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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES

Curso de Economia e Curso de Gestão, 1º Ano/2023

Palestra 1:
1. Conceitos básicos e princípios fundamentais de economia
1.1 Economia como Ciência e seu Objecto de estudo;
1.2 Necessidades e tipos de bens económicos;
1.3 Problemas fundamentais da Economia
1.4 Factores de Produção;
1.5 Escassez, Escolha e Custo de Oportunidade
1.6 Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP).

A Docente: Dra Custódia D. Manhanga Lourenço


As Regras
Sim Não
Prepara-se para as aulas Não chegue atrasado
Tente ser Participativo Não falte as aulas
Chegar cedo Não venha para a aula sem preparar
Tirar as cópias das palestras Não faça barulho durante as aulas
Colocar cel no modo vibrar e no silencio
durante as aulas Não cabular durante os testes
Vista-se adequadamente
Estude, Estude, Estude………
Estude, Estude, Estude…………..
1.2 Conceitos básicos e princípios fundamentais de economia:
1.2.1 Economia como Ciência e seu Objecto de estudo

Etimologicamente, a palavra “economia - oikosnomia -” vem dos termos


gregos oikos (casa) e nomos (norma, lei), e pode ser compreendida como
“administração da casa” e é atribuída a Aristóteles (384-322a.c.) um famoso
filósofo da Antiguidade grega, que estendeu a sua importância à categoria de
Ciência da Administração da Comunidade Doméstica.
Mas, a Economia como disciplina académica é relativamente nova, data do
Séc.XVIII: The Wealth of Nations (em português, A Riqueza das Nações), da
autoria de um famoso economista inglês de nome Adam Smith (1723 - 1790)
é o título da 1ª grande obra sobre Economia Política, publicada em 1776.
Este economista ficou conhecido na História como o Pai da Economia Política.
Com o andar do tempo, a Economia tem vindo a evoluir de tal forma que há
hoje uma diversidade de ramos especializados que tem como base a
Economia: Economia Internacional, Economia Monetária, Economia de
Transportes, Economia Industrial, Economia Agrária, Economia do Trabalho,
Economia do Meio Ambiente, Econometria, entre outras.
Para termos o conceito de Economia, vale a pena observar o que se passa à
nossa volta. Constata-se que:
 Por um lado, as pessoas, as comunidades, os países têm necessidades que
tendem a ser ilimitadas: Todos nós temos que comer, vestir, estudar,
precisamos de abrigo, precisamos de nos divertir, de nos cultivar, etc.

 Por outro lado, verificamos que os recursos de que dispomos são escassos,
isto é, são limitados. Não é possível que cada ser humano, cada sociedade
ou cada país disponha de todos os recursos que seriam desejáveis para
responder a todas as suas necessidades.

 Os recursos do planeta embora variem de país para país (há países ricos e
países pobres), todavia são limitados, no seu todo, de modo a
satisfazerem a totalidade das necessidades dos seus habitantes.

 A razão essencial de existência da teoria económica é a escassez e, em


seguida, prescrever como deve a sociedade organizar-se de modo a
proporcionar o uso mais eficiente dos recursos. Não havendo escassez de
recursos não faria sentido o estudo da Economia.
Existem várias definições de economia, mais sem dúvida alguma a maior
parte delas tem algo em comum:
Economia é uma ciência social que estuda os indivíduos e as organizações
empenhados na produção, troca, e consume de bens e serviços. (Dominick
Salvatore, 1981).

Segundo Samuelson e Nordhaus: Economia é o estudo da forma como as


sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens com valor e como
os distribuem entre pessoas diferentes.

Mankiw (2001), simplificou o conceito: Economia é o estudo da forma pela


qual as sociedades administram os seus recursos escassos.

Os três conceitos tem em comum a necessidade de adequar recursos


escassos a crescentes necessidades dos indivìduos e da sociedade. Isto é,
que os bens são escassos e que a sociedade deve usar os seus recursos de
forma eficiente.
Definição da Economia
A Economia pode ser definida como ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos, na
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas
e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades
humanas.

