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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SERGIPE

TERCEIRA SEÇÃO DO ESTADO MAIOR GERAL


CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO
COORDENADORIA DE ENSINO

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS/2022.2

APOSTILA DA DISCIPLINA:
DIREITO PENAL MILITAR II

Facilitador: Major PM Edson Oliveira da Silva - Contato: (79) 9 9908-8710

E-mail: edsonoliveira@fanese.edu.br / Instagram: @profedsonoliveira

Carga-horária: 30 horas/aula

ARACAJU/SE, 26 de outubro de 2023.


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TERCEIRA SEÇÃO DO ESTADO MAIOR GERAL
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO
COORDENADORIA DE ENSINO

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS – 2022.2

Disciplina: Direito Penal Militar e Direito Processual Penal Militar.


Facilitador: Major PM Edson Oliveira da Silva
Carga-horária: 30 horas/aula

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA


DIREITO PENAL MILITAR II

NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR I

UNIDADE I – DIREITO PENAL MILITAR (04/30 h/a)

1.1 Conceito
1.2 Crimes militares em tempo de paz
1.3 Crimes militares em tempo de guerra
1.4 Penas do Código de Direito Penal Militar

CRIMES EM ESPÉCIE

UNIDADE II - CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR


CRIME MILITAR (08/30 h/a)
2.1 Do motim e da revolta
2.1.1 Motim
2.1.2 Revolta
2.1.3 Organização de grupo para prática de violência
2.1.4 Omissão de lealdade de militar
2.2 Da aliciação e do incitamento
2.2.1 Conspiração
2.2.3 Incitamento
2.2.4 Apologia de fato criminoso ou do seu autor

UNIDADE III - DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO E O DEVER MILITAR CRIME


MILITAR (12/30 h/a)
3.1 Da deserção (Conteúdo nos Slides de aula)
3.1.1 Deserção
3.1.2 Favorecimento a desertor
3.2 Do abandono de posto e de outros crimes em serviço (Conteúdo nos Slides de aula)
3.2.1 Abandono de posto
3.2.2 Descumprimento de missão
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3.2.3 Retenção indevida


3.2.4 Embriaguez em serviço
3.2.5 Dormir em serviço

REVISÃO DO CONTEÚDO PARA A AVALIAÇÃO (28/30 h/a)

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (30/30 h/a)


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DIREITO PENAL MILITAR – CF0/2022.2

DIREITO PENAL MILITAR II


1- Direito Penal Militar

1.1 Conceito de Direito Penal Militar

Direito Penal Militar é o ramo especializado do Direito Penal que estabelece as regras
jurídicas vinculadas à proteção das instituições militares e ao cumprimento de sua destinação
constitucional. A especialidade do Direito Penal Militar decorre da natureza dos bens
jurídicos tutelados, principalmente a autoridade, a disciplina, a hierarquia, o serviço e o dever
militar, que podem ser resumidos na expressão: “regularidade das instituições militares”. Daí
a importância de diferenciar a ideia de “Dever moral” e “Obrigação (Dever militar)” na
caracterização do crime militar como veremos a seguir:

Fonte: Google imagens (2022).


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Dentre algumas linhas doutrinárias, podemos citar, para fins de melhor compreensão,
o que ensina Jorge Alberto Romeiro (1994, p. 01), onde afirma que o Direito Penal Militar
“consiste no conjunto de normas que definem os crimes contra a ordem jurídica militar,
cominando-lhes penas, impondo medidas de segurança e estabelecendo as causas
condicionantes, excludentes e modificativas da punibilidade”. Por isso, é importante
diferenciar o que vem a ser normas, regras e princípios aplicados ao Direito Penal Militar.
Destarte, podemos, assim, afirmar em linhas gerais que o Direito Penal Militar protege
um bem jurídico especial, que é a regularidade das Instituições Militares, no que concerne a
hierarquia e a disciplina, cuja quebra acarretaria sua desestabilização e a desregularidade de
suas missões constitucionais peculiares. O Código Penal Militar, instituído pelo Decreto-Lei
nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, contempla crimes militares em tempo de paz e crimes
militares em tempo de guerra.

1.2 Crimes militares em tempo de paz.

Publicada no dia 13 de outubro de 2017, a Lei n.º 13.491/17 alterou o art. 9º do


Código Penal Militar, modificando sensivelmente a definição dos crimes militares e a
competência para o julgamento daqueles cometidos por membros das Forças Armadas
dolosamente contra a vida de civil, em situações específicas. Inicialmente, é preciso
retroceder ao histórico relativo à questão da competência jurisdicional para julgar os crimes
dolosos contra a vida de civil praticados por militares e à definição dos crimes militares, para
entendermos melhor a efetiva mudança.
Na redação originária da CF/88 havia previsão expressa de que os crimes militares
definidos em Lei (sem excepcionar os crimes dolosos contra a vida de civil) seriam da
competência da Justiça Militar da União ou da Justiça Militar dos Estados, conforme vínculo
do sujeito ativo do delito às Forças Armadas ou às Forças Auxiliares (PM e BM). Sucede
que por meio da Lei 9.299/96, o Congresso Nacional, atendendo aos apelos de setores da
sociedade e do clamor público diante de confrontos com resultado morte (de civil), alterou o
art. 9º do CPM e o art. 82 do CPPM, excepcionando da competência da Justiça Castrense os
crimes dolosos contra a vida de civil e atribuindo-a ao Tribunal do Júri.
Assim, a novel Lei 13.491/17, como já havia sido feito também pela Lei 12.432/11,
ampliou as hipóteses em que a competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida
de civil não será mais do Tribunal do Júri, dilatando o espectro de atuação da jurisdição
militar. É imprescindível frisar que, em regra, os crimes dolosos contra a vida de civil
continuam da competência do Tribunal do Júri, e somente nas circunstâncias excepcionais
incluídas no CPM pelas Lei 13.491/17 e Lei n.º 12.432/11 é que se atribui à Justiça
Castrense.
"Os crimes que se enquadram no art. 9º do CPM, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça
Militar da União, se praticados:
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I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da


República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que
não beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou
de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
Constituição Federal e na forma de outros diplomas legais:
Logo, os crimes militares contra a vida de civil cometidos por militares das Forças
Armadas, em quaisquer dos contextos acima expostos, passam a ser da competência da
Justiça Militar da União. Essa alteração legislativa atende à expectativa das Forças
Armadas, que ultimamente têm sido empregadas com constância nas operações de garantia
da lei e da ordem e na pacificação de áreas dominadas por traficantes de drogas.

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na
lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo
disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio
sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogado
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil,
contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou
manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em
função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária,
quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a
determinação legal superior.
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Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a
vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo
quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303
da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de
Aeronáutica.

