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Resumo
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
HOMICÍDIO
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII (VETADO));
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO
Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não
integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).
(HC 153.728/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 13/04/2010, DJe 31/05/2010)
(HC 43.043/MG, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 18/08/2005, DJ
06/02/2006, p. 352)
Noutro dizer, tratando-se de qualificadora de caráter objetivo (meios e modos de execução do crime), é
possível o reconhecimento do privilégio (sempre de natureza subjetiva).
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I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art.
129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de
fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art.
158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Fim da polêmica!
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor cometidos antes da edição da Lei n. 12.015/2009 são
considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples.
REsp 1.110.520-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012.
Crime preterdoloso
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VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155,
§ 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
não se encontram elencados no rol exaustivo do art. 1º, mas a previsão resulta do art. 2º da lei 8072/90 e
do inciso XLIII do art. 5º da CRFB.
“TRÁFICO PRIVILEGIADO”.
O tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a
hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de Tóxicos.
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(HC 118533, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2016, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-199 DIVULG 16-09-2016 PUBLIC 19-09-2016)
Acolhimento da tese segundo a qual o tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da
Lei n. 11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo, com o consequente cancelamento do enunciado
512 da Súmula deste Superior Tribunal de Justiça.
(Pet 11.796/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
23/11/2016, DJe 29/11/2016)
LEP ART. 112,§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico
de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
VEDAÇÕES
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo são insuscetíveis de:
STJ: o Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência "no sentido de que o instituto da GRAÇA,
previsto no art. 5.º, inc. XLIII, da Constituição Federal, engloba o INDULTO E A COMUTAÇÃO da pena,
estando a competência privativa do Presidente da República para a concessão desses benefícios limitada
pela vedação estabelecida no referido dispositivo constitucional"
(HC n. 115.099/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 14/3/2013). (AgRg no HC 468.008/SC,
Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 03/12/2018)
Art. 2º, § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
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No HC 111840, o Pleno do STF declarou a inconstitucionalidade na imposição automática de regime inicial
fechado, pois se desrespeitam as garantias da individualização da pena e da fundamentação das decisões
judiciais:
Art. 2º, § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar
em liberdade.
Art. 387, § 1o , CPP: O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a
imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação
que vier a ser interposta.
Art. 2º, § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á
após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Súmula 471/STJ
Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007
sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de
regime prisional.
A progressão de regime para os condenados por crime hediondo dar-se-á, se o sentenciado for reincidente,
após o cumprimento de 3/5 da pena, ainda que a reincidência NÃO SEJA ESPECÍFICA em crime hediondo ou
equiparado. Isso porque, conforme o entendimento adotado pelo STJ, a Lei dos Crimes Hediondos não faz
distinção entre a reincidência comum e a específica.
HC 301.481-SP, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 2/6/2015, DJe
11/6/2015.
AGORA É ASSIM:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, se for primário; 2/5
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a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado
o livramento condicional;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou
equiparado; 3/5
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte, vedado o livramento condicional.
ART. 2º, § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de
crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
DELAÇÃO PREMIADA:
Parágrafo único.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e
seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, SÃO ACRESCIDAS DE METADE,
respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses
referidas no art. 224 também do Código Penal.
INFORMATIVO Nº 692/STF
Asseverou-se que este preceito — diante da revogação do art. 224 do CP pela Lei 12.015/2009 — TERIA
PERDIDO A EFICÁCIA, devendo, portanto, a adição ser extirpada da reprimenda imposta, por força do
princípio da novatio legis in mellius (CP, art. 2º, parágrafo único).
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SURSIS
(REsp 1320387/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/02/2016, DJe 09/03/2016)
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual
ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, TRÁFICO DE PESSOAS e terrorismo, se o apenado
não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado
com resultado morte, vedado o livramento condicional.