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1. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
Razões do veto do art. 121, §2º, VIII, do CP: “A propositura legislativa, ao prever
como qualificadora do crime de homicídio o emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, sem ressalvas, viola o princípio da proporcionalidade entre
o tipo penal descrito e a pena cominada, além de gerar insegurança jurídica,
notadamente aos agen. de segurança pública, tendo em vista que esses poderão
ser severamente processados ou condenados criminalmente por utilizarem suas
armas, que são de uso restrito, no exercício de suas funções para defesa pessoal
ou de terceiros ou, ainda, em situações para a garantia da ordem pública (...)”.
@prof.rafaelpinto
- Qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º)
“Quando o agente efetua disparos querendo matar a vítima, mas ela não morre,
vindo, porém, a sofrer sequelas consideradas graves, responderá ele por
tentativa de latrocínio (em razão de seu dolo de matar durante o roubo), e não
por roubo qualificado pelas lesões graves. Em tal hipótese, o delito será
considerado hediondo” (José Baltazar).
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Art. 158, CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa: (Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa).
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade.
Antes do advento da Lei 13.964/19, a extorsão qualificada pela morte (art. 158,
§2º, CP) era crime hediondo (art. 1º, III, LCH). Após a Lei Anticrime, a hipótese
do inciso III ganhou nova redação e passou a prever somente os crimes descritos
no art. 158, §3º, do CP, de modo a suscitar três entendimentos: a extorsão
qualificada pela morte deixou de ser crime hediondo, por falta de previsão legal;
ou tal conduta continua a ser hedionda porque faz remissão ao §3º do art. 157,
que é essencialmente hediondo; ou a ação remanesce hedionda porque está
contemplada formalmente no §3º do art. 157, somada a outras hipóteses.
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No início dos anos 90, o noticiário do Rio de Janeiro trazia com frequência casos
de sequestros de longa duração. Ex: "Roberto Medina é libertado após 15 dias
de cativeiro” (1990); “Sequestradores torturaram estudante“ (1992); "Pai do
atacante Romário é sequestrado na Vila da Penha", contou o jornal carioca no
dia 6 de maio de 1994, semanas antes da Copa do Mundo dos EUA.
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5.6. Estupro
a) Genocídio
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da
Lei nº 10.826/03;
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826/03;
- “Art. 16. Possuir, (...) portar, (...) manter sob sua guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo
com determinação legal ou regulamentar” (Lei n. 10.826/03)
“Na posse ou porte de munição de uso proibido, não nos parece correto rotular
tal conduta como hedionda, sob pena de indevida analogia in malam partem e
consequente violação ao princípio da legalidade”, diz Renato Brasileiro. Todavia,
José Baltazar afirma que “A redação do art. 16, § 2º, do Estatuto (dada pela Lei
n. 13.964/2019), não menciona acessórios e munição de uso proibido, contudo,
trata-se, evidentemente, de equívoco do legislador passível de ser sanado por
interpretação extensiva, pois a diferenciação não faria qualquer sentido”.
@prof.rafaelpinto
- 1990: “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente
em regime fechado” (art. 2º, § 1º)
Art. 112 da Lei 7.210/84 (LEP) - A pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - 16% da pena, se o apenado for primário e o crime for sem violência ou grave ameaça;
II - 20% da pena, se o apenado for reincidente em crime sem violência ou grave ameaça;
III - 25% da pena, se o apenado for primário e o crime for com violência ou grave ameaça;
IV - 30% da pena, se o apenado for reincidente em crime com violência ou grave ameaça;
V - 40% da pena, se o apenado for condenado por crime hediondo ou equiparado, se for
primário;
@prof.rafaelpinto
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional;
VIII - 70% da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional.
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Por ser a Lei nº 13.964/19 uma lex gravior, é de se destacar que a promoção
carcerária para os crimes hediondos e equiparados cometidos antes da vigência
do citado diploma legal segue a regra do revogado art. 2º, §2º, da Lei nº
8.072/90 ante a impossibilidade de retroagir norma penal mais gravosa (art. 4º,
XL, da CF). Em resumo, as novas regras para a progressão de regime de crimes
hediondos e equiparados aplicam-se apenas aos crimes cometidos após a data
de 23 de janeiro de 2020, ocasião em que entra em vigor a Lei nº 13.964/19.
@prof.rafaelpinto
A Lei 13.769/18 previu uma progressão especial para mulher gestante ou que
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, segundo
determina o art. 112, §3º, da LEP. Cuida-se de promoção carcerária que exige
requisitos mais brandos e destinada exclusivamente à mulher nos casos citados,
ainda que se trata de crimes hediondos. Esse tema será abordado com maior
profundidade na aula sobre a Lei 7.210/84, a Lei de Execução Penal.
@prof.rafaelpinto
- “(...) terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade” (art. 2º, § 4º)
A lista dos crimes anunciados no art. 1º, inciso III da Lei 7.960/89 não contempla
todos os crimes hediondos e equiparados (estupro de vulnerável, favorecimento
de prostituição de menor ou vulnerável, tortura, terrorismo, posse ou porte
ilegal de arma de uso restrito etc.). Nesses casos, admite-se prisão temp. com o
prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e
comprovada necessidade. Em razão disso, é forçoso concluir que a LCH não só
aumentou o prazo da prisão temp., mas também ampliou o rol dos crimes
descritos no art. 1º, inciso III, da lei 7960/89 para alcançar outras figuras típicas.
@prof.rafaelpinto
- 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza (art. 5º)
@prof.rafaelpinto
- “Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código
Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.” (art. 8º, caput)
- “As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º,
158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput, e sua combinação
com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a
vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código
Penal.” (art. 8º, § único)
@prof.rafaelpinto
Esse dispositivo legal que prevê causas de aumento de pena para delitos
patrimoniais e sexuais tornou-se inaplicável com a edição da lei 12015/09,
porquanto houve revogação expressa do art. 224 do Código Penal, ou seja, o art.
9º da Lei de Crimes Hediondos restou carente do complemento normativo em
vigor. Logo, a Lei 12.015/09 é favorável ao réu (novatio legis in mellius). Essa é a
posição do STF (HC 100181, 2019).
@prof.rafaelpinto
O Dir. Penal do inimigo dirige-se àqueles que não oferecem garantias cognitivas
suficientes de um comportamento pessoal adequado ao dir., tendo por escopo a
neutralização do inimigo como fonte de perigo, em um estado de guerra. O
inimigo perde a sua qualidade de pessoa e o Estado não pode tratá-lo como tal.
Nessa área, tentando fazer controle prévio da violência, a LCH é mais um ex. de
lei inócua, de fins simbólicos e retóricos que, como advertido por Beccaria, não
tem sido mais do que um instrumento das paixões de alguns poucos (G. Habib).