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1 - Introdução
Montesquieu ficou notório por sua obra "O Espírito das Leis" (1748), na qual
introduziu a teoria da separação dos poderes. Nesse período de transição marcado
pelo declínio do absolutismo e o surgimento das ideias iluministas, ele defendia que a
liberdade poderia ser preservada por meio da eficaz divisão dos poderes legislativo,
executivo e judiciário. Além de abordar estruturas políticas, Montesquieu explorou
fatores culturais e geográficos, buscando compreender as condições que propiciam a
liberdade e uma boa governança. Seu impacto duradouro na política, inclusive na
Constituição dos Estados Unidos, evidencia a relevância de suas ideias sobre a
separação de poderes e a proteção da liberdade individual.
2 - Montesquieu e o Estado
A ideia desse estado só seria possível após a formação das sociedade. Cada
indivíduo iria requerer maior vantagem para si gerando portanto, um estado de guerra
entre eles, assim seria necessário um arcabouço de leis positivas para manter a ordem,
entre os governantes e os governados. (MONTESQUIEU, 20000, P 15-16)
Para ele, o espírito geral das sociedades estariam associados a uma identidade
nacional como resultados de causas físicas (clima, relevo, etc.) e causas morais
(costumes e religiões). O princípio motor do governo expressa seu movimento pelas
paixões e desejos humanos enquanto sua natureza apresentaria as características de
quem exerce o poder. Uma república democrática é constituída pelo poder soberano
do povo onde a virtude seria um princípio fundamental para prover um estado de
liberdade e igualdade. Nesse sistema, o indivíduo deve ter amor as leis e a pátria, só
assim seria possível superar a corrupção em detrimento de interesses próprios e
proferir o bem geral aos cidadãos.
Montesquieu, notadamente em sua obra "O Espírito das Leis," teve um impacto
profundo nas formulações políticas de Tocqueville. Ao definir os regimes políticos com
base em sua estrutura e funcionamento, estabeleceu premissas cruciais, destacando o
papel da virtude na república, da honra na monarquia e do medo no despotismo. Esses
conceitos permearam o pensamento de Tocqueville, influenciando sua análise da
democracia e a busca por equilíbrio entre liberdade e igualdade. Ambos os filósofos
compartilhavam a preocupação central de frear o despotismo, ancorados nos valores
da liberdade e igualdade. Montesquieu, com sua concepção de tripartição dos poderes
relatada na obra O espírito das leis, publicada pela primeira vez em 1748, contribuiu
para que no Brasil eles fossem divididos em legislativo, executivo e judiciário, contudo,
que estivessem independentes e harmônicos entre si. (WAGNER, 2017)
3- Tocqueville e a democracia
Pelo menos três modelos de democracia podem ser identificados nos debate
teóricos segundo Habermas: Liberal, republicano e deliberativo. Na perspectiva liberal,
a democracia pode ser compreendida como um regime que permite o agrupamento
dos interesses privados da sociedade civil e um conflito regulado pelo aparato estatal
onde o cidadão é reconhecido como um portador de direitos. Da perspectiva
Republicana, a democracia exige um modo de vida baseado na participação política
que prevalece tanto aos interesses econômicos quanto ao poder burocrático estatal. Já
na perspectiva deliberativa a sociedade civil se diferencia do sistema econômico de
mercado, como um espaço público autônomo, de acordo com o modelo ético
republicano, mas a diferença entre estado e sociedade civil é respeitada de acordo
com o formalismo liberal.
6 – Considerações finais
BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal,
1988.Disponívelem:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>.
MONTESQUIEU, C. O espírito das leis. São Paulo, Abril, 1973. P.69-85. Coleção Os pensadores.
MORALES, Felipe. O que significa ser democrático, segundo Tocqueville? Revista Teoria &
Pesquisa, v. 29, n. 1, p. 110-127, 2020.
QUIRINO, Célia Galvão. Tocqueville: sobre a liberdade e a igualdade. In: WEFFORT, Francisco C.
(Org.). Os clássicos da política 2. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006.v. 2., p. 149-188