A Lei 14.688, que altera o Código Penal Militar (CPM) e compatibiliza o CPM com as
reformas no Código Penal, com a Constituição Federal e com a Lei dos Crimes Hediondos.
Ela endurece algumas penalidades, como no caso de tráfico de drogas praticado por militares.
A pena máxima agora será de 15 anos, enquanto anteriormente era de 5 anos. A norma
originou-se do Projeto de Lei nº 9432/2017, da Câmara dos Deputados.
Com relação ao uso de drogas e roubo de armas, além disso, o militar que se
apresentar para o serviço sob o efeito de substância entorpecente poderá agora ser punido com
reclusão de até 4 anos. A lei também torna qualificado o roubo de armas e munições de uso
restrito militar, ou pertencente a instituição militar. Isso significa que a pena (4 a 15 anos de
reclusão) pode aumentar de um terço até a metade.
Diversos tipos penais do CPM passam por adequação legal para serem listados como
crimes hediondos: homicídio qualificado, estupro, latrocínio, extorsão qualificada por morte,
extorsão mediante sequestro, epidemia com resultado morte e envenenamento com perigo
extensivo com morte.

1.3 Crimes militares em tempo de guerra

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:


I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que
seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a
preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra
forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a
perigo;
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não
previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações
militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.
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Com relação as penas, específicas, previstas no Código de Direito Penal Militar é


importante destacamos as de caráter principal e acessório, pois, são sanções contidas no
referido código. Neste contexto de diferenciação é importante interpretar a gravidade da
pena a ser aplicada de acordo com a conduta praticada. A referida conduta pode ferir o
que dispõe o Código de Ética e Disciplina da PMSE, daí é importante entender a
distinção de “Ética, Moral e Direito”.

1.4 Penas do Código de Direito Penal Militar

O Código Penal Militar prevê penas principais e acessórias.


Penas principais: O art. 55 do CPM traz as penas principais:
a) De morte: Permitida somente em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX, da CF. Somente pode ser executada por fuzilamento (art. 56 do CPM)
b) Reclusão e detenção: A diferença entre as duas está na maior rigidez da execução
penal no caso da reclusão em relação à detenção. O mínimo da pena de reclusão é de
um ano, e o máximo, de trinta anos. O mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o
máximo, de dez anos. (art. 58, CPM).
c) Prisão: É o resultado da conversão das penas de reclusão e detenção, inferiores a dois
anos, desde que não seja possível a concessão de suspensão condicional da pena (art.
59, do CPM). É mais benéfica ao condenado, por ser cumprida em recinto de
estabelecimento militar (quartel), se oficial, ou, se praça, em estabelecimento penal
militar, desde que separados dos presos disciplinares e daqueles com condenação
superior a dois anos.
d) Impedimento: Consiste no impedimento do condenado a permanecer no recinto da
unidade, sem prejuízo da instrução militar. (art. 63, do CPM).
e) Suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função: consiste na
agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado,
pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do
serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do
cumprimento da pena. (art. 64, do CPM). Se o condenado, quando proferida a
sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste
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artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano (parágrafo único
do art. 64).
f) Reforma: sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber mais
de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância
superior à do soldo (art. 65, do CPM)
Penas acessórias: São previstas no art. 98 do CPM. Tais penas não surtem efeitos por si sós,
porquanto dependem da aplicação de uma sanção principal. À guisa de comparação, o Código
Penal comum não fala em pena acessória, mas em efeitos da condenação.
a) a perda do posto e da patente: resulta da condenação a pena privativa de
liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações (art.
99).
b) a indignidade para o oficialato: fica sujeito à declaração de indignidade para o
oficialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição,
espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240,
242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. (art. 100)
c) a incompatibilidade com o oficialato: fica sujeito à declaração de
incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e
142. (art. 101).
d) a exclusão das forças armadas: a condenação da praça a pena privativa de
liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das forças
armadas. (Art. 102). A pena acessória deve ser expressamente declarada na
sentença que condenar a praça à pena superior a dois anos. A Constituição Federal
no art. 125, §4º, subordina a perda de graduação das praças das PMs e CBMs à
decisão do tribunal competente.
e) a perda da função pública, ainda que eletiva: incorre na perda da função pública
o assemelhado ou o civil que for condenado a pena privativa de liberdade por
crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função
pública ou for condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com
abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública (art. 103)
f) a inabilitação para o exercício de função pública: incorre na inabilitação para o
exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a
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reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de
poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública (art. 104).
g) a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela: o condenado a pena privativa
de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime praticado, fica suspenso
do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena,
ou da medida de segurança imposta em substituição (Art. 113).
h) a suspensão dos direitos políticos: consiste na impossibilidade de sufrágio, na
incapacidade de votar e ser votado (art. 106).

2 - Crimes contra a autoridade ou disciplina militar

2.1 Do motim e da revolta

2.1.1 Motim

Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:


I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando
violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em
comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou
dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou
utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática
de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina
militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
As condutas que cercam tanto o motim como a revolta são basicamente as
mesmas, configurando-se no Direito Pátrio a revolta como um motim na forma qualificada
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pela utilização de armas. Enquanto, na figura do motim, os agentes agem sem estarem
armados, na revolta atuam com armas.

Fonte: Google imagens (2022).

Para primeira modalidade do crime de motim, os militares dispõem a manifestação


clara de não cumprir uma ordem recebida de superior hierárquico, é forma comissiva – agindo
contra a ordem de superior (inciso I, 1ª parte).
Na segunda modalidade, os subordinados permanecem estáticos quando recebem a
ordem de superiores, nada fazem, é forma omissiva – negando-se a cumprí-la (inciso I, 2ª
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parte). Já na terceira modalidade os amotinados ao receberem a ordem de superior recusam-se


a cumprí-la, por exemplo, trocar peças de fardamento para uma ação de policiamento tático,
lembrando que nesta modalidade ocorre simultaneamente com estarem “agindo sem ordem” –
recusando obediência a superior quando estejam agindo sem ordem (inciso II -1ª parte). Nas
lições de Célio Lobão, o agir sem ordem "significa qualquer comportamento diferente daquele
que o militar deve ter em público ou lugar sob a administração militar". Na quarta
modalidade, que é a 2ª parte do inciso II – praticando violência, esta violência é de forma
genérica, portanto, tanto faz se a violência é contra os próprios amotinados, contra bens
móveis e imóveis (coisa) ou dirigida à terceiros, sendo que após individualizado a conduta do
agente, este responderá cumulativamente com as penas de outros crimes que cometera (crime
de dano, lesão corporal, etc). O motim é crime formal e de perigo. Trata-se de crime de ação
múltipla.

