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INSTITUTO LOCKMANN

POV (PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL)


LIDERANÇA: DISCIPULADO E MENTORIA

CAROLINA GRANITO DO CANTO PONTE

O FAZEDOR DE DISCIPULOS:
O DISCIPULADO SEGUNDO OS PASSOS DE JESUS

TERESÓPOLIS
2021
CAROLINA GRANITO DO CANTO PONTE
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O FAZEDOR DE DISCIPULOS:
O DISCIPULADO SEGUNDO OS PASSOS DE JESUS

Resenha sobre o livro de Danilo Figueira, o


fazedor de discípulos, a respeito de
liderança e discipulado para uso avaliativo
do POV (Programa de Orientação
Vocacional).

TERESÓPOLIS
2021
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FIGUEIRA, D. O fazedor de discípulos - como o Carpinteiro de Nazaré transformou


homens insignificantes em líderes bem-sucedidos. São Paulo: Selah produções, 2014. 181
pg.

RESUMO: O livro “O fazedor de discípulos” do Pastor Daniel Figueira aborda de maneira


simples e respaldada na Palavra do Senhor o formato de discipulado utilizado por Jesus para
transformar seus discípulos, sendo transformados de homens comuns a homens
extraordinários e cheios da presença do Espírito Santo em suas vidas. O autor aponta para as
atitudes de Jesus e direciona seu leitor em como trazer isso sobre suas próprias vidas
ministeriais, de forma que possam vir a se tornarem também grandes discipuladores,
cumprindo com o Ide deixado por Cristo em sua grande comissão.

Como já mencionado, o livro abordado traz características do ministério discipulador


