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DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – PROF.

MÁRCIO
VITOR
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS

Direito Penal – Legislação Especial

Prof. Márcio Vitor Albuquerque

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Texto compilado Dispõe sobre os crimes hediondos, nos


termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição
Mensagem de veto Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º São considerados hediondos os crimes de latrocínio (art. 157, § 3º,


in fine), extorsão qualificada pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante
seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), estupro
(art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único),
atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e
parágrafo único), epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º),
envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal,
qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do Código
Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio (arts.
1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956), tentados ou
consumados.

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados


no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide
Lei nº 7.210, de 1984)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2 o, I, II, III, IV, V e
VI); (Redação dada pela Lei nº 13.104, de 2015)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV,
V, VI e VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV,
V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,


ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV,
V, VI, VII, VIII e IX); (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência

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I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº


8.930, de 1994)

II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso


V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído
pela Lei nº 8.930, de 1994)

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão


corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e


§§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo
único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art.


223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de
1994)

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação


dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso


incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto


destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e §
1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

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VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei
nº 12.978, de 2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio


da rede de computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real (art. 122, caput e §
4º); (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)

XI - sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, §
1º, inciso IV); (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)

XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou adolescente (art. 149-A, caput,
incisos I a V, e § 1º, inciso II). (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio


previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado
ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto
nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de
arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003,
todos tentados ou consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou


consumados: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de


1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto


no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou


equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VI – os crimes previstos no Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código


Penal Militar), que apresentem identidade com os crimes previstos no art. 1º desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.688, de 2023)

VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art. 241-B da Lei nº 8.069, de 13 de


julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). (Incluído pela Lei 14.811, de 2024)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
de: (Vide Súmula Vinculante)

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I - anistia, graça e indulto;

II - fiança e liberdade provisória.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente


em regime fechado.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá


fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de
2007)
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário,
e de 3/5 (três quintos), se reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal). (Redação dada pela Lei nº
13.769, de 2018) (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,


nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o


réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de


1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº
11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,


destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta
periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e

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terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223,
caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal,
passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de


cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

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........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo


à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de
um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do
Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade


o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.


157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação
com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas
de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a
vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código
Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a


vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em


dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


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Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Crime hediondo não é somente o crime praticado com extrema violência e com requintes de
crueldade e sem nenhum senso de compaixão ou misericórdia por parte de seus autores, mas
sim um dos crimes expressamente previstos na Lei nº 8.072/90. Deve ser obedecido o critério
legal, com base no princípio da reserva legal.

Origem histórica. Fatos relacionados na sociedade. Direito Penal do Inimigo.

São crimes que o legislador entendeu merecerem maior reprovação por parte do Estado.

Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes que estão
no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, devendo, portanto, ser entendidos
como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade.

A Constituição Federal dispôs em seu art. 5°, inciso XLIII, que “a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem”.

Como se percebe, a norma constitucional impõe um regime jurídico mais gravoso aos crimes
de tortura, tráfico de entorpecentes e terrorismo, assim como aos delitos definidos como crimes
hediondos.

a) Sistema legal: por meio desse sistema, cabe ao legislador enunciar, de forma exaustiva
(numerus clausus), os crimes devem ser considerados hediondos. Assim, por meio de um rol
taxativo de crimes, não se confere ao juiz qualquer discricionariedade para atestar a natureza
hedionda de delito.

b) sistema judicial: levando-se em consideração os elementos do caso concreto, confere-se ao


magistrado ampla liberdade para identificar a natureza hedionda de determinada conduta
delituosa.

c) sistema misto: ao invés de preestabelecer um rol taxativo de crimes hediondos, o legislador


apresenta apenas um conceito, fornecendo alguns traços peculiares dessas infrações penais.
Com essa definição prévia de crime hediondo, caberia ao juiz, então, enquadrar determinada
conduta delituosa como hedionda.

Foi adotado no Brasil o critério legal para sua definição

São considerados crimes hediondos:

- homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, e homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, incisos I,II, III,IV e V). NOVOS TIPOS
PENAIS ACRESCIDOS PELA LEI 13104/15 E 13142/15. NO ANO DE 2023 E 2024 VÁRIOS
TIPOS PENAIS FORAM ACRESCIDOS A LEI VERIFICAR ALTERAÇÕES.

- latrocínio (ROUBO SEGUIDO DE MORTE)


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- extorsão qualificada pela morte

- extorsão mediante sequestro e na forma qualificada

- estupro, ESTUPRO DE VULNERÁVEL.

- epidemia com resultado morte

- falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou


medicinais crime de genocídio previsto nos artigos 1º, 2º e 3º da lei 2889/56.

- favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou


adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978,
de 2014)

São crimes equiparados a hediondos:

- tráfico ilícito de entorpecentes

- tortura

- terrorismo (TIPIFICADO LEI Nº 13260/16)

Portanto, hedionda será apenas a infração penal prevista no Código Penal ou na Lei n°
2.889/56, jamais a mesma infração penal que encontre tipificação em outro diploma legal.
CRIMES MILITARES IDÊNTICOS AOS QUE ESTÃO PREVISTOS NA LEI 8072 TAMBÉM
SÃO CONSIDERADOS HEDIONDOS A PARTIR DE 2023, VEJA O DISPOSTO NO ART.1, VI
– os crimes previstos no Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar),
que apresentem identidade com os crimes previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
14.688, de 2023)

1.HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO, quando as QUALIFICADORAS FOREM


OBJETIVAS: art. 121, §2º, III, IV, CP, MEIOS DE EXECUÇÃO E MODOS DE EXECUÇÃO,
p.ex. MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL como MEIO DE EXECUÇÃO FOGO=
HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO[1], pai mata estuprador da filha- NÃO É
HEDIONDO[2]! O PRIVILÉGIO PREPONDERA: Concurso de circunstâncias agravantes e
atenuantes. Art. 67 – No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do
limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam
dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Posição MAJORITÁRIA NA JURISPRUDÊNCIA[3]:

STJ – HC 36317 / RJ – PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, §§ 1º E 2º, INCISOS III E IV,
DO CÓDIGO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. CRIME HEDIONDO. Por incompatibilidade
axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol
dos denominados crimes hediondos (Precedentes). Writ concedido”

2.O crime de latrocínio está previsto no art. 157. §3°,parte final, do Código Penal, restando
caracterizado quando, da violência empregada durante e em razão da prática de crime de
roubo, ocorrer a produção do resultado morte, hipótese em que a pena a ser aplicada será da
reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.