A primeira parte da definição diz-nos que a Economia é uma ciência social


porque ela usa métodos científicos para analisar o comportamento do
Homem na sociedade.
A segunda parte é que os recursos são escassos, isto é, os recursos
económicos como o trabalho, capital e terra são limitados em todas as
sociedades, portanto, as sociedades devem usa-las eficientemente, a fim de
produzir bens com valor.

Ela subdivide-se em 2 ramos cruciais:


Macroeconomia - Estuda o funcionamento da economia como um todo,ou
seja, preocupa-se com os grandes agregados económicos.
Microeconomia – Estuda o comportamento dos componentes individuais tais
como as indústrias, as empresas e as famílias.
Tipos de Economia
A economia pode ser classificada quanto aos resultados em Economia
Positiva e Economia Normativa.

Economia positiva descreve os factos e os comportamentos da Economia. ou


seja, tenta descrever a economia como ela é: descritiva: o economista se
comporta como cientista e ela divide-se em:
Economia Descritiva: trata da identificação do facto económico. É a partir dos
levantamentos descritivos sobre a conduta dos agentes económicos que se
inicia o complexo de conhecimento sistematizado da realidade no campo da
economia positiva.

É a tarefa de levantamento e descrição dos factos que se dedica a economia


descritiva; é através dela que a realidade começa a ser submetida a um
criterioso tratamento no sentido de que possam se analisados as relações
básicas que se estabelecem entre os diversos agentes que compõem o
quadro da actividade económica.

Teoria Económica: a teoria económica é o compartimento central da


economia, compete-lhe dar ordenamento lógico aos levantamentos
sistematizados fornecidos pela economia descritiva, produzindo
generalizações que sejam capazes de ligar aos fatos entre si, desvendar
cadeias de acções manifestadas e estabelecer relações que identifiquem os
graus de dependência de um fenómeno em relação a outro.

Surgiram então em decorrência conjunto de princípios, de teorias, de


modelos e de leis fundamentadas nas descrições apresentadas. A teoria
económica adopta duas posições distintas na apresentação e análise do
fenómeno económico, estas posições são conhecidas como microeconomia e
macroeconomia.
Economia Normativa não se preocupa com a realidade mas sim com as
formas consideradas óptimas de servir. A preocupação é emitir o juízo de
valor, propor novas situações de organização.

Política Económica: os desenvolvimentos elaborados no compartimento da


teoria económica, tem a finalidade de servir a política económica. Nesse
terceiro compartimento é que serão utilizados os princípios, as teorias, os
modelos e as leis.

A utilização terá a finalidade de conduzir adequadamente a acção económica


com vistas a objectivos pré-determinados. Quando empregamos a expressão
política económica governamental estamos nos referindo as acções práticas
desenvolvidas pelo governo com a finalidade de condicionar, balizar e
conduzir o sistema económico no sentido de que sejam alcançados um ou
mais objectivos politicamente estabelecidos.
A Relação da Economia Com as Demais Ciências
A Economia como ciência interrelaciona-se com outros campos de conhecimento no
estudo dos aspectos económicos. Podemos citar, resumidamente, como exemplo:

Com a Administração: a administração é o processo de tomar e colocar em prática


decisões sobre objectivos e utilização de recursos.
Com a Biologia: quem exerce a actividade económica gera serviço, objecto das
ciências biológicas. O trabalho gera recursos económicos para a alimentação e
sobrevivência humana.
Com a Moral: a moral tem por objectivo o honesto, a economia tem por objectivo
útil, isto é, a actividade humana em busca de prosperidade material. A honestidade
com o crescimento económico.
Com o Direito: o direito e a economia são ciências sociais, tendo como objectivo o
homem.
Com a Contabilidade: essa traz luz à economia, sobre inúmeros problemas que se
interferem; ambas tratam de juros, empréstimos, bancos, bolsas. A contabilidade age
sobre o ponto de vista técnico e a economia mostra as razões teóricas para as suas
conclusões sobre determinado fato.
Com a Geografia: essa se utiliza de matemática, física e biologia, as quais fornecem a
economia inúmeros elementos.

