Você está na página 1de 20

ECONOMIA E

MERCADO - AULA 1
Noções gerais
de economia

Abertura

Olá,

Nas últimas cinco décadas, o estudo e o conhecimento das noções gerais de economia
tornaram-se determinantes para o sucesso ou o fracasso dos indivíduos, das empresas e
dos governos.
Compreender o objeto de estudo da economia, as relações entre escassez e eficiência, a
lógica do raciocínio econômico, a organização econômica de uma sociedade e as
possibilidades de uso dos recursos econômicos poderá ajudá-lo a tomar melhores decisões
em um mundo contemporâneo cada vez mais complexo.

Bons estudos.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Referencial Teórico

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que é economia, qual o seu objeto de
estudo e por que a escassez é o principal problema econômico. Por fim, você irá aprender sobre
como a economia se organiza cientificamente em torno de áreas de estudo.

No mundo contemporâneo, a economia deixou de ser uma ciência restrita a profissionais de


negócios, consultores financeiros e agentes públicos do governo. Hoje, as notícias econômicas
são o assunto principal em jornais e programas de TV. Isso significa que, sem o estudo das
noções gerais de economia, fica difícil compreender as leis fundamentais que regem o mercado.
Além disso, até certo ponto, durante toda a sua vida - do berço à sepultura - você enfrentará os
efeitos positivos e negativos da economia.

Boa leitura.

Ao final desta aula, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

- Classificar a economia política e as demais áreas de estudo da economia.

- Descrever o objeto de estudo da economia.

- Analisar o principal problema econômico: a escassez.


CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

A. Filipe Prado
DTÍ Vo
Y Macedo da Silva
MPV
| , j

k
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia


e economia política

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

m Descrever o objeto de estudo da economia.


Analisar o principal problema econômico: a escassez.
m Classificar a economia política e as demais áreas de estudo da
economia.

Introdução
No mundo contemporâneo, a economia deixou de ser uma ciência restrita
a profissionais de negócios, consultores financeiros e agentes públicos do
governo. Hoje, as notícias econômicas são o assunto principal em jornais
e programas de TV. Isso significa que, sem o estudo das noções gerais
de economia, é difícil compreenderas leis fundamentais que regem o
mercado. Então,até certo ponto, durante toda a sua vida — do berço até a
sepultura — você enfrentará os efeitos positivos e negativos da economia.
Neste capítulo, você vai ver o que é a economia e qual é o seu ob-
jeto de estudo. Também vai descobrir por que a escassez é o principal
problema econômico. Além disso, vai entender como a economia se
organiza cientificamente em torno de áreas de estudo.

Objeto de estudo da economia

A economia não é um assunto tão novo, como você pode imaginar. Na Grécia
Antiga, a palavra economiajá era utilizada e indicava a administração da casa
ou do patrimônio particular (SANDRONI, 2005). É justamente do grego que
deriva o significado da palavra: oikos (casa) e nomos (normaou lei). Com o
avanço da sociedade humana, a economia se expandiu também aos assuntos
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

2 ) [Noções gerais de economia e economia política

das empresas (ou seja, das unidades de produção) e dos governos (ou seja,
das políticas econômicas).
Assim, a economia é a ciência cujo objeto de estudo é a atividade econô-
mica de toda a sociedade (KRUGMAN; WELLS, 2011). Isso significa que
a finalidade da economia é entender como as sociedades organizam a sua
produção de bens, comodistribuem as suasriquezas e rendas, como regulam
os seus mercados e como combinam os seus recursos produtivos.
Ainda que a preocupação fundamental da economia seja entender os
aspectos mensuráveis da atividade produtiva — utilizando conhecimentos
matemáticos e estatísticos —, essa ciência se ocupa também de elementos
subjetivos e de comportamentos humanos. Assim, compreende um vasto leque
de temas. Em outras palavras, a economia é uma ciência social que repousa
sobre os atos dos seres humanos, não em análises puramente frias e calculistas
(KRUGMAN; WELLS, 2011; SANDRONI, 2005).
É por isso que um dos principais objetivos da economia é melhorar as
condições de vida das sociedades e dos países (SAMUELSON; NORDHAUS,
2012). Ou seja, a economia não é um mero jogo de números,já que pode afetar
positivamente ou negativamente a humanidade.