O crime de latrocínio somente restará caracterizado quando o resultado morte decorrer da


violência empregada durante e em razão do crime de roubo. É necessário, pois, que a violência
tenha sido empregada durante execução do crime de roubo (fator temporal) e em razão dele
(relação causal). Em síntese, com contexto do crime patrimonial, a violência deve ser usada
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para subtrair coisa alheia móvel, para garantir a detenção da res furtiva ou até mesmo para
assegurar a impunidade pela subtração, e dela deve resultar a morte.

3.Extorsão qualificada pela morte

De acordo com o art. 1°, inciso III, da Lei n° 8.072/90, o delito de extorsão qualificada pela
morte previsto no art. 158, §2°, do Código Penal, também é considerado crime hediondo. Da
mesma forma que acorre com o crime de roubo, a extorsão somente será considerada
hedionda se qualificada pela morte.

VEJA QUE O SEQUESTRO RELÂMPAGO não é considerado crime hediondo, art.158§3º, nem
havendo morte, por falta de previsão expressa na LEI 8072.90

O art.159 em todas as suas figuras é considerado crime hediondo.

4. Antes do advento da Lei n° 12.015/09, o crime de estupro previsto no art. 213 do Código
Penal tinha a seguinte redação: “Constranger mulher á conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça”. O atentado violento ao pudor, por sua vez, estava previsto no art. 214 do CP:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele
se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”. Aplica-se, pois, o denominado princípio
da continuidade normativo-típica: não se pode confundir a mera revogação formal de uma lei
penal com a abolitio criminis. A revogação da lei anterior é necessária para o processo da
abolitio criminis, mas não suficiente. Para além da revogação formal, deve ser verificado se o
conteúdo normativo revogado não foi, simultaneamente, deslocado para outro dispositivo legal.
Se é verdade que a Lei n° 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, também não e menos verdade
que o conteúdo normativo da antiga conduta delituosa do atentado violento ao pudor migrou
para a nova redação do art. 213 do CP. Portanto não houve abolitio criminis, visto que se deu
uma continuidade normativo-típica.

Para além da migração da antiga delituosa do atentado violento ao pudor (revogado art. 214)
para o crime de estupro (CP, art. 213), a Lei n° 12.015/09 também criou uma nova figura
delituosa no art. 217-A, conhecida como estupro de vulnerável: “Art. 217 –A . Ter conjunção
carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena – Reclusão, de 8
(oito) a 15 (quinze) anos. §1° Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”

5. NO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. Art. 35 entende STJ e STF que NÃO É
HEDIONDO. Fundamento: associação não se confunde com o objeto dela (tráfico, este sim é
equiparado) a associação em si não é equiparada a Hediondo. RELATIVAMENTE AOS
DELITOS PREVISTOS NOS ARTS. 36, 37 são considerados crimes hediondos no
entendimento de NUCCI Renato Brasileiro. Os delitos previstos nos arts.33§2º,§3,§4º NÃO
SÃO CRIMES HEDIONDOS. O ART.28, 38 e 39 também não.

NO TRÁFICO “PRIVILEGIADO”. Com relação ao art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e
no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a
conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
(Vide Resolução nº 5, de 2012). Portanto, ATÉ 2015 uns entendem que a redução tornaria o
Tráfico NÃO SERIA EQUIPARADO A CRIME HEDIONDO, por ser “privilegiado”, outros
entendem que trata de TRÁFICO COM REDUÇÃO PENA sobre um CRIME EQUIPARADO A
HEDIONDO. Na verdade, tecnicamente, a NATUREZA JURÍDICA trata de uma CAUSA
ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA e NÃO um privilégio, assim como no homicídio

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(CAUSA ESPECIAL DE DIMINUÇÃO DE PENA) e no roubo (CAUSA ESPECIAL DE
AUMENTO DE PENA), chamado pelo STJ se ROUBO MAJORADO, pois as penas em abstrato
continuam a mesma a REDUÇÃO DA PENA SE DÁ NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA
PENAL (STJ).

NESSE INSTANTE JÁ PODERIA HAVER A SUBSTITUIÇÃO POR PENA ALTERNATIVA


NESTE CRIME

VALE RESSALTAR QUE O STF DETERMINOU QUE O TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO É


CRIME HEDIONDO:

Notícias STF
Quinta-feira, 23 de junho de 2016
Crime de tráfico privilegiado de entorpecentes não tem natureza hedionda, decide STF
Na sessão desta quinta-feira (23), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que
o chamado tráfico privilegiado, no qual as penas podem ser reduzidas, conforme o artigo 33,
parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime de natureza
hedionda. A discussão ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 118533, que foi deferido
por maioria dos votos.
No tráfico privilegiado, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa. No caso concreto, Ricardo Evangelista Vieira de Souza e
Robinson Roberto Ortega foram condenados a 7 anos e 1 mês de reclusão pelo juízo da
Comarca de Nova Andradina (MS). Por meio de recurso, o Ministério Público conseguiu ver
reconhecida, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a natureza hedionda dos delitos. Contra
essa decisão, a Defensoria Pública da União (DPU) impetrou em favor dos condenados o HC
em julgamento pelo Supremo.
O processo começou a ser julgado pelo Plenário em 24 de junho do ano passado, quando a
relatora, ministra Cármen Lúcia, votou no sentido de conceder o HC e afastar o caráter de
hediondez dos delitos em questão. Para ela, o tráfico privilegiado não se harmoniza com a
qualificação de hediondez do delito definido no caput e no parágrafo 1º do artigo 33 da Lei de
Drogas. O julgamento foi suspenso em duas ocasiões por pedidos de vista formulados pelos
ministros Gilmar Mendes – que seguiu a relatora – e Edson Fachin.
Na sessão de hoje, o ministro Edson Fachin apresentou voto-vista no sentido de acompanhar a
relatora, reajustando posição por ele apresentada no início da apreciação do processo.
Segundo ele, o legislador não desejou incluir o tráfico minorado no regime dos crimes
equiparados a hediondos nem nas hipóteses mais severas de concessão de livramento
condicional, caso contrário o teria feito de forma expressa e precisa.
“Nesse reexame que eu fiz, considero que a equiparação a crime hediondo não alcança o
delito de tráfico na hipótese de incidência da causa de diminuição em exame”, disse o ministro
Fachin, acrescentando que o tratamento equiparado à hediondo configuraria flagrante
desproporcionalidade. Os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber também reajustaram seus
votos para seguir a relatora.
Ao votar no mesmo sentido, o ministro Celso de Mello ressaltou que o tráfico privilegiado tem
alcançado as mulheres de modo grave, e que a população carcerária feminina no Brasil está
crescendo de modo alarmante. Segundo o ministro, grande parte dessas mulheres estão
presas por delitos de drogas praticados principalmente nas regiões de fronteiras do país.
Dados estatísticos
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, também votou no sentido de afastar os
efeitos da hediondez na hipótese de tráfico privilegiado. Ele também observou que a grande
maioria das mulheres está presa por delitos relacionados ao tráfico drogas, e quase todas
sofreram sanções desproporcionais às ações praticadas, sobretudo considerada a participação
de menor relevância delas nessa atividade ilícita. “Muitas participam como simples ‘correios’ ou
‘mulas’, ou seja, apenas transportam a droga para terceiros, ocupando-se, o mais das vezes,
em mantê-la, num ambiente doméstico, em troca de alguma vantagem econômica”, ressaltou.
O voto do ministro Lewandowski apresenta dados do Sistema Integrado de Informações
Penitenciárias (Infopen) do Ministério da Justiça que demonstram que, das 622.202 pessoas
em situação de privação de liberdade (homens e mulheres), 28% (174.216 presos) estão
presas por força de condenações decorrentes da aplicação da Lei de Drogas. “Esse
porcentual, se analisado sob a perspectiva do recorte de gênero, revela uma realidade ainda

