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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA, INOVAÇÃO,


EMPREENDORISMO E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIA POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MÓDULO DE TEORIA E PRÁTICA DA DEMOCRACIA

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Mestrando:
Lic. Antonio Gustavo Ludi Dibanzilua

Luanda
2023
Mestrando:
Lic. Antonio Gustavo Ludi Dibanzilua

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Trabalho apresentado para avaliação no módulo de Teoria e


Pratica da Democracia do Curso de Mestrado em Ciência Política
e Administração Pública, ministrado pela Faculdade de Ciências
Sociais da Universidade Agostinho Neto.

Docente:
Professor Associado
Miguel César Domingos Bembe PhD

Luanda
2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................... Erro! Indicador não definido.


Democracia em Angola .......................................................................... Erro! Indicador não definido.
Democracia e Desenvolvimento Económico ...................................................................................... 3
CONCLUSÃO ......................................................................................................................................... 4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 5
INTRODUÇÃO

A defesa dos ideais de liberdade, igualdade perante a lei e fraternidade, simbolizam a


democracia actualmente, mas é preciso perceber que o contexto, a cultura, a história e
outros factores, influenciam na caracterização democrática existente em cada estado, e em
Angola, os elementos elencados, devem ser, na nossa visão, preponderantes para avaliar o
estado do nosso processo democrático. O presente trabalho acadêmico, foi realizado como
componente avaliativa do módulo de Teoria e Pratica da Democracia do curso de Mestrado
em Ciência Política e Administração Pública, ministrado pela Faculdade de Ciências Sociais
da Universidade Agostinho Neto, cujo docente é o Professor Associado Miguel César
Domingos Bembe, PhD. Trouxemos nesta breve análise a temática da democracia VS
Economia, em função das opiniões controversas quanto ao avanços e recuos no processo
de democratização do nosso país. Sendo um assunto bastante preocupante pela sua grande
influência no referente ao desenvolvimento, a nossa análise neste trabalho busca alertar
implicância do regime político no desenvolvimento econômico. Nesta perspectiva
pesquisadores da University College London da Inglaterra, Paris School of Economics de
França e Universidade de Siena na Itália, (como citados em Carraça, 2022) chegam a
conclusão que o pior desempenho económico dos países advêm de um posicionamento
intermediário entre uma democracia plena e o autoritarismo. Para a realização do trabalho,
subdividimos em dois subtemas, onde no primeiro, realizamos um exercício de
caracterização da nossa democracia e no segundo uma breve abordagem sobre a
democracia e o desenvolvimento económico tendo como base a pesquisa supracitada.

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DEMOCRACIA EM ANGOLANA

Para Reis (2009), a democracia se ʻʻcaracteriza por um estado social marcado pela
igualdade de condições e por uma forma política que dá expressão à liberdade dos
cidadãosʼʼ (p. 99). Porem atingir este estado plenamente pressupõe um processo. No nosso
país, tal como a maioria dos estados africanos, a pois a descolonização foi adoptado um
sistema de partido único, apesar de esta independência, ser considerada como
consequência da Revolução dos Cravos em Portugal, que segundo Samuel Huntington,
inaugura a terceira onda de democratização (como citado em Santos, 2002, p.730), segundo
a autora a terceira onda da democracia é enfatizada na literatura americana como
americana como a onda de democratização que atingiu todos os continentes, em proporção
significativamente maior que as duas ondas anteriores. No entanto para Angola apenas em
1991 com a segunda republica surge o multipartidarismo, a partir de então se pode falar em
começo de um processo de democratização que ao longo do tempo vai tomando contornos
diferentes, porem ao assumirmos a democracia como regime, se torna imperativo entender,
que implica um esforço em identificar-se com ela plenamente, pois quando esta começa a
enveredar por características hibridas, acarreta consequências muito penalizadoras no
referente ao desenvolvimento económico.

