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A INFLUÊNCIA DO CONTROLE EXTERNO NAS CONTAS PÚBLICAS NA BUSCA

DA EFETIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO

NOME DO ALUNO

VALÉSSIO CAVALCANTE DA SILVA

RESUMO: Este trabalho de conclusão do curso tem como objetivo de apresentar os


impactos do controle externo na administração pública. Além disso, buscou
apresentar sobre os conceitos do controle interno de transparência, informação e o
seu impacto referente ao controle social. E sua relevância baseia-se no fato que a
transparência e a disponibilização da informação no setor público tem como função
de reprimir o mais importante problema de corrupção e evidenciar o melhoramento
constante de ações estatais. A metodologia deste estudo foi qualitativa com viés
descritivo para discutir sobre o tema. Pode-se concluir que o controle externo tem
um papel determinante para a sociedade que é o fornecimento de equilíbrio nas
contas públicas de ordem Municipal, Estadual ou Federal, pois a transparência é
garantia para todos os cidadãos. E por outro lado, devem ser resguardados os
princípios da Administração Pública que um deles refere-se no estabelecimento da
moral e ética que pode ser definida como a motivação que leva a sociedade a
tomarem uma ou outra decisão, com base em diferentes valores, condicionados por
interesses distintos.

Palavras-Chave: Controle. Administração Pública. Contabilidade Pública.

1 INTRODUÇÃO

A organização politico administrativa da República é dividida entre os Poderes


Legislativo, Executivo, todos independentes e harmônicos entre si, como está
determinado na Carta Magna de 1988. Para evitar o arbítrio e o desrespeito aos
direitos fundamentais do homem como garantia da perpetuidade do estado
democrático de direito, forma criados os mecanismos de controle reciproco
chamados de “sistema de freios e contrapesos, nascidos da teoria da separação dos
poderes de Montesquieu.
A importância deste tema se dá ao fato de que o referido controle reciproco
busca a preservação do equilíbrio das instituições políticas e democráticas do País.
Esse controle é denominado como político, mais também pode ser classificado como
controle externo.
Portanto, o que se pode afirmar que o presente trabalho é de interesse geral
ao público, desder estudantes que desejam buscar conhecimento do complexo
processo de fiscalização e julgamento das contas públicas em qualquer esfera do
governo até o exímio especialista que procura aprimorar os seus conhecimentos.
O tema do trabalho trata-se de controle externo sobre os atos da
administração pública que demonstra ser vulnerável ao assédio da violência de
Estado em todas as suas formas, não tendo uma que seja considerada eficiente
para fornecer garantias do desenvolvimento humano internamente e externamente.
O tema foi de interesse da autora pela disciplina de Contabilidade Pública e
Controladoria ministrada pelo professor Paulo Freitas. Dessa forma, a pergunta
central é: Qual é o impacto do controle externo para a efetividade da Administração
pública?
Recentemente muito se tem noticiado a respeito da atuação do tribunal de
Contas da União apontando irregularidades na utilização de dinheiro público em
decorrência de denúncias e investigações.
Embora ainda pouco conhecido pela sociedade, esse órgão é responsável
pelo controle externo da administração pública, no âmbito federal, sendo modelo
para o desempenho dos Tribunais de Contas Estaduais e Municipais. A sociedade
civil neste sentido enquanto titular da soberania política e jurídica, deve exercer o
controle direto e indireto sobre os poderes constituídos em seu nome, pela
Constituição Federal: um controle ao mesmo tempo assertivo, normativo e axiológico
sobre as decisões políticas que tem repercussão no meio social.
Este trabalho de conclusão do curso tem como objetivo de apresentar os
impactos do controle externo na administração pública. Os objetivos específicos são:
Demonstrar informações teóricas sobre o Estado, a sociedade e o controle;
Contextualizar transparência, informação e controle; identificar os fatores sobre o
controle externo nas entidades públicas para maior efetividade na Administração.
Recorreu-se a pesquisa bibliográfica utilizando de publicações que se
especializam em fazer levantamentos sistemáticos de todos os documentos
publicados e determinadas áreas de estudo ou pesquisa. Através deles é possível
ao pesquisador estudar a literatura especializada de sua área, tanto as publicações
de livros como as de artigos científicos e revistas.
Foi feita a utilização de fontes como livros, teses, dissertações e artigos
científicos publicados, periódicos, publicações em revistas e páginas da web,
visando fundamentar teoricamente o estudo.
O trabalho encontra-se estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo
aborda sobre a Transparência, informações e controle social, que são determinantes
pra a sociedade, evidenciando sobre a Lei de Transparência e portal da
transparência. No segundo capítulo aborda sobre os princípios da Administração
Pública ao que se refere transparência e princípios da Administração Pública. O
terceiro capítulo aborda sobre o Controle Interno e os fatores determinantes das
suas funções nos órgãos públicos, no quarto capítulo refere-se sobre o Controle
Externo e as contas públicas. E no quinto capitulo por fim demonstra-se sobre a
metodologia utilizada neste estudo.