2.1.2 Revolta

A revolta é o motim armado, sendo a existência de armas o único e essencial ponto


de distinção entre os dois crimes. Não será suficiente a mera reunião de militares, pois é
preciso que os sujeitos ativos do crime ajam contra a ordem recebida de superior ou neguem o
seu cumprimento. Assim a conduta envolva o fato de que os que praticam o crime agem em
desfavor da ordem, fazendo o oposto do que lhes foi devidamente ordenado ou ainda criem
obstáculos à execução. Há ainda conduta criminosa quando os agentes optam por deixar de
cumprir a tarefa que lhes foi atribuída pelo superior hierárquico.
Célio Lobão afirma que revolta apenas ocorre nas hipóteses dos incisos II e IV do art.
149, ou seja, recusa a obediência a superior quando agindo sem ordem ou praticando
violência ou, então, ocuparem bens móveis e imóveis conforme relacionados no inciso IV.
Em que pese a afirmação, o código não faz qualquer distinção nos incisos para a qualificação
da revolta.
Como afirma o código, para ocorrência do motim ou revolta, devem reunir-se
militares, ou seja, é necessário, para configuração do delito, ao menos, dois militares, não
ocorrendo limitação quanto ao número máximo de agentes. A atitude isoladamente praticada
por um único militar poderá configurar alguma modalidade de insubordinação, art. 163 e
seguintes do CPM.
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Em que pese o tipo admitir como agente a figura do assemelhado, é de se registrar que
desde a existência da Lei Nº 1.711, que tratava do Funcionário Público, hoje lei Nº 8.112, não
há mais esta figura no direito castrense, pois o civil é regido por estatuto próprio e não por
normas prescritas pela caserna.
Nesse sentido, Acordão do STM, Recurso Criminal 1985.01.005665-9, DJ, 05 de
setembro de 1985, quando afirma que “atualmente inexiste o assemelhado nos quadros da
administração federal [...]”
Na hipótese de as condutas contarem com o concurso de civis, não responderão estes
por motim ou revolta na Justiça castrense. Poderão até responder por outros delitos militares,
tais como aliciamento, incitação ou apologia, mas não o motim ou revolta castrense.
No inciso I, os agentes reunidos atuam contrariamente à ordem recebida ou negam-se
a cumpri-la, não havendo necessidade de que haja manifestação por palavras, gestos ou
escritos; A primeira modalidade de conduta é comissiva, enquanto a segunda é omissiva,
dando-se com a inércia dos agentes contrariamente às ordens que foram dadas, que tanto
poderá se dar por imobilidade, silêncio dos agentes ou retardar cumprimento de ordem. A
participação dos agentes também não precisa ser uniforme entre eles, o que não desnatura o
crime, repercutindo apenas na aplicação da pena.
O delito se consuma no momento em que dois ou mais militares reunidos realizam
pelo menos um ato contrário à ordem recebida ou no momento em que manifestam recusa em
cumprir a ordem. Não se admite a tentativa.
No inciso II, a ordem é posterior às condutas descritas. Os agentes encontram-se
agindo sem ordem ou praticando violência e recusam obediência à ordem do superior para
cessarem a desordem ou a violência. Não ocorrendo a ordem para cessar algumas condutas
descritas no inciso, não há que se falar em motim ou revolta quanto ao elencado no inciso II.
Se os agentes obedecem à ordem exarada, inexistirá o delito do art. 149, II, o que não
impede que respondam os agentes individualmente por eventuais ilícitos praticados antes do
recebimento e do cumprimento da ordem. O inciso III pune os atos preparatórios. O legislador
reprova o assentimento quando a recusa é conjunta. O preceito se aplica com a simples
concordância, sem exigir qualquer outra conduta posterior.
No inciso IV, o imóvel militar não precisar estar edificado (ex. Campo aberto de
treinamento). A ocupação poderá ser total ou parcial e o delito configura-se no momento em
que exerçam sua conduta sobre os bens descritos, substituindo a autoridade militar ou civil
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sobre o bem. Conforme demonstra o parágrafo único, a revolta é uma forma qualificada de
motim pelo uso de armamento. Vale registrar que o tipo não exige que todos os militares
amotinados portem as armas, bastando que dois militares a portem para que ele se configure.
A circunstância se comunica ao demais, sem os quais não haveria revota.
Sujeito Ativo: Somente Militares
Sujeito Passivo: Instituições Militares
Elementos Objetivos: Necessária a reunião de pelo menos dois militares, não sendo
imprescindível o ajustamento prévio entre eles
Fique atento nas diferenças, pois o O motim é crime militar próprio, em que o sujeito
ativo é o militar. Militar é qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja
incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina
militar. Já o “Motim” é um crime que só militares e seus assemelhados podem cometer. O
dolo, elemento do tipo, é o genérico, não existindo a modalidade culposa no motim, como
veremos no esquema a seguir:

Fonte: Google imagens (2022).


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2.1.3 Organização de grupo para a prática de violência

Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou


material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou
particular em lugar sujeito ou não à administração militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
O artigo possui larga identidade com diversas condutas descritas no art. 149, valendo
aqui registrar que as diferenças consistem na natureza do armamento, que será
necessariamente militar, sendo que a violência não sofre o casuísmo previsto no art. 149.
Como o tipo fala em material bélico, é de se afastar o conceito amplo de armas, devendo
estas possuírem um caráter belicoso e ofensivo. Em que pese o tipo falar em violência, não há
a necessidade que ocorra lesão corporal ou morte, basta a violência, contudo, caso estas
vierem a ocorrer, aplica-se a pena correspondente a esses delitos.
Sujeito Ativo: Somente Militares
Sujeito Passivo: Instituições Militares

2.1.4 Omissão de lealdade militar

Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o


motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não
usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Delito que somente pode ser praticado por militar, não havendo aqui a necessidade de
um número igual ou superior a dois. Duas são as condutas e ambas omissivas.
Na primeira, o militar deixa de levar ao conhecimento de superior o motim ou revolta
cuja preparação teve notícia. Sabedor dos atos preparatórios de um dos delitos, não os
comunica ao superior. Na segunda, está presente à pratica do motim ou revolta e nada faz para
impedir sua realização.
O crime só poderá ser praticado dolosamente. A omissão, quando culposa, deverá ser
resolvida no campo disciplinar. A primeira conduta consuma-se no momento em que o
agente, podendo comunicar ao superior, o deixa de fazê-lo. Já a segunda ação, no momento
em que o agente não utiliza os meios disponíveis. Não há hipótese de tentativa.
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2.2 Da aliciação e do incitamento

