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INTRODUÇÃO

1. Finalidade do Curso: Explanação teórico-prática das Súmulas do STF, do STJ e do STM editadas após a CF/88;
2. Súmulas Canceladas;
3. Súmulas Superadas, sejam por precedentes do STF, sejam por contrariarem legislação expressa;
4. Temas mais recorrentes das Súmulas;
5. Crimes Militares em Tempo de Paz & Crimes Militares em Tempo de Guerra;
6. Justiças Militares Federal & Estadual;

7. OBSERVAÇÃO: Nem Todo Crime Praticado...


7.1. Por Militar é Crime Militar!
7.2. Contra Militar é Crime Militar!
7.3. Em Lugar Sujeito à Administração Militar é Crime Militar!

8. Crime Militar em Tempo de Paz (art. 9º):


Crime Definido no CPM (incisos I, II e III) ou na Legislação Penal Comum (inciso II)
+
Circunstância do Art. 9º do CPM

9. Crime Militar em Tempo de Guerra (art. 10):


Crime Definido ou Não na Parte Especial do CPM
+
Circunstância do Art. 10 do CPM

Crimes Militares em Tempo de Paz


(CPM, art. 9º, I)
Art. 9º, I, do CPM:
1. Crimes definidos apenas no CPM ou também na Legislação Penal Comum de Modo Diverso: Crimes Militares
Próprios;

2. Agente, em Regra, é Qualquer Pessoa (Militar da Ativa, Militar da Reserva, Militar Reformado ou Civil), porém
às vezes o crime será cometido somente por militares da ativa (exs.: arts.187 e 195) e às vezes somente por civis
(ex.: art. 183).

Art. 9º, III, do CPM:


1. Crimes definidos no CPM: Crimes Militares Impróprios;
2. Agente é somente Militar da Reserva, Militar Reformado ou Civil;
3. Ofensa / Ameaça às Instituições Militares.

Art. 9º, II, do CPM:


1. Crimes definidos no CPM ou na Legislação Penal Comum: Crimes Militares Impróprios;
2. Agente é somente Militar da Ativa.

Lei n.º 13.491/2017

1. A Lei n.º 13.491, de 13 de outubro de 2017, alterou o Decreto-Lei n.º 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código
Penal Militar;
2. A citada Lei foi publicada no DOU de 16 de outubro de 2017, e desde de tal data está em vigor (art. 3º);
3. Não houve alteração no conceito de crime militar em tempo de paz nos casos dos incisos I (crimes militares
próprios, qualquer que seja o agente) e III (crimes militares impróprios, quando o agente é militar da reserva, militar
reformado ou civil);
4. Não houve alteração no conceito de crime militar em tempo de guerra (art. 10 do CPM);
5. As inovações cingiram-se ao conceito de crime militar em tempo de paz do inciso II do art. 9º, e aos crimes do-
losos contra a vida de civil (§§ 1º e 2º do art. 9º).

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CPM, Art. 9º, II

CONCLUSÕES:
1) Os delitos previstos na legislação penal comum (CP comum + legislação extravagante) — desde praticados por
militares da ativa em alguma das taxativas situações do art. 9º, II, do CPM — passaram a ser considerados crimes
militares em tempo de paz, da competência da Justiça Castrense, ainda que sem tipificação no CPM, e. g.:

Infanticídio; Abortamento; Crimes contra a Propriedade Imaterial; Crimes contra a Organização do Trabalho; Cri-
mes contra o Sentimento Religioso e o Respeito aos Mortos; Crimes contra a Família; Crimes contra as Finanças
Públicas; Verbo “Solicitar” na Corrupção Passiva, Crimes contra as Finanças Públicas...
... Organização Criminosa, Abuso de Autoridade, Tortura, Crimes Tributários, Crimes Econômicos, Crimes contra
as Relações de Consumo, Crimes Financeiros, Crimes Ambientais, Crimes nas Licitações, Tráfico de Órgãos, Ter-
rorismo, Crimes Tipificados em Estatutos, Crimes de Preconceito, entre muitos outros.