DEBATE TEÓRICO

2. TRANSPARENCIA, INFORMAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

A sociedade brasileira tem evoluído muito ultimamente, pois tem conseguido


fazer pressões bem-sucedidas sobre os gestores públicos. No entanto, utilizando-se
as tecnologias a seu favor, a administração pública também tem feito muitos
esforços, a fim de tornar mais transparente e mais aberta, criando condições
favoráveis para que seja elevado o controle social sobre os atos que envolvem os
gestores governamentais, assim como também os agentes políticos (TORRES,
2004).
A máquina pública nacional, como boa parte da sociedade, sofre com o
problema de corrupção (CHIAVENATO, 2016). O autor referenciado ainda afirma
que no setor público a corrupção assume uma dimensão especial através da
virulência com que este aspecto tem se manifestado e pela crueldade dessas
práticas que acaba gerando o desabrigo a maior parte dos indivíduos que tanto
dependem de uma proteção estatal.
Pode-se perceber que quanto mais elevada à transparência das ações
governamentais, mais será o controle social através da geração de impactos
positivos, sobre as responsabilidades dos gestores. No entanto, quanto mais variada
for à circulação de informações, maiores serão as possibilidades de que as políticas
públicas se tornem mais implantadas e ajustadas de maneira a ganhar eficiência e
eficácia.
O autor Satie (2011) alega que a ampla geração de informação resulta
oportunidades para que o indivíduo possa interagir com os executores, favorecendo
consequentemente um ganho no aprimoramento de políticas públicas. Pode-se
compreender que no Brasil o banco de dados públicos e privados tem evoluído
muito, gerando confiabilidade. Estes são: Bacen, IBGE,FJP, Fipe, FGV, Dieese,
Ipea, entre outras.
Neste contexto, a transparência e a informação podem ser consideradas
como de grande relevância para aprimorar a implementação de políticas públicas,
assim como para amenizar e restringir as mazelas advindas da corrupção.
Para Torres (2004) apesar de esses mecanismos terem a sua importância,
esses não devem ser analisados sem adequação e qualificação, pois estes tendem
a despertar questões profundas de difícil resolução, de forma especial no Brasil.
Nos dias atuais, acredita-se que uma visão otimista em relação á eficácia
desses mecanismos de controle social. Além das dificuldades que são notórias nas
democracias modernas, é preciso que se haja cautela e realismo, pois a história
brasileira é repleta de desorganização como sociedade civil fraca politicamente
(TORRES, 2004).
Existe de forma eminente uma grande problemática no que se refere a
transparência, pois as informações estão disponíveis, para o indivíduo ter acesso,
mas destas é demonstrado de forma altamente técnica e especializada que acaba
dificultando e inviabilizando o limite que envolve o controle social exercido pelo
cidadão, este sendo considerado como objetivo principal ao que se refere, a
transparência empreendida pela administração pública brasileira. (TORRES, 2004).
De forma específica, tratando-se em administração pública pode-se dizer que
a sociedade civil organizada conseguiu estabelecer um nível elevado de
transferência e disponibilização das ações estatais no Brasil (CHIAVENATO, 2016).
Referente os três poderes, nestes aspectos, podem-se afirmar que o
Legislativo tem uma vocação mais transparente, enquanto o Judiciário é o mais
voltado para si e o Executivo tem um papel intermediário nessa hierarquia
(CHIAVENATO, 2016).
Vale ressaltar a enormes possibilidades que se abrem com relação a
utilização bem articulada dessas ferramentas. A fim de ter um controle social mais
eficaz e eficiente, através de um conjunto de ações que culminou com a Lei
Complementar nº 101 de 4 de Maio de 2.000, denominada Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) que estabelece regras de finanças públicas, voltada para a
responsabilidade fiscal e para a busca de transparência do Executivo, proporcionou
um movimento considerável de disponibilização de informação de interesse público
para a sociedade (TORRES, 2004). E a lei de Transparência 131/2009 será
retratada no próximo tópico e trata também da importância e o impacto das
informações referente aos gastos públicos.
Assim, pode-se atentar sobre a importância da plataforma Portal da
Transparência, pois a partir dela é possível a geração adequada da transparência da
administração pública, a fim de criar a possibilitar que os indivíduos tenham acesso
das informações determinantes para que possam ter conhecimentos com o intuito de
criar respaldo para fiscalizar a forma que a receita pública e o orçamento público
está sendo de fato atribuído.
De acordo ao Portal da Transparência (2019) pode-se compreender sobre a
utilização dos mecanismos do governo que pretende determinar, pois o mesmo
acentua sobre o fator que envolve a transparência como a melhor maneira de coibir
a corrupção, porque ela é considerada como uma ferramenta que induz o
favorecimento, para que, os administradores públicos passem a agir
adequadamente com ética pública, a fim de permitir que, a coletividade, através do
fornecimento das informações, com o intuito de colaborar com o controle social das
entidades públicas, com o intuito de verificar sobre a utilização adequada da receita
pública.

