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Corrupção
Universidade Rovuma
Nampula
2021
Nenita Paulo Amala
Corrupção
Universidade Rovuma
Nampula
2021
Índice
Introdução...................................................................................................................................4
1. DEFINIÇÃO DA CORRUPÇÃO.......................................................................................5
1.1. CAUSAS..........................................................................................................................5
Conclusão..................................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11
Introdução
A corrupção é, sem sombra de dúvidas, um problema que desafia estudiosos e leigos. Não
parece razoável que pessoas abastadas financeiramente e, muitas vezes, com elevado grau de
instrução se envolvam nesse tipo de actividade ilícita. A explicação tradicional para os actos
de corrupção busca identificar alguma sorte de defeito no carácter das pessoas envolvidas e
considera as alterações legislativas a solução protagonista para debelar tais práticas. A
corrupção é um complexo fenómeno social, político e económico que afecta o
desenvolvimento de todos os países do mundo, em maior ou menor grau, seja em regimes
autoritários ou democráticos, e em todos os sistemas económicos.
1. DEFINIÇÃO DA CORRUPÇÃO
É necessário frisar que os actos de corrupção nem sempre se situam a nível do benefício
individual, podem aspirar beneficiar familiares e amigos, ou mesmo movimentos sociais,
políticos ou culturais. E é nesta lógica que o Llaca (2005:50), considera que existem dois tipos
de corrupção: a corrupção dita “egoísta” e que serve apenas interesses individuais e a
corrupção dita “solidária” que beneficia a interesses individuais e colectivos. Esta distinção
pode revelar-se ambígua, na medida em que o egoísmo tanto pode ser grupal como individual.
1.1. CAUSAS
Com base em estudos já realizados, dentre as causas que geram ou podem gerar a corrupção
estão:
(i) o elevado poder discricionário: qualquer política com alto poder discricionário
propicia práticas corruptas, tais como as restrições ao comércio exterior e
subsídios governamentais, isto é, a imposição de licenças de
importação/exportação, o proteccionismo e a concessão de subsídios a certos
sectores da economia. Economias com menos subsídios ou mais abertas ao
comércio exterior, por não discriminarem grupos beneficiários, estão associadas a
menores níveis de corrupção;
(ii) (ii) baixo nível de salários: os reduzidos salários são um estímulo à busca de fontes
alternativas para complementação da renda e isso é passível de ocorrer tanto com
funcionários do sector público quanto do privado;
(iii) (iii) sistema político: o nível de corrupção do sistema político tende a estar
associado ao nível de competição política. É provável que o nível de corrupção
seja maior em regimes autoritários, com menor pressão política;
(iv) (iv) desigualdade social e de direitos: a aceitação da diferença de direitos entre
sectores da sociedade promove a impunidade sobre práticas corruptas
(FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010, p.
8.).
A conduta de acordo com a regra (compliance) ou a corrupta possuem várias causas e são
influenciadas pelas circunstâncias. Na raiz da conduta corrupta ou da compliance está a
percepção moral, a compreensão do indivíduo sobre o significado de sua atitude ante a moral
e as regras organizacionais.
Exemplo: Um funcionário da Conservatório do Registo Criminal que recebe uma oferta para
proceder a passagem urgente de uma certidão autêntica, desrespeitando a ordem de entrada
dos pedidos em benefício de quem lhe ofereceu o presente.
É a situação em que qualquer pessoa, que por si ou por interposta pessoa, dá ou promete a
funcionário, ou a terceiro, com o conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não
patrimonial que a este não é devida, quer seja para a prática de um acto lícito ou ilícito.
Como se pode retirar da ilustração acima, e fazendo recurso aos elementos constitutivos do
crime de corrupção, para que este ocorra é necessário que se desenvolva uma acção ou
omissão com vista a prática de um acto lícito ou ilícito que caiba nas funções do agente e que
este tenha como motivação o recebimento de uma contrapartida para o próprio ou para
terceiro.
A palavra corrupção no seu sentido social e legal é uma acção humana que viola as normas
legais e os princípios ético.
Entende-se que o sistema repressivo, por mais sofisticado que seja, é insuficiente para
diminuir seriamente o fenómeno da corrupção. Neste contexto, é considerado fundamental,
entre outras coisas:
Reforçar o papel das escolas, transmitindo-se às nossas crianças e jovens valores que
gerem repúdio perante práticas de corrupção;
Aumentar a formação dada a todos os dirigentes e funcionários públicos, de modo a
que estes dirigentes e funcionários estejam mais conscientes para os perigos e
consequências negativas da corrupção;
Desenvolver um regime geral de prevenção da corrupção, que preveja a
implementação, dentro da administração pública e das médias e grandes empresas, de
programas vocacionados para a prevenção e detecção de práticas ilícitas (os chamados
programas de compliance) e para a protecção de dirigentes ou trabalhadores que
denunciem estas práticas (tal como nos é pedido pela União Europeia);
Criar um Mecanismo Anticorrupção, com poderes de iniciativa, controlo e
sancionamento no âmbito do regime geral de prevenção da corrupção e com
atribuições ao nível da recolha e tratamento de informação e da organização de
programas de actividades entre entidades públicas e entidades privadas relacionados
com a corrupção;
Disponibilizar mais informação aos cidadãos e digitalizar mais procedimentos, para
que as interacções com os serviços públicos sejam mais transparentes, compreensíveis
e previsíveis;
Melhorar o conhecimento do crime de corrupção e dos crimes relacionados, afinando a
produção de informação, sobretudo com base nos casos já julgados pela justiça
nacional.
Conclusão
Considerar, porém, que é muito difícil modificar o estado actual de coisas se a lógica da
repressão continuar como única protagonista do combate à corrupção. As mudanças operadas
somente segundo essa lógica são tímidas e acabam por não atacar as formas de vidas que
alimentam a corrupção. É nesse sentido que defendemos a força da comunicação e do
ensinamento como estratégia de prevenção da corrupção. O aprimoramento dos institutos
jurídicos e a prática comunicativa devem caminhar juntas, uma complementando a outra.
Bibliografia
Llaca, J.; HuSSEY, R. Pesquisa em administração. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.