2) Nas hipóteses de conflitos aparentes de normas — que doravante serão bastante frequentes —, o operador do
Direito Penal Militar deverá assim interpretar:
2.1) No conflito entre tipo penal genérico previsto no CPM (exs: arts. 240 e 290) e tipo penal genérico previsto na
legislação penal comum (exs.: art. 155 do CP e art. 28 da Lei n.º 11.343/2006), prevalecerá o CPM.
2.2) No conflito entre tipo penal genérico previsto no CPM (ex.: art. 206) e tipo penal específico previsto na legisla-
ção penal comum (ex.: art. 302 do CTB), prevalecerá a legislação penal comum.
2.3) Condutas não tipificadas em tipos penais do CPM (ex.: “solicitar” vantagem indevida, no art. 308 do CPM),
porém previstas em tipos penais da legislação penal comum (ex.: CP, art. 317), quando se refiram ao mesmo crime
(corrupção passiva), passaram a ser consideradas crimes militares.
2.4) Conforme o tipo penal prevalente, a Lei n.º 13.491/2017 pode ser considerada novatio legis in mellius ou novatio
legis in pejus.

3) A partir de 16/10/2017 (publicação da Lei n.º 13.491/2017 no DOU) haverá diversas decisões judiciais da Jus-
tiça Comum reconhecendo sua incompetência em prol da competência da Justiça Castrense.

4) O Ministério Público Militar, a Justiça Militar e as Instituições Militares precisão atualizar-se em matéria de legis-
lação penal comum (notadamente legislação penal extravagante) e aumentar muito o efetivo dos operadores da
persecução penal.

CPM, Art. 9º, §§ 1º e 2º

“Art. 9º. (...)


(...)
§ 1º. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão
da competência do Tribunal do Júri.”

CONCLUSÃO:
Militares Estaduais & Distritais agentes de crimes dolosos contra a vida de civil: SEMPRE praticarão crimes comuns,
da competência do Tribunal do Júri.

“Art. 9º. (...)


(...)
§ 2º. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas
contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:”

“I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de
Estado da Defesa;”

“II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou”

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“III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária,
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas
legais:”
“a) Lei n.º 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) Lei Complementar n.º 97, de 9 de junho de 1999;”
“c) Decreto-Lei n.º 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei n.º 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.”

CONCLUSÃO:
2) Militares Federais quando agentes de crimes dolosos contra a vida de civil:
2.1) Regra Geral (§ 1º): Crimes Comuns, da competência do Tribunal do Júri;
2.2) Exceções (§ 2º): Crimes Militares, da competência da Justiça Militar Federal.

3) Concurso entre Militar Federal & Militar Estadual / Distrital em Crime Doloso contra a Vida de Civil:
3.1) Regra Geral: Unidade de Processo Comum no Tribunal do Júri;
3.2) Excepcionalmente: Separação Obrigatória de Processos (Processo Comum no Tribunal do Júri & Processo
Militar na Justiça Castrense Federal).

SÚMULAS DO STF

SÚMULA VINCULANTE 36
Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de
documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

SÚMULA 555
É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de jurisdição entre Juiz de Direito do Estado e a Justiça Militar
local.

SÚMULA 694
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função
pública.

SÚMULAS DO STJ

SÚMULA 06
COMPETE À JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR DELITO DECORRENTE DE ACIDENTE
DE TRÂNSITO ENVOLVENDO VIATURA DE POLÍCIA MILITAR, SALVO SE AUTOR E VÍTIMA FOREM POLICIAIS
MILITARES EM SITUAÇÃO DE ATIVIDADE.

SÚMULA 47
(CONTRA A LEGISLAÇÃO VIGENTE!)
COMPETE À JUSTIÇA MILITAR PROCESSAR E JULGAR CRIME COMETIDO POR MILITAR CONTRA CIVIL,
COM EMPREGO DE ARMA PERTENCENTE À CORPORAÇÃO, MESMO NÃO ESTANDO EM SERVIÇO.

