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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

02/12/2022

Número: 0843776-92.2022.8.10.0001
Classe: INQUÉRITO POLICIAL
Órgão julgador: 6ª Vara Criminal de São Luís
Última distribuição : 15/08/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Roubo Majorado
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Ministerio publico (AUTORIDADE)
12º Distrito de Polícia Civil do Maracanã (AUTORIDADE)
DANIEL EWERTON OLIVEIRA DE ARAUJO (INVESTIGADO) ANDERSON ANTONIO BASTOS GARCIA (ADVOGADO)
WILSON CARLOS SANTOS DE ASSIS (INVESTIGADO) MARCIA CAMILA COSTA BASTOS (ADVOGADO)
GLEYDSON DOS SANTOS DE SOUZA (FLAGRANTEADO)
DELEGADO (AUTORIDADE)
ALCOA ALUMINIO S/A (TERCEIRO INTERESSADO) MILTON CLOUDES RODRIGUES DA SILVA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
73068 05/08/2022 11:04 liberdade provisória wilson carlos Petição
352
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ (A) PLANTONISTA DA CENTRAL DE
INQUETRITOS E CUSTODIA DA COMARCA DA ILHA DE SÃO LUÍS/MA.

Processo nº 0843776-92.2022.8.10.0001

[PEDIDO DE APRECIAÇÃO URGENTE – ACUSADO PRESO ]

WILSON CARLOS SANTOS DE ASSIS, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe por sua advogada que esta subscreve,
com fulcro no art. artigo 5°, LVI, de nossa Carta Magna,
combinado com o parágrafo único artigo, 310 de Processo Penal

PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM AS MEDIDAS CAUTELARES


DO ART. 319, DO CPP.

1 DA SÍNTEDE DOS FATOS

Conforme cópia da APF, nos autos virtuais, o requerente


encontrasse custodiado em um dos ferrolhos da Central de
Inquéritos e Custódia, sob imputação de ter infringido a norma
incriminadora do art. 157, paragrafo 2º, inciso II e Art.
Paragrafo 2º A, inciso I, do Código Penal Brasileiro.

2PRELIMINAR

Os dados constantes dos autos demonstram a colaboração


voluntária do acusado para elucidação dos fatos, o acusado
possui condições pessoais favoráveis, tais como: bons
antecedentes, residência fixa, está recebendo seguro
desemprego, além de outros aspectos como família
constituída, a qual é o único provedor de duas crianças
menores bem como de sua esposa.

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Com advento da neonata da Lei 12.403 de 04 de maio de 2011,
abriu-se uma nova era no tocante a decretação da custódia
processual de qualquer cidadão sendo esta supressão da
liberdade individual, na ótica da nova regulamentação,
cabível somente em casos de extrema necessidade, conforme
proclama parágrafo 4°. Artigo 282, do Código de Processo
Penal constituindo uma última ratio.

Se é verdade que o Juiz não pode, na fase de recebimento da


denúncia, desclassificar o crime nela indicado, ou rejeitar
a acusação por considerar menos exata a capitulação dada ao
fato, não é menos certo que “o despacho de recebimento da
denúncia não importa no reconhecimento de determinado crime
com consequências decorrentes da classificação provisória da
inicial”. Assim já entendia a jurisprudência (RT 241/109) e
a boa doutrina (José Frederico Marques, Elementos de direito
processual penal, Forense, 1965, v. IV, p.51), ao tempo de
prisão preventiva obrigatória.

Edita o inciso LXVI, do artigo 5°, da constituição Federal:

“ninguém será levado a prisão ou nela mantido, quando alei


admitir liberdade provisória, com ou sem fiança”.

E, ainda vem estampado no artigo 310, inciso III, do CPP,


com nova redação que lhe emprestou a Lei 12.403/2011, que o
juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, não
vislumbrando as hipóteses previstas no art. 312 do mesmo
codex, deverá conceder o benefício da liberdade provisória,
dispositivo legal perfeitamente aplicável no presente caso
onde o Requerente preenche todos os requisitos legais para
a obtenção da referida benesse judicial.

