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Considerações Iniciais
4
Bernard Manin, Adam Przeworski and Susan C. Stockes. Elections and Representation. ??????????
5
O`DONNELL, Guilhermo. Horizontal Accountability and New Poliarquies. 1997. Tradução do original inglês de Clarice
Cohn e Alvaro Augusto Comim. Revista Lua Nova, nº 44, 1998.
6
Na mesma linha, o professor Marcos Fernandes,da Fundação Getúlio Vargas e da Transparência Brasil, em entrevista ao
jornal O Globo, edição 23.04.2002: “Os cidadãos ainda não descobriram que mais importante do que votar é supervisionar o
que os políticos fazem depois de eleitos.”
As informações devem ser disponibilizadas tempestivamente e em linguagem
compreensível pelo cidadão mediano, constituindo-se, de fato, em instrumento de
transparência. Não basta só divulgar os dados, não basta só publicar, não se trata do
amesquinhamento do princípio constitucional da publicidade. Trata-se da possibilidade de
que os dados divulgados sejam compreensíveis e tenham um objetivo bastante nobre, que é
permitir controle e, sobretudo, o controle social, a mais eficaz das formas de controle da
Administração Pública.
É preciso que os Tribunais de Contas utilizem linguagem acessível pelo cidadão
comum.
Moreira Neto 7 ensina que a grande preocupação em relação a exercício de cidadania
deve ser com o chamado estrato apolítico da sociedade. E dentro desse estrato apolítico ele
divide o grupo em apáticos, abúlicos e acráticos. Os apáticos são aqueles aos quais falta
sensibilidade para participar, não têm interesse em participar. Os abúlicos são aqueles nos
quais falta o desejo de atuar politicamente, não querem partcipar. E, finalmente, os acráticos
são aqueles que não têm condições de participar, não podem se integrar ao processo.
O trabalho dos Tribunais de Contas pode contribuir para trazer estes cidadãos para o
debate, constituindo-se em garantidores de uma participação popular efetiva, notadamente
na gestão fiscal.
A título de exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga a participação popular no
processo de elaboração dos orçamentos. O que, no passado, era prática de alguns
gestores8 na busca da legitimação da decisão político-administrativa passa a ser uma
obrigação legal. Não é mais possível elaborar orçamento, sem a participação popular. Os
Tribunais de Contas apresentam-se como a instituição capaz de comprovar esta participação
e impor sanções pelo seu descumprimento.
A realização de audiências públicas, a cada quatro meses, com o objetivo de
demonstrar o cumprimento das metas fiscais9 , também expressa outro exemplo da
importância dos Tribunais de Contas, que são os responsáveis pela aferição e pela
verificação do cumprimento desses comandos legais.
Na realidade, a atuação dos Tribunais na promoção da ética e na garantia do exercício
pleno da cidadania constrói uma via de mão dupla. Não só os Tribunais servem como
provedores de informações e garantidores de que esses mecanismos de participação
popular estejam sendo respeitados, como também os Tribunais se legitimam junto a
sociedade, maximizando suas ações.
O que podemos indagar é se os Tribunais de Contas brasileiros estão preparados para
serem instrumentos de promoção da ética e exercício da cidadania.
As questões relativas a pessoal qualificado e em número suficiente, aos procedimentos
utilizados e aos equipamentos disponíveis para execução das tarefas surgem, em uma
análise superficial, como desafios a serem vencidos.
No entanto, há uma questão preliminar a ser superada. Os Tribunais de Contas ainda
são desconhecidos na República. Uma pesquisa feita pelo Tribunal de Contas de
Pernambuco 10, em todo o Estado, detectou que nada menos do que 52,22% dos
entrevistados não o conheciam. Sequer tinham ouvido falar. Apenas 24,5% dos entrevistados
disseram conhecer parcialmente os seus objetivos. No entanto, dos que conheciam o
Tribunal de Contas, 94,3% o entendiam como necessário ao controle da Administração
7
MOREIRA NETO, Diogo de Figueirêdo. Direito da Participação Política. Editora Renovar. Rio de Janeiro. 1992. P. 23.
