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MÁRCIO
VITOR
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS
1
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído
pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo
único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)
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VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei
nº 12.978, de 2014)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XI - sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, §
1º, inciso IV); (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)
XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou adolescente (art. 149-A, caput,
incisos I a V, e § 1º, inciso II). (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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I - anistia, graça e indulto;
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Art. 4º (Vetado).
........................................................................
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
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terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza."
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223,
caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal,
passam a vigorar com a seguinte redação:
........................................................................
§ 1º .................................................................
§ 2º .................................................................
§ 3º .................................................................
........................................................................
........................................................................
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........................................................................
........................................................................
......................................................................."
........................................................................
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do
Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Crime hediondo não é somente o crime praticado com extrema violência e com requintes de
crueldade e sem nenhum senso de compaixão ou misericórdia por parte de seus autores, mas
sim um dos crimes expressamente previstos na Lei nº 8.072/90. Deve ser obedecido o critério
legal, com base no princípio da reserva legal.
São crimes que o legislador entendeu merecerem maior reprovação por parte do Estado.
Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes que estão
no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, devendo, portanto, ser entendidos
como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade.
A Constituição Federal dispôs em seu art. 5°, inciso XLIII, que “a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem”.
Como se percebe, a norma constitucional impõe um regime jurídico mais gravoso aos crimes
de tortura, tráfico de entorpecentes e terrorismo, assim como aos delitos definidos como crimes
hediondos.
a) Sistema legal: por meio desse sistema, cabe ao legislador enunciar, de forma exaustiva
(numerus clausus), os crimes devem ser considerados hediondos. Assim, por meio de um rol
taxativo de crimes, não se confere ao juiz qualquer discricionariedade para atestar a natureza
hedionda de delito.
- homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, e homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, incisos I,II, III,IV e V). NOVOS TIPOS
PENAIS ACRESCIDOS PELA LEI 13104/15 E 13142/15. NO ANO DE 2023 E 2024 VÁRIOS
TIPOS PENAIS FORAM ACRESCIDOS A LEI VERIFICAR ALTERAÇÕES.
- tortura
Portanto, hedionda será apenas a infração penal prevista no Código Penal ou na Lei n°
2.889/56, jamais a mesma infração penal que encontre tipificação em outro diploma legal.
CRIMES MILITARES IDÊNTICOS AOS QUE ESTÃO PREVISTOS NA LEI 8072 TAMBÉM
SÃO CONSIDERADOS HEDIONDOS A PARTIR DE 2023, VEJA O DISPOSTO NO ART.1, VI
– os crimes previstos no Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar),
que apresentem identidade com os crimes previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
14.688, de 2023)
STJ – HC 36317 / RJ – PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, §§ 1º E 2º, INCISOS III E IV,
DO CÓDIGO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. CRIME HEDIONDO. Por incompatibilidade
axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol
dos denominados crimes hediondos (Precedentes). Writ concedido”
2.O crime de latrocínio está previsto no art. 157. §3°,parte final, do Código Penal, restando
caracterizado quando, da violência empregada durante e em razão da prática de crime de
roubo, ocorrer a produção do resultado morte, hipótese em que a pena a ser aplicada será da
reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.
De acordo com o art. 1°, inciso III, da Lei n° 8.072/90, o delito de extorsão qualificada pela
morte previsto no art. 158, §2°, do Código Penal, também é considerado crime hediondo. Da
mesma forma que acorre com o crime de roubo, a extorsão somente será considerada
hedionda se qualificada pela morte.
VEJA QUE O SEQUESTRO RELÂMPAGO não é considerado crime hediondo, art.158§3º, nem
havendo morte, por falta de previsão expressa na LEI 8072.90
4. Antes do advento da Lei n° 12.015/09, o crime de estupro previsto no art. 213 do Código
Penal tinha a seguinte redação: “Constranger mulher á conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça”. O atentado violento ao pudor, por sua vez, estava previsto no art. 214 do CP:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele
se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”. Aplica-se, pois, o denominado princípio
da continuidade normativo-típica: não se pode confundir a mera revogação formal de uma lei
penal com a abolitio criminis. A revogação da lei anterior é necessária para o processo da
abolitio criminis, mas não suficiente. Para além da revogação formal, deve ser verificado se o
conteúdo normativo revogado não foi, simultaneamente, deslocado para outro dispositivo legal.