Fique atento

Na prática, as decisões econômicas podem influenciar a qualidade de vida, a produção


de alimentos, o aquecimento global, as relações diplomáticas, entre outros. Por isso você
deve ter em mente que a economia é uma ciência que não se desconecta da prática,
mesmo que algumas teorias econômicas pareçam, em princípio, muito abstratas.
A

Nas últimas cinco décadas, o estudo e o conhecimento do objeto de estudo


da economia se tornaram determinantes para o sucesso ou o fracasso dos
indivíduos, das empresas e dos governos. Compreender as leis fundamentais
da economia deixou de ser um assunto restrito a profissionais de negócios,
consultores financeiros e agentes públicos do governo. Hoje, as notícias eco-
nômicas são o assunto principal em jornais e programas de TV. A economia
é um tema que está presente na vida de todos.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia e economia política ) k

Os três agentes econômicos


A economia tem como objeto de estudo basicamente três agentes econômicos:
os indivíduos ou as famílias, as empresas e os governos. Essa perspectiva
teórica tem o objetivo de simplificar a realidade complexa das sociedades
contemporâneas, que, como você sabe, evoluem cada vez mais rápido. A seguir,
você pode conhecer melhor cada um dostrês agentes econômicos que formam
qualquer tipo de sistema econômico (veja também a caixa “Fique Atento”).
Os indivíduos ou as famílias são os agentes econômicosque, de um lado,
vendem a sua força de trabalho para o sistema econômico e, de outro, deman-
dam bens e serviços. São os Indivíduos que, no final das contas, possuem os
fatores de produção e usufruem as suas remunerações.
Já as empresas são os agentes econômicos responsáveis pela produção,
pela distribuição e pela circulação dos bens e serviços do sistema econômico.
Isso inclui todos os tipos de unidades produtivas, sejam elas rurais ou urbanas,
ou do setor agropecuário, industrial ou de serviços. Quanto mais rico for um
país, maior será o número de empresas e suas complexidades produtivas e
tecnológicas.
Finalmente, os governos são os agentes econômicos responsáveis por
organizar e por regular os sistemas econômicos. Basicamente, os governos
fornecem bens e serviços públicos, mas também demandam bens e serviços
das empresas. Além disso, os governos empregam indivíduos em seus dife-
rentes níveis de poder. Por exemplo, no Brasil, isso inclui os governos locais,
estaduais e nacional.

Fatores de produção e as suas remunerações


Para o sistema econômico funcionar, são necessários fatores de produção,
ou seja, recursos produtivos que são utilizados no processo de fabricação
ou de prestação de serviços. Nesse sentido, a economia tem como objeto de
estudo fundamental três fatores de produção: a terra, o trabalho e o capital.
Essa visão teórica também tem o objetivo de simplificar a realidade complexa
das sociedades contemporâneas. É importante destacar que o propósito da
teoria é ver a realidade em “miniatura”, a fim de didaticamente entender o
seu funcionamento (KRUGMAN; WELLS, 2011).
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

4 ) [Noções gerais de economia e economia política

Dessa forma, o fator terra se refere a todos os recursos naturais, como


as terras cultiváveis, as florestas, as minas e os terrenos urbanos. Já o fator
trabalho é o esforço humano — físico ou mental — despendido na produção
de bens e serviços. E, por fim, o capital é o conjunto de bens utilizados no
processo de produção de outros bens, como as máquinas, os equipamentos,
as instalações e as matérias-primas.
De acordo com Sandroni (2005, p. 332), “[...] atualmente, costuma-se incluir
mais dois fatores: organização empresarial e o conjunto ciência/técnica (pes-
quisa)”. Há ainda os autores que consideram cada insumo um tipo diferente
de fator de produção (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Cada um dosfatores de produção tem uma remuneração diferente. O aluguel
é a remuneração do uso da terra. Já o salário é o preço pago pelo uso da força
do trabalho. Ou seja, as empresas pagam salários aos seus trabalhadores. E
Os juros remuneram o uso do capital. Essas são as três remunerações básicas
de um sistema econômico contemporâneo.
De modogeral, os fatores de produção são limitados. Por isso, combinam-
-se de maneiras diferentes, de acordo com o local e a situação especifica
(SANDRONI, 2005). Em outras palavras, a terra, o trabalho e o capital são
finitos, possuem limites de uso e quantidade.