Com a Contabilidade: essa traz luz à economia, sobre inúmeros problemas que se
interferem; ambas tratam de juros, empréstimos, bancos, bolsas. A contabilidade age
sobre o ponto de vista técnico e a economia mostra as razões teóricas para as suas
conclusões sobre determinado fato.

Com a Geografia: essa se utiliza de matemática, física e biologia, as quais fornecem a


economia inúmeros elementos.

Com a História: a história também é uma ciência social. A história económica é o


prefácio da economia política.

Com a Matemática: cálculos gráficos

Com a Estatística: classifica, analisa, critica e interpreta dados relativos aos fatos
económicos.
Necessidades e tipos de Bens Económicos
Qualquer ser humano enfrenta situações de fome, sede, calor ou o frio.
Você não é uma excepção e no seu dia-a-dia já se apercebeu que se trata de
situações absolutamente normais. Trata-se de necessidades.

Necessidade é um estado de carência, de falta ou de insatisfação, requerendo o


uso de um bem ou serviço para a sua satisfação. Ou ainda, é o desejo de acabar
ou prevenir uma insatisfação ou aumentar uma satisfação.

Podemos classificar as necessidades nas seguintes categorias:


 Quanto a sua importância:
Primárias ou Fundamentais: têm caracter prioritário e inadiável (necessidades
biológicas, necessidades com a alimentação, saúde, habitação e vestuário);
Secundárias ou suplementares: a sua importância é relativa mas a sua prioridade
é secundária (cultura, moda viagens de lazer, etc.)
Terciárias: O que é supérfluo (uso jóias, perfumes ou roupa de marca)
 Quanto ao seu Custo:
Económicas: a sua satisfação exige um pagamento pois pressupõe um custo na
produção de bens e serviços (exemplo necessidade de alimentos).
Não económicas: a sua satisfação não exige qualquer pagamento. Necessidade de
respirar e de afecto.
 Quanto ao número de pessoas envolvidas ou vida em colectividade:
Individuais: dizem respeito a um indivíduo como tal: comer, vestir são exemplos.
Colectivas: são necessidades sentidas por um conjunto significativo de pessoas
(ou por uma comunidade). Necessidade de segurança, Justiça, estradas e pontes,
etc.
É possível identificarmos três características da Necessidade:
 Multiplicidade (necessidades que sentimos são ilimitadas).
 Saciabilidade (satisfazer uma determinada necessidade, a intensidade
sentida vai diminuindo progressivamente até desaparecer).
 Substituibilidade (uma necessidade ser substituída por outra).
Bens Económicos: Conceito e classificação
Podemos dizer, de forma global, que bem é tudo aquilo que permite satisfazer às
necessidades humanas. Os bens podem ser:
Bens livres: aqueles cuja quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem
nenhum esforço na natureza. Por exemplo: a luz solar, o ar, o mar. Esses bens não
possuem preços.
Bens económicos: são relativamente escassos, têm valor no mercado, e supõem a
ocorrência de esforço humano para obtê-lo. Por exemplo: um carro, um
computador etc.
Os bens económicos são classificados em dois grupos:
Bens materiais: como o próprio nome já diz são todos aqueles de natureza
material, que podem ser armazenados e são tangíveis, tais como roupas, alimentos,
livros, televisão etc.
Bens imateriais ou serviços: consideramos aqui tudo que é intangível. Por
exemplo, serviço de um médico, consultoria de um economista ou serviço de um
advogado, que acabam no mesmo momento de produção e não podem ser
armazenados.
Os bens materiais classificam-se em:
Bens de consumo: são aqueles usados directamente para a satisfação das necessidades
humanas. Estes bens podem ser: de consumo durável, tais como: carros, móveis,
electrodomésticos; e de consumo não durável, como, por exemplo, gasolina, alimentos,
cigarro.

