxas e
impostos alfandegários. Saturno também representa as pessoas que trabalham em funções que não
tem interesse ou inclinação.
Saturno está relacionado a aspectos da vida que são decepcionantes ou que degradam de alguma
forma. Esta expressão de Saturno vem à tona claramente na astrologia horária. Em uma pergunta sobre
algum item perdido, Saturno indica que o objeto estará velho, estragado ou sujo.

Vallens estabelece Saturno como regente da ignorância e necessidade. Como Saturno é o planeta mais
distante dos luminares, a escuridão está associada a ele.
Na carta natal ele não é tão ruim se for um significador importante. Sempre é bom lembrar que
gravidade, frugalidade e reserva são virtudes que permitem qualquer pessoa superar todos os tipos de
adversidade.

Júpiter – Na tradição astrológica Júpiter não é o intelectual ou filósofo. Estas são atribuições de
Mercúrio. Júpiter está mais para uma atitude ou uma presença, em conformidade com sua longa, lenta
e luminosa marcha através dos céus. Quando Júpiter está dignificado, esta alma é generosa, graciosa,
altiva e respeitosa. Menos dignificado brilha com menos luz. Júpiter nunca é difícil em si,. Vallens dá a
ele sociabilidade, caráter jovial, amigos e comunidade.
Há poucas evidencias de que os antigos correlacionassem Júpiter com arrogância, megalomania ou
expectativas pouco realistas. Estas adições parecem ter vindo mais tarde.
Júpiter confere poucas opções para a carreira. Quando configurado com outros planetas ele inclina a
pessoa à administração e negociações, ou sacerdócio e autoridades religiosas. Tudo o que Júpiter
contata ele torna melhor e mais magnificente, ao contrário de Saturno que diminui e espolia.
Vallens chama Júpiter de regente das “opiniões e herdeiro das gentilezas e vontades”. Aqui
reconhecemos as características jupterianas de fé e sento de iniciativa.

Marte – com este temos mais energia e problemas. Vallens chamava-o de planeta da ação e dos
problemas. Quando Marte está bem em uma carta, significa um caráter nobre, mas irascível e
audacioso; o mocinho nos modernos filmes de ação: “ele faz os homens cruéis, maliciosos,
sanguinários, tumultuosos, extravagantes ao extremo, impetuosos, fascínoras, precipitados, bêbados e
vorazes”. Um Marte mal colocado e aliado a Vênus, aponta uma licenciosidade sexual e com Mercúrio
revela mentirosos e ladrões.

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Marte nos traz a classe militar e os lutadores, além das ocupações que lidam com fogo, tanto na
cozinha quanto como ferreiro ou fundição. Com Saturno vai trabalhar em minas, no subsolo, ser
mantenedor de animais ou açougueiro.
Ao se receber uma carta com Marte no 1° ou 10° signo a partir do Ascendente, a notícia contém uma
enorme conspiração contra você. Se Marte estiver estacionário, a carta descreve luta e destruição de
seus superiores. Se houver um objeto roubado e Marte for proeminente o roubo ocorreu através de
violência e de destruição da propriedade.

Sol – O Sol é o planeta central das sete esferas planetárias e o luminar do dia. Vallens dá a este
planeta significados esotéricos e o chama de “o planeta da luz” (em contraste com Saturno que é o
planeta da ignorância e da necessidade) e de “luz da mente, o órgão da percepção da alma”. O Sol é o
planeta de nossa consciência inteligente dentro do domínio planetário.
O caráter específico do Sol é mais difícil de aparecer. Ptolomeu afirma que o Sol e a Lua contribuem
para o caráter de uma pessoa apenas quando estão conectados com outros planetas. Se o Sol estiver
bem colocado na carta, ele contribui para honras e glorias, se estiver mal colocado, não. Não existe um
temperamento solar, nem a menção de um fator relacionado à carreira através do Sol. Vallens dá ao Sol
algumas qualidades associadas a Júpiter, tais como liderança, amizade e autoridade pública.