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mais brutal: 68% das mulheres em situação de privação de liberdade estão envolvidas com os
tipos penais de tráfico de entorpecentes ou associação para o tráfico”, afirmou o ministro,
ressaltando que hoje o Brasil tem a quinta maior população carcerária do mundo, levando em
conta o número de mulheres presas.
De acordo com ele, estima-se que, entre a população de condenados por crimes de tráfico ou
associação ao tráfico, aproximadamente 45% – algo em torno de 80 mil pessoas, em sua
grande maioria mulheres – tenham recebido sentença com o reconhecimento explícito do
privilégio. “São pessoas que não apresentam um perfil delinquencial típico, nem tampouco
desempenham nas organizações criminosas um papel relevante”, afirmou.
Resultado do julgamento
O voto da relatora foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Teori
Zavascki, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Ficaram
vencidos os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Marco Aurélio, que reconheceram como hediondo
o crime de tráfico privilegiado.
Crimes hediondos
Os crimes hediondos, previstos na Lei 8.072/1990, e os equiparados (tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e terrorismo) são inafiançáveis e insuscetíveis de anistia, graça
ou indulto, e a progressão de regime só pode acontecer após o cumprimento de dois quintos
da pena, se o réu for primário, e de três quintos, se for reincidente.

6- terrorismo.

Anteriormente parte da doutrina afirmava pela ausência do tipo penal, que o terrorismo estaria
contido nesta lei abaixo:

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL, LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983:

Art. 20 – Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado,


incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por
inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações
políticas clandestinas ou subversivas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único – Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se
resulta morte, aumenta-se até o triplo.

Alguns sustentam a INAPLICABILIDADE DO TIPO PENAL, pois ocorre VIOLAÇÃO AO


PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE (ALBERTO SILVA FRANCO). Não pode haver analogia!!!!!
Entendimento majoritário!!!

AGORA JÁ ESTÁ PREVISTO O TIPO PENAL DO TERRORISMO – LEI Nº 13260/16

7. CRIME DE TORTURA PRATICADO POR OMISSÃO E COM PENA DE DETENÇÃO: § 2º


Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Cabe aqui SUSPENSÃO CONDICIONAL
AO PROCESSO (“SURSIS” PROCESSUAL), JECRIM. NÃO É EQUIPADARO A CRIME
HEDIONDO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. Ver Lei 9455/97

8- Anistia, Graça e Indulto.

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I – anistia, graça e indulto; CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

II – fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

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Proibição da ANISTIA e da GRAÇA tem VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL, mas a LEI PROÍBE O
INDULTO que NÃO TEM PREVISÃO CONSTITUCIONAL. O STF entende que É
CONSTITUCIONAL, mesmo porque que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL PROÍBE INDULDO
IMPLICITAMENTE DENTRO DE “GRAÇA”, em SENTIDO AMPLO, sendo esta:

1- Graça em sentido estrito;

2- Indulto.

INDULTO É ESPÉCIE DE GRAÇA, nesse sentido:

O art. 5º, XLIII, da CF, que proíbe a graça, gênero do qual o indulto é espécie, nos crimes
hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, da Lei Maior. O decreto presidencial
que concede o indulto configura ato de governo, caracterizado pela ampla discricionariedade.

7- Progressão de Regime Prisional. Questão da Individualização da PENA

O STF entendeu em 2012 que o REGIME INICIAL SER OBRIGATORIAMENTE FECHADO é


INCONSTITUCIONAL, pois o REGIME INICIAL refere-se de APLICAÇÃO DA PENA a ser
realizado pelo PODER JUDICIÁRIO. Portando, o § 1o A pena por crime previsto neste artigo
será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) é
INCONSTITUCIONAL conforme o STF. HC 111840:

Em discussão o regime inicial fechado de cumprimento de pena aos que praticam crimes
hediondos. O Min. Dias Toffoli, acompanhado pelos Ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia,
Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, concedeu a ordem, para alterar o regime inicial de pena
para o semiaberto. Incidentalmente, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei
8.072/90, na parte em que contida a obrigatoriedade de fixação de regime fechado para início
de cumprimento de reprimenda aos condenados pela prática de crimes hediondos ou
equiparados. Assinalou que, a partir do julgamento do HC 82959/SP (DJe de 1º.9.2006), o STF
passara a admitir a possibilidade de progressão de regime a condenados pela prática de
crimes hediondos, tendo em conta a declaração de inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei
8.072/90. O Min. Luiz Fux registrou que a restrição, quanto ao regime inicial de cumprimento de
pena, em relação a crimes hediondos, seria opção legislativa. O Min. Marco Aurélio
acrescentou que assertiva no sentido de que o preceito em voga seria inconstitucional levaria,
de igual modo, à conclusão de que a prisão provisória por trinta dias, na hipótese de crimes
hediondos, seria incompatível com a Constituição.

HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 14.6.2012. (HC-111840).

O art.33 do CP deve ser obedecido, analisar regras.

Progressão – Prazos – Crime comuns e crimes hediondos

8. DO LIVRAMENTO CONDICIONAL - Requisitos do livramento condicional

Art. 83 – O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não
for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de

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condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Portando, DOIS REQUISITOS LEGAIS: “mais de dois terços da pena” e “se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza”. ‘CRIMES DESSA NATUREZA‘ significa
CRIMES HEDIONDOS ou CRIMES ASSEMELHADOS A HEDIONDOS. P.ex.: condenação por
extorsão mediante sequestro + estupro, NÃO CABE MAIS LIVRAMENTO CONDICIONAL.

VEJA QUE COM O PACOTE ANTICRIME – LEI 13964 DE 2019, TODOS TERAM QUE TER
BOM COMPORTAMENTO PARA OBTER LIVRAMENTO, VEJA ALTERAÇÕES NO ART.83
DO CP

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime


doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964,


de 2019)

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; (Incluído


pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela


infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

PROGRESSÃO DE REGIME – RELATIVO A PROGRESSÃO DE REGIME VERIFICAR


PRAZOS NOVOS A PARTIR DO ADVENTO DO PACOTE ANTICRIME – SE COMETEU O
CRIME ANTES APLICAR PRAZO ANTERIOR DESDE QUE SEJA MELHOR!!! HAVENDO
CONCURSO DE CRIMES, INDIVIDUALIZAR A PROGRESSÃO VERIFICANDO O PRAZO
PARA CADA CRIME, DE FORMA ISOLADA!!

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime
hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)

a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa


estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)

c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (Incluído pela


Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime
hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo
ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público


e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto
e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 2003)

§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar


boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas
que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e


precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também
será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas,
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou


pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018)

II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei
nº 13.769, de 2018)

III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime


anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do


estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de


2018)

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do


benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de


tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade


interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso
em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 7º (VETADO).

§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou


antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do
direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa
e das condições impostas pelo Juiz.

LEI DE DROGAS – LEI 11343-06

Norma penal em branco

1.A Lei n° 11.343/06 optou por fazer uso da expressão drogas, denominação preferida pela
Organização Mundial de Saúde, definida pela própria Lei em seu art. 1°, parágrafo único, como
substância ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União, sendo que,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no referido dispositivo, denominam-
se drogas as substancias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
especial, da Portaria SVS/MS 344 de 12 de maio de 1998.

O termo drogas constante dos diversos dispositivos previstos na Lei n° 11.343/06 não funciona
como elemento normativo do tipo, sujeito a uma interpretação valorativa do magistrado. Na
verdade, há um verdadeiro branco que precisa ser complementado por norma específica. Ou
seja, somente após a leitura da Portaria n° 344 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) é que poderemos saber se esta ou aquela substância é considerada droga para fins
de aplicação dos tipos penais constantes da Lei n° 11.343/06.

a) normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo ou homólogas): seu


complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma cujo preceito primário
precisa ser complementado. É o que ocorre, a título de exemplo, com o crime do art. 237 do
Código Penal (“Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a
nulidade absoluta”), já que as causas de impedimento de casamento previstas no art. 1521,
incisos I a VII, do Código Civil.

b) normas penais em branco heterogêneas (em sentido estrito ou heterólogas): seu


complemento é oriundo de fonte diversa daquela que a editou. É o que ocorre com os crimes
de drogas, vez que o complemento necessário é produzido por uma autarquia sob regime
especial vinculada ao Ministério da Saúde (ANVISA), logo, ligada ao Poder Executivo (v.g.,
art.33 da Lei n° 11.343/06 e Portaria n° 344 da ANVISA.

2. O art. 2° da Lei n° 11.343/06 estabelece uma proibição em todo o território nacional do


plantio, da cultura, da colheita e da exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
extraídas ou produzidas drogas, estabelecendo, todavia, duas ressalvas:

a) plantas de uso estritamente ritualístico-religioso;

b) quando houver autorização legal ou regulamentar para fins medicinais ou científicos.

3. Uma das principais novidades introduzidas pela Lei n° 11.343/60 diz respeito á mudança da
política criminal em relação a usuário de drogas. Se, á época da vigência do art. 16 da Lei n°
6.368/76, o usuário de drogas estava sujeito a uma pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e pagamento de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa, com o advento da Lei n°
11.343/06, o preceito secundário do art. 28 passou a cominar as seguintes penas: advertência
sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços á comunidade e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo.

O entendimento dominante é que houve uma despenalização e manutenção do status de


crime: despenalizar significa adotar processos ou medidas substitutivas ou alternativas, de
natureza penal ou processual, que visam, sem rejeitar o caráter criminoso da conduta,

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dificultar, evitar ou restringir a aplicação da pena de prisão ou sua execução ou, pelo menos,
sua redução. É exatamente isso que ocorreu com o advento da Lei n° 11.343/06, que afastou a
possibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas.

Se o Plenário do Supremo Tribunal Federal rejeitou a tese de abolitio criminis ou de infração


penal sui generis, para afirmar a natureza de crime da conduta do usuário de drogas, muito
embora despenalizado, não há ilegalidade na utilização de anterior sentença condenatória
irrecorrível pelo crime de porte de drogas para consumo pessoal para aplicação da agravante
genérica de reincidência, nos termos dos arts. 63 e 64 do Código Penal. (RENATO
BRASILEIRO)

Segundo o STF teria havido mera “despenalização”, entendida como a exclusão, para o tipo do
art. 28 da Lei de Drogas, das penas privativas de liberdade, sendo inviável cogitar-se de
abolitio criminis: STF, 1ª Turma, RE 430.105 QO/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j.
13/02/2007, DJe 004 26/04/2007. Segundo o Ministro Sepúlveda Pertence, também pesou o
fato de que, fosse considerado o art. 28 mera infração sui generis, a conduta praticada pelo
menor de 18 (dezoito) anos não poderia ser considerada um ato infracional, já que o art. 103
do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90) considera “ato infracional” apenas a
conduta descrita como crime ou contravenção penal. Logo, o menor poderia cultivar pequena
quantidade de droga para consumo pessoal, sem que fosse possível a imposição de qualquer
medida socioeducativa.

