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UNIFEBE – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


ÉTICA

Ética e política:
Análise sobre a sociedade democrática e a
corrupção.

Jedson Rodrigo Teixeira


Introdução
Segundo Guimarães (2013) o alto nível de corrupção das instituições,
principalmente das agências públicas, coloca em xeque o Estado democrático e de direito,
sua legitimidade e efetividade, além de fragilizar os arranjos organizacionais,
indispensáveis para a estabilidade do sistema social e político. Assim, nas democracias
modernas a corrupção vem colocando em risco a própria estabilidade do regime.
A corrupção no Brasil
Estudos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimam que o desvio de
recursos públicos no Brasil podem chegar na casa dos R$ 85 bilhões ao ano. Esse
montante, daria para construir 900 mil casas populares, por exemplo. A falta de ética na
política tem gerado uma corrupção desenfreada, o que incrementa a miséria, as mazelas
e desigualdades sociais.
Tolerância à corrupção
Apesar de a população brasileira indicar a corrupção como um problema grave, é
comum as pessoas atribuírem a corrupção à “má índole do povo brasileiro”; outros, à
famosa “Lei de Gerson”, segundo a qual se deve sempre “levar vantagem em tudo”. O
clientelismo, a patronagem, o patriarcalismo e o nepotismo constituem tipos de relação do
Estado com a sociedade em que a corrupção é a marca fundamental.
Corrupção ativa e corrupção passiva
A corrupção ativa se caracteriza em oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. O
crime de corrupção ativa está no rol dos crimes praticados por particulares contra a
administração pública. A corrupção passiva é um crime praticado contra a
administração pública, e ocorre quando um agente público exige uma propina ou
qualquer outro tipo de benefício para fazer ou deixar de fazer algo.
A transparência no enfrentamento da corrupção
Um dos antídotos contra a corrupção é a produção, o acesso e a difusão das
informações das instituições públicas. A compreensão da transparência como controle da
sociedade civil sobre o Estado está diretamente relacionada aos princípios da democracia.
Nesse sentido, a Lei de Acesso à Informação (Lei n. 12.527/2011) pode representar, entre
outros mecanismos, importante avanço institucional para o controle da corrupção no setor
público. Vale citar ainda alguns órgãos de fiscalização das verbas publicas, como a
Controladoria Geral da União (CGU), o Ministério Público e os Tribunais de Contas dos
Estados.
O Jornalismo e o combate a corrupção
O Jornalismo durante muitos anos foi peça fundamental como mecanismo de combate a
corrupção. Porém o que temos visto atualmente é uma imprensa que tem como objetivo indisfarçável
defender determinados interesses que fazem parte de grupos políticos e econômicos. Hoje, o jornal está
em meio a um conjunto de pressões; as cobranças não vêm só do governo e dos grandes grupos
econômicos, mas, muitas vezes, dos próprios acionistas, que são donos e que gerem esse novo tipo de
mercado, sem levar em conta sua especificidade social e política.
Ética, educação e corrupção
No que diz respeito à corrupção, em todas as suas dimensões, a boa educação deve nos dar
mapa e bússola para que possamos perceber a distância que muitas vezes se estabelece entre o nosso
discurso moral, marcado pelas boas intenções, e nossas práticas concretas, em que, em nome de
conquistas pessoais conseguidas ao preço da desonestidade e do desinteresse pelo coletivo. Contra a
corrupção política, entendida não como algo episódico, mas como um fenômeno da cultura nacional,
todas as instâncias educativas da sociedade têm o seu papel a cumprir, já que não podemos hoje
reduzir a política às práticas parlamentares ou à ação do Poder Executivo.
Conclusões
A corrupção é um mal existente na administração pública desde a mais remota
antiguidade, fruto da ganância e do apego ao poder, do protecionismo aos apaniguados e do da
omissão dos deveres funcionais das pessoas que detêm parcela do poder público e que veem o
Estado como propriedade sua, influenciados que são pelos corruptores. Por isso, cada pessoa deve
se questionar sobre o que ela pode fazer para acabar com esse câncer que tenta contaminar os
mais diversos setores da administração pública e, com isso, a própria sociedade.
Referências
Ética e corrupção: dilemas contemporâneos/Coordenadores: Raquel Beatriz E84
Junqueira Guimarães, Robson Sávio Reis Souza. Belo Horizonte: Editora PUC
Minas, 2013.

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