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LEI DE CRIMES HEDIONDOS – Lei 8.

072/90

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: 25/05/2022 - Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19
– entra em vigor em 30 dias – artigos alterados/incluídos: art. 1º, I, II, III, IX e § único; revogação do §2º
do art. 2º); Lei nº 14.344, de 24.5.2022 (Art. 34. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e
cinco) dias de sua publicação oficial.).

Última atualização jurisprudencial: 22/09/2019 - Info 947 (art. 9º)

Última atualização questões de concurso: 07/06/2023.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
⮚ EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
⮚ EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
⮚ EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe
na Lei 8.072/90).
⮚ EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)

2) Siglas utilizadas:
⮚ MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da
Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono


a seguinte lei:

Art. 1o SÃO CONSIDERADOS HEDIONDOS os seguintes crimes, todos tipificados no


Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação
dada pela Lei nº 8.930, de 1994)  (Vide Lei nº 7.210, de 1984) (MPPR-2008) (DPEMS-2008) (PCDF-2015)
(Cartórios/TJMG-2016) (PCPE-2016) (PCAC-2017) (PCGO-2017/2018) (DPEAM-2018) (PCBA-2018) (PCPI-2018)
(PF-2018) (TJAC-2019) (DPEGO-2021) (DPERJ-2021) (DPESC-2021) (Cartórios/TJRO-2021) (PCPR-2021) (MPSP-2022)

(MPPR-2008): Para classificar um crime como hediondo ou assemelhado, a Lei 8072/90 elencou os
delitos considerados hediondos e aqueles a eles equiparados de forma taxativa, deixando de fazer
qualquer previsão expressa que permita ao magistrado excluir, a partir do caso concreto,
determinado crime do rol previamente estabelecido na própria lei. BL: art. 1º, caput, Lei 8072.

#Atenção: #MPPR-2008: #PCAC-2017: #PCPI-2018: #Cartórios/TJRO-2021: O critério adotado


quanto aos crimes hediondos é o critério legal. Portanto, só será crime hediondo o que a Lei
8072/90 assim descreve, diferenciando-se, inclusive, os crimes hediondos daqueles equiparados.
Por fim, cumpre ressaltar que o direito brasileiro não admite as Cláusulas Salvatórias, que são
aquelas que permitem que, no caso concreto, o Juiz retire a hediondez do delito em determinado
julgamento.

I - - HOMICÍDIO (art. 121), QUANDO PRATICADO em atividade típica de grupo de


extermínio, AINDA QUE COMETIDO por um só agente, e HOMICÍDIO QUALIFICADO (art.
121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX). (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) (PCSC-2008)
(TJPE-2011/2013) (TJAM-2013) (MPRO-2013) (Cartórios/TJES-2013) (MPMT-2014) (TJDFT-2015) (PCPE-2016)
(MPRS-2017) (MPSP-2017) (PCAC-2017) (PCGO-2013/2017/2018) (PCPI-2018) (TJAC-2019) (TJPA-2019) (DPEGO-2021)
(Cartórios/TJRO-2021) (PCPR-2021)
#Atenção: #PCSC-2008: #TJPE-2011/2013: #MPRO-2013: #Cartórios/TJES-2013: #MPMT-2014:
#TJDFT-2015: #PCPE-2016: #PCAC-2017: #PCGO-2013/2017/2018: #PCPI-2018: #TJAC-2019:
#DPEGO-2021: #CESPE: #FCC: #UEG: #VUNESP: O homicídio simples, em regra, não é crime
hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo de extermínio. É o chamado homicídio
condicionado. Além disso, há compatibilidade de um homicídio simples tentado com o caráter
hediondo se este ocorrer em atividade típica de grupo de extermínio.

#Atenção: #PCPE-2016: #TJRS-2018: #PCPI-2018: #PCPR-2021: #CESPE: #UFPR: #VUNESP: A


Lei 8.072/90 foi modificada para também abranger a qualificadora do feminicídio no rol exaustivo
dos crimes hediondos, para se evitar que eventual ausência de indicação do inciso da
qualificadora pudesse servir de alegação e impossibilidade de se reconhecer a hediondez do
feminicídio.

(Téc./MPCE-2020-CESPE): Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de
namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu
lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir: Se, após a apuração dos
fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não será
classificada como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH.

(TJPE-2013-FCC): Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que o homicídio simples,
em determinada situação, pode ser classificado como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH.

