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Varginha-MG
2019
Hemerson Arceni dos Reis
Varginha-MG
2019
SUMÁRIO
2. Resumo
3. Introdução
Frequentemente vemos em noticiários o descaso que certas autoridades fazem com o
patrimônio público, gerando uma grande dúvida na população de até quando é respeitado os
mandamentos étnicos da política, o que coloca interna e externamente em cheque a moralidade
administrativa. Essas ações desencadeiam uma desaprovação geral da população com a atuação
estatal, gerando várias consequências como o desemprego, a redução de investimentos
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estrangeiros no país e afetando vários setores indispensáveis como a saúde, educação, segurança
pública e infraestrutura.
Com isso podemos nos perguntar como o cidadão pode colaborar no combate das
ilegalidades cometidas pelos agentes públicos, embasado nesta pergunta demostro o objeto
deste trabalho que é como enfrentar pelo cidadão, com sua participação, dos atos lesivos ao
patrimônio público e a moralidade administrativa, entendido aqueles que desrespeitem a ordem
constitucional e violem os princípios da administração pública. Esse estudo busca tratar acerca
da Ação Popular (remédio constitucional expressamente previsto no artigo 5°, inciso LXXIII
da Constituição Federal da República) que representa uma forma da democracia participativa
para enfrentar as práticas que contrariam e prejudicam a administração pública e
consequentemente a população brasileira.
O trabalho discorre por meio de uma revisão bibliográfica em um primeiro momento
sobre o ponto central e legitimador da Ação Popular, ou seja, a cidadania. O desenvolvimento
deste tema embasará como ela é vista na atualidade mais também verificará como ela foi
alcançada no tempo, retornando ao passado para analisar a perspectiva histórica da cidadania,
será apresentado então os instrumentos para a concretização da participação do cidadão dentro
da sociedade.
Em um segundo momento será abordada a própria Ação Popular, como ela é exercida,
quem tem a legitimidade para interpô-la, quem tem a competência para julgá-la, aspectos
processuais, origem e como se desenvolveu no tempo, ou seja, será abordada a Ação Popular
na prática com base na lei 4.171/1965 e também ao seu objeto que é a proteção e o controle da
administração pública.
Uma vez debatida as bases essências para compreender o tema proposto, o estudo
abordará no terceiro e último capítulo, o papel fundamental do cidadão em face as práticas
ilegais por ele presenciadas e também as consequências de uma maior participação popular
gerando uma maior credibilidade nas instituições públicas. Ele tem como objetivo o de proteger
a ideia de que, qualquer cidadão tem a legitimidade para colocar em prática um direito que é
inerente a cidadania. O interesse buscado nesse tipo de ação não é somente a realização de um
direito individual e sim mais do que isso, é uma defesa dos direitos difusos, focando no controle
e na fiscalização das autoridades públicas de forma a fazer com que eles cumpram a função
com a devida honestidade que o cargo exige.
Com isso o trabalho serve para concluir o quão importante é a Ação Popular como
instrumento de participação do poder judiciário que permite a qualquer cidadão a participação
do controle estatal anulando atos nocivos a própria população e a administração pública
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4. Justificativa
A reflexão acerca do papel fundamental do cidadão como fiscal da administração
pública é um tema de grande importância na sociedade. Ainda hoje podemos notar o descaso
com que algumas autoridades agem em face do patrimônio público que chega a ser até normal,
dando a entender que a corrupção é um instituto que nasceu junto com a democracia e não que
veio depois com a corrupção de seus titulares. Com o objetivo de atrair a atenção para o tema,
o trabalho estudará o próprio conceito de cidadania no decorrer dos tempos, analisará como
funciona a ação popular e quão é importante a participação do cidadão como um dos
gerenciadores da administração pública contra ilegalidades.
5. Objetivos da pesquisa
5.1 Objetivos Gerais
Demostrar a importância da participação do cidadão no controle da administração pública.
5.2 Objetivos Específicos
Analisar a evolução da cidadania no decorrer dos tempos.
Examinar como a cidadania é vista atualmente.
Demostrar como é importante a Ação Popular como um meio de concretização da participação
popular.
Demostrar como é o andamento de uma Ação Popular na prática.
6. Referencial teórico
A Ação Popular é um instituto processual constitucional para o exercício da cidadania
e “a pratica democrática, que embora prevista no ordenamento jurídico desde os tempos do
império adquiriu importância destacada a partir da promulgação da atual constituição em 1988”
(Silva, 2007, p.32-33), “porque erigiu a moralidade administrativa em fundamento autônomo
para a sua propositura” (Mancuso, 2001, p.100).” Essa modalidade participativa de jurisdição
possibilita ao cidadão agir em nome da coletividade para defesa de interesse que lhe pertença,
recorrendo ao judiciário para defesa do direito coletivo” (Silva, 2008, p.90). Ela não se ampara
em direitos individuais próprios, mais sim em interesses da comunidade, “o beneficiário direto
e indireto desta ação não é o autor; é o povo titular do direito subjetivo ao governo honesto”
(Meirelles, 2003, p.122).