São Crimes de perigo abstrato: nesse caso, o legislador penal não toma como pressuposto da
criminalização a lesão ou o perigo concreto de lesão a determinado bem jurídico. Na verdade,
baseados em dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou classes de ações que
geralmente levam consigo o indesejado perigo ao bem jurídico.

Parte da doutrina, essa opção pela punição do porte de drogas para consumo pessoal seria
incompatível com a Constituição Federal, seja por violar o direito á intimidade e á ida privada
(CF, art. 5°, X), seja por se mostrar incompatível com o principio da ofensividade. Nesse
contexto, Maria Lúcia Karam sustenta que o porte de drogas para consumo pessoal em
circunstância que não envolvam um perigo concreto, direto e imediato para terceiros, não afeta
nenhum bem jurídico alheio, dizendo respeito unicamente ao indivíduo e á sua intimidade e as
suas opções pessoais. Logo, como o Estado não está autorizado a penetrar no âmbito da vida
privada, não pode intervir sobre condutas de tal natureza, vez que o indivíduo pode ser e fazer
o que bem quiser, conquanto não afete concretamente direitos de terceiros.

O entendimento majoritário, porém é que realmente seria crime, inclusive no Projeto do Novo
Código Penal também.

Os cincos verbos nucleares do art. 28, caput, da Lei n° 11.343/06, não consta a conduta de
mero uso de droga. Aliás, não por outro motivo, grande parte da doutrina prefere se referir ao
art. 28 com o nomen iuris de porte de drogas para o consumo pessoal, e não simplesmente
uso de drogas.

Se o individuo é flagrado usando substâncias entorpecentes, deverá responder pelo crime de


porte de drogas para consumo pessoal, não por conta do “uso da droga”, que é uma conduta
atípica, mas sim porque é muito provável que, antes do uso, já tenha praticado uma das
condutas incriminadas pelo art. 28, como por exemplo, o adquirir ou trazer consigo. Nesse
caso, a fim de se comprovar a materialidade delitiva por meio do exame toxicológico, é
imprescindível que parte da substância entorpecente seja apreendida. (RENATO
BRASILEIRO)

O art. 28 da Lei de drogas não define a quantidade de entorpecente apta á caracterização do


delito, a expressão “para consumo pessoal” descrita no tipo penal sugere que a pequena

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quantidade de drogas faz da própria essência do delito em questão. Em outras palavras, para a
configuração do crime do art. 28, é de rigor que a quantidade de substância apreendida seja
pequena, de modo a permitir o consumo pessoal, pois, do contrario, poderia se estar diante do
tráfico de drogas.

O art. 28, §6°, da Lei de Drogas, para garantia do cumprimento das medidas educativas de
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços á comunidade e
comparecimento a programas educativos, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá
o juiz submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal e multa.

Segundo o art.109 do CP, o cálculo da prescrição é efeito de acordo com o quantum de pena
privativa de liberdade. Como o art. 28 da Lei de Drogas deixou de cominar pena de prisão ao
porte de drogas para consumo pessoal, era necessário que o próprio legislador estabelecesse
a forma de cálculo da prescrição desse delito. Daí a importância do art. 30 da Lei n°
11.343/06, que prevê que a imposição e a execução das penas prescrevem em 2 (dois) anos.
Como o dispositivo faz referência á prescrição em 2 (dois) anos da imposição e execução das
penas, depreende-se que este prazo prescricional vale tanto para a prescrição da pretensão
punitiva (imposição), como também para a prescrição da pretensão executória (execução).

2. ART.33

Na nova lei de drogas (Lei n° 11.343/06), portanto, encontra-se o crime de tráfico de drogas
previsto nos artigos 33, caput, e §1°, e 34, excluído desse conceito o art. 35, que traz a figura
da associação para fins de tráfico.

Insere-se também no conceito de tráfico de drogas o delito de financiamento ao tráfico, previsto


no art. 36 da Lei n° 11.343/06. Antes da Lei n° 11.343/06, aquele que financiasse o tráfico de
drogas ou de maquinários responderia pelo mesmo crime que o traficante, com concurso de
agente (CP, art. 29, caput). Com a intenção de punir mais severamente aquele que financia
tráfico, a nova lei de droga insere as condutas em tipos distintos, trazendo, assim, mais uma
exceção pluralista á teoria monista. Logo, apesar de o financiamento estar inserido em
dispositivo diverso, somos levados a crer que tal figura também se equipara ao “tráfico de
drogas”, sob pena de patente violação ao princípio da proporcionalidade. Dito de outra
maneira, a lei não pode levar a interpretação absurdas: se o delito previsto no art. 33 é crime
hediondo, é inegável que tal atributo também se estende ao delito mais grave, financiamento
ao tráfico, sobretudo se levarmos em consideração que, neste, o móvel do agente é a obtenção
de bens, direitos e valores com a prática do tráfico de drogas por terceiros.(RENATO
BRASILEIRO). Há também entendimento que o art.37 trata-se de espécie de tráfico equiparado
a hediondo.

O chamado tráfico privilegiado, previsto no art. 33, §4°, AGORA COM A RECENTE DECISÃO
DO STF não seria mais considerado crime hediondo. Ver Resolução nº05 do SENADO
FEDERAL

Analisar Núcleos do art.33 da Lei 11343/06Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500


(mil e quinhentos) dias-multa.