De depreende-se que é consensual entre os autores que abordam sobre o assunto


que para ser considerado uma democracia um país deve conter, entre outras, a liberdade
de expressão e imprensa; a possibilidade de voto e elegibilidade política; liberdade de
associação política; acesso à informação; eleições Idôneas. Na maioria dos países africanos
e incluso o nosso, a existência destas características é constantemente questionada,
gerando uma certa ambiguidade porque ao mesmo tempo que é difícil afirmar que sim,
também não se pode afirmar que não, e é exatamente aí que reside o perigo, pois esta é
uma questão muito prejudicial para a economia

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A DEMOCRACIA E O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Segundo V-Dem, um índice muito popular entre os cientistas políticos que avalia
através de um conjunto de dados que descrevem a qualidade de diferentes governos,
publicados pelo Instituto V-Dem, entre uma lista de 179 países do mundo, qualificados na
sua 13 edição em 2023, Angola encontra-se na posição 118, onde foram analisados
questões como democracia eleitora, democracia liberal, participação democrática,
democracia deliberativa, e democracia igualitária, o que caracteriza a nossa democracia
como situada entre a uma democracia plena e uma autocracia. Hora pesquisadores das
universidades de University College London da Inglaterra, Paris School of Economics de
França e Universidade de Siena na Itália, (como citados em Carraça, 2022), ʻʻao analisar a
relação entre desenvolvimento económico e regimes políticos a partir do entendimento de
que, entre as democracias plenas e as autocracias, a toda uma gama de países com regimes
políticos intermediários ʼʼ (Carraça 2022), os pesquisadores encontraram que estes regimes
políticos intermediários ou híbridos, , crescem em média 20% menos no longo prazo, seja
em relação a países democráticos ou aos plenamente autoritários.

O cientista Nauro Campos explica que o estudo de economia politica


tradicionalmente tinham como alicerce teórico a chamada teoria da modernização, que
basicamente dizia que a democracia era uma consequência do desenvolvimento econômico.
Explicando que segundo esta teoria, os países crescem, se urbanizam, aumentam a
qualidade de educação e, como consequência, se democratizam. (como citado em Carraça
2022). Hora sendo a nossa realidade diferente, o processo democrático tem de ser encarado
om maior seriedade e praticidade, pois para nós as circunstâncias históricas dificultam mais
ainda o processo democrático, num discurso proferido a 27 de Agosto de 2005, José
Eduardo dos Santos, Ex-presidente de Angola e autor importante do processo de
democratização do país sublinhou o seguinte:

Impuseram-nos a democracia a maneira ocidental, a chamada democracia


representativa (...) impuseram-nos as fórmulas do FMI e do Banco Mundial para a
resolução dos problemas económicos. Nos últimos 10 anos, a situação da África
não melhorou (como citado em António 2023, p.96)

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CONCLUSÃO

Tendo em conta o conceito de Tucídides de democracia que diz que no tocante ás


leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas, podemos dizer que em
Angola, este processo está em curso, ao fazermos uma análise cronológica e das diferentes
etapas que o processo democrático conheceu. A realização deste trabalho na cadeira de
teoria e pratica da democracia, permitiu-nos aprofundar os conhecimentos sobre as
características e complexidade da democracia. O desenvolvimento económico é almejado
por todos e os meios e formas escolhidos para alcançado definem o sucesso neste
desiderato, primeiramente fica patente que a democracia é nas condições actuais a melhor
opção, mais põem entender as nuances desta última é uma forma de melhor se alcançar os
propósitos preconizados, daí termos aproveitado a ocasião de realização deste trabalho para
alertar a necessidade de encarar com maior seriedade a implementação e o processo
democrático, já que a efectivação da democracia de forma mediana é muito prejudicial para
o desenvolvimento económico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

António, Nelson Domingos (2013). Transição pela Transação: uma análise da


democratização em Angola. (Dissertação de Mestrado). Universidade do Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro.

CARRAÇA,Thais (23 de Outubro de 2022). Limbo entre a Democracia e o autoritarismo é o


pior modelo para a economia aponta estudo. BBC News. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63323667.

Reis, Helena Esser dos, ʻʻA democracia como processo: Politica e Educação no pensamento
de Tocquevilleʼʼ. Revista Contexto e Educação. (Rio de Janeiro). Vol.24, nº82, Abril de 2009
pp. 97-110.

Santos, Maria Helena de Castro (2002). Que Democracia? Uma visão Conceitual desde a
Perspectiva dos Países em Desenvolvimento. Revista Dados.(São Paulo) Vol.44, nº04,
Janeiro 2002, pp.729-771.

Rodrigues, Alberto Tosi (2004). A democracia como invenção politica. Revista Sociologia
Politica, (Curitiba). Vol.22, nº01, pp.209-211.

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