I-A – LESÃO CORPORAL DOLOSA de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), QUANDO PRATICADAS contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei
nº 13.142, de 2015) (PCBA-2018)

(PCBA-2018-VUNESP): Considere o seguinte caso hipotético: A Força Nacional está atuando


legalmente em Salvador. O civil “X”, irmão de um Policial Militar do Estado de São Paulo que
integra a Força Nacional, residente na referida cidade, se envolveu em acidente de trânsito sem
vítimas, ao abalroar o veículo do condutor “Y”. Após se identificar como irmão do Militar do
Estado integrante da Força Nacional, foi violentamente agredido por “Y”, que confessou ter assim
agido apenas por saber dessa condição. As agressões provocaram lesões corporais gravíssimas no
civil “X”. Diante do exposto, é correto afirmar que o crime praticado por “Y” é considerado
hediondo, pois o civil “X” foi vítima de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima apenas por
ser irmão de Militar do Estado em razão de sua função. BL: art. 1º, I-A, LCH.

#Atenção: Ao realizar a leitura do enunciado, constata-se que o irmão de um militar integrante da


Força Nacional sofreu lesões corporais gravíssimas em virtude de seu parentesco. Ao proceder à
leitura do rol de crimes hediondos, no art. 1° da Lei 8.072/90, percebe-se a inclusão, no ano de
2015, do inciso I-A. O caso hipotético do enunciado da questão enquadra-se no inciso I-A do rol
dos crimes hediondos. Logo, o crime é hediondo, em virtude de o civil “X” ter desferido lesões
corporais gravíssimas ao colateral de 2° grau de um militar integrante das forças armadas,
unicamente em razão da função exercida pelo irmão.

II - ROUBO: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (TJGO-2021) (DPEBA-2021) (DPERR-2021) (DPESC-2021) (Cartórios/TJRO-2021) (PCRN-2021)

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(TJGO-2021) (DPEBA-2021) (DPERJ-2021) (PCMS-2021) (Cartórios/TJRO-2021) (TJSC-2022) (DPEPI-2022)

(DPERJ-2021-FGV): Sobre as alterações trazidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime), é correto
afirmar que: ainda que surtam efeitos na execução da pena e, portanto, no sistema carcerário, o
crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (Art. 157, §2º-A, I, do Código
Penal) passou a ser considerado hediondo. BL: art. 1º, II, “b”, LCH e art. 157, §2º-A, I, CP.
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Anal. Judic./TRF5-2012) (MPES-2013) (MPDFT-2015) (MPSP-2017) (PCGO-2017) (PCSP-2018)
(TJGO-2021) (Cartórios/TJRO-2021)

#Atenção: #TJGO-2021: #FCC: A Lei 13.964/19, de fato, alterou o rol de crimes hediondos contido
no art. 1º da Lei 8.072/90, contudo não são todas as modalidades do crime de roubo que passaram
a ser consideradas hediondas. Na verdade, o latrocínio (roubo com resultado morte) já constava
do aludido rol, mas, além desta modalidade, também passaram a ser considerados crimes
hediondos, por força da Lei 13.964/19, o roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, inciso V, do CP); o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
157, § 2º-A, inciso I, do CP) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157,
§ 2º-B, do CP); e o roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave (art. 157, § 3º, inciso I, do
CP).

III - EXTORSÃO QUALIFICADA pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão


corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJPA-2019) (MPAP-2021)

IV - EXTORSÃO mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) (Anal. Judic./TRF5-2012) (TJDFT-2015) (PCDF-2015) (DPEBA-2016)
(PCAC-2017) (PCSP-2018) (TJAL-2019) (MPAP-2021) (TJSC-2022)

V - ESTUPRO (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (MPAP-2012)
(Cartórios/TJES-2013) (Anal./MPU-2013) (MPMS-2015) (MPRS-2016) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCPI-2018)
(PCSP-2018) (Anal./MPRS-2021)

(MPRS-2016): “É um crime que chocou o Brasil”, disse ao G1 a delegada encarregada da


investigação sobre o estupro coletivo, mediante doping, de uma jovem de 16 anos, na comunidade
do Morro da Barão, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por elevado número de agressores. A respeito
deste fato, correto dizer que se trata de crime hediondo. BL: art. 1º, V da LCH [questão adaptada]

VI - ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009) (TJPE-2011) (MPCE-2011) (MPDFT-2011) (MPAP-2012) (Anal. Judic./TRF5-2012) (MPMS-2015)
(Cartórios/TJMG-2016) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCGO-2017) (PGETO-2018) (PF-2018)

VII - EPIDEMIA com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
(TJDFT-2007) (DPEMS-2008) (MPPR-2012) (Anal. Judic./TRF5-2012) (PCDF-2015) (Cartórios/TJMG-2016) (PCSP-2018)
(TJPA-2019) (MPAP-2021) (DPEPI-2022)

(TJPA-2019-CESPE): Conforme a Lei 8.072/90, é considerado hediondo o crime de epidemia com


resultado morte. BL: art. 1º, VII da LCH.