Bens de capital: são todos os bens utilizados no processo produtivo, ou seja, bens de
capital, que permitem produzir outros bens. Por exemplo: equipamentos, computadores,
edifícios, instalações etc.

Tanto os bens de consumo quanto os bens de capital são classificados como:


Bens finais: são bens acabados, pois já passaram por todas as etapas de
transformação possíveis.

Bens intermediários: consistem nos bens que ainda estão inacabados, que
precisam ser transformados para atingir a sua finalidade principal.
Por exemplo: aço, vidro e borracha usados na produção de carros.
Os bens podem ser classificados, ainda, em:
Bens públicos: são bens não exclusivos e não disputáveis. Referem-se ao
conjunto de bens fornecidos pelo sector público, tais como: transporte,
segurança e justiça.

Bens privados: são bens exclusivos e disputáveis. São produzidos e possuídos


privadamente, como, por exemplo: televisão, carro, computador etc.

Podemos dizer então que bem é tudo o que tem utilidade para satisfazer uma
necessidade ou suprir uma carência, enquanto

o serviço implica numa actividade intangível que proporciona um benefício


sem resultar na posse de algo.
Problemas fundamentais da Economia
Qualquer sociedade humana, seja um país industrial avançado, uma
economia de planeamento central ou uma sociedade tribal isolada tem que
defrontar e resolver três problemas económicos fundamentais.

Qualquer sociedade tem de possuir um modo de determinar quais os bens a


produzir, como são produzidos esses bens e para quem são produzidos.

De facto, estas três questões da organização económica o quê, como e para


quem são tao cruciais actualmente quanto o foram no inicio da civilização
humana.
Analisemo-las mais de perto:
O QUE produzir? - Isto significa quais os produtos deverão ser produzidos
(carros, cigarros, café, vestuários etc.) e em que quantidades deverão ser
colocados à disposição dos consumidores.

COMO produzir? - Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos, com
que recursos e de que maneira ou processo técnico.
Para quem? Para quem são os bens produzidos?
Quem irá receber esses bens e serviços. Como deverá ser distribuída entre os
diferentes indivíduos que compõem a sociedade. Ou seja:
PARA QUEM produzir? - Ou seja, para quem se destinará a produção,
fatalmente para os que têm renda.

Ao abordar "oquê" deverà ser produzido e "como", o sistema economicos


estará alocando ou distribuindo os recursos disponiveis entre milhares de
diferentes possiveis linhas de produção.
Estes três problemas básicos são comuns a todas economias. Mais, para os
resolver, as sociedades diferentes abordam – nos de modo diferente.

Pode-se na tabela a seguir, apresentada por Dallagnol (2008) ter um resumo


dos princípios fundamentais da economia.
Sistema Económico
As maneiras como as sociedades se organizam de modo a encontrara mecanismos
de resolver as questões básicas da economia (o que produzir, como produzir, para
quem produzir, quando produzir e quanto produzir). As sociedades ao longo do
tempo desenvolvem diferentes formas de realizar as suas actividades económicas.

O sistema económico é o que caracteriza o espírito, a forma e a substância da


actividade económica localizada no espaço e no tempo. Existe uma lógica geral
pela qual a economia funciona e conjunto de princípios que regem o seu
funcionamento.

Os três tipos de sistemas económicos são:


Sistema de Economia de Mercado
A organização da actividade económica depende do mercado e da iniciativa
privada, sendo os empresários responsáveis pela combinação dos factores de
produção.
Principais características da Economia de mercado:
 Propriedade privada dos meios de produção;
 Existência da livre iniciativa na actividade económica;
 O Governo não intervém directamente na economia.
Sistema de Direcção Central
O governo é a entidade que regula a maior parte das questões económicas,
ou seja, decide o que será produzido, como será produzido e para quem será
produzido.
Aqui a propriedade privada perde os seus direitos, há uma submissão da
sociedade. Porque quem manda é o governo.