2.2.1 Conspiração

Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no


artigo 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Isenção de pena. Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do
crime e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que
participou.
O núcleo do tipo é concertar, cuja significação envolve concordar, ajustar, combinar a
prática de crime de motim ou revolta em qualquer das modalidades previstas no art. 149. O
ajuste poderá ser feito de diversas maneiras (por conversas, escrito, meios telefônicos e
digitais), portanto, não há necessidade de que os agentes estejam juntos no momento do
acerto.
O dispositivo trata de um caso típico de punição aos atos preparatórios. Não se
reclama a futura consumação, para os fins de configuração basta a simples concordância de
dois ou mais militares para cometerem o motim ou a revolta, se um destes vier a ocorrer,
responderão os agentes por esses delitos e não mais pela conspiração. A tentativa não é
possível. Se o intuito do agente não foi o concerto para o motim, mas para que terceiros o
praticassem, responderá pelo delito do art. 154, aliciação para motim ou revolta.
Cumpre destacar o caráter limitado da norma, pois o aliciamento somente poderá se
dar com a finalidade de futura ocorrência de motim ou revolta. O Sujeito ativo poderá ser
tanto um civil quanto um militar, desde que este fique apenas na fase do aliciamento, pois se
assentir com os demais para a prática de motim, responderá por conspiração e se o motim vier
a ocorrer, responderá por este crime.
O momento consumativo se dá quando o agente pratica o aliciamento, nã havendo a
necessidade de que com ele concorde o militar, entender essa lógica da vida castrense faz toda
diferença para compreender os tipos penais militares.
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2.2.2 Incitamento

Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:


Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar
sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado,
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no
artigo.
Incitar tem sentido diverso de aliciar, implicando encorajar, instigar, instar, impelir
alguém a fazer algo, no caso, praticar a desobediência, a indisciplina ou o crime militar. Vê-
se, portanto, que o legislador não limitou o incitamento apenas à pratica de crime militar,
podendo o agente que instiga a pratica de infração disciplinar responder por este crime.
É importante associar a incitação e apologia ao crime comum. Neste caso, o crime
de apologia e incitação são crimes contra a paz pública, tendo como sujeito passivo a
coletividade. Configuram-se com a instigação para que pessoas indeterminadas pratiquem
crimes. No crime de apologia o crime já aconteceu, mas há a propaganda exaltando o autor do
crime ou o fato.
A conduta de instigar é de forma livre, ou seja, pode ser feita mediante conversas,
escritos, meios telefônicos, digitais etc.

2.2.3 Apologia de fato criminoso ou do seu autor

Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo,
em lugar sujeito à administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Fazer apologia é defender, justificar, enaltecer “de forma que constitua incentivo
indireto ou implícito à repetição da ação criminosa”, bastando que seja endereçada a uma
única pessoa.
Portanto, não comete o delito quem se manifesta por simples manifestação de
solidariedade, defesa ou apreciação favorável, ainda que veemente, não sendo punível a mera
opinião.
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3 – Dos crimes contra o serviço e o dever militar crime militar

3.1 Da deserção

3.1.1 Deserção (Art. 187)

É crime militar por excelência, ratione materiae, de mera conduta. É crime permanente
porque a consumação se prolonga no tempo e somente cessa quando o militar se apresenta ou
é capturado. Não cabe tentativa.
Ausentar-se significa, também, deixar de comparecer. E o prazo de graça é o período
de oito dias da ausência do militar. Antes desse prazo não haverá desertor e sim, o ausente, a
quem são aplicadas as sanções disciplinares.
O art. 451, § 1º, do CPPM dispõe que “A contagem dos dias de ausência, para efeito
da lavratura, iniciar-se-á zero hora do dia seguinte àquele em que for verificada a falta
injustificada do militar”.

3.1.2 Favorecimento a desertor (Art. 193)

Tutela-se aqui a administração da justiça criminal militar. No parágrafo único, a


ocorrência da chamada escusa absolutória, ou seja, não associação de pena por razoes de
utilidade pública.

3.2 Do abandono de posto e de outros crimes em serviço

3.2.1 Abandono de posto (Art. 195)

À luz do texto legal percebe-se que o tipo penal abrange duas condutas: 1°) O
abandono de posto ou lugar de serviço e; 2°) o abandono do serviço.
Ressalte-se que o abandono de posto é delito instantâneo, consumando-se no exato
momento em que o mi litar se afasta do local onde deveria permanecer.
Consuma-se o abandono de posto, igualmente, quando o militar, após iniciar o serviço,
abandona-o antes de seu término (abandono de serviço). A raiz do delito do art. 195 é,
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exatamente, a probabilidade de dano ao estabelecimento ou aos serviços militares, decorrentes


da ausência voluntária daquele que abandonou o posto ou o local de serviço.
Tal não ocorre, porém, com aqueles serviços que, mesmo realizado por militares
escalados previamente pela administração militar, apresentam características nitidamente
civis, como o serviço de “cassineiro” ou de “permanência” nos hotéis de trânsito de qualquer
força armada ou polícia militar.

3.2.2 Descumprimento de missão (Art. 196)

Ocorre o tipo penal militar do art. 196, quando o militar deixa de cumprir,
dolosamente, a missão que lhe foi incumbida. É crime omissivo, que não se confunde com o
abandono de serviço antes de terminá-lo, porque, embora a missão não deixe de ser serviço,
trata-se de incumbência de maior relevância, de caráter intuito personae e na qual o sujeito
ativo deveria representar seu superior hierárquico, levando documentação encomendada,
executando encargo específico e coisas do gênero.
* Há previsão da modalidade culposa. ]
Fique atento: Refletir acerca do texto legal do art. 10 da Lei nº. 8.429/92: debates sobre a
modalidade culposa de improbidade administrativa. A Lei nº. 8.429/92 enumera os atos de
improbidade administrativa, por meio das figuras do enriquecimento ilícito (art. 9º), do
prejuízo ao erário (art. 10) e do atentado aos princípios da administração pública (art. 11),
sendo que o rol dos atos de improbidade enunciados pelo diploma legal é exemplificativo.

Fonte: Google imagens (2022)


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3.2.3 Retenção indevida (Art. 197)

O quadro anterior relacionado a lei de improbidade administrativa mantém intrínseca


correlação com o tipo penal “Retenção indevida”. O tipo penal abrange duas condutas
delituosas, quais sejam: na primeira o agente deixa de restituir, por ocasião da passagem de
função, objeto, plano, cifra, código ou documento, na segunda, ele deixa de restituir, quando
lhe são exigidos, os bens acima mencionados, independente de época, o delito do art. 197 é de
mão própria, ou seja, não basta a condição de militar, sendo indispensável que o sujeito ativo
seja oficial, de qualquer posto.