Se é verdade que a Lei n° 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, também não e menos verdade
que o conteúdo normativo da antiga conduta delituosa do atentado violento ao pudor migrou
para a nova redação do art. 213 do CP. Portanto não houve abolitio criminis, visto que se deu
uma continuidade normativo-típica.
Para além da migração da antiga delituosa do atentado violento ao pudor (revogado art. 214)
para o crime de estupro (CP, art. 213), a Lei n° 12.015/09 também criou uma nova figura
delituosa no art. 217-A, conhecida como estupro de vulnerável: “Art. 217 –A . Ter conjunção
carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena – Reclusão, de 8
(oito) a 15 (quinze) anos. §1° Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”
5. NO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. Art. 35 entende STJ e STF que NÃO É
HEDIONDO. Fundamento: associação não se confunde com o objeto dela (tráfico, este sim é
equiparado) a associação em si não é equiparada a Hediondo. RELATIVAMENTE AOS
DELITOS PREVISTOS NOS ARTS. 36, 37 são considerados crimes hediondos no
entendimento de NUCCI Renato Brasileiro. Os delitos previstos nos arts.33§2º,§3,§4º NÃO
SÃO CRIMES HEDIONDOS. O ART.28, 38 e 39 também não.
NO TRÁFICO “PRIVILEGIADO”. Com relação ao art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e
no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a
conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
(Vide Resolução nº 5, de 2012). Portanto, ATÉ 2015 uns entendem que a redução tornaria o
Tráfico NÃO SERIA EQUIPARADO A CRIME HEDIONDO, por ser “privilegiado”, outros
entendem que trata de TRÁFICO COM REDUÇÃO PENA sobre um CRIME EQUIPARADO A
HEDIONDO. Na verdade, tecnicamente, a NATUREZA JURÍDICA trata de uma CAUSA
ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA e NÃO um privilégio, assim como no homicídio
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(CAUSA ESPECIAL DE DIMINUÇÃO DE PENA) e no roubo (CAUSA ESPECIAL DE
AUMENTO DE PENA), chamado pelo STJ se ROUBO MAJORADO, pois as penas em abstrato
continuam a mesma a REDUÇÃO DA PENA SE DÁ NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA
PENAL (STJ).
Notícias STF
Quinta-feira, 23 de junho de 2016
Crime de tráfico privilegiado de entorpecentes não tem natureza hedionda, decide STF
Na sessão desta quinta-feira (23), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que
o chamado tráfico privilegiado, no qual as penas podem ser reduzidas, conforme o artigo 33,
parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime de natureza
hedionda. A discussão ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 118533, que foi deferido
por maioria dos votos.
No tráfico privilegiado, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa. No caso concreto, Ricardo Evangelista Vieira de Souza e
Robinson Roberto Ortega foram condenados a 7 anos e 1 mês de reclusão pelo juízo da
Comarca de Nova Andradina (MS). Por meio de recurso, o Ministério Público conseguiu ver
reconhecida, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a natureza hedionda dos delitos. Contra
essa decisão, a Defensoria Pública da União (DPU) impetrou em favor dos condenados o HC
em julgamento pelo Supremo.
O processo começou a ser julgado pelo Plenário em 24 de junho do ano passado, quando a
relatora, ministra Cármen Lúcia, votou no sentido de conceder o HC e afastar o caráter de
hediondez dos delitos em questão. Para ela, o tráfico privilegiado não se harmoniza com a
qualificação de hediondez do delito definido no caput e no parágrafo 1º do artigo 33 da Lei de
Drogas. O julgamento foi suspenso em duas ocasiões por pedidos de vista formulados pelos
ministros Gilmar Mendes – que seguiu a relatora – e Edson Fachin.
Na sessão de hoje, o ministro Edson Fachin apresentou voto-vista no sentido de acompanhar a
relatora, reajustando posição por ele apresentada no início da apreciação do processo.