2.1 Princípios da Administração Pública

Pode-se constatar que os princípios implícitos da Administração são os que


estão determinados na Constituição Federal de 1988, no qual tem o seu
estabelecimento legal no seu artigo 37.

Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e, também, ao seguinte (BRASIL, 1988).
Dessa forma, pode-se constatar que os princípios da Administração pública
são determinados pela Constituição Federal de 1988 E um deles é a Legalidade, o
principio legal está constituído no princípio Constitucional de legalidade no qual deve
ser determinado o preceito legal.
O princípio da impessoalidade é a determinação que este revestido fator
impessoal nas ações que são envolvidas a administração pública. Um exemplo disso
é o caso das licitações que devem ser realizadas através de entregas de envelopes
com toda a documentação exigida e para ganhar a licitação o valor demonstrado
pelo participante deve ser inferior aos demais.
Portanto, a impessoalidade deve ser preservada para a garantia da
transparência e mitigação de problemas decorrentes de corrupção. E assim pode ser
apontado o principio da moralidade.
Há estudiosos como Srour (2008), Rezende e Castro (2011) e Passos (2012)
que afirmam que a ética e a moral são a mesma coisa, pois ambas dizem respeito
aos costumes e cuidam da teoria e da prática do agir humano. Outros separam uma
da outra. Os últimos argumentam que a ética (teoria) se refere a uma postura
reflexiva sobre as questões dos valores e princípios a eles referentes, já a moral
(prática) estuda os costumes contextualizados, postos em normas e regras de
conduta (SATIE ,2011)
Na visão de Satie (2011) viver em sociedade, conviver com pessoas, em
qualquer ambiente inclusive no trabalho, normalmente provoca o seguinte
questionamento: “Como devo agir perante as outras pessoas?”.
A resposta pode parecer simples, mas não é por se tratar da questão basilar
da Moral e da Ética. Lembrando que agir não significa somente fazer (trabalhar,
falar, jogar, escrever) bem, mas também vivenciar bem sua ação, participar dela
com satisfação.
Segundo Satie (2011) a ética explica a motivação que leva os atores sociais a
tomarem uma ou outra decisão com base em diferentes valores, condicionados por
interesses distintos. Portanto, para o autor, ser ético, significa tomar decisões
fundamentadas na Moral do seu grupo, baseadas em valores e interesses que
busquem o bem comum. A Ética por seu lado não foca as reações sociais
decorrentes desta ou daquela decisão.
Segundo Satie (2011) cada grupo tem sua Ética, assim, não é simples afirmar
que tal ato ou fato é certo ou errado. Exemplo: no ambiente de uma organização, um
colaborador que não observa determinada regra de conduta em uma tomada de
decisão, mesmo se sua decisão fosse para beneficiar um grande número de
pessoas; como consequência, ele é julgado pelo seu ato de rebeldia.
Sua atitude divergiu da atitude esperada pela organização (moral de grupo),
grupo de pertencimento do colaborador. Neste caso, o resultado não teve relevância
para a organização. Porém, a decisão tomada pelo colaborador certamente
considerou um conjunto de valores herdados ou adquiridos através da cultura,
da educação, da tradição e do cotidiano, em atitude baseada na moral individual.
Na mesma linha, o mesmo autor considera que a moral pode, então, vir de
um conjunto das práticas cristalizadas pelos costumes e convenções socioculturais,
