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12/10/2021
Número: 1014963-52.2021.8.11.0042
ESTADO (VÍTIMA)
POR VÍDEOCONFERÊNCIA
Presentes: Dra. Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, Juíza de Direito; Dr. Vinicius
Gahyva Martins, Promotor de Justiça; Dr. Caio Cézar Buin Zumioti, Defensor Público, e o flagrado
NILDES DE SOUZA.
Aos 12 de outubro de 2021, na sala virtual do sistema Microsoft Teams, foi aberta a
presente audiência, sob a presidência da MM. Juíza de Direito Dra. Ana Graziela Vaz de Campos
Alves Corrêa.
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1https://clickjudapp.tjmt.jus.br/codigo/PJEDAQGBMSCMZ
LOCAL DO FATO: BAR CERVEJA DE GARRAFA – PRAÇA POPULAR, EM CUIABÁ/MT.
“VISTOS EM PLANTÃO
Extrai-se dos autos, conforme Boletim de Ocorrência n.º 2021.265353, que a guarnição
policial estava realizando policiamento em ponto base na Praça Popular quando a custodiada, que
estava no Bar Cerveja de Garrafa, jugou uma garrafa de cerveja contra a VTR, então a guarnição
se aproximou para conversar com ela, momento em que, ela começou a proferir palavras de baixo
calão contra a guarnição, tipo: "seus policiais de merda, meu pai é policial federal e vocês vão ver",
em seguida, a mesma segurava um copo de cerveja na mão, veio a jogar contra a face do cabo PM
Matos, sendo assim, foi dado voz de prisão a custodiada, que no momento de sua detenção, resistiu,
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desferindo um pontapé contra o policial, derrubando-o ao solo e, com auxilio da vitima Edson
(segurança do mencionado bar), com muito custo e utilizando de técnicas, foi possível imobilizar a
suspeita e fazer sua detenção. Acrescentam ainda que a vítima Edson, apresenta uma lesão no
braço direito, ocasionado pela custodiada, no momento de sua detenção.
Com a efetiva captura da representada, nesta data, a mesma fora apresentada a este
Juízo, nos termos do art. 9º, parágrafo único, do Provimento nº 01/2017 – CM do Tribunal de Justiça
de Mato Grosso e Resolução nº 357 de 26 de novembro de 2020 do CNJ.
A Lei 12.403/11, que alterou dispositivos do Código de Processo Penal, estipulou que as medidas
cautelares penais serão aplicadas com a observância da necessidade de aplicação da lei penal,
necessidade para a investigação ou instrução penal e para evitar a prática de infrações, devendo
a medida em questão, ainda, ser adequada à gravidade do crime, às circunstâncias do fato e às
condições pessoais do averiguado. Além do mais, a prisão preventiva será determinada quando
as outras cautelares se mostrarem insuficientes ou inadequadas para o caso concreto (art. 282, §
6.º, do CPP).
Isto porque, no caso dos autos, a despeito dos antecedentes criminais da custodiada e de ficar
demonstrado em audiência o menosprezo dela em relação ao Judiciário, não parecendo se
importar com os processos que responde, sendo irônica e destratando a magistrada e o Promotor
de Justiça, há que se considerar que os crimes a ela atribuídos são punidos com detenção,
estando, portanto sujeita ao cumprimento da pena em regime diverso do fechado.
Diante disso, em que pese a gravidade dos fatos, considerando que, caso seja eventualmente
condenada pelos fatos apurados nestes autos, cumprirá a reprimenda em regime mais brando do
qual está submetida no presente momento, deve-se, portanto, superar a demonstração da
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materialidade e da presença os indícios de autoria e ater-se a analisar a necessidade da
manutenção da prisão da custodiada.
Não bastasse isso, nada há que justifique a custódia com relação à conveniência da instrução
criminal, tendo em vista que nada faz supor que conturbará a colheita de provas. Da mesma
forma, pode se dizer quanto à garantia de aplicação da lei penal, pois, como possui domicílio
certo, não há indicativos de que se furtará da aplicação da lei, caso seja colocado em liberdade.
“HABEAS CORPUS - ARTIGO 306 C/C ARTIGO 298, III, AMBOS DO CTB - PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA NÃO SUPERIOR A 04 (QUATRO) ANOS - RÉU
PRIMÁRIO - IMPOSSIBILIDADE DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.
Considerando que a pena cominada para o crime de dirigir embriagado não é superior a
quatro anos, o paciente é primário e não há dúvidas quanto à sua identificação, incabível
é o decreto de prisão preventiva, por expressa vedação legal.” (TJMG Habeas Corpus
Criminal 1.0000.17.030943-9/000, Relator(a): Des.(a) Denise Pinho da Costa Val , 6ª
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 20/06/2017, publicação da súmula em 30/06/2017)
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2) COMPROVAÇÃO NOS AUTOS DO ENDEREÇO E PROIBIÇÃO
DEMUDANÇA DE ENDEREÇO SEM COMUNICAÇÃO AO JUÍZO, DEVENDO
MANTÊ-LO ATUALIZADO;
Por derradeiro, registro que não aportou nos autos, até o presente momento, o exame de
corpo de delito, com registro fotográfico do rosto e corpo inteiro do custodiado, em desconformidade
com a Recomendação nº 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça.
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