#Atenção: A epidemia só é considerado crime hediondo quando for com resultado morte (art. 1º,
VII da Lei nº 8.072/90).

VII-A – (VETADO)       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B - FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO ou ALTERAÇÃO de produto


DESTINADO a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação
dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).  (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) (MPSP-2008)
(TJBA-2012) (MPPR-2012) (DPESC-2012) (Anal. Judic./TRF5-2012) (TJDFT-2015)

(MPPR-2017): Sobre crimes contra a saúde pública previstos no Código Penal, assinale a
alternativa correta: Há apenas dois crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), no caso a epidemia com
resultado morte e a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais. BL: art. 267, §1º c/c art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, CP c/c art. 1º,
incisos VII e VII-B da LCH [adaptada]

(MPSC-2013): A conduta do agente que expõe à venda e tem em depósito para vender produto,
destinado a fins terapêuticos, falsificado ou alterado, na condição de ausência das características
de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização ou com redução de seu valor
terapêutico ou de sua atividade, é considerada crime de natureza hedionda, nos termos da Lei n.
8.072/90. BL: art. 1º, VII-B, da LCH c/c art. 273, §1º e §1º-B, III e IV, CP.1

VIII - favorecimento DA PROSTITUIÇÃO ou de outra forma DE EXPLORAÇÃO SEXUAL


de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).  (Incluído pela Lei nº 12.978,
de 2014) (PF-2018) (TJPA-2019) (MPAP-2021)

#Atenção: LEI 12.978/14: Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei 8072/90 prevendo que
também é considerado como crime hediondo o favorecimento da prostituição ou de outra forma
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, delito previsto no art. 218-B,
caput, e §§ 1º e 2º do Código Penal.

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que CAUSE perigo
comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (DPEBA-2021) (TJMG-2022) (TJSC-2022)
(MPSP-2022)

(TJMG-2022-FGV): Acerca dos crimes contra o patrimônio, com base nas disposições legais, na
Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) e na jurisprudência atualizada do STJ, assinale a
alternativa correta: O furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum é crime hediondo, na forma da Lei 8.072/90. BL: art. 1º, IX da LCH.

Parágrafo único. CONSIDERAM-SE TAMBÉM HEDIONDOS, tentados ou consumados:


(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPAP-2021) (MPDFT-2021)
(DPERJ-2021) (TJSC-2022) (DPEPI-2022) (PCSP-2022)

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18


da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou


equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPAP-2021) (Cartórios/TJSC-2021)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins e o terrorismo SÃO INSUSCETÍVEIS DE: (Vide Súmula Vinculante) (PCSC-2014) (PCRN-2021)
(MPSP-2008/2022)

I - anistia, graça e indulto; (MPRO-2008) (DPEMS-2008) (TRF2-2009) (DPU-2010) (MPDFT-2011/2013)


(DPETO-2013) (Cartórios/TJRR-2013) (PCSC-2014) (TJDFT-2011/2015) (TJSC-2015) (PCDF-2015) (MPPR-2008/2016)
(PCPI-2009/2018) (PCGO-2017/2018) (DPEAM-2018) (PF-2018) (PCES-2019) (PCRN-2021)

(DPEAM-2018-FCC): À luz do que dispõe o direito brasileiro sobre os crimes hediondos, existe
vedação legal expressa à concessão dos institutos da graça e do indulto. BL: art. 2º, I da Lei 8072.

(PF-2018-CESPE): Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de
uma assertiva a ser julgada com relação a crime hediondo: Paula, proprietária de uma casa de

1
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa,
vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (...) § 1º-B - Está sujeito às penas deste
artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições:
(...) III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com
redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (...)
prostituição, induziu e passou a explorar sexualmente duas garotas de quinze anos de idade.
Nessa situação, o crime praticado por Paula é hediondo e, por isso, insuscetível de anistia, graça e
indulto. BL: art. 218-B, CP e art. 1º, VIII e art. 2º, I da Lei 8072.

