Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

INFLUÊNCIAS POLÍTICAS NAS ECONOMIAS DO CRIME E


INFORMAL

DIEGO SELLAN BERGAMIM

Iguatu – CE
2017
DIEGO SELLAN BERGAMIM

INFLUÊNCIAS POLÍTICAS NAS ECONOMIAS DO CRIME E


INFORMAL

Projeto de Monografia apresentado no Curso de


Ciências Econômicas da Universidade Regional do
Cariri – URCA como requisito básico para a
conclusão da cadeira de Metodologia da Pesquisa
Econômica.

Orientadora: Jeovania Cavalcante dos Santos Fernandes

Iguatu – CE

2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

2 PROBLEMÁTICA.................................................................................................................5

3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................................6

4 OBJETIVOS...........................................................................................................................7

4.1 Objetivo Geral.....................................................................................................................7

4.2 Objetivos Específicos..........................................................................................................7

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................8

5.1 Organização Política no Brasil...........................................................................................8

5.2 Economia Informal.............................................................................................................9

5.3 Economia do Crime..........................................................................................................10

6 METODOLOGIA................................................................................................................11

6.1 Tipo de Pesquisa................................................................................................................11

6.2 Local De Estudo E Interpretação Dos Dados.................................................................11


CRONOGRAMA....................................................................................................................12
REFERÊNCIAS......................................................................................................................13
3

1 INTRODUÇÃO

Relacionamentos empregatícios são extremamente recentes em nossa sociedade, assim


como a normalidade de se trabalhar para outro alguém em troca do valor em moeda. Porém,
os sistemas vão evoluindo assim como a humanidade que se reinventa nas diversas condições
que o indivíduo se sujeita, de forma a obter uma troca a fim de satisfazer uma necessidade.
Identifica-se uma gama de vertentes, muitas das quais não apreciadas pelo Estado
caracterizando atividades não regulamentadas ou até criminosas, que a sociedade pode
empreender seu tempo em função de sua necessidade.

Contudo, faz-se necessário diferenciar a economia do crime da economia informal.


Por mais semelhanças e associações entre as duas, deve-se estruturar seu desenvolvimento
para entender o papel da política na manutenção de ambas. Os trabalhos informais, embora
característicos de um sistema capitalista, apresentam similaridades com a cultura de trabalhos
autônomos desde os primórdios da era grega. Já a economia por trás do crime relaciona-se
com um estudo psicológico mais aprofundado, sendo que o trabalho visará os motivos
socioeconômicos do indivíduo ao optar pelo crime e suas categorias de rendimentos, de
pequenos roubos à tráfico e corrupção.

De acordo com Jakobsen (1996), a informalidade por si só é dependente da sociedade


ao redor, ou seja, ela será diferente em cada nação. Além de que o termo pode ser aplicado em
várias áreas sociais. Sendo assim, é cabível explicar que a economia informal é aqui entendida
e estudada pelos fatores que levam o indivíduo a procurar formas alternativas de renda, que
não o contrato formal com empresas.

A forte globalização e o capitalismo que se desenvolveu desde a Revolução Industrial,


além do crescimento tecnológico e das grandes corporações, são determinantes que
contribuem para o aumento da informalidade, segundo Pochmann (2001). Ainda que
necessário para a continuidade do sistema econômico vigente, a tendência de crescimento do
desemprego é clara, sendo de suma importância políticas a fim de controle destes agentes
econômicos.

No caso da economia criminosa, Becker (1968) afirma que é possível dividir os crimes
em econômicos e não econômicos, sendo respectivamente seus intuitos primários o de lucro e
4

o de satisfação psicológica com o agente econômico em si. As consequências do crescimento


da economia criminosa no mundo contemporâneo também oferecem base argumentativa a
favor de mudanças. Antes de estrutural e governamental, também há na ideologia que
condena quem opta pelo crime sem a empatia para entender o porquê de ter chegado naquele
ponto. E como elucidado anteriormente, o foco do trabalho é também o crime corrupção,
sendo indispensável seu estudo em uma sociedade com tão pouca transparência política.

