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consistências vorazes de cada um que cruza? O que resta a quem percebe, inerroneamente,
a complexa (pros outros) cadeia de reações comuns em um ser humano? O que resta ao
gênio, além de perceber que percebe e que infelizmente na maioria das analises e casos,
está irrevogavelmente correto?
Resta algo muito mais difícil do que admitir o próprio ponto ao qual chegou, por
vias que outrora não percebeu em momento, mais árduo do que conciliar a vida comum do
formigueiro ao topo da montanha.
Resta a ele tentar resignar-se. algo mais impossível ainda: Fingir que não percebe,
que não chega ao húmus da consciência humana, fingir criar deuses, ídolos e outros seres a
serem dignos de admiração, a qual não perdura, pois não consegue deixar de analisar e
desembocar, como dito, na consistência e comprovação cabal de suas conclusões certeiras.
resta acostumar-se com a dor de ver o devir dizer-lhe como eco: "sim, era isso mesmo,
veja... você estava certo".
Nada mais doloroso ao espírito de gênio que constatar suas cogitações. Teme o
futuro, pois é quase um místico que junta as peças antes mesmo dos fatos. Prevê o tempo, é
um meteorologista... e é sempre tempo de neve e chuva. Vê o sol, mas sabe que este lhe dói
as vistas. Vai além da caverna de Platão, e vai além disso, chega a saber o porquê de Platão
escrever de tal e qual modo... Isso se lhe apetecer de ler cadáveres... Pois já chegou à
culminância que seu recorte temporal lhe permite... Ou talvez além.
Ninguém.