Fique atento

Existem várias maneiras de organizar um sistema econômico. No mundo real, a eco-


nomia pode assumir diferentes características na sua forma de organizar e regular os
agentes produtivos e os fatores de produção. Os governos podem também operar de
maneiras distintas. Este é um dos objetivos da economia: estudar os vários mecanismos
que uma sociedade pode utilizar para aplicar os seus recursoslimitados.
Em geral, existem três tipos de organização. Em um extremo, estão os sistemas
econômicos em que o governo toma a maioria das decisões econômicas, ou seja, uma
economia dirigida ou centralizada. Esse é o caso da Coreia do Norte. No outro extremo,
estão os sistemas econômicos em que as decisões são tomadas exclusivamente nos
mercados, em que os indivíduos e as empresas realizam as trocas de bense serviços.
Nessa organização,o caso clássico é o dos Estados Unidos. No meio, estão os sistemas
econômicos mistos, em que existem elementos de mercado e de direção centralizada.
É importante destacar que nenhuma sociedade contemporânea se enquadra com-
pletamente nas categorias extremas. Por exemplo, a China é o caso mais evidente de
economia mista, com a combinação de mercadolivre e mercado dirigido.
N »
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia e economia política ) É

Principal problema econômico: a escassez

O principal problema de um sistema econômico é a escassez dos recursos


econômicos. Em outras palavras, todos os fatores de produção (terra, traba-
lho e capital) e os bens e serviços são finitos ou limitados. Não hã recursos
econômicos para fazer tudo ou para atender a todas as necessidades de uma
sociedade. Isso porque as necessidades de uma sociedade ou um país tendem
ao infinito, ou seja, são ilimitadas (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Enquanto as necessidades são ilimitadas, as disponibilidades de recursos
são limitadas. É nesse confronto entre as necessidadese as disponibilidades
de recursos que surge o conceito da escassez econômica. Em um mundo
sem escassez, a economia deixaria de ser um assunto útil. Sem a escassez,
os indivíduos, as empresas e os governos não precisariam utilizar os seus
recursos de forma eficiente. Em tal paraíso de abundância, todos os bens
poderiam ser gratuitos.
Mas, como você sabe, nenhuma sociedade ou país atingiu a utopia das
possibilidades ilimitadas. Por isso, os indivíduos, as empresas e os governos
precisam decidir adequadamente comovão aplicar os seus limitados recursos
econômicos. Nesse cenário de escassez, a escolha de uma opção significa abrir
mão de outra opção. Não é possível, em boa parte das situaçõesde troca, atender
a todos os desejos. Esse dilema entre duas ou mais opções é o trade-off. Na
economia, trade-offé a expressão que define umasituação conflitante, isto é,
que ocorre quando uma ação econômica que visa à resolução de determinando
problema ocasiona, inevitavelmente, outro (SANDRONI, 2005).

Exemplo

Um indivíduo pode ter um trade-offentre gastar com educação ou comprar um carro


novo. Uma empresa podeter um trade-off entre comprar novos maquinários ou gastar
com a publicidade dos seus bens e serviços. Já os governos podem ter um trade-off
entre investir em novas escolas (educação) ou em novos hospitais (saúde). Na prática,
todos os agentes econômicos estão diariamente expostos ao trade-offe à difícil tarefa
de realizar escolhas economicamente eficientes.
N J
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

6 ) [Noções gerais de economia e economia política

A escolha de uma opção significa abrir mão de outra. Na economia,a opção


de que se abre mãoé o custo de oportunidade de uma decisão (SAMUELSON;
NORDHAUS,2012). Esse custo surge quando a escolha do bem ou do serviço
A exclui desfrutar dos benefícios decorrentes do bem ou do serviço B. Por
exemplo, se um indivíduo escolhe gastar sua renda com educação (um curso
universitário), e não com um carro novo, ele abre mão dos benefícios de se
locomover com um carro mais confortável, ou de realizar novas viagenspelo
interior do país. Em suma, não é possivel ser mais qualificado sem abrir mão
dos benefícios do carro novo, ou vice-versa (KRUGMAN; WELLS, 2011).
Nesse contexto, o problema da escassez cria, para qualquer sociedade
ou país, quatro problemas básicos na organização do sistema econômico: o
que produzir?, quanto produzir?, como produzir? e para quem produzir? É
por isso que a eficiência econômica é um tema importante nas sociedades
contemporâneas. Na prática, uma economia será mais eficiente quando o
bem-estar econômico de nenhum indivíduo puder ser melhorado sem que o de
outro indivíduo fique pior (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Em resumo,
a eficiência significa que a economia está na fronteira de suas possibilidades
de produção — utilizando todosos fatores de produção da forma mais eficaz
possível.