Segundo ele, o legislador não desejou incluir o tráfico minorado no regime dos crimes
equiparados a hediondos nem nas hipóteses mais severas de concessão de livramento
condicional, caso contrário o teria feito de forma expressa e precisa.
“Nesse reexame que eu fiz, considero que a equiparação a crime hediondo não alcança o
delito de tráfico na hipótese de incidência da causa de diminuição em exame”, disse o ministro
Fachin, acrescentando que o tratamento equiparado à hediondo configuraria flagrante
desproporcionalidade. Os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber também reajustaram seus
votos para seguir a relatora.
Ao votar no mesmo sentido, o ministro Celso de Mello ressaltou que o tráfico privilegiado tem
alcançado as mulheres de modo grave, e que a população carcerária feminina no Brasil está
crescendo de modo alarmante. Segundo o ministro, grande parte dessas mulheres estão
presas por delitos de drogas praticados principalmente nas regiões de fronteiras do país.
Dados estatísticos
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, também votou no sentido de afastar os
efeitos da hediondez na hipótese de tráfico privilegiado. Ele também observou que a grande
maioria das mulheres está presa por delitos relacionados ao tráfico drogas, e quase todas
sofreram sanções desproporcionais às ações praticadas, sobretudo considerada a participação
de menor relevância delas nessa atividade ilícita. “Muitas participam como simples ‘correios’ ou
‘mulas’, ou seja, apenas transportam a droga para terceiros, ocupando-se, o mais das vezes,
em mantê-la, num ambiente doméstico, em troca de alguma vantagem econômica”, ressaltou.
O voto do ministro Lewandowski apresenta dados do Sistema Integrado de Informações
Penitenciárias (Infopen) do Ministério da Justiça que demonstram que, das 622.202 pessoas
em situação de privação de liberdade (homens e mulheres), 28% (174.216 presos) estão
presas por força de condenações decorrentes da aplicação da Lei de Drogas. “Esse
porcentual, se analisado sob a perspectiva do recorte de gênero, revela uma realidade ainda
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mais brutal: 68% das mulheres em situação de privação de liberdade estão envolvidas com os
tipos penais de tráfico de entorpecentes ou associação para o tráfico”, afirmou o ministro,
ressaltando que hoje o Brasil tem a quinta maior população carcerária do mundo, levando em
conta o número de mulheres presas.
De acordo com ele, estima-se que, entre a população de condenados por crimes de tráfico ou
associação ao tráfico, aproximadamente 45% – algo em torno de 80 mil pessoas, em sua
grande maioria mulheres – tenham recebido sentença com o reconhecimento explícito do
privilégio. “São pessoas que não apresentam um perfil delinquencial típico, nem tampouco
desempenham nas organizações criminosas um papel relevante”, afirmou.
Resultado do julgamento
O voto da relatora foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Teori
Zavascki, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Ficaram
vencidos os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Marco Aurélio, que reconheceram como hediondo
o crime de tráfico privilegiado.
Crimes hediondos
Os crimes hediondos, previstos na Lei 8.072/1990, e os equiparados (tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e terrorismo) são inafiançáveis e insuscetíveis de anistia, graça
ou indulto, e a progressão de regime só pode acontecer após o cumprimento de dois quintos
da pena, se o réu for primário, e de três quintos, se for reincidente.
6- terrorismo.
Anteriormente parte da doutrina afirmava pela ausência do tipo penal, que o terrorismo estaria
contido nesta lei abaixo:
Parágrafo único – Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se
resulta morte, aumenta-se até o triplo.
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Proibição da ANISTIA e da GRAÇA tem VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL, mas a LEI PROÍBE O
INDULTO que NÃO TEM PREVISÃO CONSTITUCIONAL. O STF entende que É
CONSTITUCIONAL, mesmo porque que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL PROÍBE INDULDO
IMPLICITAMENTE DENTRO DE “GRAÇA”, em SENTIDO AMPLO, sendo esta:
2- Indulto.
O art. 5º, XLIII, da CF, que proíbe a graça, gênero do qual o indulto é espécie, nos crimes
hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, da Lei Maior. O decreto presidencial
que concede o indulto configura ato de governo, caracterizado pela ampla discricionariedade.
