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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE-UNIBH

HANIELE MARQUES VIANA(RA:123114740)


MARINA COELHO FERREIRA(RA:1221117543)

A3: CIÊNCIA POLÍTICA E HUMANIDADES


1° ESTUDO DIRIGIDO

BELO HORIZONTE
2023
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HANIELE MARQUES VIANA(RA:123114740)
MARINA COELHO FERREIRA(RA:1221117543)

A3: CIÊNCIA POLÍTICA E HUMANIDADES


1° ESTUDO DIRIGIDO

Trabalho acadêmico da disciplina de Ciência


política e humanidades das Relações
Internacionais do Centro Universitário de
Belo Horizonte(UNIBH) como primeira
entrega da A3

Professor(a): Leandro Terra Adriano e Rafaela Resende Sanches

Belo Horizonte
2023
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RESUMO

Como proposta de trabalho para A3, recebemos a oportunidade de discutir e


dissertar a respeito do segundo e terceiro capítulo do livro “A História das Ideias
Políticas”(Châtelet, Duhamel e Pisier-Kouchner), “O Príncipe-Estado” e “O
Estado-Nação”.

Palavras-chave: Maquiavel, Locke, Hobbes, Rousseau, monarquia, Estado, bem, mal, Natureza,
Contrato Social, França, Inglaterra, Tocqueville.
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SUMÁRIO

● INTRODUÇÃO………………………………………………………………………4
● Quais são os conceitos de “Fortuna e Virtú” e qual a relação destes
conceitos com a postura do bom governante?...........................................5
● Quem são os contratualistas e quais são as divergências de
pensamento entre eles? ……………………………………………………..5 e 6
● Quais são as continuidades e semelhanças entre as Revoluções
Americana (1776) e Francesa (1789-1799)? Explique também o ideário
compartilhado pelos revolucionários sobre o republicanismo como
forma ideal de Estado-Nação…………………………………………………….7
● Quais são os pressupostos do liberalismo político e quais as suas
tensões com a democracia? Especifique as observações de Alexis de
Tocqueville ao criticar a jovem democracia estadunidense……………….8
● Referências bibliográficas…………………………………………………9 e 10
4
INTRODUÇÃO

Nesse primeiro estudo dirigido respondemos quatro perguntas relacionadas ao


segundo e terceiro capítulo do livro “A História das Ideias Políticas”(Châtelet,
Duhamel e Pisier-Kouchner), “O Príncipe-Estado” e “O Estado-Nação”.

Nas duas primeiras dissertações falamos sobre Maquiavel e a “Fortuna e Virtù” e


sobre o Contrato Social e a linha de pensamento dos principais filósofos que o
defendiam.

Já nas duas últimas, são discutidas as semelhanças entre a Revolução Francesa


e Americana e o pensamento iluminista e sobre as críticas de Alexis de Tocqueville
à democracia estadunidense.
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Quais são os conceitos de “Fortuna e Virtú” e qual a relação destes
conceitos com a postura do bom governante?

Sobretudo, para Maquiavel o ato político virtù trata-se da capacidade de calcular


e criar estratégias eficazes que contornam dificuldades imprevisíveis, como a
habilidade perspicaz de lidar com o rigor e tem como atributo o caráter firme.
Também, o conceito de fortuna refere-se ao êxito de se conseguir analisar situações
e colocar ao seu favor certas oportunidades ocasionais. Então, quando Maquiavel
coloca em evidência esses dois princípios, relaciona-se com a visão de como deve
ser a conduta e o que ele considera qualidades de um governante assertivo.

Dessa forma, segundo Maquiavel, a idéia de bom governante antes de qualquer


coisa está ligada a vontade de poder e a fraqueza não é aceita, além disso, a
opinião moral e religiosa não devem influenciar no que se determina o Estado, e
deve-se discernir quando a violência repara e quando destrói, uma vez que o
príncipe é senhor da legislação, e decide o Bem e o Mal geral. Logo, a ligação de
fortuna e virtù com a concepção de boa governança parte do método ardiloso de se
obter algo como conduzir a política e a economia ou a operação das forças militares
a fim de lidar com as adversidades e o acaso de forma favorável.

Quem são os contratualistas e quais são as divergências de


pensamento entre eles?

O contrato social é um acordo convencional no qual os cidadãos renunciam seus


direitos individuais e conformam-se com uma soberania. Dessa maneira, o soberano
designado tem o compromisso de defender os habitantes, que seriam, então, “livres”
abdicando, porém, seus direitos por uma liberdade comunitária. Posto isso, é
importante apontar que o contrato social se originou devido à aparição de ameaças
ao denominado Estado de Natureza –onde os indivíduos vivem isolados ou em
pequenos grupos familiares focados na sobrevivência– e com a necessidade de
proteção, tornou-se necessário alguém superior e justo para a defesa dos direitos
naturais dos seres humanos.
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Em vista disso, são chamados de contratualistas os filósofos que defendem a
existência desse pacto social, são eles Thomas Hobbes, John Locke e
Jean-Jacques Rousseau. Embora os três acreditassem na vigência do acordo, eles
divergiam em alguns pontos.

No que diz respeito ao Estado Natural, o trio concorda na postulação de que


todos os homens nascem livres e providos de razão, porém, para Hobbes, o estado
de natureza significava um cenário de guerra entre todos, já para Rousseau era um
contexto de conforto, os indivíduos viviam satisfeitos e em equilíbrio e para Locke, o
Estado Natural era um ambiente equivalente à paz ratificada pela razão.