(TJSC-2015-FCC): Segundo o texto constitucional, o indulto cabe ser concedido pelo Presidente da


República, sendo vedada sua aplicação a condenados pelos crimes de tortura, terrorismo, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, bem como os definidos como crimes hediondos. BL: art. 84,
XII c/c art. 5º, XLIII da CF/88 e art. 2º, I da Lei 8072.

(TJMG-2009): É incabível o indulto natalino ao condenado por crime de tráfico. BL: art. 2º, I da
Lei 8072.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (MPRO-2008) (DPU-2010) (TJES-2011) (MPDFT-2013)
(PCSC-2014) (PCDF-2015) (MPPR-2008/2011/2016) (TJDFT-2015/2016) (PCGO-2017/2018) (DPEMA-2018) (PCPI-2018)
(PF-2018) (Anal./MPU-2018) (DPERR-2021) (PCRN-2021) (MPSP-2008/2022)

(DPERR-2021-FCC): Em relação às prisões processuais e medidas cautelares diversas da prisão: É


possível a concessão de fiança ao acusado pela prática do crime de roubo em concurso de agentes,
mas é inafiançável o delito de roubo cometido com restrição de liberdade da vítima. BL: art. 1º, II,
“a” c/c art. 2º, II, LCH.

#Atenção: #PCPI-2018: #PF-2018: #Anal./MPU-2018: #TJSC-2019: #CESPE: Cumpre ressaltar que


os crimes hediondos são inafiançáveis, nos termos do art. 2º, II, da Lei 8.072/90. Assim, não
preenchidos os requisitos da prisão preventiva, ou se concede a liberdade provisória pura e
simplesmente, ou impõe-se medidas cautelares distintas da fiança, caso preenchidos os requisitos
para a fixação das medidas. No mesmo sentido, é pacífico o entendimento no STF de que a
concessão de liberdade provisória em crimes hediondos, embora possível, não permite
arbitramento de fiança, pois, como referido, tais crimes são inafiançáveis

§ 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

(TJMT-2018-VUNESP): O STF pacificou o entendimento de que, “para efeito de progressão de


regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2o da Lei nº 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.” Para
chegar a essa decisão, o STF utilizou-se da interpretação denominada mutação constitucional.

#Atenção: #MPDFT-2013: #MPGO-2013: #Cartórios/TJPI-2013: #Cartórios/TJRR-2013:


#MPPA-2014: #MPAM-2015: #PCDF-2015: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2013/2017:
#DPESC-2017: #TJMT-2018: #DPEAM-2018: #DPEMA-2018: #PF-2018: #DPESP-2019:
#Cartórios/TJMG-2019: #Cartórios/TJRO-2021: #CESPE: #Consulplan: #FCC: #FMP: #VUNESP:
Tal dispositivo estabelece o regime inicial fechado para o crime de tráfico de drogas. Ocorre que o
STF, em julgamento de HC, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade deste dispositivo,
concluindo que o mesmo desrespeita o princípio da individualização da pena (HC 111840/ES).
Assim, o STF já consolidou o entendimento de que o § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90 é
inconstitucional, porque, ao impor o regime inicialmente fechado, desrespeita o princípio da
individualização da pena, devendo ser escolhido o regime inicial para o cumprimento da pena em
concreto, tanto para crimes hediondos quanto para os crimes equiparados a hediondos, nos
mesmos termos do que estabelece o art. 33 do Código Penal para os crimes não hediondos. STF.
Plenário. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, j. 27/6/12. (...) É inconstitucional a fixação ex lege,
com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando
da condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. 2. Agravo
conhecido e recurso extraordinário provido. STF. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, j.
02/11/17, REPERCUSSÃO GERAL).