O interesse e a participação da comunidade na política, como se constata, é crucial


para o desenvolvimento coletivo. Incentivado pela estrutura política dos três poderes,
considerando a divisão do poder a melhor solução para atender toda uma sociedade. Essa, por
sua vez, tem a obrigação perante essa divisão de poderes de auditorar, analisar e requisitar as
mudanças necessárias. De fato, seguindo a lógica, a própria comunidade tem uma certa
influência sobre as economias informal e do crime, mas que necessitam melhor compreender
para exercer seu pleno direito em um mundo politizado.
5

2 PROBLEMÁTICA

A desaceleração no crescimento produtivo em países desenvolvidos e o novo


empoderamento do conservadorismo moldam uma nova face frente à globalização e
estimulam mudanças no quadro econômico. Um mercado que se preocupa pouco ou nada com
a comunidade; um consumismo crescente incentivado por uma mídia elitista; políticas
públicas que permitem aos menos afortunados apenas a sobrevivência e uma sociedade presa
dentro de seu próprio sistema são características do cenário atual. Como a conjuntura política
do século XXI influencia no crescimento da economia informal e qual a relação entre essa
marginalização e a economia do crime?
6

3 JUSTIFICATIVA

A influência da política na sociedade é inquestionável, sendo constatado com


frequência o abuso de poder no meio político. Como Instituição Pública, o Governo tem
deveres e direitos perante a comunidade, contudo a corrupção massiva dos meios de controle
social se associa ao crescimento da economia informal e do crime, justificando a necessidade
de um estudo mais aprofundado que contribua ao mundo acadêmico e social, além de
incentivar mais debates e críticas na pauta. A crescente marginalização vem desenhando um
cenário de insegurança que se instaura no mundo e a população tem perdido cada vez mais a
confiança no Estado. A pesquisa almeja o estímulo ao progresso da democracia, em um
mundo com menos crimes e com suporte legal ao trabalho informal necessário.
7

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

● Analisar a relação entre a conjuntura política e o crescimento da economia informal e


do crime.

4.2 Objetivos Específicos

● Averiguar os conceitos de economia informal e do crime.


● Identificar a influência das grandes corporações na manutenção da marginalidade.
● Compreender a influência política frente às necessidades sociais.
8

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 Organização Política no Brasil

Desde os primórdios do desenvolvimento humano vislumbra-se o fator social da


espécie, sendo que como seres sociais, se organizam e se desenvolvem em conjunto. A
divisão de atividades e do poderio para administrar a comunidade sempre foram então pautas
bem discutidas e diversos sistemas foram se criando e adaptando de acordo com o progresso
social. A política se define nessa concepção como a ciência que organiza e manipula esse
poder. De acordo com Montesquieu (1748):

Pelo primeiro poder, o príncipe ou o magistrado cria as leis para um tempo


determinado ou para sempre, e corrige ou ab-roga aquelas que já estão feitas. Pelo
segundo, determina a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, estabelece a
segurança, previne invasões. Pelo terceiro, pune os crimes ou julga as questões dos
indivíduos. Chamaremos este último “o poder de julgar”, e o outro chamaremos,
simplesmente, “o poder executivo do Estado”.

O autor desenvolve o assunto na obra “O Espírito das Leis” e sugere a divisão desse
poder, pois de acordo com o mesmo, “só o poder freia o poder”, ou seja, na tentativa de evitar
o abuso de poder, a divisão do poder em pilares se mostra compreensível e adequado. Essa
divisão popularizou-se mundo afora e, inclusive no Brasil, essa ideologia é adaptada para os
critérios da Nação.

Esse poder sobre a sociedade foi dividido em Legislativo, Executivo e Judiciário,


sendo a criação e adaptação das leis seguindo o desenvolvimento da comunidade, a execução
de tais leis e medidas e o julgamento daqueles que da lei se indispuserem, suas respectivas
funções. Embora essa ideologia seja amplamente discutida e adaptada por diversos autores, a
base de Montesquieu permanece até a contemporaneidade. A ideia inicial envolvia a
participação do povo no Poder Legislativo, da nobreza no Executivo e de estudiosos no
Judiciário.