constituir-se de um conjunto de normas, valores e regras que caracterizam cada tipo
de sociedade (grupo), que muitas vezes, são até incompatíveis com transformações
sociais e científicas, ou mesmo com um contexto semelhante de outro grupo social.
Tem um forte caráter social, apoiado na tríade: cultura, história e natureza humana.
Para Satie (2011) é a coletividade que formula e adota padrões morais que
convém a ela e que são relativos ao tempo (quando) e ao espaço (onde), logo
padrões mutáveis. Basta relembrar os costumes que sofreram mutação ao longo do
tempo, conforme a história demonstra.
Por exemplo: o canibalismo, que os povos primitivos praticavam e era aceito,
mas que na atualidade é ato condenável. Portanto, as morais são múltiplas, porque
são culturais e variáveis no tempo e no espaço, e não devendo ser consideradas
eternas e universais.
A saciedade de pulsões como a fome, a sede, o sono, o prazer sexual atua
como traz sossego ao indivíduo agindo como um mecanismo natural de controle,
mas a conquista de riqueza, poder e prestígio não possui controle, pois não há
limites traçados para tais anseios.
Para aplacar esses desejos existem as restrições morais e legais, ou seja,
quando há especulação, arbítrio, manipulação, aqueles que se sentem prejudicados
podem reagir; então, para que essa reação não seja exorbitante, há de haver uma
ação reguladora da sociedade (SATIE, 2011)
Afora tais considerações, é pertinente destacar o enfraquecimento geral dos
controles sociais exercidos pela família, escola, igreja e comunidade, principalmente
nas grandes cidades.
É inegável, conforme Satie (2011) a existência de uma transição histórica que
põe em cheque, os valores e normas morais, motivada pela revolução digital,
globalização econômica, diversificação da mídia, mutação do capitalismo excludente
para o capitalismo social, prevalência do estado regulador sobre o estado dirigista e
pela a valorização dos ativos intangíveis (sociedade da informação) sobre os ativos
tangíveis (sociedade industrial).
Satie (2011) diz que podem ser identificadas, à luz da ética, três formas de
um ato social ser praticado, ele poderá ser:
 Moralmente neutro, ou amoral, quando não afeta as pessoas em
qualquer sentido;
 Moralmente positivo ou moral, quando exige do indivíduo a conformidade
com as regras de costume estabelecidas;
 Moralmente negativo ou imoral, quando há transgressão consciente e
refletida das regras de costume estabelecidas.
O autor exemplificando, escreve que uma empresa que fabrica produtos para
satisfazer os clientes, pratica atos amorais; todavia se efetua sua produção fazendo
consumo consciente de energia, água e matéria prima, age conforme a moral
vigente, porém será imoral ao agredir o meio ambiente com descarte de efluentes
poluidores na natureza.
O exercício da ética individual se traduz também pelo exercício da cidadania,
pela pratica da justiça social, do tratamento igualitário e solidário com o próximo, ou
seja, na construção de uma sociedade melhor para os que nos seguem no tempo e
no espaço.
Na visão de Debord (1997) trata-se da cultura contemporânea
sensacionalista, que exalta o superficial, a inconsistência de conteúdo por meio de
uma comunicação intensa e repleta de exageros, exibindo valores e elementos
desproporcionais e fora do contexto da realidade social vigente.