§ 2º  (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3o  Em caso de SENTENÇA CONDENATÓRIA, o juiz DECIDIRÁ fundamentadamente se


o réu PODERÁ APELAR em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (TJRR-2008) (MPSP-2011)
(MPPA-2014)
§ 4o  A PRISÃO TEMPORÁRIA, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de
1989, nos crimes previstos neste artigo, TERÁ o prazo de 30 (trinta) dias, PRORROGÁVEL por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.  (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)
(PCPR-2007) (PCTO-2008) (TJSC-2009) (MPCE-2009) (TJMS-2010) (TRF4-2010) (MPSP-2011) (MPSC-2012) (TJBA-2012)
(DPEAC-2012) (PCAL-2012) (TJAM-2013) (Anal./MPU-2013) (MPMT-2014) (TJRR-2015) (DPU-2015) (PCDF-2015)
(PCPE-2016) (PCBA-2018) (PCGO-2018) (PCMA-2018) (PCSP-2018) (TJRO-2019) (MPPR-2019) (PF-2013/2021)
(Cartórios/TJSC-2021) (PCPR-2021) (PCRN-2021) (MPPA-2014/2023)

#Atenção: É cabível a prisão temporária para os crimes hediondos ou equiparados, estejam eles ou
não no rol do art. 1º, III da Lei da Prisão Temporária (art. 2º, § 4º da Lei 8.072/90).

(PF-2013-CESPE): No que diz respeito aos crimes previstos na legislação penal extravagante,
julgue o item subsequente: O crime de lavagem de capitais, delito autônomo em relação aos
delitos que o antecedam, não está inserido no rol dos crimes hediondos.

#Atenção: #TJRO-2019: #PF-2013/2021: #CESPE: #VUNESP: A prisão temporária, cabível na fase


de inquérito, quando decretada em investigação por crime de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98),
terá prazo de 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema necessidade, ressaltando
que teria o prazo de 30 dias caso fosse crime hediondo (não está no rol do art. 1º da Lei de Crimes
Hediondos), inaplicável à espécie. (art. 2º da Lei 7.960/89 e art. 2º, § 4º, da Lei 8.072/90).

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao


cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da
multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade,


facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins ou terrorismo. (PCRJ-2009) (MPGO-2010) (Cartórios/TJMS-2014) (PCDF-2009/2015) (DPEMA-2018)

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou


quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
(TJDFT-2007) (PCRJ-2009) (MPGO-2010) (Cartórios/TJMS-2014) (PCDF-2009/2015) (DPEMA-2018) (PCRS-2018)
(TJRO-2019)

#Atenção: #TJRO-2019: #VUNESP: Na Lei de Crimes Hediondos (art. 8º da Lei 8.072/90), a


colaboração premiada diz respeito ao participante da associação criminosa voltada para a prática
de crimes hediondos que delatar à autoridade a associação criminosa, possibilitando seu
desmantelamento. Neste caso, o agente colaborador fará jus à redução da pena de um a dois
terços. No caso de crime de extorsão mediante sequestro, o agente colaborador que denunciar o
coautor ou partícipe que denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua
pena reduzida de um a dois terços, nos termos do § 4º do art. 159 do CP.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e
sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

#Atenção: #DOD: Essa causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ainda
está em vigor? NÃO. O entendimento do STJ e do STF é o de que o art. 9º da Lei de Crimes
Hediondos foi revogado tacitamente pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art.
224 do CP, que era mencionado pelo art. 9º. Logo, como não mais existe o art. 224 no CP,
conclui-se que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos perdeu a eficácia (expressão utilizada em
um voto do Min. Dias Toffoli). O art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ficou carente de
complemento normativo em vigor, razão pela qual foi revogada a causa de aumento nele
consignada.

#Atenção: #DOD: Imagine que uma pessoa foi condenada, antes da Lei 12.015/09, pela prática de
estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de aumento do art. 9º da Lei de Crimes
Hediondos. Como ocorreu a revogação tácita do art. 9º, essa pessoa poderá alegar que houve
novatio legis in mellius e pedir para retirar de sua condenação a causa de aumento do art. 9º?
SIM. Essa causa de aumento deve ser extirpada da reprimenda já imposta, por força do
princípio da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP): “Art. 2º (...) Parágrafo único. A lei
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.”.

#Atenção: #STF: #DOD: A causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi
tacitamente revogada pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP,
que era mencionado pelo referido art. 9º. Se um indivíduo foi condenado, antes da Lei
12.015/09, pela prática de estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de
aumento do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos, esta majorante deverá ser retirada de sua
condenação por força da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP). Diante da revogação
do art. 224 do CP pela Lei 12.015/09, ainda que o fato delituoso seja anterior a esta alteração, é o
caso de se decotar da pena do condenado o acréscimo baseado no art. 9º da Lei nº 8.072/90. STF.
Plenário. HC 100181/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j.
15/8/19 (Info 947).

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de
parágrafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar
dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

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