Mr N
Necessidades Disponibilidades
ARARMA —» Escassez ARA
ABRAM
Escolhas

rr de pa
Escolha 1 MH qe id Escolha 2

Sa Z
Custo de
oportunidade
das escolhas

Figura 1. Escassez, escolhas e custo de oportunidade.


CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia e economia política ) f

Os quatro problemas da organização econômica


Como você viu, qualquer sistema econômico precisa resolver quatro problemas
da organização econômica: o que produzir”, quanto produzir?, como produ-
zir? e para quem produzir? Esses quatro problemas precisam ser resolvidos
por qualquer sociedade ou país. O objetivo dessa resolução é determinar o
uso eficiente dos fatores de produção e dos bens e serviços que a sociedade
consumirá (KRUGMAN; WELLS, 2011).

O que produzir? Qualquer sociedade ou país precisa determinar o que vai


produzir em termos de bens e serviços. Vai produzir armas ou alimentos?
Carros ou remédios? Serviços financeiros ou hospitalares? É uma complexa
escolha diante dos inúmeros bens e serviços atualmente possíveis.

Quanto produzir? As sociedades ou os países precisam determinar também o


quanto vão produzir de cada um dos bense serviços selecionados.Isso significa
organizar os fatores de produção de acordo com as demandas da sociedade.
Serão produzidos 2 milhões de carros e 20 milhões de remédios, ou | milhão
de carros e 40 milhões de remédios? Lembre-se de que a opção de produzir
mais de um bem ou serviço gera uma redução na produção de outro bem ou
serviço. Qualquer sociedade ou país precisa calcular os custos de oportunidade
decorrentes da decisão de quanto produzir de cada bem ou serviço.

Como produzir? Uma sociedade ou um país precisa determinar quem irá pro-
duzir, com quais recursos e com quais tecnologias de produção (SAMUELSON;
NORDHAUS,2012). Por exemplo, a energia será renovável ou não renovável?
As fábricas serão intensivas em trabalho ou em máquinas? Quem produzirá os
alimentos e quem produzirá os remédios? Esse problema, em última instância,
revela a complexidade de uma sociedade ou um país. Em geral, países mais
ricos possuem mais opções de respostas para o problema de como produzir.

Para quem produzir? Nesse problema, qualquer sociedade ou país precisa


determinar quem vai usufruir os bens e serviços produzidos. Quem tem
renda para consumir? Em que região do país o consumo ocorrerá? A renda
dos professores é menor que a dos médicos? Existem muitos pobres e poucos
ricos? Esse problema vai revelar quem são os ganhadores e os perdedores de
uma sociedade ou um país.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

8 ) [Noções gerais de economia e economia política

Saiba mais

No mundo, existem vários tipos de bens, não é? Um bem é tudo aquilo que tem
utilidade e pode satisfazer uma ou várias necessidades humanas. Os bens livres são
aqueles que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou
nenhum esforço humano, como o ar e a luz solar. Enquanto isso, os bens econômicos
são aqueles relativamente escassos e que demandam trabalho humano. Entre os
principais tipos de bens econômicos estão: os bens de capital ou de produção
(máquinas, equipamentos,instalações) e os bens de consumo(alimentos, vestuários,
remédios, etc.). Além disso, os bens de consumo ainda podem ser classificados segundo
sua função, ou seja, podem ser classificados em bens finais, que são aqueles que já
passaram por todo o processo de produção e estão prontos para consumo, e bens
intermediários, que são aqueles que ainda precisam ser transformados para atingir
sua forma definitiva. Na prática, os bens intermediários são aqueles empregados no
processo de produçãopara se tornarem, assim, bens finais. Os bens também podem
ser classificados em bens privados, que são possuídos privadamente (como um carro
e uma televisão), ou bens públicos, que se referem aos bens fornecidos pelo setor
público (como uma estrada e um prédio público) e que podem ser usados, mas não
apropriados privadamente pela sociedade.
V A