8
Esta prática ficou conhecida como Orçamento Participativo e foi consolidada, no Brasil, entre 1989 e 1992, a partir de
várias experiências municipais, das quais a mais famosa é a do município de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul.
9
Conforme art.9º, § 4º, da Lei de Responsabilidade Fiscal.
10
Pesquisa realizada em dezembro de 2000, pela Perfil Pesquisas Técnicas Ltda.
Pública, e 65% como sendo essencial no combate à corrupção. A conclusão é óbvia: é
imprescindível levar o Tribunal de Contas ao conhecimento da outra metade da população
que não o conhece.
Superada essa fase do desconhecimento, é preciso aperfeiçoar alguns mecanismos
dos Tribunais de Contas. Inicialmente, com relação ao momento da atuação do controle.
Deve-se buscar a migração de um controle que, regra geral, ocorre a posteriori para um
controle prévio e concomitante como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal11. Valendo-se
de uma metáfora, não mais interessa o diagnóstico do paciente morto, interessa, sim, que o
paciente não venha a falecer.
Necessária, também, uma mudança quanto ao escopo do controle. Não é mais
suficiente o controle de legalidade, impõe-se a necessidade de verificar a eficácia, eficiência,
economicidade e efetividade da ação governamental. A sociedade não apenas quer saber se
os recursos públicos foram geridos conforme a lei, mas sobretudo se foram empregados da
melhor maneira possível, maximizando a relação custo-benefício e tendo por objetivo o
atendimento dos seus anseios.
É preciso, ainda, enfrentar algumas questões que durante muito tempo se constituíram
verdadeiros tabus a exemplo de uma composição mais técnica dos Conselhos dos Tribunais
de Contas 12.
Não se trata de desprezar a participação política, que revela-se essencial. Trata-se de
promover um maior equilíbrio entre o critério técnico e o político13.
As decisões dos Tribunais de Contas devem se revestir de maior eficácia. Há muitas
proposições com este objetivo. Uma das soluções seria a inclusão dos Tribunais de Contas
no âmbito do Poder Judiciário, constituindo-se em verdadeira justiça de contas. Outra
alternativa, mais simples, seria permitir que os próprios Tribunais pudessem executar suas
decisões. A alteração da lei de inelegibilidades14, também se constitui em medida capaz de
conferir maior eficácia as ações do controle externo, não permitindo tanta protelação naquilo
que seria a maior sanção imposta àquele que tem pretensões eleitorais.
Revela-se imperioso, também, que o julgamento político, efetuado pelo Poder
Legislativo, não se sobreponha ao julgamento técnico, efetivado pelos Tribunais de Contas.
Diversas são as alternativas para o aperfeiçoamento do controle externo da
Administração Pública, mas não é objetivo deste trabalho exaurí-las. Cabe-nos evidenciar o
despertar de um desejo comum de modernização dos Tribunais de Contas brasileiros,
11
O Ministro Carlos Átila, do Tribunal de Contas da União, afirmou, certa vez que precisamos “deixar de fazer necropsia,
para fazermos biópsia”.
12
Na composição dos Tribunais de Contas estaduais e municipais brasileiros, duas vagas de Conselheiros são reservadas a
Auditores e Procuradores, enquanto as outras cinco são de livre escolha do Chefe do Poder Executivo (uma) e do Poder
Legislativo (quatro).
13
Neste sentido o trabalho da ONG Transparência Brasil , denominado Caminhos da Transparência, organizado por Bruno
Wilhelm Speck, assim se posiciona:
“É exatamente nesse ponto que se questiona a forma de provimento dos membros dos Tribunais de
Contas. Enquanto os auditores e procuradores são nomeados mediante concurso público, os ministros são
escolhidos, de acordo com critérios subjetivos, pelo presidente da República, pelo Senado Federal e pela Câmara
dos Deputados. Na moldura vigente, a alternativa mais plausível talvez fosse ampliar o número de procuradores e
auditores, para que a maioria dos ministros fosse escolhida entre eles. Isso eliminaria as atuais críticas quanto à
natureza política de suas decisões, em razão do critério de provimento de seus membros”.(disponível no site
www.transparencia.org.br )
14
No caso brasileiro, a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que trata dos casos de inelegibilidades, permite que
aqueles que tiveram suas contas julgadas irregulares, utilizem-se de inúmeros recursos processuais, que tornam ineficaz a
sanção aplicada.
inclusive da própria sociedade15, e que representa a reafirmação e consolidação desta
instituição como instrumento valioso para promoção da ética na gestão pública e exercício
pleno da cidadania.
