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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES

RESUMO TEÓRICO DE MATEMÁTICA I

Cursos: Gestão, Economia & Contabilidade e Finanças

TRANSPOSTA DE UMA MATRIZ

Definição: Se A é uma matriz m  n qualquer, então a transposta de A , denotada por At , é


definida como a matriz n  m que resulta da permutação das linhas com as colunas de A ; ou seja,
a primeira coluna de At é a primeira linha de A , a segunda coluna de At é a segunda linha de A , e
assim por diante. Portanto, a transposta de A é obtida trocando-se as linhas de A por suas colunas
e vice-versa.

Exemplo:

1  4 
1 2 3  
Seja a matriz A    , então a sua transposta é A  2 2 
t

 4 2  6 23 3  6 
  32

3 4 3 5
Seja B    , então B t   
5 7 22 4 7 22

Quando A é uma matriz quadrada, os elementos da diagonal de At são os mesmos da matriz A ,


ou seja, a transposição não altera a diagonal principal da matriz.

Exemplo:

1 2  1 4
Seja A    , então At   
4 3 22 2 3 22

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 2 1 0  2 3  2

Seja a matriz B  3 4  1 , então a transposta de B será B  1 4
 t
5 
  
 2 5 4  33 0  1 4  33

São válidas as seguintes propriedades:

Propriedades da matriz transposta: Sejam A e B matrizes de ordem m  n e   IR . Então:

i. ( A  B ) t  At  B t ;

ii. ( At ) t  A ;

iii. (A) t  At ;

iv. ( AB ) t  B t At .

OBS: Nota-se em (iv) que a transposta de um produto é o produto das transpostas, porém em
ordem inversa.

MATRIZ SIMÉTRICA

Definição: Uma matriz Ann é dita simétrica se At  A , ou seja, A é simétrica se e somente se


a ji  aij , para todo i  1, 2,..., n e j  1, 2,..., n .

Exemplo:

1 3 1 3
A  e At    ;como A  At , então A é uma matriz simétrica.
3 3 22 3 3 22

1 3 4 1 3 4 

A  3 2 1 e A  3 2 1 ; A  At , portanto, A é uma matriz simétrica.
 t

4 1 5 4 1 5

MATRIZ ANTI-SIMÉTRICA

Definição: Uma matriz Ann é dita anti-simétrica se At   A , ou seja, A é anti-simétrica se e


somente se a ji  aij , para todo i  1, 2,..., n e j  1, 2,..., n . Neste caso, os elementos da diagonal
principal são sempre nulos.

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Exemplo:

0 3  4  0 3 4 

A   3 0 
5  e A   3
t
0  5 , como At   A , então A é uma matriz anti-
 4  5 0   4 5 0 
simétrica.

TEMA 3. MATRIZ INVERSA

3.1. INTRODUÇÃO

Considere uma matriz quadrada de ordem n, A n  aij nn ,

 a11 a12 ... a1n 


 
a a 22 ... a 2 n 
A   21
... ... ... ... 
 
a ... a nn  nn
 n1 an2

 a11 a 21 ... a n1 
 
 a12 a 22 ... a n 2 
A transposta da matriz A é dada por A  
t
.
... ... ... ... 
 
a ... a nn  nn
 1n a2n

A matriz dos co-factores dos elementos aij da matriz A t chama-se matriz adjunta de A .

 A11 A21 ... An1 


 
A A22 ... An 2 
adjA   12 .
... ... ... ... 
 
A ... Ann 
 1n A2 n

 2 3  4
 
Exemplo: Determine a matriz adjunta da matriz A   0  4 2  .
1 1 5 
 

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Resolução:

 2 0 1
 
-Determinemos a matriz transposta de A : A   3  4  1
t

 4 2 5 

Os co-factores dos elementos aij da matriz A t são:

 4 1 3 1 3 4 0 1
A11   18 , A12   11, A13   10 , A21   2,
2 5 4 5 4 2 2 5
2 1 2 0 0 1 2 1
A22   14 , A23   4 , A31   4, A32   5,
4 5 4 2  4 1 3 1
2 0
A33   8
3 4

  18  11  10 
 
De onde obteremos a seguinte matriz adjunta: adjA   2 14  4  .
 4  8 
 5

MATRIZ INVERSA

Definição:

-Diz-se que uma matriz quadrada A é invertível se existe uma matriz B tal que AB  BA  I n ,
onde I n é matriz identidade da mesma ordem de A .

Chama-se assim matriz B inversa de A e denota-se por B  A 1 . Esta relação é simétrica, isto é,
se B é inversa de A , então A é inversa de B .