Classificação do crime
18
Bem Jurídico

Sujeitos, Objeto Material, Dolo

Consumação, tentativa , Formas

Norma Penal em Branco

Crime Material, formal ou de mera conduta

Crime de perigo

Ação penal pública incondicionada

JULGADOS E POSIÇÕES DO STF – EVOLUÇÃO

Súmula Vinculante 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072,
de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico. VER Lei 11464.07

Precedente Representativo
"A Constituição Federal, ao criar a figura do crime hediondo, assim dispôs no art. 5º, XLIII: (...)
Não fez menção nenhuma a vedação de progressão de regime, como, aliás - é bom lembrar -,
tampouco receitou tratamento penal stricto sensu (sanção penal) mais severo, quer no que
tange ao incremento das penas, quer no tocante à sua execução. (...) Evidente, assim, que,
perante a Constituição, o princípio da individualização da pena compreende: a)
proporcionalidade entre o crime praticado e a sanção abstratamente cominada no preceito
secundário da norma penal; b) individualização da pena aplicada em conformidade com o ato
singular praticado por agente em concreto (dosimetria da pena); c) individualização da sua
execução, segundo a dignidade humana (art. 1º, III), o comportamento do condenado no
cumprimento da pena (no cárcere ou fora dele, no caso das demais penas que não a privativa
de liberdade) e à vista do delito cometido (art. 5º, XLVIII). Logo, tendo predicamento
constitucional o princípio da individualização da pena (em abstrato, em concreto e em sua
execução), exceção somente poderia aberta por norma de igual hierarquia nomológica." (HC
82959, Voto do Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006, DJ de
1.9.2006)
"Essas colocações têm a virtude de demonstrar que a declaração de inconstitucionalidade in
concreto também se mostra passível de limitação de efeitos. (...). É que, nesses casos, tal
como já argumentado, o afastamento do princípio da nulidade da lei assenta-se em
fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência. Se o sistema constitucional
legitima a declaração de inconstitucionalidade restrita no controle abstrato, esta decisão poderá
afetar, igualmente, os processos do modelo concreto ou incidental de normas. Do contrário,
poder-se-ia ter inclusive um esvaziamento ou uma perda de significado da própria declaração
de inconstitucionalidade restrita ou limitada. (...) No caso em tela, observa-se que eventual
declaração de inconstitucionalidade com efeito ex tunc ocasionaria repercussões em todo o
sistema vigente.(...) Com essas considerações, também eu, Senhor Presidente, declaro a
inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da Lei n.º 8.072, de 1990. Faço isso, com efeito ex nunc,
nos termos do artigo 27 da Lei n.º 9.868, de 1999, que entendo aplicável à espécie. Ressalto
que esse efeito ex nunc deve se entendido como aplicável às condenações que envolvam
situações ainda suscetíveis de serem submetidas ao regime de progressão." (HC 82959, Voto
do Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006, DJ de 1.9.2006)

Jurisprudência posterior ao enunciado


● Tráfico de drogas "privilegiado": crime não equiparado ao hediondo
"O crime de tráfico privilegiado de drogas não tem natureza hedionda. Por conseguinte, não
são exigíveis requisitos mais severos para o livramento condicional (Lei 11.343/2006, art. 44,

19
parágrafo único) e tampouco incide a vedação à progressão de regime (Lei 8.072/1990, art. 2º,
§ 2º) para os casos em que aplicada a causa de diminuição prevista no art. 33, §4°, Lei
11.343/2006. Com base nessa orientação, o Plenário, por maioria, concedeu a ordem de
'habeas corpus' para afastar a natureza hedionda de tal delito." (HC 118533, Relatora Ministra
Cármem Lúcia, Tribunal Pleno, julgamento em 23.6.2016,Informativo 831)

● Possibilidade de realizar exame criminológico para progressão de regime


"(...), a jurisprudência desta Corte tem demonstrado que a análise dos requisitos necessários
para a progressão de regime não se restringe ao referido art. 112 da LEP, tendo em vista que
elementos outros podem, e devem, ser considerados pelo julgador na delicada tarefa de
individualização da resposta punitiva do Estado, especialmente na fase executória. (...). Nessa
linha, recordo, por exemplo, a recente decisão adotada por este Plenário no julgamento do
agravo regimental na Execução Penal n.º 22, de que sou relator. Oportunidade em que esta
Corte declarou a constitucionalidade do art. 33, §4º, do Código Penal, no ponto em que impõe
ao apenado a reparação do dano causado à administração pública como condição para a
progressão no regime prisional. Essa condição não figura nos requisitos do art. 112 da LEP.
Um outro exemplo está na possibilidade de o Juízo da Execução Penal determinar a realização
do exame criminológico para avaliar o preenchimento, pelo sentenciado, do requisito subjetivo
indispensável à progressão no regime prisional. Embora o exame criminológico tenha deixado
de ser obrigatório, com a edição da Lei 10.792/2003, que alterou o art. 112 da LEP, este
Tribunal tem permitido 'a sua utilização para a formação do convencimento do magistrado
sobre o direito de promoção para regime mais brando' (RHC 116033, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski). Essa orientação, consolidada na Corte, deu origem à Súmula Vinculante 26,
assim redigida: (...)." (EP 12 ProgReg-AgR, Relator Ministro Roberto Barroso, Tribunal Pleno,
julgamento em 8.4.2015, DJede 11.6.2015)
"1. O Supremo Tribunal Federal, por jurisprudência pacífica, admite que pode ser exigido
fundamentadamente o exame criminológico pelo juiz para avaliar pedido de progressão de
pena. Trata-se de entendimento que refletiu na Súmula vinculante 26: (...)'." (HC 104011,
Redatora para o Acórdão Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em
14.2.2012, DJe de 22.3.2012)
"Quanto ao tema de fundo, ressalvo a óptica pessoal, porquanto convencido de que a alteração
procedida no artigo 112 da Lei de Execuções Penais implicou a supressão do exame
criminológico do ordenamento jurídico. No entanto, ante a edição do Verbete Vinculante n.º 26,
curvo-me ao entendimento do Pleno, no que assentou a possibilidade de o Juízo da execução
determinar, em decisão fundamentada, a realização do mencionado exame a fim de ocorrer a
progressão do regime de pena." (HC 99721, Voto do Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma,
julgamento em 4.5.2010, DJe de 1.7.2010)

No mesmo sentido: Rcl 18734 AgR, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma,
julgamento em 16.12.2014, DJe de 27.2.2015; HC 106678, Redator para o Acórdão Ministro
Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em 28.2.2012, DJe de 17.4.2012.