15
Neste sentido a ONG Transparência Brasil divulgou resultado de trabalho elaborado sobre as mudanças que entende
necessárias, a serem empreendidas no âmbito do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Nos seguintes termos :
“Consideramos que o controle externo das contas públicas é um elemento fundamental do funcionamento das
democracias modernas. Hoje, espera-se mais dos Tribunais de Contas do que no passado. É melhor tentar consertar antes
de descartar.”
“Cremos que a oportunidade de se reorganizar o Tribunal de Contas do Município de São Paulo deve ser
aproveitada para dotar essa instituição de poderes de controle mais condizentes com sua função, para melhor
aparelhá-la de ferramentas tanto jurídicas quanto técnicas, para propiciar sua profissionalização e despolitização
e para torná-la mais transparente e submetido ao escrutínio público mais amplo.”.(disponível no site
www.transparencia.org.br )
16
A esse respeito ver FIGUEIRÊDO, Carlos Maurício e NÓBREGA, Marcos. A Lei de Responsabilidade Fiscal Brasileira.
In Legislação – Cadernos de Ciência de Legislação. Instituto Nacional de Administração – INA. nº 28. Lisboa, Portugal.
2001
17
O TCE-PE tem jurisdição sobre os Poderes e órgãos estaduais, assim como sobre todos os Poderes e órgãos dos 184
municípios localizados no Estado de Pernambuco.
com recursos do Programa Nacional de Modernização da Administração Financeira dos
Estados – PNAFE.
Passamos a apresentar algumas destas experiências exitosas.
OUVIDORIA
18
Utilizamos a expressão “ receber informações relevantes” em substituição a “receber denúncias”, uma vez que estas
precisam estar com seus autores devidamente identificados para que seja formalizada e possa ser apurada pelo Tribunal de
Contas, conforme determinação da Constituição federal e da Lei Orgânica do TCE-PE.
5. Expresso Cidadão : Nos quiosques e pontos de atendimento ao cidadão
mantidos pelo Governo do Estado de Pernambuco é possível o acesso por
meio dos terminais instalados no local.
INTELIGÊNCIA de CONTAS 20
19
Dados obtidos junto a Ouvidoria do TCE-PE e atualizados até 22.07.2002.
20
A utilização da expressão “Inteligência” é bastante criticada, tanto que a denominação adotada pelo TCE-PE foi de Grupo
de Pesquisa e Insvestigação -GPI, mas preferimos adotá-la, neste trabalho, por permitir uma melhor compreensão dos seus
objetivos.
tornar contundentes as investigações desenvolvidas. Logo, os pronunciamentos do Grupo de
Pesquisa e Investigação não são apenas relatórios de inteligência de Controle Externo, mas
também relatórios preliminares especialmente elaborados pelo serviço de inteligência do
TCE, que, apesar de não serem juntados aos autos dos processos administrativos ou penais,
subsidiam o conjunto probatório.
O Grupo foi submetido a treinamentos específicos, ministrados por diversos
especialistas na área, durante todo exercício de 2001. Iniciou, efetivamente, suas atividades
a partir de 2002. Sua atuação já produziu os primeiros resultados concretos21.
OPERAÇÃO ELEIÇÕES
21
Os resultados não estão relatados por tratarem de assuntos que compõem Processos ainda em tramitação e não julgados
pelo TCE-PE.
22
A essse respeito ver FIGUEIREDO, Carlos Mauricio et alii. Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. 2ª ed..Editora
Revista dos Tribunais. São Paulo. 2001.
23
Conforme arts. 21, parágrafo único; 38, inciso IV, alínea “b” e 42, da LRF, as restrições de final de mandato são as
seguintes:
1. Proibição de contratar operações de crédito por antecipação de receita orçamentária, no último ano de
mandato.