Sistemas Mistos – Economia Mista


É o modelo económico onde prevalece o meio termo, não é definitivamente
uma economia de extremos, é sim um modelo concordante entre a economia
de mercado e a centralizada.
 É uma economia comandada pela tradição, mercado e entidade central;
 A interacção entre o Estado e os empresários, têm um papel importante
na economia;
 A propriedade é privada e colectiva.
Agentes Económicos

Agentes económicos: são os responsáveis pelas acções económicas que


desenvolvem em um sistema económico, ou seja, são pessoas de natureza
física ou jurídica que, através de suas acções, contribuem para o
funcionamento do sistema económico, tanto capitalista quanto socialista.

Podem ser:
a)Famílias (ou indivíduos)
b)Empresas (privadas e públicas) e
c)Governo (administração pública) .

a)Famílias (ou indivíduos) – fornecem os recursos de factores (trabalho,


capital, recursos naturais etc.) de sua propriedade aos outros agentes.
Actuam como consumidores.
Agentes Económicos

b)Empresas (privadas e públicas) – são os agentes produtores de bens


e serviços, que compõem o aparelho de produção da economia
nacional. Organizam factores produtivos e destinam o resultado de sua
actividade ao mercado (onde a produção atinge seu destino final).

c)Governo (administração pública) – são órgãos que se dedicam a


prestar serviços à sociedade, que são consumidos pela colectividade.
Seus produtos são indivisíveis.
Factores de produção e Produções
Factores de produção - são bens ou serviços utilizados para produzir outros bens e
serviços. Deve-se utilizar a tecnologia a nosso favor, de forma a gerar produções.

Produções – vários bens ou serviços úteis que resultam do processo de produção e


que tanto podem ser consumidos, como utilizados noutras produções posteriores.
Ex: Na educação, os factores produtivos são o tempo de leccionação, os laboratórios,
as salas de aula, os livros, etc.., enquanto que as produções são cidadãos educados e
informados.

Os factores de produção podem ser classificados em 3 grandes categorias:


A terra – ou recursos naturais, representa o que os nossos processos produtivos
recebem da natureza.

O trabalho –ou mão de obra, consiste no tempo de trabalho humano despendido na


produção. É o factor de produção mais comum e mais importante para uma economia
industrial avançada.

O capital – ou patrimonio, formado pelos bens duráveis de uma economia,


produzidos com vista a produzirem outros bens. A acumulação destes bens é
essencial.
Escassez, Escolha e Custo de Oportunidade
A Lei da Escassez
A escassez é um facto central na economia. Os economistas estudam como
a forma como os bens são produzidos e consumidos e porque os indivíduos
desejam consumir muito mais do que a economia pode produzir.

A lei da Escassez diz que os bens são escassos porque não há recursos
suficientes para produzir todos os bens que as pessoas desejam consumir.

Toda economia deriva deste facto fundamental. Porque os recursos são


escassos temos de estudar como a sociedade escolhe no menu possível de
bens e serviços, como as diferentes mercadorias são produzidas e lhes é
atribuído um preço e quem consegue consumir os bens que a sociedade
produz.
Escassez é o problema fundamental de qualquer sociedade, visto que os
recursos são limitados face às necessidades ilimitadas.
A escassez não é um problema de tecnológico, mas de disparidade entre
desejos humanos e meios disponíveis para satisfazê-los.
Os recursos escassos são passíveis de uso alternativo, isto é, podem ser
utilizados de diferentes maneiras.

Por exemplo: Um terreno pode servir para plantar um pomar ou para plantar
milho, ou ainda para construir uma casa de habitação, uma escola ou uma
fábrica. Há que escolher como utilizar tais recursos escassos da melhor
maneira, da maneira mais eficiente.

As escolhas que todos nós fazemos diariamente é que definem como é que
nós vivemos hoje e como é que viveremos no futuro.
Além disso, verifica-se que, na prática, quando satisfazemos uma necessidade
deixamos de poder satisfazer outras necessidades usando o mesmo recurso.
Esta ideia leva-nos ao conceito de Custo de Oportunidade.
Escassez, Escolha e Custo de Oportunidade
Custo de Oportunidade
A vida está repleta de escolha. Devido aos recursos serem escassos, temos
constantemente de decidir o oque fazer com o tempo e o rendimento que
possuímos em quantidades limitadas.