No Brasil essa configuração se fortaleceu em 1993, quando foi adotado o regime de


República Constitucional Federativa Presidencialista, segundo o Ministério Público da União
(MPU). Embora seja uma versão adaptada da ideia, a participação da comunidade dentro dos
tramites políticos é garantida e desejada, sendo crucial a educação política da população, não
9

apenas para compreenderem e respeitarem o sistema, mas para participarem dele como
protagonistas.

5.2 Economia Informal

Não há uma definição exata para o trabalho informal, sendo que a literatura dispõe de
inúmeros conceitos que variam entre as épocas e as sociedades. Porém nota-se seu estreito
relacionamento com a teoria econômica. Braga (1999) analisa o desenvolvimento histórico de
seu significado e encontra semelhanças e características adaptadas conforme o decorrer das
grandes revoluções conjunturais econômicas. Independentemente da comunidade, não se deve
utilizar o termo para designar as pessoas menos afortunadas financeiramente, pois há
inúmeros ramos não formais que enriquecem. Nem confundir o trabalho informal com ilegal.
A falta de oficialidade contratual mostra as deficiências de um governo perante sua pátria, não
o oposto. A má distribuição de renda cria acima de tudo uma comunidade classista.

De acordo com Cleps (2009), até o fim do século XX o trabalho terceirizado era
considerado informal, assim como atividades criminosas como sonegação e evasão fiscal. De
fato, até as contratações feitas por empresas, mas sem aval governamental poderiam se
enquadrar como informal, ilegal e muitas vezes passiveis de punição, caracterizando uma
parcela vulnerável da população.

Feijó (2010) salienta que para ser enquadrado nesta classificação econômica, a relação
trabalhista existente não pode ser nem reconhecida nem protegida pela lei, constituindo assim
uma das duas condições. O segundo ditame, assim como Cleps elucidou, é o grau de
periculosidade e/ou vulnerabilidade apresentado no caso. Em um mundo cujo trabalho
formalizado tem enfrentado grandes adversidades, a informalidade pode aparentar ser uma
boa saída. A formação acadêmica e a capacidade de transformar investimento em capital
ditará a evolução de quem escolher essa prática.
10

5.3 Economia do Crime

Uma autoridade no assunto é Gary Becker, que em 1968 já considerou as situações em


que um indivíduo, em plena capacidade de suas faculdades mentais, “escolhe” uma atividade
criminosa. Becker explica que, focando na minimização dos danos sociais causados no início
de seu trabalho, ficou claro a existência de um cálculo para esta caminhada, tendo de um lado
toda a necessidade de sobrevivência de alguém desamparado pelo sistema e de outro lado as
prováveis consequências para si e seu círculo social. De acordo com o mesmo:

“...a decisão de cometer ou não o crime resultaria de um processo de


maximização da utilidade esperada, em que o indivíduo confrontaria,
de um lado, os potenciais ganhos resultantes da ação criminosa, o
valor da punição e as probabilidades de detenção e aprisionamento
associadas e, de outro, o custo de oportunidade de cometer crimes,
traduzido pelo salário alternativo no mercado de trabalho”.
De acordo com Fukuyana (1999), a economia criminosa tem seu fundamento no
capitalismo, segundo correntes marxistas, cujo desenvolvimento alterou o cotidiano
empresarial incentivando famílias com grandes deficiências estruturais e de subsistência à
ilicitude dos crimes que visam ao lucro. Corroborando com o pensamento, Fernandez (2001)
acrescenta que a há uma degeneração moral em andamento, consequência da permissibilidade
do sistema para com atos criminosos.