● Impossibilidade de aplicar retroativamente a Lei 11.464/2007 e regime inicial fechado


para os crimes hediondos
"Ementa: Pena - Regime de cumprimento - Definição. O regime de cumprimento da pena é
norteado, considerada a proteção do condenado, pela lei em vigor na data em que
implementada a prática delituosa. Pena - Regime de cumprimento - Progressão - Fator
temporal. A Lei nº 11.464/07, que majorou o tempo necessário a progredir-se no cumprimento
da pena, não se aplica a situações jurídicas que retratem crime cometido em momento anterior
à respectiva vigência - precedentes.'" (RE 579167, Relator Ministro Marco Aurélio, Tribunal
Pleno, julgamento em 16.5.2013, DJe de 17.10.2013, com repercussão geral - tema 59)

● Inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial fechado para crimes


hediondos
"Entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei regulará a individualização da
pena, é natural que ela exista. Do mesmo modo, os critérios para a fixação do regime prisional
inicial devem-se harmonizar com as garantias constitucionais, sendo necessário exigir-se
sempre a fundamentação do regime imposto, ainda que se trate de crime hediondo ou
equiparado. Deixo consignado, já de início, que tais circunstâncias não elidem a possibilidade
de o magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas desfavoráveis, vir a
estabelecer regime prisional mais severo, desde que o faça em razão de elementos concretos

20
e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade de maior rigor da medida privativa de
liberdade do indivíduo, nos termos do § 3º do art. 33 c/c o art. 59 do Código Penal.A
progressão de regime, ademais, quando se cuida de crime hediondo ou equiparado, também
se dá em lapso temporal mais dilatado (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Feitas essas
considerações, penso que deve ser superado o disposto na Lei dos Crimes Hediondos
(obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no regime fechado) para aqueles que
preencham todos os demais requisitos previstos no art. 33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo-se
o início do cumprimento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo
em vista a declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90,
na parte em que impõe a obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do
cumprimento da pena aos condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados,
concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimenda impostas ao
paciente para o semiaberto." (HC 111840, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno,
julgamento em 27.6.2012, DJe de 17.12.2013)

súmula 471 DO STJ, que tem a seguinte redação: “Os condenados por crimes hediondos ou
assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no
artigo 112 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”.

Notícias STF
Quarta-feira, 29 de junho de 2016
Plenário aprova súmula vinculante sobre regime prisional
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, na sessão desta quarta-feira (29),
Súmula Vinculante (SV) que trata da ausência de vagas no sistema prisional. O texto final
aprovado seguiu alteração sugerida pelo ministro Luís Roberto Barroso à proposta original
apresentada pelo defensor público-geral federal e terá a seguinte redação: “A falta de
estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime
prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os parâmetros fixados no
Recurso Extraordinário (RE) 641320”. O texto aprovado dará origem à SV 56, resultante da
aprovação da Proposta de Súmula Vinculante (PSV) 57.
Em 11 de maio deste ano, ao dar parcial provimento ao RE 641320, com repercussão geral, o
Plenário seguiu o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, e fixou a tese nos seguintes termos:
a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso; b) os juízes da execução penal poderão avaliar os
estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como
adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como
“colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento
adequado” (regime aberto) (art. 33, parágrafo 1º, alíneas “b” e “c”); c) havendo déficit de vagas,
deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii)
a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto
em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou
estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas
alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.
Voto-vista
O julgamento da PSV 57 teve início em março de 2015. Na ocasião, após sustentação oral do
proponente, o ministro Roberto Barroso pediu vista para aguardar o julgamento do RE 641320.
Na sessão de hoje, o ministro apresentou voto-vista e sugeriu a mudança do texto original para
incluir nele a tese fixada pelo Plenário no julgamento do recurso extraordinário em maio deste
ano.
Considerando que a tese fixada pelo Tribunal é bastante analítica, o ministro propôs um texto
mais sucinto, fazendo remissão ao RE, em vez de transcrever toda a tese. O ministro foi
acompanhado pela maioria, vencido o ministro Marco Aurélio.
Divergência
O ministro Marco Aurélio divergiu da proposta do ministro Luís Roberto Barroso e votou pela
manutenção do texto original da PSV 57: “O princípio constitucional da individualização da
pena impõe seja esta cumprida pelo condenado, em regime mais benéfico, aberto ou
domiciliar, inexistindo vaga em estabelecimento adequado, no local da execução”.
Para o ministro, o texto da súmula vinculante não deve reportar-se a uma lei ou a uma decisão
específica, mas deve estabelecer uma jurisprudência do tribunal, sem incluir dados que
possam burocratizar a jurisdição. “Verbete vinculante deve, ante a própria finalidade, permitir
uma compreensão imediata, sem ter-se que buscar precedente que teria sido formalizado pelo

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Supremo, sob pena de confundirmos ainda mais a observância do nosso direito positivo”,
disse.

Exercícios

Ano: 2015
Banca: FGV
Órgão: TJ-PI
Prova: Analista Judiciário - Oficial de Justiça e Avaliador
(- provas)
Constituem crimes hediondos, EXCETO:
a) homicídio em atividade típica de grupo de extermínio praticada por um agente só;
b) epidemia com resultado morte;
c) favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável;
d) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal;
e) lesão corporal seguida de morte, quando praticada contra integrante do sistema
prisional.

Ano: 2016
Banca: FUNCAB
Órgão: SEGEP-MA
Prova: Agente Penitenciário
(- provas)
São crimes hediondos, EXCETO:
a) homicídio privilegiado.
b) latrocínio.
c) extorsão com resultado morte.
d) estupro de vulnerável.
e) epidemia com resultado morte.

Ano: 2010Banca: PC-SP


Órgão: PC-SPProva: Escrivão de Polícia Civil
Em face da Lei nº 8.072/90 (Crimes hediondos) não são considerados crimes hediondos:
a) perigo de contágio de moléstia grave e homicídio simples.
b) latrocínio e falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos para fins
terapêuticos ou medicinais.
c) homicídio qualificado e causar epidemia com resultado morte.
d) estupro e extorsão mediante sequestro na forma qualificada.
e) genocídio e extorsão qualificada pela morte.

Ano: 2004Banca: FCC


Órgão: TRT - 22ª Região (PI) Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa

É correta a disposição do Ministro da Justiça, Márcio


Thomaz Bastos, de aperfeiçoar a Lei de Crimes Hediondos, de
modo a permitir que condenados com base nesse diploma
tenham direito à progressão da pena, isto é, ao abrandamento
das condições de encarceramento.

Mais do que um instrumento efetivo para combater a


criminalidade, a referida Lei, de 1990, foi uma tentativa até certo
22
ponto açodada do Legislativo de dar uma resposta aos justos
anseios da população por mais segurança. O problema é que
essa legislação, que pode ser resumida como o endurecimento
das penas e do regime de prisão para certos crimes, não
apenas é pouco eficaz para conter a violência criminosa como
ainda gera uma série de efeitos colaterais contraproducentes.
Para começar, ela cria distorções na proporcionalidade entre
delitos e penas. (...)