SÚMULA 53
COMPETE À JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CIVIL ACUSADO DE PRÁTICA DE CRIME
CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS.

SÚMULA 75
(CONTRA A LEGISLAÇÃO VIGENTE!)
COMPETE À JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR POR CRIME DE
PROMOVER OU FACILITAR A FUGA DE PRESO DE ESTABELECIMENTO PENAL.

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SÚMULA 78
COMPETE À JUSTIÇA MILITAR PROCESSAR E JULGAR POLICIAL DE CORPORAÇÃO ESTADUAL, AINDA
QUE O DELITO TENHA SIDO PRATICADO EM OUTRA UNIDADE FEDERATIVA.

SÚMULA 90
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL MILITAR PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR PELA PRÁTICA DO
CRIME MILITAR, E À COMUM PELA PRÁTICA DO CRIME COMUM SIMULTÂNEO ÀQUELE.

SÚMULA 172
(CONTRA A LEGISLAÇÃO VIGENTE!)
COMPETE À JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE,
AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO.

SÚMULA 192
COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES PENAIS DO ESTADO A EXECUÇÃO DAS PENAS IMPOSTAS A SEN-
TENCIADOS PELA JUSTIÇA FEDERAL, MILITAR OU ELEITORAL, QUANDO RECOLHIDOS A ESTABELECI-
MENTOS SUJEITOS À ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL.

SÚMULAS DO STM

SÚMULA 03
Não constituem excludentes de culpabilidade, nos crimes de deserção e insubmissão, alegações de ordem particu-
lar ou familiar desacompanhadas de provas.

SÚMULA 05
A desclassificação de crime capitulado na denúncia pode ser operada pelo Tribunal ou pelos Conselhos de Justiça,
mesmo sem manifestação neste sentido do Ministério Público Militar nas alegações finais, desde quando importe
em beneficio para o réu e conste da matéria fática.

SÚMULA 07
O crime de insubmissão, capitulado no art. 183 do CPM, caracteriza-se quando provado de maneira inconteste o
conhecimento pelo conscrito da data e local de sua apresentação para incorporação, através de documento hábil
constante dos autos. A confissão do indigitado insubmisso deverá ser considerada no quadro do conjunto probató-
rio.

SÚMULA 08
O desertor sem estabilidade e o insubmisso que, por apresentação voluntária ou em razão de captura, forem julga-
dos em inspeção de saúde, para fins de reinclusão ou incorporação, incapazes para o Serviço Militar, podem ser
isentos do processo, após o pronunciamento do representante do Ministério Público.

SÚMULA 09
A Lei n° 9.099, de 26.09.95, que dispõe sobre os Juízos Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências, não
se aplica à Justiça Militar da União.

SÚMULA 10
(CONTRA PRECEDENTES DO STF!)
Não se concede liberdade provisória a preso por deserção antes de decorrido o prazo previsto no art. 453 do CPPM.

SÚMULA 11
(CONTRA PRECEDENTES DO STF!)
O recolhimento à prisão, como condição para apelar (art. 527, do CPPM), aplica-se ao Réu foragido e, tratando-se
de revel, só é aplicável se a sentença houver negado o direito de apelar em liberdade.

SÚMULA 12
A praça sem estabilidade não pode ser denunciada por deserção sem ter readquirido o status de militar, condição
de procedibilidade para a persecutio criminis, através da reinclusão. Para a praça estável, a condição de procedibi-
lidade é a reversão ao serviço ativo.

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SÚMULA 13
A declaração de extinção de punibilidade em IPI, IPD e IPM deve ser objeto de Decisão, que, também, determinará
o arquivamento dos autos.

SÚMULA 14
Tendo em vista a especialidade da legislação militar, a Lei n°11.343, de 23 de agosto de 2006, que instituiu o Sis-
tema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, não se aplica à Justiça Militar da União.

SÚMULA 16
A suspensão condicional da pena (sursis) não é espécie de pena; portanto, o transcurso do período de prova,
estabelecido em audiência admonitória, não atende ao requisito objetivo exigível para a declaração de extinção da
punibilidade pelo indulto.

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