Em discussão o regime inicial fechado de cumprimento de pena aos que praticam crimes
hediondos. O Min. Dias Toffoli, acompanhado pelos Ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia,
Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, concedeu a ordem, para alterar o regime inicial de pena
para o semiaberto. Incidentalmente, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei
8.072/90, na parte em que contida a obrigatoriedade de fixação de regime fechado para início
de cumprimento de reprimenda aos condenados pela prática de crimes hediondos ou
equiparados. Assinalou que, a partir do julgamento do HC 82959/SP (DJe de 1º.9.2006), o STF
passara a admitir a possibilidade de progressão de regime a condenados pela prática de
crimes hediondos, tendo em conta a declaração de inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei
8.072/90. O Min. Luiz Fux registrou que a restrição, quanto ao regime inicial de cumprimento de
pena, em relação a crimes hediondos, seria opção legislativa. O Min. Marco Aurélio
acrescentou que assertiva no sentido de que o preceito em voga seria inconstitucional levaria,
de igual modo, à conclusão de que a prisão provisória por trinta dias, na hipótese de crimes
hediondos, seria incompatível com a Constituição.
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não
for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
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condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Portando, DOIS REQUISITOS LEGAIS: “mais de dois terços da pena” e “se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza”. ‘CRIMES DESSA NATUREZA‘ significa
CRIMES HEDIONDOS ou CRIMES ASSEMELHADOS A HEDIONDOS. P.ex.: condenação por
extorsão mediante sequestro + estupro, NÃO CABE MAIS LIVRAMENTO CONDICIONAL.
VEJA QUE COM O PACOTE ANTICRIME – LEI 13964 DE 2019, TODOS TERAM QUE TER
BOM COMPORTAMENTO PARA OBTER LIVRAMENTO, VEJA ALTERAÇÕES NO ART.83
DO CP
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
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V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime
hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime
hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
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VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo
ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018)
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei
nº 13.769, de 2018)
§ 7º (VETADO).
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Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa
e das condições impostas pelo Juiz.
1.A Lei n° 11.343/06 optou por fazer uso da expressão drogas, denominação preferida pela
Organização Mundial de Saúde, definida pela própria Lei em seu art. 1°, parágrafo único, como
substância ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União, sendo que,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no referido dispositivo, denominam-
se drogas as substancias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
especial, da Portaria SVS/MS 344 de 12 de maio de 1998.
O termo drogas constante dos diversos dispositivos previstos na Lei n° 11.343/06 não funciona
como elemento normativo do tipo, sujeito a uma interpretação valorativa do magistrado. Na
verdade, há um verdadeiro branco que precisa ser complementado por norma específica. Ou
seja, somente após a leitura da Portaria n° 344 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) é que poderemos saber se esta ou aquela substância é considerada droga para fins
de aplicação dos tipos penais constantes da Lei n° 11.343/06.
3. Uma das principais novidades introduzidas pela Lei n° 11.343/60 diz respeito á mudança da
política criminal em relação a usuário de drogas. Se, á época da vigência do art. 16 da Lei n°
6.368/76, o usuário de drogas estava sujeito a uma pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e pagamento de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa, com o advento da Lei n°
11.343/06, o preceito secundário do art. 28 passou a cominar as seguintes penas: advertência
sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços á comunidade e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo.
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dificultar, evitar ou restringir a aplicação da pena de prisão ou sua execução ou, pelo menos,
sua redução. É exatamente isso que ocorreu com o advento da Lei n° 11.343/06, que afastou a
possibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas.
Segundo o STF teria havido mera “despenalização”, entendida como a exclusão, para o tipo do
art. 28 da Lei de Drogas, das penas privativas de liberdade, sendo inviável cogitar-se de
abolitio criminis: STF, 1ª Turma, RE 430.105 QO/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j.
13/02/2007, DJe 004 26/04/2007. Segundo o Ministro Sepúlveda Pertence, também pesou o
fato de que, fosse considerado o art. 28 mera infração sui generis, a conduta praticada pelo
menor de 18 (dezoito) anos não poderia ser considerada um ato infracional, já que o art. 103
do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90) considera “ato infracional” apenas a
conduta descrita como crime ou contravenção penal. Logo, o menor poderia cultivar pequena
quantidade de droga para consumo pessoal, sem que fosse possível a imposição de qualquer
medida socioeducativa.
