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Isso não quer dizer, no entanto, que as dores físicas, mentais e emocionais sejam
iguais. Todas são igualmente dolorosas, mas de modo diferente e, é claro, exigem
cuidados diferentes.
A dor
A dor rápida é descrita como cortante, pontada, aguda, elétrica. É a dor que
sentimos com uma agulhada, um corte, uma queimadura, um choque elétrico, e não é
sentida na maior parte dos tecidos profundos do corpo. Já a dor lenta é descrita
como contínua, latejante, queimação, crônica, associada à destruição de tecidos,
podendo levar a sofrimento prolongado, insuportável, e tanto ocorre na pele como
em quase todos os tecidos e órgãos profundos.
Os sinais da dor rápida são transmitidos dos nervos periféricos para a medula
espinhal por fibras pequenas, com velocidade entre 6 e 30 metros por segundo. A dor
lenta é transmitida por fibras muito menores e com velocidade de 0,5 a 2 metros por
segundo.
Quando entram na medula espinhal (a partir das raízes dorsais), as fibras de dor
terminam sobre neurônios nas pontas dorsais. Aqui, novamente, há dois sistemas
para o processamento dos sinais de dor no seu caminho para o cérebro: pelo feixe
neoespinotalômico (para a dor rápida) e pelo feixe paleoespinotalâmico (para a dor
lenta).
Mas toda dor é processada nas áreas sensórias somáticas, nas regiões inferiores do
encéfalo, tálamo e córtex.
Analgesia
Cada pessoa reage à dor de modo pessoal e extremamente variável, como parte da
capacidade do próprio cérebro suprimir a entrada de sinais de dor no sistema
nervoso, ativando um sistema de controle da dor chamado de sistema de analgesia.
O sistema tem neurônios secretores de encefalina, que são capazes de suprimir os
sinais da dor tanto na medula quanto no tronco cerebral.
A dor é muito mais do que um inofensivo sinal de que algo não vai bem no corpo. Ela
é capaz de agravar uma doença, prolongar o processo de cura, e até de
transformar-se em uma doença. A dor provoca males físicos, mentais e emocionais e
ninguém deve tolerar o sofrimento que a dor provoca: é sempre preciso combatê-la.
"A dor tem sido negligenciada, maltratada, mal diagnosticada", diz o doutor João
Augusto Figueiró, coordenador do Programa Nacional de Educação Continuada em
Dor, da Associação Médica Brasileira. "Ela desencadeia no homem o maior estresse
que ele pode suportar e as conseqüências são sérias, principalmente quando falamos
de dores crônicas
Há uma relação, direta, entre o estado mental de uma pessoa e o estado doloroso:
várias pesquisas determinaram, cientificamente, que pessoas preocupadas, tristes ou
deprimidas, liberam menos noradrenalina e serotonina (bloqueadores do estímulo
doloroso), ficando mais sujeitas à dor.
Mas há pior: há a miséria de uma vida sem dor, a analgesia. A dor ensina a evitar
situações danosas para o corpo. Ela desencadeia reflexos de retirada do corpo ou de
parte dele, para longe dos estímulos danosos. E nos induz a evitar movimentos com
uma parte lesionada do corpo. O que quer dizer que a dor é educativa e tem
importância vital, isto é para a vida.
Algumas raras pessoas, no entanto, nascem ou ficam sem a capacidade de sentir dor
e passam a vida em constante perigo de autodestruição porque não se dão conta
dos danos que suas ações estão provocando ao próprio corpo. Mesmo treinadas,
intensamente, para evitar situações lesivas, essas pessoas sofrem degeneração
progressiva das articulações, das vértebras, sofrem deformações do esqueleto e, na
linguagem dos médicos, "vão a óbito" antes dos 30 anos.