Devemos ir ao cinema ou ler um livro?


Devemos viajar a europa ou comprar um automóvel?

Em cada um destes exemplos tomar uma decisão num mundo de escassez


obriga-nos sempre a prescendir de alguma coisa para fazer a escolha da
outra. Custo de oportunidade é o valor do bem ou serviço que se prescinde.

Por exemplo: Imagine que, como estudante da FCSH das ciências económicas,
você dispõe agora de 2 horas livres sobre as quais poderá decidir-se por
estudar ou por divertir-se. Dependente da sua escolha, entre aquelas duas
possibilidades, o custo de oportunidade será a alternativa sacrificada.
Como ler gráficos
Em economia, os gráficos são uma ferrementa muito importante e
indispensável. Por esta razão, qualquer pessoa que deseja obter algum
conhecimento ou dominio sobre a economia deverá saber trabalhar com
gráficos.

O que é um gráfico?
é um diagrama que mostra como dois ou mais conjuntos de dados ou
variáveis se relacionam entre si.

Os gráficos são essenciais em economia porque permitem analisar conceitos


económicos e examinar as tendências históricas, bem como, condensam
muita informação num pequeno espaço.

Curva contínua
Na maioria das relações económicas, as variáveis podem oscilar em pequenas
quantidades (por vezes milésimos) ou podem ter grandes variações.
A linha contínua em FPP reflecte o conjunto de escolhas para a economia.
É uma construção gráfica que serve para mostrar o tipo de bens que se
encontram disponíveis e, em que quantidades.

Inclinação de uma linha representa a alteração de uma variável que ocorre


quando outra variável se altera.
Mais precisamente, é a variação da variável y, no eixo vertical, por uma
variação unitária da variável x no eixo horizontal.
Aspectos importantes sobre a inclinação

Inclinação é uma medida numérica exacta da relação entre a variação de y e


a variação de x (subida pelo avanço).
A regra geral para escrever uma recta que passa por dois pontos é dada por:
Se a linha é uma recta, a inclinação é constante em qualquer ponto.
A inclinação de uma linha indica se a relação entre x e y é directa ou inversa.
É relação directa quando as variaveis se movem no mesmo sentido, ou seja,
ambas aumentam ou ambas diminuem.
Δ𝑦
Δ𝑥
>0 = inclinação positiva
É relação inversa quando as variáveis se movem em sentidos opostos, ou
seja, uma aumenta quando a outra diminui.

Δ𝑦
<0= inclinação negativa
Δ𝑥

Δ𝑦
Quando =0 diz-se que a inclinação é nula.
Δ𝑥

Δ𝑦
Quando = 00 diz-se que a inclinação é infinita.
Δ𝑥
Deslocações e Movimentos das/nas Curvas
Deslocações e Movimentos
Uma linha curva ou não linear, é aquela em que a inclinação varia. Para
encontrar a inclinação num ponto de uma curva continua, calcula-se a
inclinação da linha recta que apenas toca, mas não cruza, a linha curva no
ponto em questão.
Essa linha recta é chamada a tangente de uma linha curva num dado ponto.
A Fronteira de Possibilidade de produção
Gráfico de Possibilidade de produção
Fronteira de Possibilidades de Produção(FPP) –representa o total de
produção máxima que pode ser obtido por uma economia, dados os
conhecimentos tecnológicos e a quantidade de factores de produção
disponíveis.
Ou seja:
A Fronteira das Possibilidades de Prodção (FPP) –representa a máxima
quantidade de um par de bens ou serviços que pode ser produzida com os
recursos de uma economia, admitindo que todos os recursos estão
plenamente utilizados.
Exemplo: Imaginem que uma economia hipotética tenha as seguintes
possibilidades de produção de alimentos e maquinas:
Gráfico de Possibilidade de produção
As possibilidades indicam um nível de produção de alimentos e um nível de
máquinas de produção. Com o aumento da quantidade de alimento
produzida, a máquina diminui. Por exemplo, se a economia produzir 10
unidades de alimentos, que pode produzir um máximo de 140 máquinas, mas
se produz 20 unidades de alimentos só poderia produzir 120 máquinas.