São Crimes de perigo abstrato: nesse caso, o legislador penal não toma como pressuposto da
criminalização a lesão ou o perigo concreto de lesão a determinado bem jurídico. Na verdade,
baseados em dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou classes de ações que
geralmente levam consigo o indesejado perigo ao bem jurídico.
Parte da doutrina, essa opção pela punição do porte de drogas para consumo pessoal seria
incompatível com a Constituição Federal, seja por violar o direito á intimidade e á ida privada
(CF, art. 5°, X), seja por se mostrar incompatível com o principio da ofensividade. Nesse
contexto, Maria Lúcia Karam sustenta que o porte de drogas para consumo pessoal em
circunstância que não envolvam um perigo concreto, direto e imediato para terceiros, não afeta
nenhum bem jurídico alheio, dizendo respeito unicamente ao indivíduo e á sua intimidade e as
suas opções pessoais. Logo, como o Estado não está autorizado a penetrar no âmbito da vida
privada, não pode intervir sobre condutas de tal natureza, vez que o indivíduo pode ser e fazer
o que bem quiser, conquanto não afete concretamente direitos de terceiros.
O entendimento majoritário, porém é que realmente seria crime, inclusive no Projeto do Novo
Código Penal também.
Os cincos verbos nucleares do art. 28, caput, da Lei n° 11.343/06, não consta a conduta de
mero uso de droga. Aliás, não por outro motivo, grande parte da doutrina prefere se referir ao
art. 28 com o nomen iuris de porte de drogas para o consumo pessoal, e não simplesmente
uso de drogas.
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quantidade de drogas faz da própria essência do delito em questão. Em outras palavras, para a
configuração do crime do art. 28, é de rigor que a quantidade de substância apreendida seja
pequena, de modo a permitir o consumo pessoal, pois, do contrario, poderia se estar diante do
tráfico de drogas.
O art. 28, §6°, da Lei de Drogas, para garantia do cumprimento das medidas educativas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços á comunidade e
comparecimento a programas educativos, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá
o juiz submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal e multa.
Segundo o art.109 do CP, o cálculo da prescrição é efeito de acordo com o quantum de pena
privativa de liberdade. Como o art. 28 da Lei de Drogas deixou de cominar pena de prisão ao
porte de drogas para consumo pessoal, era necessário que o próprio legislador estabelecesse
a forma de cálculo da prescrição desse delito. Daí a importância do art. 30 da Lei n°
11.343/06, que prevê que a imposição e a execução das penas prescrevem em 2 (dois) anos.
Como o dispositivo faz referência á prescrição em 2 (dois) anos da imposição e execução das
penas, depreende-se que este prazo prescricional vale tanto para a prescrição da pretensão
punitiva (imposição), como também para a prescrição da pretensão executória (execução).
2. ART.33
Na nova lei de drogas (Lei n° 11.343/06), portanto, encontra-se o crime de tráfico de drogas
previsto nos artigos 33, caput, e §1°, e 34, excluído desse conceito o art. 35, que traz a figura
da associação para fins de tráfico.
O chamado tráfico privilegiado, previsto no art. 33, §4°, AGORA COM A RECENTE DECISÃO
DO STF não seria mais considerado crime hediondo. Ver Resolução nº05 do SENADO
FEDERAL
Analisar Núcleos do art.33 da Lei 11343/06Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Classificação do crime
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Bem Jurídico
Crime de perigo
Súmula Vinculante 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072,
de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico. VER Lei 11464.07
Precedente Representativo
"A Constituição Federal, ao criar a figura do crime hediondo, assim dispôs no art. 5º, XLIII: (...)
