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HABEAS CORPUS 220.590 SÃO PAULO

QU
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO

FA
PACTE.(S) : DANIEL SILVA DE OLIVEIRA

OS
IMPTE.(S) : DIEGO VIDALLI DOS SANTOS FAQUIM
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 755.189 DO SUPERIOR

NT
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SA
DECISÃO:

:53 OS
Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS

:55 I D
CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO

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PREVENTIVA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. Inexistindo pronunciamento
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colegiado do Superior Tribunal de Justiça,
não compete ao Supremo Tribunal Federal
examinar a questão de direito suscitada na
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impetração. Precedentes.
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2. A prisão preventiva de paciente


primário, um jovem com 21 anos de idade,
surpreendido com pequena quantidade de
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maconha, é contraproducente do ponto de


vista da política criminal.
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3. Habeas corpus a que se nega


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seguimento. Ordem concedida de ofício.


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1. Trata-se de habeas corpus, com pedido de concessão de


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liminar, impetrado contra decisão que não conheceu do HC 755.189, do


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Superior Tribunal de Justiça (STJ).


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2. Extrai-se dos autos que o paciente foi preso em flagrante


delito, acusado pelo tráfico de 116,53 g de maconha.
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3. Inconformada com a prisão, a defesa impetrou habeas


corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ/SP). Indeferida a
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seu processamento, sobreveio a impetração de HC no Superior Tribunal

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HC 220590 / SP

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de Justiça. O Relator do HC 755.169, Ministro João Otávio de Noronha,
não conheceu monocraticamente do writ.

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4. Neste habeas corpus, a parte impetrante alega ausência de
fundamentação idônea para a decretação da prisão preventiva,

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ressaltando que “a primariedade, bons antecedentes e a pequena

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quantidade de drogas apreendida autorizam por hora a dúvida quanto ao
reconhecimento da figura do tráfico privilegiado, sendo certo que se

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eventualmente o paciente vier a ser condenado pela figura típica, poderá
desde o princípio cumprir sua pena em regime aberto, diverso do qual se

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encontra hoje, semelhante ao regime fechado!”.
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5. A defesa requer a concessão da ordem a fim de revogar a
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prisão processual do acionante. Subsidiariamente, pleiteia a substituição


da custódia por outra medida cautelar.
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6. Decido.
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7. Do ponto de vista processual, o caso é de habeas corpus


substitutivo de agravo regimental (cabível na origem). Nessas condições,
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tendo em vista a jurisprudência da Primeira Turma do Supremo Tribunal


Federal (STF), entendo que o processo deve ser extinto sem resolução de
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mérito, por inadequação da via eleita (HC 115.659, Rel. Min. Luiz Fux).
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8. Inexistindo pronunciamento colegiado do STJ, não


compete ao STF examinar a questão de direito implicada na impetração.
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Nesse sentido foram julgados os seguintes precedentes: HC 113.468, Rel.


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Min. Luiz Fux; HC 117.502, Redator para o acórdão Min. Luís Roberto
Barroso; HC 108.141-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki; e o HC 122.166-AgR,
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julgado sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, assim


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ementado:
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HC 220590 / SP

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AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.
PROCESSUAL PENAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO

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DEVIDO PROCESSO LEGAL. CERCEAMENTO DE DEFESA.

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VIOLAÇÃO AO ART. 422 DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL. DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA POR

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MINISTRO DO STJ. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO POR
MEIO DE AGRAVO REGIMENTAL. SUPRESSÃO DE

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INSTÂNCIA. PRECEDENTES. FUNDAMENTOS DA
DECISÃO AGRAVADA NÃO ATACADOS. AGRAVO

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REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
I - No caso sob exame, verifica-se que a decisão

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impugnada foi proferida monocraticamente. Desse modo, o
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pleito não pode ser conhecido, sob pena de indevida supressão
de instância e de extravasamento dos limites de competência do
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STF descritos no art. 102 da Constituição Federal, que
pressupõe seja a coação praticada por Tribunal Superior.
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Precedentes.
II – O agravante não atacou os fundamentos da decisão
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agravada, o que atrai, por analogia, o teor da Súmula 283 desta


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Corte.
III – Agravo regimental a que se nega provimento.
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9. Sem prejuízo desse encaminhamento, a ordem deve ser


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concedida de ofício.
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10. A prisão preventiva de paciente primário, um jovem com


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21 anos de idade, acusado pelo tráfico de pequena quantidade de


maconha (116,53 g) é contraproducente do ponto de vista da política
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criminal. Ademais, o mandado de prisão não apontou elementos


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concretos idôneos que evidenciem a real necessidade da custódia


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processual. Trata-se de decisão genérica, fundada sobretudo na gravidade


abstrata do tráfico de drogas.
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11. Nessas condições, não encontro no decreto de prisão


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HC 220590 / SP

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preventiva a demonstração, empiricamente motivada, dos requisitos
previstos no art. 312 do Código de Processo Penal (HC 109.449, Rel. Min.

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Marco Aurélio; e HC 115.623, Relª. Minª. Rosa Weber).

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12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF,

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nego seguimento ao habeas corpus. Contudo, concedo a ordem de ofício

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para permitir que o paciente aguarde o julgamento da ação penal em
liberdade, salvo se por outro motivo idôneo a segregação cautelar se fizer

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necessária, facultada a imposição das medidas cautelares diversas da
prisão (art. 319 do CPP).

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Publique-se. 11 ALL
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Comunique-se, com urgência.


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Brasília, 05 5 de outubro de 2022.


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Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO


Relator
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