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LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
Segundo André Luiz Lopes (2013, p.45) “a Ação Popular nasceu da ideia de fazer de
todo cidadão um fiscal da lei, legitimando - o a propor a ação que vise a anular ou declarar
nulos atos lesivos ao patrimônio da união estados e municípios”. Flávia Regina Ribeiro da Silva
(2008, p.69-70) cita que “a redação dada à Ação popular pelo art. 5º, LXXIII, representa uma
das concretizações do princípio da soberania popular, inserto no parágrafo único do art. 1º, da
Constituição Federal de 1988”.
Mais para o exercício da ação popular o indivíduo tem que ter a cidadania que pode ser
definida como um conjunto de deveres e direitos realizados por algumas pessoas que vivem em
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um país, no que diz respeito ao seu poder e grau de participação nos espaços públicos e no seu
direito de nele intervir e transforma-lo. A expressão cidadania originou-se do latim civilitas,
que significa cidade em português. No passado cidadão era aquele que fazia parte ativamente
na cidade, exercendo seus direitos e deveres. “A ação popular, se constitui um instrumento de
exercício da cidadania e forma de concretização do modelo democrático brasileiro”
(TARREGA; FREDERICO, 2006, p.301). Para o site DEDIHC cidadão tem o seguinte
significado:
É nesse contesto que a ação popular pode ser considerada um importante instrumento
de exercício da cidadania, pois como garantia constitucional ela dá oportunidade ao cidadão de
participar diretamente da vida pública, fiscalizando a administração de forma suplementar, já
que em regra essa função deveria ser exercida pelos seus representantes do poder legislativo.
No mesmo sentido é o pensamento de Luiza Elizabeth Furtado (199, p.19):
Assim “na medida em que o cidadão se conscientiza que sua participação é fundamental
para a garantia do direito coletivo de ter uma administração honesta” (Silva, 2007, p.90). Assim
demostro o referencial teórico, alertando que com o desenvolver do projeto será incluído mais
autores que trata do presente tema.
7. Metodologia
Foi utilizado o método de pesquisa descritiva com a finalidade de analisar a importância
do cidadão frente ao controle da administração pública através de um estudo profundo do meio
que isso é proporcionado que no presente caso será a Ação Popular, partindo de uma revisão
bibliográfica composta pelos principais autores da área. A finalidade é traçar um “padrão” que
possa ser trabalhado como exemplo e aplicado junto aos objetos empíricos.
Para isso, a pesquisa será baseada em estudos de autores, como por exemplo José Afonso
da Silva, Gilmar Mendes, Pedro Lenza, entre outros pensadores que elaboraram trabalhos
pertinentes ao assunto. Entretanto, é importante salientar que o corpus de autores tende a
aumentar na medida em que a leitura vier sendo desenvolvida.
O estudo terá caráter essencialmente qualitativo, com ênfase na observação e estudo
documental, ao mesmo tempo que será necessário o cruzamento dos levantamentos com toda a
pesquisa bibliográfica já feita.
8. Cronograma
Bimestres
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8
Elaboração do Projeto X
Revisão Bibliográfica X X X X X X
Aprofundamento Teórico X X X X X X
Relatório de Atividades X X X
Redação do Trabalho X X X
Revisão e Redação Final X
Entrega do Texto Final X
Defesa X
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18° Edição. São Paulo. Editora
Saraiva. 2014. Volume único.
LOPES. André Lopes. Ação popular como instrumento do cidadão para prevenção e
reparação do dano ambiental. 2013.118f. Dissertação (mestrado em direito) Escola Superior
Dom Helder Câmara. Belo Horizonte. 2013.
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública,
Mandado de Injunção, Habeas Data, Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação
declaratória de Constitucionalidade. 25.ed. Atualizada por Arnoldo Wald e Gilmar Ferreira
Mendes. São Paulo: Malheiros, 2003.
PAES DE PAULA, Ana Paula. Por uma nova gestão pública: reinserindo o debate a partir das
práticas possíveis. In: Alexandre dos Santos Cunha; Bernardo Abreu de Medeiros; Luseni
Cordeiro Aquino. (Org.). Estado, Instituições e Democracia: República. 1ed.Brasília: IPEA,
2010, v. 1.
SILVA, Flávia Regina Ribeiro da. Ação Popular Ambiental. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.
SILVA, José Afonso da. Ação Popular constitucional: Doutrina e Processo. 2°.ed. São
Paulo: Malheiros, 2007.
TARREGA, Maria Cristina Vidote Blanco; FREDERICO, Sérgio Augusto. Ação Popular no
contexto democrático: Aspectos processuais. In: GOMES JUNIOR. Luiz Manoel; Santos
Filhos, Ronaldo Fenelon (Org). Ação Popular: Aspectos relevantes e controvertidos. São
Paulo: RCS Editora, 2006.
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