Economia política e demais áreas


de estudo da economia

Os primeiros estudos teóricos da economia apareceram como ramoda filo-


sofia política (KISHTAINY et al., 2013). Ou seja, os problemas econômicos
surgiram como problemas da filosofia moral ou política. Eram estudos sobre
a produção social de bens visando à satisfação de necessidades humanas em
uma sociedade que abandonava o mercantilismo e criava o capitalismo. Isso
aconteceu no século XVIII. Nessa época, a economia se chamava economia
política.
No século XIX, a economia ganhou o status de ciência e passou a se chamar
ciência econômica nos meios acadêmicos (SANDRONI, 2005). Nesse sentido,
boa parte da teoria econômica passou a determinar as leis que governam o
comportamento das sociedades, da mesma forma que outros acadêmicos
tinham descoberto leis matemáticas e físicas por trás de fenômenosnaturais
(KISHTAINY et al., 2013). Desde então, a expressão economia política foi
abandonada, passando a se referir apenas a um ramo da ciência econômica
ou a uma subárea de estudo.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia e economia política ) b

Já no século XX, a ciência econômica adquiriu protagonismo acadêmico/


cientifico e se popularizou na forma mais curta: economia. Nessa época,a
economia se expandiu e se dividiu em vários ramos de estudo (KISHTAINY
etal., 2013; SANDRONI, 2005). Por exemplo, se consolidaram teoricamente
as duas grandes subáreas da economia: a microeconomia e a macroeconomia.
Entretanto, surgiram diversas outras áreas: economia privada, pública, pura,
social, coletiva, aplicada, livre, nacional, internacional, mista, rural, industrial,
etc. (SANDRONI, 2005).
Além disso, o estudo da economia passou a destacar as suas diferenças
a partir de escolas do pensamento ou de centros de pensamento econômico.
Como exemplos, você pode considerar a escola clássica, a escola marxista, a
escola neoclássica ou a escola austríaca.
Por fim, no atual século XXI, a economia passa a incorporar novasáreas e
abordagensalternativas. Assim, o estudo da economia se amplia, incluindo um
vasto leque de temas, como a psicologia, a sociologia, a história, a geografia,
a matemática, a física, a biologia, entre outros. A economia se torna cada vez
mais uma ciência multidisciplinar.

D
Link

No Brasil, quem organiza as subáreas do conhecimento


da economia é o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). Para ver as várias subáreas,
acesse este link:

https://goo.gl/WBLFFY
N >

Economia política

Hoje, a economia política é um ramo da economia que estuda as relações sociais


de produção, circulação e distribuição das riquezas. A ideia da economia polí-
tica é definir as leis econômicas que regem tais relações sociais (SANDRONL,
2005). Nesse contexto, a economia política é um ramo fundamentalmente
teórico, valendo-se de dados descritivos e da história econômica.
Assim, a economia política recorre a um conjunto de categorias que for-
mam o seu instrumental teórico. Além disso, usa uma metodologia capaz de
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

10 ) [Noções gerais de economia e economia política

conduzir os estudiosos a um conhecimento do processo produtivo e das suas


leis. É importante você saber que a economia política não utiliza métodos
experimentais, como acontece com outros ramos da economia, valendo-se da
abstração teórica. Além disso, a economia política se baseia na observação
comparativa dos fenômenos estudados (SANDRONI, 2005).
Os primeiros estudos da economia política começaram com a escola mer-
cantilista, no século XVIII. Vários avanços ocorreram com a escola fisiocrata,
mas foi a escola clássica que definiu o campo de estudo da economia política.
Até hoje, o eixo central da economia política é a questão do valor.

Saiba mais

A escola mercantilista estava diretamente ligada ao mercantilismo. O mercantilismo


foi uma doutrina econômica que caracterizou o período histórico da Revolução Co-
mercial, entre os séculos XVI e XVIIL. Já a escola fisiocrata era formada por um grupo
de estudiosos franceses que combateram as ideias mercantilistas, defendendo que a
terra era a única fonte de riqueza.

Principais áreas de estudo da economia


A economia como ciência vem evoluindo desde o século XVIII, quando o
escocês Adam Smith, em 1776, fundou a economia política a partir da obra À
Riqueza das Nações. Mas foi no século XX que a economia se diversificou,
incorporando uma variedade de ramos de estudo (KISHTAINY et al., 2013).
A seguir, você pode ver quais são os objetivos de algumas das principais áreas
de estudo da economia.