Exemplo:

 1 0 2   11 2 2 
   
Dadas as matrizes A   2  1 3  e B    4 0 1  . Verifique se elas são inversas uma da
4 1 8  6  1  1
   
outra.

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Resolução:

Se B é inversa de A , então AB  BA  I .Achemos


 1 0 2    11 2 2    11  0  12 2  0  2 2  0  2   1 0 0 
       
AB   2  1 3     4 0 1     22  4  18 4  0  3 4  1  3    0 1 0 
 4 1 8   6  1  1   44  4  48 8  0  8 8  1  8   0 0 1 
       

  11 2 2   1 0 2   1 0 0 
     
Agora achemos BA    4 0 1    2  1 3    0 1 0 
 6  1  1  4 1 8   0 0 1 
     

Assim, as duas matrizes são inversas uma da outra.

3.2. CÁLCULO DA MATRIZ INVERSA

3.2.1. Método dos determinantes

Dada a matriz quadrada A , de ordem n . Para determinar a matriz inversa é necessário:

1o. Verificar se o determinante de A é diferente de zero (0); se o determinante for igual a zero,
diz-se que a matriz não admite inversa (ela é singular).

2o. Determinar a matriz adjunta de A (adjA).

1
3o. Encontrar a matriz inversa de A , sendo A 1   adjA .
A

Exemplo:

 1 0 0
 
Determine a inversa da matriz A caso exista, sendo A   2  1 3  .
 4 1 8
 

Resolução:

Verifiquemos se a matriz admite inversa, isto é, se A  0 .

1 0 0
A  2  1 3  11  0 , Assim a matriz dada admite inversa (é invertível).
4 1 8

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1 2 4
 
Determinemos a transposta de A . A  0 1 1 .
t

0 3 8
 

1 1 0 1
Achemos agora a adjunta de A . A11    11 , A12    0,
3 8 0 8
0 1 2 4 1 4 1 2
A13    0 , A21    4 , A22    8 , A23    3 ,
0 3 3 8 0 8 0 3
2 4 1 4 1 2
A31    6 , A32    1 , A33    1
1 1 0 1 0 1

  11 0 0 
 

De onde obteremos a seguinte matriz adjunta: adjA  A    4 8  3  .
 6  1  1
 

 
 
  11 0 0   1 0 0
1 1   4 8 3
A inversa de A é: A 1   A    4 8  3    .
A  11    11 11 11 
 6  1  1  6 1 1
 
 11 11 11 

3.2.2. Método de Jordan

Uma outra maneira de determinar a inversa de A é a partir das transformações algébricas


elementares com linhas e colunas da matriz A, isto é, se A é invertível, então  A, I   I , A 1  ,
onde A 1 é a inversa de A .

3 1
Exemplo: Determine se existir a inversa de A    .
 4 2

Resolução:
1  1 0  4  3 1  1 0  2
 A, I   
3 1  1 0  3
      
 4 2  0 1   (3)   12  6  0 - 3   0  2  4 - 3

 1
 6 2  2 0   6 0  6 - 3  : 6  1 0  1  
        2 
 0  2  4 - 3  * 1  0  2  4 - 3  : (  2)  0 1  3 
 -2
 2 

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 1
1  
A 1   2
 - 2 3 
Assim, a inversa de A é  2 

3.3. PROPRIEDADES DA MATRIZ INVERSA

Sejam A e B duas matrizes invertíveis de dimensão n  n . Então:

a) A 1 é invertível e A -1   A .
1

b) AB é invertível e AB 1  B 1 A1 .

c) A matriz transposta A t é invertível e A t   ( A 1 ) t .


1

d) (cA) 1  c -1 A -1 sempre que c  0 .

EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO

1. Determine caso existam as inversas das seguintes matrizes pelo método de determinantes.
1 2 3 2 0 1  2 0 1 
     
a) A   4  2 3  b) B   4 2  3  c) C   3 2  3
 2 5  1 5 3 1   1  3 5 
     
1 0 0   3 2 2 
   
d) D   3 2  4  e) E   6  4  3 
4 1 3   2  1  1
   

2. Pelo método de Jordan, ache as inversas das matrizes abaixo, caso existam.
 1 3 4   1 2  3  2 1  1
     
a) A   3  1 6  b) B   2 1 0  c) C   0 2 1 
 1 5 1  4 2 5   5 2  3
     

“ Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são atitudes preguiçosas. Elas nos dispensam de
reflectir.” Henri Poincaré - matemático francês.

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