2. Nulidade de ato que provoque aumento da despesa total com pessoal, nos 06(seis) últimos meses do
mandato.
3. Vedação ao Titular de Poder ou Órgão, nos últimos oito meses do mandato, contrair obrigação de despesa
sem a suficiente e necessária disponibilidade de caixa.
As irregularidades abrangeram diversas áreas. Desde a realização ilegal de despesas
até a fraude em licitações e superfaturamento em obras e serviços de engenharia,
envolvendo recursos totais de R$ 13.316.000,00 (treze milhões trezentos e dezesseis mil
reais)24.
Não obstante os resultados mensuráveis apresentados, a grande contribuição da
Operação Eleições 2000 foi o aspecto inibidor e preventivo, proporcionado pela presença,
semanal, dos técnicos do TCE-PE em todos municípios do Estado. Estudos realizados
durante a Operação confirmam esta afirmação, a exemplo da redução da média mensal do
número de empenhos da despesa realizados até julho de 2000, em comparação com o
período posterior ao início do programa especial de fiscalização. Em alguns municípios esta
redução chegou a 2/3 do total de empenhos.
Idealizado para ocorrer entre julho e outubro de 2000, diante dos expressivos
resultados foi prorrogado até dezembro de 2000, último mês de mandato daqueles
governantes.
O programa foi concebido e planejado em conjunto com o Ministério Público estadual,
que envolveu todos os promotores estaduais. A participação do parquet foi valiosa e
imprescindível para imprimir a velocidade necessária durante a tramitação dos processos até
o ingresso no Poder Judiciário. A Polícia Militar e a Polícia Civil participaram, também,
garantindo a integridade física dos auditores e promotores .
Os resultados obtidos servem para demonstrar ser possível a atuação tempestiva,
eficiente e efetiva do controle externo da Administração Pública.
O novo período eleitoral, desta vez, no âmbito estadual motivou o lançamento da
segunda Operação Eleições, que aconteceu em 25.07.2002 e está planejada para ser
concluída em 30.10.2002. A nova Operação Eleições mantém os mesmos objetivos e
metodologia, agregando, entretanto, como parceiro, além do Ministério Público estadual, o
Tribunal Regional Eleitoral.
24
Informações constantes em Operação Eleições 2000. Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e Ministério Público
do Estado de Pernambuco. mimeo. Recife. 2001.
Neste período a escola já realizou mais de 294 ações de capacitação, atingindo cerca
de 14.629 pessoas25. Os cursos e treinamentos são oferecidos a custo bastante reduzido,
inclusive alguns são inteiramente gratuitos.
As ações da escola buscam a consolidação de uma burocracia estável local que
possa dar sustentação a uma atuação eficiente, eficaz , efetiva e econômica da
Administração Pública, nos níveis subnacionais.
Os resultados são visíveis, a exemplo do curso sobre Estruturação de Sistemas de
Controles Internos, que em pouco mais de dois anos foi ministrado para 16 turmas,
contribuindo para a consolidação desse sistema em mais de quinze municípios do Estado de
Pernambuco, além de um grande número que se encontra em fase de implantação..
O estímulo a produção científica e acadêmica, também, faz parte das ações da
Escola, o que propiciou o lançamento de dois livros escritos por técnicos da Casa26, além de
diversos trabalhos publicados em jornais e revistas brasileiras e do exterior.
Os trabalhos da escola já ultrapassaram as fronteiras do Estado de Pernambuco,
contribuindo para difusão do conhecimento e experiências acerca de finanças públicas em
diversos outros entes da federação 27.
A partir da edição da Lei de Responsabilidade Fiscal, que elegeu a transparência
como um dos seus pilares, a escola tem realizado ações inovadoras com intuito de assegurar
o cumprimento deste princípio da gestão pública.
A transparência deve ser entendida não só como disponibilização de informações,
mas, sobretudo informações disponíveis que sejam compreensíveis pelo cidadão mediano.