Becker, em seu artigo publicado no Journal of Political Economy (1968), parte do


pressuposto que recursos públicos e privados são gastos no combate ao crime – tanto na
prevenção quanto na apreensão de criminosos – e apresenta uma relação quantitativa de
recursos a serem aplicados na prevenção e especifica o tipo de punição adequada para vários
tipos de legislação. Isto é, quantas ofensas criminosas deveriam não ser punidas? A
metodologia de Becker busca a mensuração da perda social devido a atos criminosos e
procura encontrar a alocação ótima de recursos e punições que reduzam esta perda. (LORD
SHAWNESS apud BECKER, 1968).
11

6 METODOLOGIA

6.1 Tipo de Pesquisa

O projeto se adequa com uma pesquisa exploratória, bibliográfica e documental,


abrangendo uma gama de trabalhos acadêmicos, livros, documentos de cunho jurídico,
governamental e institucional para que a análise permaneça imparcial. De acordo com Aaker
(2004), desta forma é possível estabelecer margens e estrutura ao trabalho, não com a criação
de hipóteses, mas ampliando a versatilidade do tema com os alicerces já existentes.

Trata-se da fundamentação da pesquisa em dados quantitativos, que oriente a


abordagem utilizando os métodos indutivo e dedutivo de forma a analisar qualitativamente
com uma natureza aplicada, ou seja, permitindo visionar a contribuição na sociedade.
Segundo Selltiz (1974), os métodos bem aplicados garantem o desenvolvimento do trabalho,
cabendo apenas o direcionar.

6.2 Local De Estudo E Interpretação Dos Dados

Sendo um trabalho científico pautado bibliograficamente, os acessos procurados se


adequam com grandes bibliotecas virtuais, fontes de artigos, monografias, obras publicadas,
documentos de toda sorte e sites. Os dados coletados serão relacionados entre si, construindo
um pensamento fundamentado acerca da pauta possibilitando um rumo na redação, de forma a
preencher os requisitos investigativos das economias informal e do crime, associando sua
manutenção às políticas adotadas pelo Estado e influência das empresas.
12

CRONOGRAMA

Tarefas Planejadas jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17


Elaboração do Projeto de Pesquisa X x
Revisão Bibliográfica x x
Coleta dos Dados x x
Tratamento dos Dados x
Primeira Versão do Projeto x
Apresentação do Projeto x
Versão Final do Projeto x
13

REFERÊNCIAS

AAKER, David A. et al. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2004.

Araujo, Luiz A. D. Curso de direito constitucional. São Paulo: Verbatim, 2005.

BECKER, Gary S. Crime and Punishment: An Economic Approach. P. 55. Essay –


University of Chicago and National Bureau of Economic Research, 1968.

BRAGA, Thaiz S. Informalidade e ocupação não-registrada na RMS. P. 35. Bahia, Bahia


Análise & Dados Salvador, 1999.

CLEPS, Geisa D. G. Comércio informal e a produção do espaço urbano em Uberlândia (MG).


Revista Sociedade & Natureza, Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, V. 21, n.
3, 2009.

COOK, Claire S. et al. Métodos de pesquisas nas relações sociais: Delineamentos de


pesquisa. São Paulo, Herder, 1974.

FEIJÓ, Carmem A. et al. Quão heterogêneo é o setor informal brasileiro? Uma proposta de
classificação de atividades baseada na ECINF. Revista de Economia Contemporânea, Rio
de Janeiro, V. 13, n. 2, 2009.

FERNANDEZ, José C. et al. Diagnóstico da criminalidade na Bahia: uma análise a partir da


teoria econômica do crime. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza: v.32, n. Especial,
2001.
14

FUKUYAMA, Francis. A grande ruptura: uma revolução silenciosa que já começou. São
Paulo: O Estado de S. Paulo, 1999.

JAKOBSEN, Kjeld et al. Mapa do Trabalho Informal: Perfil socioeconômico dos


trabalhadores informais na cidade de São Paulo. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1996.

MALUF, sahid. Teoria geral do estado. São Paulo: Sugestões Literárias, 1988.

Montesquieu, Charles de S. O Espírito das Leis. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

POCHMANN, Marcio. O emprego na Globalização: a nova divisão internacional do


trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu. São Paulo: Boitempo, 2001.

Você também pode gostar