A Figura 1A.1 mostra graficamente a relação entre a alimentação e as


máquinas apresentadas na Tabela 1A. Cada par de números é representado
por um único ponto no gráfico. Assim, a linha "A" na Tabela 1A é
representado pelo ponto A, da Figura 1A.1, e o mesmo acontece com os
pontos B, C, e assim em diante.
Gráfico de Possibilidade de produção
A linha continua representa FPP reflecte o conjunto de escolhas para uma
economia. É uma construção gráfica para mostrar que tipo de bens se
encontram disponíveis em que quantidade.

Figura 1A.2 mostra a FPP como uma curva contínua na qual os pontos A e F
foram ligados. Comparando a tabela 1A.1 com a figura 1A.2, podemos ver a
razão por que os gráficos são usados com tanta frequência em economia.
Leitura do Gráfico de Possibilidade de produção

A tabela ao lado apresenta uma lista


de possibilidades, a combinação dos
pontos A e F representam os pontos
extremos. Onde:
Ponto A representa o ponto onde
todos os recursos vão para produção
das máquinas e nenhuma de
alimentos enquanto que o ponto F
todos recursos vão para a alimentos.
No meio, em E,D,C e B desiste-se de
crescentes quantidades de alimentos
em troca de mais máquinas.
Gráfico de Possibilidade de produção
A eficiência
A eficiência é um dos pontos fundamentais da economia.
Eficiência significa ausência de dispendício, os recursos da economia são
utilizados tão bem quanto possível para satisfazer as necessidades da
sociedade e desejos dos indivíduos.

A eficiência produtiva verifica-se quando a sociedade não pode aumentar a


produção de um bem sem reduzir a de outro. Uma economia eficiente
encontra-se sobre a FPP (Pontos B,C,D, e E).

As sociedades estão por vezes, no interior da sua FPP. Quando o desemprego


é elevado ou quando ocorre uma revolução, ou uma regulamentação
ineficiente do governo, restringe a actividade económica, a economia é
ineficiente e funciona no interior da FPP.
Ineficiência verifica-se quando os recursos não são bem utilizados, a
economia não se situa sob a curva da FPP, mas sim na zona interior (Ponto U)
pois é possível aumentar a produção de um dos bens sem ser forçado a
reduzir a produção do outro.
A escassez é representada na figura pela impossibilidade de se poder
produzir para além da FPP. São os pontos acima da linha (Ponto I - ponto
inatingíveis/ impossíveis), impossíveis de atingir com os recursos e tecnologia
disponíveis. É também representada pelo declive da curva, que representa o
quanto da produção de um bem diminui quando a produção do outro
aumenta, numa relação inversa.
Exemplo:
Alimentos

Máquinas
Este gráfico representa alimentos ao longo do eixo horizontal e as maquinas
no eixo vertical.
Utilização da FPP

A curva da FPP pode auxiliar a apresentação de muitos dos principais


conceitos da economia:

1. A FPP ilustra a nossa definição de economia como ciência da escolha de


quais os bens a produzir.

2. A FPP proporciona uma definição de escassez. A FPP mostra o limite


máximo dos bens que é possível produzir imposto pela lei da escassez.

3. A FPP pode igualmente exemplificar os três problemas básicos da vida


económica: o quê, como e para quem.

4. A FPP pode igualmente ilustrar a ideia de que estamos sempre a escolher


entre oportunidade limitadas.
Literatura Usada:

Samuelson,P.,Nordhaus,W.Economia.18 ª Edição.McGraw Hill,Lisboa

SAMUELSON, Nordhaus. 2001. Economía. Ed.


Mc Graw Hill. México. Pp. 17

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