No mais, a Lei, ao manter por mais tempo o condenado


nos presídios, contribui para a superpopulação das cadeias. Ela
também tira das autoridades carcerárias um instrumento de
controle do detento, que é a possibilidade de recompensá-lo
com a redução da pena por bom comportamento.
Defender uma revisão na Lei de Crimes Hediondos não
significa de modo algum ser leniente com a criminalidade, que
precisa ser combatida com energia pelo poder público. O
melhor remédio contra a violência é justamente a virtual certeza
de que todos os que cometerem crimes serão punidos. E isso,
infelizmente, não existe no Brasil, onde ainda se faz necessário
avançar na formação de uma polícia moderna e eficaz, que
elucide delitos e capture seus perpetradores. É esse o caminho
a seguir, ao lado de medidas de prevenção.

(Adaptado de Folha de S. Paulo, 12 de agosto de 2004, A2)


De acordo com o texto, a Lei de Crimes Hediondos
a) é exemplo de uma legislação rigorosa, capacitada inteiramente ao efetivo controle da
ação criminosa.
b) tornou-se um instrumento ultrapassado, por aplicar- se somente a determinados tipos de
crimes, daí sua necessária revisão.
c) tem sido um instrumento legal pouco eficiente na contenção da criminalidade, apesar de
sua proposta inicial.
d) possibilitará à polícia uma atuação efetiva na elucidação de crimes, com a devida
punição dos responsáveis por eles.
e) deverá ser aperfeiçoada, para conseguir que os criminosos cumpram suas penas em
presídios de regimes rigorosos.

Ano: 2015 Banca: VUNESP


Órgão: MPE-SP Prova: Analista de Promotoria
A Lei n° 8.072/90 (crimes hediondos)
a) define no seu artigo 1° os crimes considerados hediondos, todos previstos no Código
Penal, sem prejuízo, contudo, de outros delitos considerados hediondos pela Legislação Penal
Especial.
b) não permite a interposição de apelação antes do recolhimento do condenado à prisão,
em razão do disposto no seu artigo 2° , § 1° (a pena será cumprida em regime inicial fechado).
c) prevê progressão de regime para os condenados pela prática de crime hediondo após o
cumprimento de 1/6 da pena se o apenado for primário e 2/5 se for reincidente.
d) traz no rol do seu art. 1° o crime de roubo impróprio (art. 157, § 1° , CP), o roubo
circunstanciado (art. 157, § 2° , I, II, III, IV e V, CP) e o roubo qualificado pelo resultado (art.
157, § 3 , CP) e o furto simples
e) estabelece o prazo de 30 (trinta) dias (podendo ser prorrogado por mais 30 dias) da
prisão temporária decretada nas investigações pela prática de crime hediondo.

Ano: 2011
Banca: FCC Órgão: TJ-PE Prova: Juiz

23
No que concerne aos crimes hediondos e equiparados, é correto afirmar que
a) os condenados por crime de tortura, em qualquer modalidade, deverão iniciar o
cumprimento da pena em regime fechado.
b) a progressão de regime dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se
o apenado for primário, e de 2/3 (dois terços), se reincidente específico em crime da mesma
natureza.
c) o livramento condicional poderá ser concedido após o cumprimento de 3/5 (três quintos)
da pena.
d) entre eles não se inclui o estupro de vulnerável e o homicídio simples.
e) não pode ser classificado como de tal natureza furto qualificado pelo concurso de
agentes

Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: MPE-SP


Prova: Analista de Promotoria II
Acerca das disposições da Lei de Crimes Hediondos e jurisprudência, é INCORRETO
afirmar que:
a) Latrocínio, Extorsão Qualificada pela Morte e Estupro são crimes hediondos.
b) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia e graça, apenas.
c) A pena por crime hediondo será cumprida inicialmente em regime fechado.
d) É cabível liberdade provisória sem fiança nesses crimes
e) A pena por crime hediondo admite progressão de regime, todavia, a lei impõe prazo
maior de cumprimento ao reincidente para que este faça jus ao benefício.

Ano: 2011Banca: CESPE


Órgão: PC-ES Prova: Escrivão de Polícia

Com relação à legislação especial, julgue o item a seguir.


É irrelevante a existência, ou não, de fundamentação cautelar para a prisão em flagrante por
crimes hediondos ou equiparados. JUSTIFIQUE

Certo Errado

Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: PC-DF Prova: Delegado de Polícia

A respeito dos crimes hediondos, assinale a alternativa correta com base na legislação de
regência.

a) O crime de epidemia com resultado morte não é considerado hediondo.

b) Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto, embora lhes seja
admitida fiança.

c) A pena do condenado por crime hediondo deverá ser cumprida em regime integralmente
fechado, apesar de haver precedente jurisprudencial em que se admite o cumprimento da pena
em regime inicialmente fechado.

d) o livramento condicional será concedido a partir do cumprimento do prazo de + 2/3 da


pena, além dos requisitos subjetivos

e) Entre os crimes hediondos previstos na lei, apenas as condutas consumadas são


consideradas hediondas; as tentadas configuram a modalidade simples de crime.
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Ano: 2014 Banca: IESES
Órgão: TJ-MS Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Com relação ao crime de tráfico de drogas, é certo afirmar:
a) O cumprimento da pena no crime de Tráfico de Drogas, por ser crime equiparado a
hediondo, deverá iniciar-se no regime fechado, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos, segundo entendimento majoritário do Supremo Tribunal Federal.
b) João, primário e de bons antecedentes, praticou crime de Tráfico de Drogas, em
27/03/2007, foi condenado a uma pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado,
deverá cumprir 1/6 (um sexto) da pena para progredir para o regime semiaberto.
c) Na Lei de Drogas, o Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, poderá oferecer
denúncia e arrolar até 10 (dez) testemunhas para provar o fato descrito na peça vestibular.
d)Para ter a pena reduzida de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços), (art. 33, §4º da Lei
11.343/03) o agente que pratica Tráfico de Drogas deverá ser primário, não se dedicar a
atividades criminosas, nem integrar organização criminosa e não ser reincidente específico em
tráfico de drogas.

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