Ademais, os filósofos também diferiam nas suas definições de Contrato Social.


Desse modo, Hobbes acreditava que é necessário um poder superior absoluto que
regule os enfrentamentos, seria esse governante o Leviatã –é importante apontar
que os súditos elegem o Contrato e o Leviatã somente o executa. Nesse contexto,
Locke acreditava que o homem, apesar de racional, não é totalmente bom e
comportamentos como egoísmo e vingança fazem parte de sua natureza, dessa
forma, o poder soberano é uma ameaça à liberdade geral. Nesse sentido, o pacto
seria uma alternativa para diminuir a barbaridade, sucedendo de forma partilhada,
assentindo a liberdade da subversão. Em oposição, Rousseau acreditava no
equilíbrio e bem-estar, de modo que o homem torna-se um ser coletivo e capaz de
julgamentos gerais, ou seja, a uniformidade permanece caso haja partição justa de
posses.

Em conclusão, é possível identificar que os três pensadores entendem a


liberdade e natureza humana de maneira distinta, propondo três maneiras diferentes
de governo e direitos para a sociedade.
7
Quais são as continuidades e semelhanças entre as Revoluções
Americana(1776) e Francesa(1789-1799)? Explique também o ideário
compartilhado pelos revolucionários sobre o republicanismo como
forma ideal de Estado-Nação.

A Revolução Americana ocorreu em 1776 e significou a separação das Treze


Colônias da América do Norte e independência da Inglaterra, a nação passou a
seguir, então, um sistema republicano e federalista. Nesse contexto, é importante
ressaltar um episódio que levou a essa reforma, o envolvimento da Inglaterra em
conflitos ao longo do século XVII –principalmente a Guerra dos Sete Anos contra a
França, cuja importância será citada posteriormente –que levaram a dívidas, o país
então aumentou os impostos e leis da colônia.

Conforme citado acima, de 1753 a 1763, a Inglaterra e a França estavam em


conflito, essa disputa causou que tropas francesas fossem enviadas à América para
ajudar a colônia na luta pela independência. Em decorrência, a França entrou em
dívidas e também aumentou seus impostos, o que contribuiu com a crise
econômica. Dessa forma, assim como os norte-americanos, os franceses se
rebelaram contra o rei e o país passou a ser uma monarquia constitucional.

Entre 1789 a 1791, a França era uma monarquia constitucional, porém, após uma
tentativa de fuga visando aliados para retomar o poder, a família real foi acusada de
traição e executada, a partir daí a França passou a ser uma República. Apesar
disso, a guerra ainda continuou e Napoleão Bonaparte passou a governar.
Portanto, é evidente a conexão entre as duas revoluções. Como mencionado, a
independência norte-americana foi fundamental para a revolução francesa, de tal
maneira que deixa evidente o pensamento iluminista de igualdade, liberdade e
fidelidade, quando os americanos e franceses questionam os impostos e direitos
individuais foram criados, tudo buscando a liberdade de todos, independente da
religião ou classe.
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Quais são os pressupostos do liberalismo político e quais as suas
tensões com a democracia? Especifique as observações de Alexis de
Tocqueville ao criticar a jovem democracia estadunidense.

Partindo dos dois pontos de vista sobre o liberalismo político que tem como seu
cerne solucionar a relação entre o indivíduo e o Estado, Benjamin Constant
considera que os Antigos chamavam de liberdade e tinham como objetivo a
distribuição do poder social entre os cidadãos, enquanto para os modernos, ser livre
é a certeza nas fruições privadas, ou seja, a segurança atribuídas pelas instituições.
Por outro lado, Alexis Tocqueville põe o fato democrático como inevitável e
irreversível, e é determinado a partir do conhecimento da igualdade e considera as
influências positivas de uma liberdade política e cívil de coletividade ilimitada.

Tocqueville ressalta a importância de um judiciário forte e autônomo. Diferente do


despotismo tradicional, ele também definiu o "despotismo democrático", que não se
é estabelecido pelo medo, pois as pessoas espontaneamente cedem suas funções
decisórias em troca de êxitos nos negócios individuais. A sociedade democrática
moderna tem como seus atributos o individualismo e o materialismo que por
conseguinte, fazem o poder opressor, com isso, o próprio desdobramento da
igualdade contribui para o declínio da liberdade política, desse modo, a democracia
consegue evitar o despotismo em uma proporção ainda menor. Portanto, o sistema
democrático americano aponta o possível perigo, a tirania, e favorece tanto a
liberdade quanto o igualitarismo.
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Referências bibliográficas:

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ZIMERMANN, Igor.” Iluminismo: o que foi e qual a sua importância?.” Disponível
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10
Disponível em:< https://www.politize.com.br/revolucao-francesa/.>
Acesso em: 23 apr. 2023.

CHÂTELET, François; DUHAMEL, Oliver; PISIER, Evelyne. O Príncipe-Estado. In:


CHÂTELET, François; DUHAMEL, Oliver; PISIER, Evelyne. História das Ideias
Políticas. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. Cap. 2. p. 35-79.

CHÂTELET, François; DUHAMEL, Oliver; PISIER, Evelyne. O Estado-Nação. In:


CHÂTELET, François; DUHAMEL, Oliver; PISIER, Evelyne. História das Ideias
Políticas. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. Cap. 3. p. 80-107.

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