3.2.4 Embriaguez em serviço (Art. 202)

Inicialmente, cumpre esclarecer que a embriaguez que está sendo abordada neste
artigo é a dolosa, sendo, destarte, afastada a culposa e a decorrente de caso fortuito ou força
maior. O delito da embriaguez apresenta duas modalidades: na primeira, o militar encontra-se
em serviço e, nessa qualidade embriaga-se.
Destarte, caso ingira bebida alcóolica e não se embriague, inexiste o delito. Na
segunda modalidade, a de apresentar-se embriagado para prestar serviço, é necessário que o
sujeito ativo tenha ciência de que iria entrar em serviço.
Conforme citado e consta no Código de Ética e Disciplina da PMSE, a conduta do
militar em embriagar-se em serviço configura crime militar, bem como transgressão
disciplinar prevista em diversos regulamentos disciplinares tanto das Forças Armadas quanto
das auxiliares.
Este crime pode ser classificado como:
• Propriamente militar (com supedâneo na classificação do artigo 9º, inciso I do CPM),
só podendo ser praticado por militares. Se o civil praticar tal conduta ela será atípica;
• Crime de mão própria – não admite co-autoria, mas admite participação (exemplo da
pessoa que forneceu bebida ao militar);
• Doloso – a conduta do militar de embriagar-se ou apresentar-se embriagado em
serviço tem que ser intencional, bem como sua vontade de violar o serviço e o dever
funcional. Não admite a modalidade culposa.
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A consumação ocorre quando o militar alcança o estado de embriaguez, constatado


através de exames clínicos ou laboratoriais. Se o militar for surpreendido com substância
entorpecente no interior do quartel, consumindo ou prestes a consumi-la, o crime será o do
artigo 290 do Código Penal Militar – “tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de
efeito similar”. Existe uma diferença entre o militar estar alcoolizado ou embriagado. Se
estiver alcoolizado sua conduta será penalmente atípica, mas de relevância para a esfera
administrativa visto que é considerado transgressão disciplinar prevista no Código de Ética e
Disciplina da PMSE.

3.2.5 Dormir em serviço (Art. 203)

Para Assis (2018) é irrelevante saber se resultou dano, porquanto trata-se de crime de
perigo contentando-se a norma penal com a probabilidade de dano a segurança da Unidade,
coloca-se ao lado dos que defendem o dispositivo penal, pois as funções especificadas no
artigo do Código são de grande importância para a segurança de Unidades, estabelecimentos
militares, navios etc. No entanto, se o militar estiver embriagado terá praticado a conduta
típica prevista no artigo 202 do Código Penal Militar e responderá penal e
administrativamente (porque nesta última esfera de responsabilidade não importa a
quantidade de álcool no sangue para que o militar seja responsabilizado) de forma cumulada.
Dentro desta perspectiva, faz-se necessário destacar que o referido autor ensina que o
militar tem o dever de utilizar todos os meios possíveis para evitar que adormeça e quando
esses meios se apresentem deficientes, cumpre participar ao superior hierárquico a fim de que
sejam adotadas providências cabíveis. Neste caso, tipo penal militar a objetividade jurídica,
ou seja, o interesse que é tutelado pela norma penal militar é o serviço militar / dever militar,
como destacado na diferenciação de dever moral e dever militar, seguindo a definição ética
aplicado aos militares.
Fique atento: Para finalizar citamos, com relação de crime contra o patrimônio, tem-se o
furto de uso criado para proteger o patrimônio alheio (público ou particular), de forma ampla,
contra toda e qualquer espécie de ofensa ou violação da propriedade e da vontade do
possuidor. Nesse tipo a vontade do infrator é a de usar momentaneamente o bem, seguida de
restituição ou reposição ao lugar em que se encontrava. Esse delito não encontra
correspondência no Código Penal Comum.
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OUTROS CRIMES MILITARES

Da Violência Contra Superior ou Militar de Serviço

Violência contra superior


Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Formas qualificadas:
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general:
Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime
contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.
Violência contra o superior é delito que afeta primordialmente a hierarquia militar. Em
sendo um delito que envolve a relação de subordinação superior/subordinado, somente
poderá ser praticado por um militar contra outro militar.
A violência contra superior consiste na força física que o agente exerce sobre o
superior ou contra o comandante da unidade ou oficial general. Poderá ocorrer por
utilização do próprio corpo (soco, chute etc) ou por meio de algum outro instrumento,
sendo que, se praticada com arma, ocorre a forma qualificada.
Não há necessidade de que da violência decorra lesão corporal ou morte, tanto que essas
circunstâncias qualificam o delito, no caso, impondo o concurso material. Basta o toque
físico entre superior e subordinado. Vale ressaltar que é incabível o princípio da
insignificância, pois o que se pretende tutelar é a manutenção da hierarquia e da disciplina
dentro da tropa. O crime consuma-se no momento em que o superior hierárquico é
alcançado pela força física provinda do subordinado. Como delito material, a tentativa é
plenamente possível.

Violência contra militar de serviço


Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Formas qualificadas:
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime
contra a pessoa.
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§ 3º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.


Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (civil ou militar). Note-se que, apesar do título:
“violência contra militar em serviço”, não será qualquer militar ou qualquer tipo de serviço
que irá caracterizar o delito, ocorrendo este apenas se a conduta for contrária a oficial de
dia, de serviço ou de quarto, sentinela, vigia ou plantão. A violência praticada contra outros
militares de serviço poderá configurar, conforme as condições do caso concreto, outros
delitos previstos no CPM. O delito consuma-se no momento em que ocorre a violência. A
tentativa é plenamente possível.

Desrespeito a superior
Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço
Parágrafo único: Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o
agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da
metade.
Pela imposição hierárquica, observa-se que o ilícito somente poderá ser praticado
por um militar. A conduta típica consiste em desrespeitar, que nada mais é do que agir sem
a devida educação, faltar com a consideração devida entre superior e subordinado, sendo
necessário para sua configuração que o ato ocorra diante de outro militar. O ato de
desrespeitar é de forma livre. O desrespeito é crime subsidiário, ou seja, não se aplica
quando configurar crime mais grave, como desacato (art. 298, CPM) ou insubordinação
(Art. 163, CPM).

Desrespeito a Símbolo Nacional


Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato
que se traduza em ultraje a símbolo nacional:
Pena - detenção, de um a dois anos.
Símbolos Nacionais: a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional (CF/88: artigo 13, § 3º):
A conduta, somente dolosa, é de forma livre e somente se consuma diante de tropa ou em
lugar sujeito à administração miliar;
Sujeito Ativo: Somente o Militar.

Da Insubordinação

Recusa de Obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem de superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
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Sujeito Ativo: somente o Militar pode praticar este tipo penal, sendo deste modo definido
como propriamente militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado);
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime, e no caso do crime por omissão,
deve ser observado a existência de prazo para a consumação;
Crime de ação pública incondicionada.
Diante disto, se faz necessário o entendimento correto do conceito de SUPERIOR, de
modo que o Código Penal Militar, em seu Art. 24 o define como sendo: o militar que, em
virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação,
considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar. Neste caso,
observamos que para efeitos penais o foco é a autoridade funcional, decorrente da
hierarquia.
A ordem deve ser impositiva, ou seja, devidamente entendida como determinação e
não pedido ou solicitação, dirigida diretamente a subordinado, atinente a assunto de serviço
ou dever imposto em lei, norma ou instrução. Portanto, recusa de ordem relativo a assuntos
pessoais não configura este crime, bem como, a recusa de obediência deve ser constituída
de negativa direta e inequívoca a ordem dada.
Somente existira o crime de recusa de obediência, se o fato não gerar crime mais grave,
pois a recusa de obediência pode se transformar no crime de motim, quando a recusa ao
cumprimento da ordem se manifestar por mais de 1 (um) subordinado, caso estes estejam
armados configura o crime de revolta.