Microeconomia: é o ramo da economia que estuda o comportamento de


indivíduos(famílias), empresas e governos. Apresentando uma visão “micros-
cópica” dos fenômenos econômicos, a microeconomia abrange essencialmente
o lado da demanda dos bens e serviços (com a teoria do consumidor) e o lado
da oferta dos bens e serviços (com a teoria da firma, da produção, dos custos
e dos rendimentos). Além disso, inclui uma teoria dos mercados, do equilíbrio
geral e do bem-estar econômico (CARRERA-FERNANDEZ, 2009).
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Noções gerais de economia e economia política ) (n

Macroeconomia: é o ramo da economia que estuda o comportamento do


sistema econômico como um todo. Em outras palavras, tem como objeto de
estudoas relações entre os grandes agregados econômicos: a renda nacional, o
nível de emprego, o nível dos preços, o consumo, a poupançae os investimentos.
Nesse sentido, a teoria macroeconômica fornece parâmetros que permitem
a mensuração da atividade econômica geral de um país — seja pelo método
do Produto Interno Bruto (PIB) ou pelo método do Produto Nacional Bruto
(PNB). Além disso, a macroeconomia trabalha com indicadores do mercado de
trabalho, do sistema financeiro, do bem-estar social, entre outros (ALÉM, 2011).

Desenvolvimento econômico: é o ramo da economia que estuda o crescimento


econômico acompanhado pela melhoria do padrão de vida da população e
por alterações na estrutura de sua economia. Esse ramo de estudo surgiu da
constatação da profunda desigualdade entre os países que se industrializaram
e atingiram elevados níveis de bem-estar social e aqueles países que não se
industrializaram e permaneceram em umasituação de pobreza com acentuados
desequilíbrios sociais. Hoje em dia, os estudos do desenvolvimento econômico
revelam que cada país depende de suas características próprias, que podem
ser: geográficas, históricas, populacionais, culturais, naturais, entre outras.

Economia internacional: é o ramo da economia que estuda os comportamentos


do comércio global ou internacional. Assim sendo, o assunto de interesse da
economia internacional consiste em questões ligadas à interação econômica
entre os países. Por isso, a economia internacional analisa sistematicamente
os ganhos do comércio internacional, os padrões do comércio, o balanço de
pagamentos, a determinação da taxa de câmbio, os acordos internacionais,
as políticas econômicas internacionais e o mercado internacional de capitais
(KRUGMAN; OBSTFELD, 2005).

Econometria: é o ramo da economia que cuida do estabelecimento de leis


quantitativas para os fenômenos econômicos. A partir da teoria econômica
geral, a econometria analisa os dados fornecidos pelas estatísticas mediante a
aplicação de métodos matemáticos. Com isso, estrutura o quadro de variáveis
concretas que poderá servir de base a uma programação econômica. A virtude
desse ramo é a possibilidade de exprimir, em linguagem matemática, as leis
econômicas, anteriormente formuladas de forma discursiva/literária, o que
dificultava sua comprovação empírica (SANDRONI, 2005).
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

12 ) [Noções gerais de economia e economia política

Economia industrial: é o ramo da economia que estudaas estruturas e os limites


entre as empresas e os mercados, bem como as suas interações cooperativas e/
ou competitivas. A economia industrial foca em estudos sobre as empresas,as
indústrias e os mercados, as economias de escala e de escopo, a concentração
industrial, a diferenciação de produtos, as barreiras estruturais à entrada, os
custos de transação, entre outros (KUPFER; HASENCLEVER, 2002).

Economia urbana: é o ramo da economia que estuda os aspectos econômicos


do desenvolvimento das cidades. Logo, analisa o papel do poder público e a
organização dos principais serviços públicos, comotransportes, saneamento
básico, energia elétrica, ocupação do espaço urbano, oportunidades de emprego
e renda e aspectos econômicos e financeiros subjacentes (SANDRONI, 2005).

'
Referências

ALÉM, A. C. Macroeconomia:teoria e prática no Brasil. São Paulo: Elsevier, 2011.

CARRERA-FERNANDEZ, J. Curso básico de microeconomia. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2009.

KISHTAINY, N. et al. O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013.