Debord (1997) cunhou a expressão “sociedade do espetáculo”, para retratar
esta visão contemporânea da realidade.
Lipovetsky (2005) afirma que na “sociedade do espetáculo” é que reside a
cultura ética nos tempos atuais, numa sociedade na qual a ética se mostra
independente, ela manifesta descredito aos mandamentos superiores, valoriza a
felicidade materialista e estimula a projeção do ego.
Conforme Lipovetsky (2005), o consumismo e a ganância espelhados nos
valores atribuídos a aquisição de bens materiais pela sociedade de massa
resultaram na substituição do “querer ser” pelo “querer ter”, com um possível
encolhimento do pensamento reflexivo-crítico dos indivíduos.
Privilegia o consumo, bloqueou a práxis ética da sociedade contemporânea.
Seguindo afirma que, o consumo de que se trata é o de bens proclamados pela
comunicação midiática, afeitos ao fetiche da juventude eterna obtida pelo cultivo
estético do corpo e seus adereços, bens muito diferentes daqueles pregados por
Aristóteles aos seus discípulos na Grécia Antiga, quais sejam boa saúde,
conhecimento e tudo o mais que propiciasse uma vida boa em sociedade e que
preenchesse as potencialidades do homem.
A “sociedade do espetáculo” é uma sociedade individualista, marcada pela
descrença nas instituições morais, sociais e políticas, em que seus membros
convivem em relações superficiais com predominância da tolerância e do
hedonismo. (DEBORD, 1997).
Para SATIE (2010)esta é uma época pós-moralista, em que a mídia
prepondera, na medida em que promove entretenimento, caridade e reality shows,
para essa mídia até a tristeza virou entretenimento e o povo busca obter aquilo que
não é suprido pelas instituições cidadãs, como serviços, reparações ou mesmo a
simples atenção, nos canais midiáticos existentes.
Neste cenário, o comportamento do indivíduo oscila entre apego/apelo e
desapego/indiferença aos valores éticos fundamentais como o respeito pelo
próximo, encontrando sérias dificuldades para o exercício da ação ética.
Ser ético requer a pratica da ruptura com o modelo proposto pelo espetáculo
que oferece satisfação dos desejos e prazeres na maioria das vezes inautênticas e
desapegadas do próximo e da comunidade.
Sem a ruptura com o espetáculo, o indivíduo fica induzido à prática da
chamada ética indolor, pela qual o indivíduo “cumpre” seu papel ao reconhecer os
problemas enfrentados pelo mundo e pela sociedade através da mídia, mesmo que
não se mobilize para tal. (GUIMARÃES et al., 2011).
Segundo o Gibson et al (2006) discorre que, as profissões exigem do
indivíduo habilidades técnicas para exercê-las, mas somente tais habilidades serão
suficientes para o indivíduo ter um desempenho produtivo, eficiente e com
credibilidade. A história é farta em exemplos, que indicam a dignidade humana como
um requisito para o exercício profissional.
Na Administração pública isso não é diferente, deve-se pautar nos princípios
morais e éticos para o comprimento do Estado Democrático de Direito e por sua vez
deve garantir aos cidadãos o bem comum.
Ainda neste preceito legal pode-se atentar sobre o principio de publicidade
que está estabelecido no parágrafo 1º do artigo 37 da referida Constituição Federal
de 1988 na qual se salienta sobre a publicidade que deve ser imposta pelos atos,
programas, serviços e campanhas de ordem pública. Estas por sua vez deverão ser
de caráter educativo de orientação ou informação social, como está disposto a
seguir:

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (BRASIL, 1988)

O parágrafo 4º demonstrado acima, ainda se refere sobre a improbidade


administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

2.3 CONTROLE EXTERNO DAS CONTAS PÙBLICAS

O controle externo é aquele realizado por uma pessoa ou por um órgão que
não integra a estrutura organizacional daquele que realizou o ato em exame.
Meireles (2002, p. 564) caracteriza o controle externo como:
O controle que se realiza por órgão estranho á administração responsável
pelo ato praticado, como, por exemplo, a apreciação das contas do
Executivo e do Judiciário pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de Contas
sobre a efetivação de determinada despesa do Executivo; a anulação de um
ato do Executivo por decisões do Judiciário.

Segundo Meireles (2002) geralmente o controle externo é tido como realizado


pelos Tribunais de Contas em virtude de sua função de fiscalizar os atos realizados
pela administração pública. Porém, o controle realizado pelo Ministério Público e
pela sociedade também é caracterizado como controle externo.
O controle externo é aquele realizado por qualquer pessoa jurídica ou física
que está localizada fora da entidade que realizou o ato, sendo realizado diretamente
pelo Poder Legislativo (parlamentar direto), pelos Tribunais de Contas (parlamentar
indireto), pelo Ministério Público Especial (controle judicial) e ainda pela sociedade
(controle social) (MARTINHO, 2016).
O controle externo tem por objetivo comprovar a regularidade da guarda e da
aplicação dos bens, dos valores e do dinheiro público por meio do controle de
legalidade, realizado pelos Tribunais de Contas e do controle politico realizado pelo
poder Legislativo (MEIRELES, 2002).
O controle externo é órgão legitimado para controlar os atos administrativos
de todos os poderes que estão sob a sua jurisdição. O controle parlamentar
segundo Nascimento (2006) é, portanto, um controle de natureza política, amis
sujeito á previa apreciação técnico administrativa do Tribunal de Contas competente.
Cada órgão ou entidade pública deveria se estruturar de forma a criar
mecanismos capazes de examinar se os responsáveis pelos gastos públicos estão
procedendo de acordo com o que é exigido em leis e regulamentos (MEIRELES,
2002).
De acordo Meireles (2002) a independência e a imparcialidade são
características fundamentais para um controle eficiente que, muitas vezes só é
alcançado quando uma instituição independente e autônoma o executa.
A concepção da estrutura de controle externo no Brasil muitas vezes é
equivocada, pois acreditam que o controle externo é realizado pelo Tribunal de
Contas. No entanto, a função do controle externo é o do Poder Legislativo, que o
exercita com o auxilio dos Tribunais de Contas,
No Brasil, o modelo estrutural adotado é o de Tribunal de Contas, que se
caracteriza como a maneira mais moderna de controle, pois as decisões são
tomadas em colegiados, há rodizio de controle dos órgãos, a alternância de direção
e distribuição impessoal dos processos (BONAVIDES, 2008).
Assim, em todos os Estados democráticos existe uma instituição de controle
das finanças públicas, chamada de Entidades Fiscalizadoras Superiores EFS.
Embora a Constituição de 1988 coloque os Tribunais de Contas como entidades
autoramas na realização de suas atividades (CHIAVENATO, 2016).
Na esfera federal, o controle externo é exercido pelo Congresso Nacional
com o auxílio dos respectivos Tribunais de Contas da União, nos termos dos artigos
70 e 71 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Nos Estados, o controle
externo é exercido pelas Assembleias Legislativas com o auxílio dos respectivos
Tribunais de Contas Estaduais.
Segundo ao que está estabelecido na Constituição Federal de (1988) nos
municípios, por sua vez, o controle é exercido pelas câmaras dos vereadores com o
apoio dos Tribunais de Contas do Estado, exceto quando:
a) O Estado Federado tem um Tribunal de Contas dos Municípios;
b) Quando o Município já possuía um Tribunal de Contas Municipal, anterior
a Constituição federal de 1988.
Quadro 01 demonstrado a seguir, apresenta como é organizado o sistema de
Tribunais de Contas no Brasil.,
Quadro 01. Sistema de Tribunais de Contas