Não fez menção nenhuma a vedação de progressão de regime, como, aliás - é bom lembrar -,
tampouco receitou tratamento penal stricto sensu (sanção penal) mais severo, quer no que
tange ao incremento das penas, quer no tocante à sua execução. (...) Evidente, assim, que,
perante a Constituição, o princípio da individualização da pena compreende: a)
proporcionalidade entre o crime praticado e a sanção abstratamente cominada no preceito
secundário da norma penal; b) individualização da pena aplicada em conformidade com o ato
singular praticado por agente em concreto (dosimetria da pena); c) individualização da sua
execução, segundo a dignidade humana (art. 1º, III), o comportamento do condenado no
cumprimento da pena (no cárcere ou fora dele, no caso das demais penas que não a privativa
de liberdade) e à vista do delito cometido (art. 5º, XLVIII). Logo, tendo predicamento
constitucional o princípio da individualização da pena (em abstrato, em concreto e em sua
execução), exceção somente poderia aberta por norma de igual hierarquia nomológica." (HC
82959, Voto do Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006, DJ de
1.9.2006)
"Essas colocações têm a virtude de demonstrar que a declaração de inconstitucionalidade in
concreto também se mostra passível de limitação de efeitos. (...). É que, nesses casos, tal
como já argumentado, o afastamento do princípio da nulidade da lei assenta-se em
fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência. Se o sistema constitucional
legitima a declaração de inconstitucionalidade restrita no controle abstrato, esta decisão poderá
afetar, igualmente, os processos do modelo concreto ou incidental de normas. Do contrário,
poder-se-ia ter inclusive um esvaziamento ou uma perda de significado da própria declaração
de inconstitucionalidade restrita ou limitada. (...) No caso em tela, observa-se que eventual
declaração de inconstitucionalidade com efeito ex tunc ocasionaria repercussões em todo o
sistema vigente.(...) Com essas considerações, também eu, Senhor Presidente, declaro a
inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da Lei n.º 8.072, de 1990. Faço isso, com efeito ex nunc,
nos termos do artigo 27 da Lei n.º 9.868, de 1999, que entendo aplicável à espécie. Ressalto
que esse efeito ex nunc deve se entendido como aplicável às condenações que envolvam
situações ainda suscetíveis de serem submetidas ao regime de progressão." (HC 82959, Voto
do Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006, DJ de 1.9.2006)
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parágrafo único) e tampouco incide a vedação à progressão de regime (Lei 8.072/1990, art. 2º,
§ 2º) para os casos em que aplicada a causa de diminuição prevista no art. 33, §4°, Lei
11.343/2006. Com base nessa orientação, o Plenário, por maioria, concedeu a ordem de
'habeas corpus' para afastar a natureza hedionda de tal delito." (HC 118533, Relatora Ministra
Cármem Lúcia, Tribunal Pleno, julgamento em 23.6.2016,Informativo 831)
No mesmo sentido: Rcl 18734 AgR, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma,
julgamento em 16.12.2014, DJe de 27.2.2015; HC 106678, Redator para o Acórdão Ministro
Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em 28.2.2012, DJe de 17.4.2012.
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e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade de maior rigor da medida privativa de
liberdade do indivíduo, nos termos do § 3º do art. 33 c/c o art. 59 do Código Penal.A
progressão de regime, ademais, quando se cuida de crime hediondo ou equiparado, também
se dá em lapso temporal mais dilatado (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Feitas essas
considerações, penso que deve ser superado o disposto na Lei dos Crimes Hediondos
(obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no regime fechado) para aqueles que
preencham todos os demais requisitos previstos no art. 33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo-se
o início do cumprimento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo
em vista a declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90,
na parte em que impõe a obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do
cumprimento da pena aos condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados,
concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimenda impostas ao
paciente para o semiaberto." (HC 111840, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno,
julgamento em 27.6.2012, DJe de 17.12.2013)
súmula 471 DO STJ, que tem a seguinte redação: “Os condenados por crimes hediondos ou
assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no
artigo 112 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”.
Notícias STF
Quarta-feira, 29 de junho de 2016
Plenário aprova súmula vinculante sobre regime prisional
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, na sessão desta quarta-feira (29),
Súmula Vinculante (SV) que trata da ausência de vagas no sistema prisional. O texto final
aprovado seguiu alteração sugerida pelo ministro Luís Roberto Barroso à proposta original
apresentada pelo defensor público-geral federal e terá a seguinte redação: “A falta de
estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime
prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os parâmetros fixados no
Recurso Extraordinário (RE) 641320”. O texto aprovado dará origem à SV 56, resultante da
aprovação da Proposta de Súmula Vinculante (PSV) 57.