KRUGMAN, P; OBSTFELD, M. Economia internacional: teoria e prática. 6.ed. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2005.

KRUGMAN,P; WELLS, R. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (Org). Economia industrial: fundamentos teóricos e


práticas no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

Leituras recomendadas

ANTONIONE, P; FLYNN, 5. M. Economia para leigos. 2. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012.

MOCHÓN MORCILLO,F. Principios de economia. 3. ed. Madrid: McGraw-Hill, 2006.


RASMUSSEN, U. W. Economia para não-economistas: a desmistificação das teorias
econômicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

A economia como ciência vem evoluindo desde o século XVIII, quando o escocês
Adam Smith, em 1776, fundou a economia política a partir da obra "A riqueza das
nações”. Veja como a economia evoluiu do século XVIII até chegar ao século XXI, tor-
nando-se umaciência cada vez mais ampla do ponto de vista do objeto de estudo.

Os primeiros estudos teóricos da Adam Smith


economia apareceram como ramo da Bernard Mandeville
filosofia política. David Hume

Ou seja, os problemas econômicos


surgiram como problemas dafilosofia Economia política
moral ou política. Nessa época, a
economia se chamava economia política”.

A economia ganhou o status de David Ricardo


ciência e passou a se chamar CCIoAsIiaidarea
“ciência econômica”. Jean-Baptiste Say
Edo
Boa parte da teoria econômica passou Thomas Malthus
a determinaras leis que governam o JohnStuart Mill
comportamento da economia. Alguns
acadêmicos haviam descoberto leis
matemáticase físicas por trás de Economia política
fenômenosnaturais. Microeconomia

Aciência econômica” adquiriu Alfred Marshall


protagonismo acadêmico/científico e Amartya Sen
se popularizou na forma mais curta, Friedrich von Hayek
como “economia”. John Maynard Keynes
John Kenneth Galbraith
Nessa época, consolidaram-se as Vilfredo Pareto
duas grandes subáreas da economia: a Paul Samuelson
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Além disso, o estudo da economia


passou a destacar as suas diferenças a SUAS
partir de escolas do pensamento ou de Economia politica
centros de pensamento econômico, Microeconomia
como ,por exemplo, a escola clássica, a Macroeconomia
escola marxista, a escola neoclássica Economia do desenvolvimento
ou a escola austriaca. Economia internacional
Economia industrial
Economia aplicada
Economia monetária, etc.

SÉCULO XXI
A “economia” passa a incorporar novas O Joseph Stiglitz
áreas e abordagens alternativas. Paul Krugman
Thomas Piketty
Oliver Williamson
Assim sendo, o estudo da economia Elinor Ostrom
se amplia, incluindo um vasto leque Daniel Kahneman
de temas e subáreas, como a Jean Tirole
psicologia, a sociologia, a história, a Edmund Phelps
geografia, a matemática,a física, a
biologia, entre outras. SUBÁREAS:
Economia comportamental
Teoria dos jogos
Economia ambiental
Economia social
Geografia econômica
Antropologia econômica
Economia da inovação, etc.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Portfólio

ATIVIDADE

Com base nos estudos realizados, vamos resolver a questão:


Você é contratado para prestar uma consultoria a um empresário.
O empresário possui uma propriedade com 3 espaços para atividades
econômicas:
1 - uma área florestal de 30 hectares;
2 - um rio que corta a propriedade de norte a sul;
3 - um área aberta de 80 hectares.
INDIQUE PARA CADA ESPAÇO:

- O que produzir?
- Como produzir?
- Quanto produzir?
- Para quem produzir?
Bom trabalho.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Pesquisa

AUTOESTUDO

Realize uma pesquisa sobre o economista THOMAS-MALTHUS.

De acordo com sua teoria, a população mundial cresce em progressão geométrica


(pg), enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética (pa). Esses cálculos
eram feitos utilizando a Lei de Malthus, conjunto de fórmulas matemáticas que tinha como
objetivo projetar o crescimento populacional a curto e a médio prazos. A teoria
malthusiana explicava, dessa forma, a existência da fome, pobreza e miséria no mundo.
Apontava como uma das principais soluções o controle de natalidade.

VOCÊ CONCORDA COM ESSA TEORIA ?

O crescimento da população de um país era o principal responsável pela manutenção


da pobreza.
Pense sobre isso...

Você também pode gostar