Vênus – esta é uma bela e brilhante estrela; quando está visível acima do horizonte significa os
amantes das artes, pessoas que apreciam a vida e as coisas boas da vida, que são agradáveis nos
modos e no falar. Quando mal colocada, dá um testemunho de preguiça, lerdeza, voluptuosidade e uma
timidez temerária. Como indicador de carreira, Vênus indica as pessoas que trabalham com jóias,
ornamentos e outras coisas bonitas. Indica também músicos e artistas.
Quando configurada com outros planetas, Vênus também significa o envolvimento com mulheres ou a
dimensão sexual de um assunto.

Mercúrio – este planeta nos dá algumas surpresas. Mercúrio é um planeta intelectual e rege os
astrólogos e adivinhadores de todos os tipos. Vallens coloca Mercúrio na linha dos que estão com “a lei,
costumes e fidelidade”.
Uma personalidade mercurial pode ser inventiva, prudente pensante e habilidosa na linguagem. A
rapidez de Mercúrio pode também ser uma desvantagem: torna os homens ocupados com todas as
coisas, precipitado, esquecido, volúvel, lamentoso, tolo, falho com a verdade, descuidado e inconstante.
Mercúrio, o rápido planeta de difícil compreensão dos céus, tinha algumas significações que hoje
atribuímos a Urano.
As escolhas vocacionais de Mercúrio estão entre escritores, homens de negócios, astrólogos,
comerciantes e banqueiros. Valens adiciona mímicos, oradores, arquitetos, interpretadores de sonhos,
literatos e professores.
Outra qualidade importante de Mercúrio é sua habilidade de se misturar em qualquer lugar. Mercúrio
torna melhores as configurações favoráveis e piores as desfavoráveis. Quando Mercúrio é problemático,
ele produz vilania e vulgaridade. A Lua se aplicando a Mercúrio é boa para o trabalho científico, de
transcrição, de tradução e de transporte.

Lua – este é um planeta mais neutro que na Astrologia Moderna. Na Astrologia Natal a Lua agrega
testemunhos a respeito da mãe ou mulheres, quando isto é relevante para um assunto. Nas antigas
astrologias Eletiva e Horária, a condição da Lua é crucial. Embora o Sol seja, de muitas formas, um
administrador da carta, a Lua indica o fluxo do tempo. A situação da Lua indica a natureza do momento
presente e seu movimento para dentro das condições do futuro.
Ptolomeu insinua outras possibilidades que são mais parecidas com o temperamento moderno
astrológico: a Lua, de acordo com ele, tem a ver com a mente irracional e sensitiva, enquanto Mercúrio
com a mente intelectual. No Tetrabiblos, Ptolomeu diz que a Lua, no “lugar da ação”, “produz adivinhos,
visionários, interpretadores de sonhos e mágicos”.

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Exemplos de aplicações

Hoje em dia aplicamos os planetas sistematicamente. Os escritores astrológicos antigos davam


princípios gerais para acessar as condições de um planeta e depois davam muitos exemplos de seu
uso, obrigando os estudantes (inclusive nós) a garimpar informações dentro de uma enorme gama de
aplicações e possibilidades, não como um conjunto de conceitos, mas como imagens e descrições.

Valens descreve Mercúrio trígono ou sextil a Marte não como um estado interno da mente, mas como
uma experiência manifestada externamente:
“É indicativo de diversos tipos de trabalho, algumas vezes escriturários, outras comerciantes,
intérpretes, geômetras, advogados, filósofos, mas todos são malévolos, dissimulados, espertos e
falsos. E também faz instrutores de armas e aqueles que julgam com as armas”.
Estas pessoas usam uma foca intelectual em seus trabalhos (Mercúrio) mas de uma forma agressiva ou
egoísta (Marte). Valens nos dá diversidade e possibilidades e implicitamente, podemos concluir algumas
por nós mesmos. Uma diferença é muito clara: um astrólogo moderno pode presumir que Júpiter e não
Mercúrio seja o planeta dos advogados e filósofos.

A respeito de Júpiter Valens diz o seguinte:

“E se Zeus (Júpiter) estiver também configurado, especialmente em lugar vantajoso


do zodíaco, ele faz aqueles que são versados nas artes militares e freqüentemente
aqueles que professam augúrios, sacrificadores, aqueles que prevêem o futuro e
aqueles que prevêem as coisas estranhas a respeito dos homens”.