Quantidade Designação Localização


1 Tribunal de Contas da Sede no Distrito
União Federal
26 Tribunais de Contas Unidades de
Estaduais Federação
4 Tribunais de Contas Nos estados: Bahia,
dos Municípios Ceara, do Pará e de
Goiás.
2 Tribunais de Contas Nos municípios de São
Municipais Paulo e do rio de
Janeiro.

Fonte: Adaptado do Brasil, 1988.


O Tribunal de Contas Municipal por sua vez auxilia apenas a Câmara
Municipal da respectiva esfera de poder. Assim, o Tribunal de Contas do Município
de São Paulo, por exemplo, auxilia a Câmara Municipal do Município de São Paulo.
Cabe ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo auxiliar a Assembleia
Legislativa na realização do controle externo e, ainda, apoiar as Câmaras Municipais
dos demais municípios que compõem o Estado de São Paulo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, pode-se concluir que o controle externo tem um papel
determinante para a sociedade que é o fornecimento de equilíbrio nas contas
públicas de ordem Municipal, Estadual ou Federal, pois a transparência é garantia
para todos os cidadãos.
E por outro lado, devem ser resguardado os princípios da Administração
Pública que um deles refere-se no estabelecimento da moral e ética, que pode ser
definida como a motivação que leva a sociedade a tomarem uma ou outra decisão,
com base em diferentes valores, condicionados por interesses distintos. Dessa
forma, a entidade pública tem o dever de tomar decisões fundamentadas para o
comprimento da ética a moral e os bons costumes.
Neste sentido, atua o controle externo que visa em estabelecer a efetividade
das atividades das contas públicas da Administração Pública para o comprimento e
garantia do controle social que é estabelecido pela soberania do povo.
O controle externo é aquele realizado por qualquer pessoa jurídica ou física
que está localizada fora da entidade que realizou o ato, sendo realizado diretamente
pelo Poder Legislativo (parlamentar direto), pelos Tribunais de Contas (parlamentar
indireto), pelo Ministério Público Especial (controle judicial) e ainda pela sociedade
(controle social).
O controle externo tem por objetivo comprovar a regularidade da guarda e da
aplicação dos bens, dos valores e do dinheiro público por meio do controle de
legalidade, realizado pelos Tribunais de Contas e do controle político realizado pelo
poder Legislativo.

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Disponível em: <https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/a-implementacao-da-lei-
complementar-n-131- 2009-lei-da-transparencia-pelos-estados-do-norte-do-brasil-
uma-analise-da-sua-eficaciacomo-instrumento-de-controle-social-e-de-
cidadania.htm> Acesso em 02/10/2020.

TORRES, Figueiredo de Douglas Marcelo. Estado, Democracia e Administração


pública. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

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