Em 11 de maio deste ano, ao dar parcial provimento ao RE 641320, com repercussão geral, o
Plenário seguiu o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, e fixou a tese nos seguintes termos:
a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso; b) os juízes da execução penal poderão avaliar os
estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como
adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como
“colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento
adequado” (regime aberto) (art. 33, parágrafo 1º, alíneas “b” e “c”); c) havendo déficit de vagas,
deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii)
a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto
em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou
estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas
alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.
Voto-vista
O julgamento da PSV 57 teve início em março de 2015. Na ocasião, após sustentação oral do
proponente, o ministro Roberto Barroso pediu vista para aguardar o julgamento do RE 641320.
Na sessão de hoje, o ministro apresentou voto-vista e sugeriu a mudança do texto original para
incluir nele a tese fixada pelo Plenário no julgamento do recurso extraordinário em maio deste
ano.
Considerando que a tese fixada pelo Tribunal é bastante analítica, o ministro propôs um texto
mais sucinto, fazendo remissão ao RE, em vez de transcrever toda a tese. O ministro foi
acompanhado pela maioria, vencido o ministro Marco Aurélio.
Divergência
O ministro Marco Aurélio divergiu da proposta do ministro Luís Roberto Barroso e votou pela
manutenção do texto original da PSV 57: “O princípio constitucional da individualização da
pena impõe seja esta cumprida pelo condenado, em regime mais benéfico, aberto ou
domiciliar, inexistindo vaga em estabelecimento adequado, no local da execução”.
Para o ministro, o texto da súmula vinculante não deve reportar-se a uma lei ou a uma decisão
específica, mas deve estabelecer uma jurisprudência do tribunal, sem incluir dados que
possam burocratizar a jurisdição. “Verbete vinculante deve, ante a própria finalidade, permitir
uma compreensão imediata, sem ter-se que buscar precedente que teria sido formalizado pelo
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Supremo, sob pena de confundirmos ainda mais a observância do nosso direito positivo”,
disse.
Exercícios
Ano: 2015
Banca: FGV
Órgão: TJ-PI
Prova: Analista Judiciário - Oficial de Justiça e Avaliador
(- provas)
Constituem crimes hediondos, EXCETO:
a) homicídio em atividade típica de grupo de extermínio praticada por um agente só;
b) epidemia com resultado morte;
c) favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável;
d) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal;
e) lesão corporal seguida de morte, quando praticada contra integrante do sistema
prisional.
Ano: 2016
Banca: FUNCAB
Órgão: SEGEP-MA
Prova: Agente Penitenciário
(- provas)
São crimes hediondos, EXCETO:
a) homicídio privilegiado.
b) latrocínio.
c) extorsão com resultado morte.
d) estupro de vulnerável.
e) epidemia com resultado morte.
Ano: 2011
Banca: FCC Órgão: TJ-PE Prova: Juiz
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No que concerne aos crimes hediondos e equiparados, é correto afirmar que
a) os condenados por crime de tortura, em qualquer modalidade, deverão iniciar o
cumprimento da pena em regime fechado.
b) a progressão de regime dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se
o apenado for primário, e de 2/3 (dois terços), se reincidente específico em crime da mesma
natureza.
c) o livramento condicional poderá ser concedido após o cumprimento de 3/5 (três quintos)
da pena.
d) entre eles não se inclui o estupro de vulnerável e o homicídio simples.
e) não pode ser classificado como de tal natureza furto qualificado pelo concurso de
agentes
Certo Errado
A respeito dos crimes hediondos, assinale a alternativa correta com base na legislação de
regência.
b) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto, embora lhes seja
admitida fiança.
c) A pena do condenado por crime hediondo deverá ser cumprida em regime integralmente
fechado, apesar de haver precedente jurisprudencial em que se admite o cumprimento da pena
em regime inicialmente fechado.
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