Assim, um Júpiter bem colocado, influenciando Mercúrio e Marte, confere a estes planetas uma maior
liberdade de ação e uma tendência a operar de forma mais benéfica.
Valens fala a respeito de como uma quadratura entre Marte e Mercúrio pode operar (sem Júpiter):

“E a quadratura vai trazer uma grande adversidade: porque ela traz magos,
impostores, mártires, astrólogos, aqueles que atiçam o populacho, cambistas,
falsificadores, aqueles que conduzem seus negócios por vilania e atacam e
dissimulam. E eles também se tornam ladrões e perjuradores e aqueles que são
ímpios e conspiradores...”.

Valens nunca nos diz o que uma quadratura é, mas o que ela faz. Observe como estas delineações são
moralmente neutras. Uma quadratura não significa necessariamente uma dificuldade, mas que o
planeta vai atuar mais poderosamente para o bem ou para o mal.

Os astrólogos antigos, mais que os modernos, descrevem conseqüências extremas dos fatores de uma
carta natal. Um aspecto sozinho não faz um fraudador, um fratricida ou um adivinho. Muitos outros
fatores têm que estar presentes. Nós, astrólogos modernos, tendemos a fazer nossas descrições mais
neutras e a considerar a evolução do indivíduo. Os astrólogos antigos não são predestinadores terríveis,
embora tendam a ser mais diretos a respeito de como são difíceis alguns fatores de uma carta, e de
como é difícil a evolução pessoal. Além do que a vida era mais difícil e sobreviver era um assunto
desafiador.

Planetas como Significadores Naturais de Amor e Casamento

Alguns planetas falam naturalmente de assuntos específicos da vida: o Sol fala de assuntos
relacionados ao pai, à autoridade e posição; a Lua fala da mãe, Vênus das relações e sexualidade e
Júpiter de riqueza.

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Vamos novamente consultar Valens para termos uma referencia das bênçãos conjugais ou sua falta.
Novamente, ao invés de tendências ou estados da mente, Valens nos dá imagens e histórias.
Se Vênus estiver em signos “bicorpóreos” ou o que hoje chamamos de signos mutáveis, e se Mercúrio
também está envolvido com Vênus especialmente à noite, o resultado é poligamia e licenciosidade.
Mercúrio diz respeito à variedade e multiplicidade como os signos mutáveis e concluímos que esta é
uma vida amorosa múltipla. E se Marte estiver envolvido?
Um Saturno forte influencia Vênus em assuntos de casamento de duas formas, segundo Valens. Se
Saturno for um dispositor poderoso ou estive em oposição e não houver outros planetas pesando na
configuração, então Vênus estará totalmente influenciada por Saturno e isto trará “viúvas ou virgens”.
Saturno corta a sexualidade, dá esterilidade. Se Marte também estivesse ali, poderia significar relações
sexuais com homens; Júpiter poderia adicionar fertilidade; Mercúrio poderia adicionar oportunidades ou
atração por pessoas jovens.

A outra forma é: se Saturno estiver no 10° signo a partir do signo de Vênus, ou se ele estiver oposto a
Vênus, especialmente se Mercúrio estiver fazendo aspecto, Saturno vai “esfriar e corromper o
casamento”. Parece que Mercúrio também poderia esfriar e corromper o casamento devido ao desejo
de ter muitos amores.
A Astrologia Moderna, mergulhada na idade psicanalítica, esta mais acostumada a ver Saturno como
inibições, restrições neuróticas e ausência de emoções ou de vivacidade e ânimo. A literatura antiga
reflete isto, mas acrescenta a corrupção e decadência. Isto pode ser colocado à luz da antiga astro-
teologia: a mais distante esfera visível das estrelas fixas é estável e imutável, e sobre Saturno, isto
poderia obscurecer o planeta e entramos nos reinos da corrupção e da mudança. Isto pode nos levar à
leitura moderna de Plutão.