Oposição à Ordem de Sentinela


Art. 164. Opor-se às ordens de sentinela.
Pena – Detenção, de 6 (seis) a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Sujeito Ativo: somente o militar pode praticar este tipo penal, sendo deste modo definido
como propriamente militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado);
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime. Crime de ação pública
incondicionada.

Reunião Ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte para discussão de ato de
superior ou assunto atinente à disciplina militar.
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano a quem promove a reunião; de 2 (dois) a 6
(seis) meses a quem dela participa, se o fato não constituir crime mais grave.
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Sujeito Ativo: somente o militar pode praticar este tipo penal, sendo deste modo definido
como propriamente militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado);
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime.
Crime de ação pública incondicionada.

Publicação ou Crítica Indevida


Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou
criticar publicamente, ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a
qualquer resolução do governo.
Pena – Detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, se o fato não constituir crime mais grave.
Sujeito Ativo: somente o militar pode praticar este tipo penal, sendo deste modo definido
como propriamente militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado);
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime. Crime de ação pública
incondicionada.

Da Usurpação e do Excesso ou Abuso de Autoridade

Assunção de Comando sem Ordem ou Autorização


Art. 167. Assumir o militar, sem ordens ou autorização, salvo se em grave emergência,
qualquer comando, ou direção de estabelecimento militar.
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, se o fato não constituir crime mais grave.
Sujeito Ativo: somente o militar pode praticar este tipo penal, sendo deste modo definido
como propriamente militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado);
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime.
Crime de ação pública incondicionada.
O Art. 23 do Código Penal Militar diz que - Equipara-se ao comandante, para efeito da
aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção. Portanto, além dos
comandantes previamente definidos pela hierarquia, os militares que venham a exercer
função de direção, neste momento também serão considerados comandantes, como por
exemplo, o comandante de uma guarnição, previamente definido em escala.
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Resistência mediante Ameaça ou Violência


Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou a
quem esteja prestando auxílio.
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Forma Qualificada
§1º. Se o ato não se executa em razão da resistência: Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 4
(quatro) anos.
Cumulação de Penas
§2º. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, ou
ao fato que constitua crime mais grave.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode cometer este tipo penal, sendo deste modo definidocomo impropriamente
militar;
Sujeito Passivo: a Administração Pública Militar (Estado) e a pessoa que sofreu a ameaça
ou violência;
Elemento Subjetivo: dolo, não existe a modalidade culposa para este tipo penal;
Crime formal onde a prática da conduta consuma o crime.
Crime de ação pública incondicionada.

Da Resistência
O crime se consuma quando alguém contesta, contrapõe-se, combate, põe obstáculo
a realização de um ato legal, legítimo, utilizando-se de violência, de coerção física ou
ameaça, intimidação, que independe da gravidade desta, ao agente (devidamente
competente) que está praticando o ato, ou seja, dirigido diretamente a este. Devemos
observar que não se pode confundir ilegalidade com injustiça, pois se o ato que está sendo
praticado é injusto, porém perfeitamente legal, não cabe a resistência, caso contrário,
cometerá este tipo penal.
Outro aspecto que merece ser destacado, é que a ameaça de comunicação ou
representação, pura e simples contra o agente que está praticando o ato, a seus superiores,
não configura este delito. Como também, existindo dúvida concreta da legalidade do ato, ou
em desfavor do agente que a executa, este tipo penal estará afastado, pois a legalidade do
ato deve ser irrefutável. O crime se consuma na forma qualificada quando o ato legal,
realizado por agente competente e legítimo, não se realiza, agravando a pena de detenção
para reclusão, bem como aumentando a pena.
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QUESTÕES DE DIREITO PENAL MILITAR

1º) Sobre o que constitui a conduta típica de crime militar de motim, assinale a
alternativa correta.
a) reunirem-se dois militares, com armamento de propriedade militar, praticando violência à
coisa pública ou particular em lugar não sujeito à administração militar.
b) reunirem-se militares desarmados agindo contra a ordem de superior, ou negando-se a
cumpri-la
c) reunirem-se mais de dois militares ou assemelhados, com material bélico de propriedade
militar, praticando violência à pessoa em lugar sujeito à administração militar
d) deixar o militar de levar ao conhecimento do superior conspiração de cuja preparação teve
notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance
para impedí-lo.
e) reunirem-se militares armados, recusando obediência a superior, quando estejam agindo
sem ordem ou praticando violência.

2º) A conduta de reunirem-se militares ou assemelhados, agindo contra a ordem


recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la, configura crime de:
a) revolta, mas se os agentes estavam armados, cometem crime de conspiração.
b) motim, mas se os agentes estavam armados, cometem crime de revolta
c) conspiração, mas os cabeças cometem crime de incitamento
d) incitamento, mas os cabeças cometem crime de apologia de fato criminoso.
e) apologia de fato criminoso, mas se havia apenas um agente, comete crime de motim.

3º) Assinale a alternativa correta sobre o que se considera o ato de concertarem-se


militares ou assemelhados para a prática do crime de Motim.
a) Mero ato de cogitação.
b) Conduta atípica.
c) Tentativa de Motim.
d) Conspiração
e) Motim consumado

4º) De acordo com o Direito Penal Militar, marque a alternativa INCORRETA:


a) Crime militar representa conduta que, direta ou indiretamente, atenta contra bens e
interesses jurídicos das instituições militares, qualquer que seja o agente.
b) As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem, conforme preconiza a legislação infraconstitucional
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c) Nas situações de ocorrência de crime militar precisa-se definir se a competência é da


Justiça Militar Estadual (Só julga os militares dos Estados nos crimes militares definidos em
lei) ou se é a competência da Justiça Militar da União (Julga militares ou civis que pratiquem
crimes militares).
d) O Direito Penal Militar é ramo do Direito Público responsável por estabelecer regras
jurídicas para a proteção das instituições militares. Estas, conforme a Carta Magna, são
organizadas com base na hierarquia e na disciplina para a garantia do cumprimento da
missão constitucional.
e) Nenhuma das assertivas anteriores.

5º) Acerca dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar do Código Penal
Militar, assinale a alternativa correta:
a) Para a caracterização do crime de motim é necessário que os agentes estejam armados.
b) Comete crime de conspiração o militar que deixa de levar ao conhecimento do superior o
motim ou revolta de cuja preparação teve notícia.
c) Comete o crime de violência contra inferior, o superior hierárquico que ofende inferior,
mediante ato de violência que, por natureza ou pelo meio empregado, se considera aviltante.
d) O militar que critica publicamente ato de seu superior incide no crime de publicação ou
crítica indevida
e) O crime de incitamento consiste em fazer apologia de fato que a lei militar considera
crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar

6º) No que se refere ao crime de violência contra superior (art. 157 do Código Penal
Militar), assinale a alternativa correta:
a) Trata-se de crime comum, que qualquer pessoa pode praticar.
b) O crime é qualificado se a violência é praticada contra o comandante da unidade a que
pertence o agente
c) Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de metade.
d) Se da violência resulta lesão corporal, absorve-se o crime contra a pessoa.
e) Nenhuma das assertivas anteriores.