Deve haver compatibilidade entre a linguagem adotada e o destinatário da informação. Caso
contrário não se permitirá o exercício do controle por parte daquele que a recebe. O desafio
consiste em traduzir a linguagem técnica e estranha ao cidadão comum para outra que lhe
seja acessível, sem o receio da banalização, sobretudo diante da constatação de que ser
simples não significa ser desprovido de conteúdo.
Assim, foram elaboradas cartilhas28, em formato de estórias em quadrinhos, com o
objetivo de permitir a correta compreensão da sociedade sobre temas importantes.
A primeira foi destinada aos pequenos produtores rurais beneficiários do Programa de
Combate a Pobreza Rural - PRORURAL, abordando aspectos básicos a respeito da
utilização de recursos públicos e sua prestação de contas aos órgãos de controle. Este
material serviu de base para um amplo programa de treinamento destes cidadãos, que
demandou a sua realização para 3160 pequenos produtores rurais, até 23 de julho de 2002.
A atuação da Escola, neste caso, serviu para correção de graves problemas envolvendo a
utilização indevida dos recursos do PRORURAL 29, muitos dos quais por falta de informação
adequada.
25
Dados atualizados até 23.07.2002, fornecidos pela Coordenadoria Geral da Escola de Contas Públicas Professor Barreto
Guimarães, e em parte disponíveis no site www.tce.pe.gov.br/escola .
26
O livro Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal, escrito por Carlos Maurício Figueiredo, Cláudio Ferreira,
Fernando Raposo, Henrique Braga e Marcos Nóbrega que se encontra na segunda edição,e o livro Intervenção Estadual nos
Municípios – O Papel dos Tribunais de Contas, escrito por Valdecir Fernandes Pascoal.
27
Dentre outros, a Escola de Contas Públicas está desenvolvendo um programa de treinamento para os servidores do
Tribunal de Contas do Estado de Roraima com duração de oito meses a ser concluído em dezembro de 2002.
28
Há quem afirme ser incorreto o uso da expressão “cartilha”, devendo ser substituída por revista pedagógica. As revistas
encontram-se disponíveis no site www.tce.pe.gov.br/escola .
29
Os resultados desta ação encontram-se relatados no item relativo à auditoria de natureza operacional.
O segundo trabalho teve por objetivo esclarecer à sociedade os princípios e regras da
Lei de Responsabilidade Fiscal30, sobretudo acerca dos instrumentos de participação popular
na gestão pública.
A terceira cartilha foi elaborada pelos engenheiros do TCE-PE com o intuito de
abordar, de forma acessível, todos os aspectos técnicos e legais envolvidos na realização de
obras e serviços de engenharia e sua fiscalização que deve ser exercida, também, pela
sociedade.
Ainda visando à promoção da transparência foi contratado o poeta e cantador popular
Sebastião Dias para transformar em cordel31, a cartilha Tudo às Claras, sobre a Lei de
Responsabilidade Fiscal. O resultado foi a edição de folheto de cordel e um CD gravado pelo
artista e distribuídos em locais de grande concentração de pessoas nos municípios do
interior do Estado de Pernambuco, a exemplo das feiras livres.
Mais recentemente, tem-se estabelecido parcerias com organizações não-
governamentais –ONG’s32 para difusão e debate junto a sociedade dos mecanismos de
participação popular na gestão pública, com ênfase na promoção da ética no serviço público
e no estímulo ao controle social.
30
Esta Cartilha, chamada “Tudo às Claras”, foi editada com o apoio da Escola de Administração Fazendária – ESAF.
Posteriormente, diversas outras instituições, nos mais diversos Estados e Municípios brasileiros, também a reproduziram,
estimando-se em mais de 100.000 exemplares distribuídos gratuitamente no Brasil.
31
Cordel é uma forma de poesia popular muito conhecida no Nordeste do Brasil, e com forte penetração nas comunidades
do interior desta região.
32
O Centro Luiz Freire, o Instituto Brasileiro Pró-Cidadania, o Serviço de Justiça e Paz, dentre outras ONG’s têm
participado da organização de eventos dirigidos a sociedade, a exemplo de workshops e seminários.
33
O Parecer Prévio poderá concluir pela recomendação da aprovação, aprovação com ressalvas ou rejeição das contas.