(Devemos nos lembrar que Saturno assume o mundo difícil, e agindo de acordo, pode ter
manifestações positivas:um senso de responsabilidade e seriedade.)
Valens confere outro cenário para Vênus calcado no “planeta sob os raios do Sol”. Quando um planeta
se move perto do Sol em seu caminho através do zodíaco, ele desaparece dentro da luz do Sol. Se
Marte e Vênus estivem sob os raios do Sol, os nativos vão se envolver em adultérios clandestinos e
pecados secretos. E se acontecer deles estarem ocidentais (se elevando antes do Sol) ou sobre pontos
pivotantes (casas angulares) isto será mais aparente. Felizmente Júpiter pode salvar o dia fazendo
aspecto a Vênus ou Marte. Saturno certamente o arruinaria.
Se Vênus esta fortemente colocada e em bom aspecto com Júpiter, isto pressagia não apenas
felicidade pessoal como benefícios materiais, mas se Mercúrio estiver por perto, fique atento para
promiscuidade e inconstância.

Regente Planetário da Ação ou da Carreira

Aqui vamos procurar, não o regente do trabalho, mas literalmente o regente da “qualidade da Ação” (A
palavra grega práxis, na verdade, muito próxima da palavra sânscrita Karma). Vamos chamá-la de
atividade da vida, e veremos que estes planetas pertencem à ocupação.
Paulus Alexandrinus, Ptolomeu e outros têm o critério de procurar um planeta, ou uma mixagem própria
de planetas, mais relevantes para assuntos de carreira. Eles preferem Mercúrio, Vênus e Marte.

Paulus Alexandrinus diz que primeiro nós precisamos procurar a casa adequada para assuntos de
carreira, ou pelo menos uma que ajude um planeta a ser eficiente nesta função.

Ver se Mercúrio, Vênus ou Marte cai em uma casa vantajosa para a ação, como a 10ª casa, ou o 10°
signo a partir do Ascendente. A 10ª casa é a melhor casa das angulares, a 2ª a melhor das sucedentes
e a 6ª a melhor das cadentes.

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Se o Sol ou a Lua se aplicam a Marte, Júpiter ou Saturno em seus próximos aspectos, ou se um planeta
aparece de manhã antes do raiar do dia, aquele planeta deve ser o significador da ação. Se Mercúrio ou
Vênus ascende de tarde – não sob os raios do Sol – este planeta deve ser o significador mais forte.

O ideal seria um planeta em uma casa forte, uma que fosse diretamente relevante para a carreira, que é
também a próxima aplicação do Sol ou da Lua e um alvorecer da manhã –se Marte, Júpiter ou Saturno -
ou um alvorecer da tarde – se Vênus ou Mercúrio.

Ptolomeu usa o Sol e o 10° signo a partir do Ascendente para determinar a qualidade da ação de
alguém. Primeiro olhamos para o planeta que está no signo que está culminando, ou que se eleva logo
antes do Sol (ele deve estar pelo menos 12 graus distante do Sol) particularmente quando aquele
planeta é o próximo aspecto da Lua.

Apenas se nenhum planeta atingir estes critérios, procuramos o signo do MC, mas isto deve implicar em
dificuldades neste assunto.

Se houver dois planetas que atingem este critério, escolha aquele que está mais dignificado e use o
segundo como “plano B”. Por exemplo, se Mercúrio e Marte são candidatos, e Marte está angular ou em
um dos signos de sua regência ou exaltação, ele teria a responsabilidade inicial, com Mercúrio
assistindo-o, então esta pessoa poderia ser um lutador com as palavras ao invés de um escritor
trabalhador.

Hefaistio de Tebes nos dá mais indicações:


Se Mercúrio, Vênus e Marte não aparecem nas casas 10, 4 e 1, ou na casa da Parte da Fortuna,
encontre o planeta que é a próxima aplicação da Lua. Se a Lua não se aplica a ninguém antes de
mudar de signo, use o planeta mais próximo do Sol, que nasce antes dele.
Se Mercúrio, Vênus ou Marte estiver na 6ª casa, use-os. Como último recurso use o planeta na 2ª casa.

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