7º) A respeito do crime de violência contra superior, é CORRETO afirmar que se:
a) o superior for comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general, a pena
será de detenção.
b) a violência for praticada com arma, a pena será aumentada de dois terços.
c) da violência resultar lesão corporal, aplicar-se-á, além da pena da violência, a do crime
contra a pessoa
d) da violência resultar morte, a pena será de reforma
e) o crime ocorrer em serviço, a pena será aumentada de um terço
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8º) Assinale a alternativa correta sobre qual conduta consiste no crime de Violência
contra militar de serviço.

a) Praticar violência contra superior.


b) Praticar violência contra superior comandante da unidade a que pertence o agente.
c) Praticar violência contra superior oficial general.
d) Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia
ou plantão
e) Praticar violência contra superior comandante da unidade a que pertence o agente ou
oficial general

9º) Assinale a alternativa correta sobre qual conduta consiste no crime de desrespeito a
superior.
a) Desrespeitar superior diante de civil.
b) Desrespeitar superior diante de qualquer pessoa.
c) Desrespeitar civil diante de outro militar.
d) Desrespeitar civil diante de qualquer pessoa.
e) Desrespeitar superior diante de outro militar

10º) De acordo com previsto no Decreto-Lei nº 1.001/69 (Código Penal Militar), assinale
a alternativa INCORRETA:
a) Comete o crime de despojamento desprezível, o agente que se despoja de uniforme,
condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio.
b) Comete o crime de ofensa aviltante a inferior, o agente que ofende inferior, mediante ato
de violência que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considere aviltante.
c) Comete o crime de violência contra superior, o agente que pratica violência contra oficial
de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão
d) Comete o crime de rigor excessivo o agente que excede a faculdade de punir o
subordinado, fazendo-o com rigor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito
e) Comete o crime de desrespeito a superior, o agente que desrespeita superior diante de
outro militar

11) Sobre o que configura conduta típica do crime de recusa de obediência, assinale a
alternativa correta.
a) desrespeitar superior diante de outro militar.
b) despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou
vilipêndio.
c) recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução
d) promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou
assunto atinente à disciplina militar
e) praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se
traduza em ultraje a símbolo nacional
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12) Assinale a alternativa correta sobre qual conduta consiste no crime de recusa de
obediência.
a) Opor-se às ordens da sentinela.
b) Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução
c) Promover a reunião de militares para discussão de ato de superior
d) Tomar parte em reunião de militares para discussão de ato de superior
e) Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de assunto atinente à
disciplina militar

13) Assinale a alternativa correta sobre qual conduta consiste no crime de Reunião
ilícita.
a) Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de assunto atinente à
disciplina militar.
b) Promover a reunião de militares para discussão de ato de superior.
c) Tomar parte em reunião de militares para discussão de ato de superior.
d) Opor-se às ordens da sentinela.
e) Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou
assunto atinente à disciplina militar

14) Assinale a alternativa correta sobre qual conduta consiste no crime de publicação
ou crítica indevida.
a) Promover a reunião de militares para discussão de assunto atinente à disciplina militar.
b) Publicar o militar, sem licença, ato ou documento oficial
c) Promover a reunião informal de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de
superior
d) Tomar parte em reunião informal de militares para discussão de assunto atinente à
disciplina militar
e) Criticar publicamente ato de qualquer natureza

15) Sobre os crimes militares em espécie, no que se refere à usurpação, excesso ou


abuso de autoridade, é correto afirmar que
a) não se pune o militar que assumir, sem ordem ou autorização, a direção de
estabelecimento militar independentemente da situação de risco.
b) comete crime de rigor excessivo o militar que exceder a faculdade de punir o subordinado,
fazendo-o com rigor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito
c) pune-se com pena de reclusão todo aquele que usar, indevidamente, uniforme, distintivo
ou insígnia militar a que não tenha direito
d) é cabível a pena de suspensão do exercício do posto ao agente comandante que
determinar, sem ordem superior e fora dos casos em que essa se dispensa, movimento de
tropa ou ação militar
e) o crime de "ofensa aviltante a inferior" só se processa por representação do ofendido
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16) Assinale a alternativa correta sobre a conduta que consiste no crime de resistência
mediante ameaça ou violência.
a) Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, não havendo
crime se a conduta se volta contra quem esteja prestando auxílio.
b) Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência a quem esteja prestando
auxílio ao executor, não havendo crime se a conduta se volta contra o executor diretamente.
c) Opor-se à execução de ato legal, apenas mediante violência ao executor, não havendo
crime se a conduta se volta contra quem esteja prestando auxílio ou mediante grave ameaça.
d) Opor-se à execução de ato legal, apenas mediante ameaça a quem esteja prestando auxílio
ao executor, não havendo crime se a conduta se volta contra o executor diretamente ou
mediante violência.
e) Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou a quem
esteja prestando auxílio

17) O militar que se opuser à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao
executor, ou a quem esteja prestando auxílio, comete crime militar. Marque a
alternativa CORRETA com relação à tipificação do crime cometido e previsto no
Código Penal Militar:
a) Desacato a militar (artigo 299 do CPM).
b) Resistência mediante ameaça ou violência (artigo 177 do CPM)
c) Abuso de requisição militar (artigo 173 do CPM)
d) Oposição a ordem de sentinela (artigo 164 do CPM)
e) Nenhuma das assertivas anteriores.

18) Indique a assertiva incorreta acerca do crime de Deserção:


a) É crime militar por excelência, ratione materiae, de mera conduta.
b) Ausentar-se significa, também, deixar de comparecer. E o prazo de graça é o período de
oito dias da ausência do militar. Antes desse prazo não haverá desertor e sim, o ausente, a
quem são aplicadas as sanções disciplinares.
c) A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura, iniciar-se-á zero hora do dia
seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar.
d) No que concerne ao “Favorecimento a desertor” tutela-se aqui a administração da justiça
criminal militar. Sendo que, a ocorrência da chamada escusa absolutória, ou seja, não
associação de pena por razoes de utilidade pública.
e) É crime permanente porque a consumação se prolonga no tempo e somente cessa quando
o militar se apresenta ou é capturado. Contudo, cabe a tentativa