de Jesus ao longo de seus três anos como obreiro, trazendo características desse ministério
para a realidade de hoje, de forma a mostrar como pode ser aplicado na vida ministerial da
igreja em nossos dias. O autor faz questão de mostrar como o modelo de discipulado de Cristo
não foi base inspiradora somente para seus discípulos, mas que deve ser base e respaldo para
todos aqueles que escolheram vir após o Mestre e cumprir a missão deixada por Ele. O
carpinteiro de Nazaré, bem como Figueira o chama, se fez exemplo por completo, e isso
inclui sua vida ministerial, para que hoje tivéssemos um direcionamento a seguir.
No livro, esse formato de discipulado estabelecido pelo Cristo foi abordado e
estabelecido em doze capítulos. Em sua estrutura o autor inicia abordando a respeito da
missão do discipulador, de moldar o caráter de seus discípulos conforme o estabelecido no
Reino de Deus. Nos capítulos subsequentes o pastor trata sobre estruturas ministeriais
muitíssimo importantes, como a conquista de autoridade perante os discípulos, o papel do
discipulador de ser aquele que se coloca em posição de servente do Reino, a necessidade de
centralizar a Palavra do Senhor em qualquer ensino, entre outros tópicos essenciais para o
desenvolvimento de um ministério saudável e pautado na vontade e ensino de Cristo. Por fim,
o autor alerta todo aquele que quer submeter-se à posição de liderança de que esse é um
trabalho árduo, mas que devemos realizar com alegria, visto que seus frutos são grandiosos e
valem a pena todo e qualquer esforço.
Entrando na obra, o pastor inicia o primeiro capítulo trazendo uma noção ao leitor a
respeito de qual é a verdadeira forma e característica do discipulado, dado que, atualmente,
muito se deturpa a realidade daquilo que verdadeiramente deveria ser o discipulado. Esse
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modelo trazido por Jesus tem como função e princípio o fundar e moldar do caráter de
pessoas conforme aquilo que foi estabelecido pelo próprio Deus. É um processo de
maturidade e desenvolvimento espiritual que perpassa pela necessidade de intimidade e
relacionamento radical entre discípulo e discipulador. Uma ideia muito impactante trazida
pelo autor é que, sem intimidade radical e sem que se estabeleça um propósito final para esse
trabalho, tudo o que for feito será em vão, pois a falta de qualquer um desses fundamentos
atrapalhará o esculpir de um caráter de Deus, passado de um líder mais experiente a um
liderado que busca e deseja orientação para receber mais do Pai.
Em seguida o autor trata da questão da autoridade de uma liderança, mostrando a seus
leitores que mesmo Jesus precisou conquistar sua autoridade e a confiança de seus discípulos
em um processo. Segundo Figueira, há líderes que querem estabelecer de imediato uma
relação de autoridade para com seus liderados, muitas vezes se utilizando de estratégias de
manipulação para tal. Isso é muito prejudicial para o corpo de Cristo e mostra que este que se
põe como líder não está preparado para tal. O verdadeiro fazedor de discípulos, no entanto,
entende que autoridade é processo, se propondo, portanto, a investir tempo e relacionamento
com seus discípulos para construir essa realidade. O mais chamativo da fala do pastor é que,
de fato, uma vez estabelecida a relação de confiança e respeito entre líder e liderado, aquele
que se propôs a seguir irá se estabelecer juntamente ao que ele confia, permitindo com que o
Senhor o molde muito mais habilmente através do líder que passou a amar.
Nos capítulos subsequentes o autor abordará sobre liderança servil, sobre centralidade
da palavra no ministério do discipulador e sobre a necessidade de um líder se apresentar
também como modelo a aqueles a quem lidera. Tudo isso mostra um caminho, que passa por
um entendimento de um líder de que sua posição não o põe como aquele que deve ser servido,
mas como aquele que serve a todos, os ensinando o caminho e a maturidade espiritual. Segue-
se o caminho por um entendimento de que a palavra é o centro e a matéria-prima de qualquer
trabalho de transformação de caráter, e que, portanto o líder deve conhece-la profundamente
para ajudar também os seus a compreendê-la, reformando suas mentes aos princípios dos céus
fundamentados na Bíblia. Por fim, mostra que a um fazedor de discípulos não basta pregar,
mas é necessário colocar a si mesmo como um modelo a ser seguido, se posicionando
voluntariamente como reflexo, bem como Jesus fez. Nenhuma dessas tarefas até então
abordadas são simples, mas todas foram encontradas em absoluto em Jesus, por isso todo
aquele que deseja liderar deve primeiro desejar e buscar cada uma dessas habilidades e
competências, para que possa verdadeiramente servir com integridade o Reino dos céus.
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Além disso, também é abordado por Figueira sobre a necessidade de um líder de criar
amizade e desenvolver aliança para com os seus, dado que o amor é o principal projeto da
liderança, e esse amor munido de intimidade radical, como já abordado, transforma servos em
amigos leais. Isso ocorreu entre Jesus e sua equipe, e devemos seguir por esse mesmo
caminho, visto que essa é a proposta mais assertiva para verdadeiramente cultivar mentes e
corações abertos para serem cheios do espírito. Entende-se que o amor é a causa, e a
maturidade frutífera é a consequência desse abundante trabalho de amor. Posteriormente a
aliança, todo e qualquer discipulador deve desenvolver nos seus um senso fortificado de
equipe. Isso porque Deus projetou o homem e seu espirito para a cooperação, e sem uma
equipe unidade e consolidada, que escolhe viver em comunhão, o propósito é perdido. Foi
isso que Jesus fez com os apóstolos, e nos é mostrado o fruto que isso criou na igreja
primitiva. Fica, portanto, como trabalho do que se propõe ser líder hoje dar continuidade a
esse trabalho de união do corpo, para que trabalhe e funcione como um só.
No próximo passo abordado pelo pastor, a orientação é que o designado líder se
empenhe na tarefa de transferir unção, que é uma autoridade liberdade por Deus a todo líder
de distribuir virtudes que estão sobre ele a aqueles a quem tem cuidado. Em citação às
próprias palavras do autor, “A unção que um líder tem não é sua e nem autônoma. Ela flui
daqueles que o Senhor colocou sobre sua vida, passa por ele e deve atingir seus discípulos.”
Isso significa que toda a unção que é buscada por um líder em sua vida espiritual deve ser
repassada para a fortificação da equipe, e essa é uma missão a qual o discipulador deve
cumprir e honrar, pois, assim se mostra a vontade de Deus, que se encontra em sua Palavra.
A respeito dos desafios aos quais uma liderança estabelecida devera encontrar, o autor
estabelece a implantação de uma nova mentalidade, o desenvolvimento de uma maturidade
frutífera nos discípulos e a responsabilidade de se assumir como cobertura espiritual para os
seus. Nesse caminho, esse desenvolvimento da nova mentalidade se refere à implantação de
uma forma de pensar do alto, para esses entenderem que, apesar de viverem na terra, devem
pensar como verdadeiros cidadãos dos céus, assumindo sua identidade como salvos e
tomando para si a paternidade do Senhor. Não é fácil estabelecer essa mentalidade, mas cabe
ao discipulador viver isso e empurrar seus discípulos ao mar do sobrenatural, para que eles
também experimentem essa glória.
O segundo desafio aqui colocado é o da visão de multiplicação. Essa é a essência e a
busca fundamental do discipulado: levar discípulos a se tornarem discipuladores por si
mesmos. Esse fundamento de multiplicação só se estabelece com muito investimento
espiritual e, principalmente, ensinamento de que frutos vem pelo amor e pela compaixão, mas
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que eles são ordens de Cristo para nós e que sem eles somos galhos mortos. A ordem é clara,
então cabe ao líder ensina-la e trabalhar na vida dos seus para atingirem o nível da frutificação.
O último desafio colocado é o de posicionar-se como cobertura espiritual. Isso porque
o discipulado é uma benção deixada por Deus para a vida da Igreja, e essa benção é
conquistada através de guerra espiritual. Segundo o autor, cabe ao líder proteger seus
liderados do império das trevas. Essa cobertura se constrói principalmente na base da
intercessão e da transparência total entre líderes e liderados. Quando um discípulo se sente à
vontade para se expor ao seu mestre, o mestre pode guerrear por ele com cobertura espiritual.
Cabe a todo o que se propõe a seguir os passos de Cristo ser transparente para inspirar
transparência. É aí que bases sólidas de constituem.
Por fim, coloco que todo o conhecimento apresentado pelo autor se mostra
absolutamente condizente e respaldado pela realidade bíblia, mas creio que antes de qualquer
uma dessas competências, aquele que se dispõe a ser líder e discipulador precisa estar
disposto a aprender e ouvir a voz de Deus. Muito do que existia em Jesus só é esculpido em
nós mesmos com a prática da liderança, e cabe àquele que escolheu esse caminho por
direcionamento do alto se colocar em posição de ouvir e ser humilde para receber os
ensinamentos do Senhor. Líderes que buscam esse aprimoramento diariamente, mesmo que
inicialmente não tenham tudo que lhes parece necessário, tem muito mais espaço para se
desenvolver e serem esculpidos pelo próprio Deus em sua jornada.

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