Na neonata estética cristalizada pelas marcantes mudanças


inseridas pela Lei 12.403/2011, no titulo IX, do Livro I,
do código de processo Penal, que trata “da Prisão, das
Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória”, exige órgãos

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judicantes redobrado cuidado na exegese do art. 312, do
Diploma de Ritos, principalmente com relação a decretação

ou manutenção da prisão preventiva, que agora alcançou status


de verdadeira e autêntica ultima ratio.

Ademais, é de indagar: se nesses casos, que constituem, na


orografia dos crimes, como diria Hungria, o seu ponto
culminante, admite a lei possa o Juiz, em decisão
fundamentada, permitir o apelo em liberdade, com muito mais
razão poderá conceder benefício da liberdade provisória.

Face a digressão retro perfilada e a jurisprudência


dominante, não obstante tenha réu sido denunciado por
homicídio qualificado, é admissível e concessão da liberdade
provisória, se o juiz, após a análise das provas, entender
que o acusado é primário, de bons antecedentes, possui
residência fixa e ainda houver a possibilidade de
desclassificação do crime pelo Tribunal de Júri. A hediondez
do crime não pode ficar adstrita, tão-somente, ao
entendimento inicial do Ministério- Publico, que assim se
expressou, na denúncia. A definição típica inicial inserta
na peça acusatória não pode valer, por si só, como se
imutável fosse, o que, muitas vezes, não resiste à apuração
dos fatos até desfecho do processo. Assim, deve o juiz da
causa, depois de verificadas as circunstâncias que
envolveram o delito praticado e examinados os elementos
probatórios, aferir a necessidade ou não de manter acusado
encarcerado da capitulação exordial considerada pelo
Parquet.

Destarte, pelo acima alinhavado, seria indispensável, para


a manutenção da segregação provisória do Requerente, que uma
das circunstâncias mencionadas aflorasse das provas até
agora coligidas, o que não ocorreu, ou que ficasse
demonstrado sua necessariedade, vez que se trata da medida
drástica e excepcional, impondo-se, assim a concessão da
liberdade provisória ora pleiteada.

Hodiernamente, caminha o pensamento doutrinário no sentido


de que, preenchidos, os requisitos legais para a concessão,
da liberdade provisória, esta passa ser direito público
subjetivo do réu, independente da gravidade do delito, não
ficando sujeito ao poder discricionário do juiz a sua

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concessão, embora o texto legal, dado à expressão poderá,
possa indicar.

Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho


Filho, que assim leciona:

“sua concessão, a princípio pareceu-nos mera faculdade do


juiz. Meditando sobre o assunto, concluímos tratar-se de um
verdadeiro direito público subjetivo do indiciado ou réu.
Nem teria sentido ficassem satisfeitos todos pressupostos
para a obtenção da liberdade provisória, sem necessidade da
prestação da fiança e o juiz deixasse de lha conceder, por
entender tratar-se de mera possibilidade de poder, fazer a
ele conferida pelo texto legal. Seria uma rematada injustiça
permitir-se que a liberdade provisória ficasse na
dependência da boa ou má vontade do magistrado...”¹

Portanto, Excelência, tendo sido demonstrado pelas


argumentações, fundamentos jurídicos e documentos que
instruem o presente pedido, possui o Requerente, todos
requisitos legais para a concessão do benefício da liberdade
provisória e seu atendimento se torna imperioso e
indeclinável nos termos do artigo 5°, LXVI, da Constituição
Federal, combinado com parágrafo 4°.do art. 282 do CPP., já
que dos autos não se ressaem elementos idôneos a demonstrar
que a liberdade do Requerente importará em atentado à ordem
pública, ao bom andamento da instrução criminal ou da reta
aplicação da lei penal.

DIANTE DO EXPOSTO, espera o Requerente seja presente pedido


recebido, e depois de ouvido o nobre representante do
Ministério Público, deferido concedendo-lhe LIBERDADE
PROVISÓRIA, comprometendo-se desde já comparecer em todos
atos ulteriores do processo, pois desta forma Vossa
Excelência, estará, como de costume editando decisório,
compatível com mais elevados ditames da JUSTIÇA.

Nesses termos,

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Pede e espera deferimento.

São Luís, data do sistema.

MÁRCIA CAMILA COSTA BASTOS

OAB/MA 18.669

PEDRO AUGUSTO SILVA MORAES PAULO MAURICIO DA SILVA SANTANA

Estagiário Estagiário

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