19) Com relação ao crime militar do “Abandono de posto” indique a assertiva


incorreta:
a) À luz do texto legal percebe-se que o tipo penal abrange duas condutas: 1°) O abandono
de posto ou lugar de serviço e; 2°) o abandono do serviço. Ressalte-se que o abandono de
posto é delito instantâneo, consumando-se no exato momento em que o mi litar se afasta do
local onde deveria permanecer.
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b) Consuma-se o abandono de posto, igualmente, quando o militar, após iniciar o serviço,


abandona-o antes de seu término (abandono de serviço).
c) A raiz do delito é, exatamente, a probabilidade de dano ao estabelecimento ou aos
serviços militares, decorrentes da ausência voluntária daquele que abandonou o posto ou o
local de serviço.
d) Não há caracterização do citado crime, com aqueles serviços que, mesmo realizado por
militares escalados previamente pela administração militar, apresentam características
nitidamente civis, como o serviço de “cassineiro” ou de “permanência” nos hotéis de trânsito
de qualquer força armada ou polícia militar.
e) Nenhuma das assertivas anteriores

20) Acerca do “Descumprimento de missão” é incorreto afirmar que:


a) Ocorre o tipo penal militar, quando o militar deixa de cumprir, dolosamente, a missão que
lhe foi incumbida.
b) É crime omissivo, que não se confunde com o abandono de serviço antes de terminá-lo,
porque, embora a missão não deixe de ser serviço, trata-se de incumbência de maior
relevância.
c) É um crime de caráter intiuito personae e na qual o sujeito ativo deveria representar seu
superior hierárquico, levando documentação encomendada, executando encargo específico e
coisas do gênero.
d) É um crime que não é caráter personalíssimo
e) Há previsão da modalidade culposa

21) Acerca do crime militar de “Embriaguez em serviço” tem-se como INCORRETA:


a) O delito da embriaguez apresenta duas modalidades: sendo que em uma delas, o militar
encontra-se em serviço e, nessa qualidade embriaga-se.
b) Caso o militar ingira bebida alcóolica e não se embriague, inexiste o delito.
c) Uma das modalidades do tipo penal “Embriaguez em serviço”, tem-se a conduta de
apresentar-se embriagado para prestar serviço, sendo necessário que o sujeito ativo tenha
ciência de que iria entrar em serviço.
d) Código Penal Militar, Decreto-lei nº. 1001/69, estabelece, em seu artigo 202, o crime
propriamente militar de “embriaguez em serviço”.
e) O Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para
prestá-lo, sendo imputada uma pena de reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos

22) Com relação ao crime militar de “Dormir em serviço” tem-se como INCORRETA:
a) Trata-se de crime de perigo contentando-se a norma penal com a probabilidade de dano a
segurança da Unidade.
b) Coloca-se ao lado dos que defendem o dispositivo penal, pois as funções especificadas no
artigo do Código são de grande importância para a segurança de Unidades, estabelecimentos
militares, navios etc.
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c) Defende-se que o militar tem o dever de utilizar todos os meios possíveis para evitar que
adormeça e quando esses meios se apresentem deficientes, cumpre participar ao superior
hierárquico a fim de que sejam adotadas providências cabíveis.
d) Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao
leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante.
e) Nenhuma das alternativas anteriores

23) Sobre os crimes militares desacato a superior, desacato a militar e desobediência,


assinale a alternativa incorreta.
a) Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, ou procurando deprimir-lhe a
autoridade.
b) No desacato a superior a pena é agravada, se o superior é oficial general ou comandante
da unidade a que pertence o agente.
c) O crime de “Desobediência” consiste em “Desobedecer” a ordem legal de autoridade
militar.
d) O “Ingresso clandestino” consiste em penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento
militar, navio, aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito à administração militar, por onde
seja defeso ou não haja passagem regular, ou iludindo a vigilância da sentinela ou de vigia.
e) Nenhuma das alternativas anteriores

24) Sobre os crimes militares, assinale a alternativa incorreta.


a) O Peculato consiste em apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou
desviá-lo em proveito próprio ou alheio.
b) No Peculato-Furto aplica-se a mesma pena do Peculato a quem, embora não tendo a posse
ou detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de
militar ou de funcionário.
c) Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou desvie o
dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie, tem-se o Peculato Culposo.
d) No Peculato-Furto não se aplica a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou
detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de
militar ou de funcionário
e) Nenhuma das alternativas anteriores

25) Sobre o que constitui o crime militar de Prevaricação, assinale a alternativa


incorreta.
a) O crime de Prevaricação consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal.
b) O crime de Prevaricação tem pena de detenção, de seis meses a dois anos.
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c) O crime de prevaricação é crime praticado pelo funcionário público contra a


Administração em geral, previsto que é no artigo 319 do Código Penal.
d) Apesar de ser um crime de menor potencial ofensivo, não cabe a aplicação de transação
penal
e) Nenhuma das alternativas anteriores

REFERÊNCIAS
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: comentários, doutrinas,
jurisprudências dos tribunais militares e tribunais superiores. Editora Juruá; 10ª
Edição. Curitiba, 2018.
BRASIL, Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil
atualizada. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm. Acesso em abr. 2022.
BRASIL. Código Penal Militar. Decreto lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1001.htm. Acesso em
abr. 2022.
BRASIL. Código de Processo Penal Militar. Decreto lei nº 1.002, de 21 de outubro de
1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm.
Acesso em abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal Militar. Código penal militar: artigo por artigo com
referências bibliográficas / organizado por: Jonniery dos Santos Moreira, Wilza Rosa da
Silva Lima. – Brasília: Superior Tribunal Militar, Diretoria de Documentação e Gestão do
Conhecimento, 2018.
FREITAS, Manuel Pinheiro. Controle Externo da Atividade Policial: do discurso à
prática. Disponível em: http://www.mp.rs.gov.br/criminal/doutrina/id40.htm. Acesso em
abr. 2022.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. - 7ª ed. - São Paulo: Saraiva,
2019.

REVISÃO DO CONTEÚDO PARA A AVALIAÇÃO (28/30 h/a)

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (30/30 h/a)


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REFERÊNCIAS

ACQUAVIVA, Marcus Claúdio. Dicionário Jurídico Acquaviva. 3. Ed. atual. e ampl. – São
Paulo: Editora Rideel, 2009.

ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: comentários, doutrinas,
jurisprudências dos tribunais militares e tribunais superiores. Editora Juruá; 10ª Edição.
Curitiba, 2018.

BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Processo penal. 4ª ed. São Paulo: RT, 2016.

BRASIL, Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil


atualizada. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm. Acesso em abr. 2022.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9455.htm. Acesso em abr. 2022.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm. Acesso em abr. 2022.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm. Acesso em abr. 2022.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm. Acesso em abr.
2022.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm. Acesso em abr.
2022.

BRASIL. Lei nº 13.104 de 9 de março de 2015 – Lei do Feminicídio. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm. Acesso em abr.
2022.

BRASIL. Código Penal Militar. Decreto lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969. Disponível
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BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em abr.
2022.
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BRASIL. Código de Processo Penal Militar. Decreto lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm. Acesso em
abr. 2022.

BRASIL. Superior Tribunal Militar. Código penal militar: artigo por artigo com referências
bibliográficas / organizado por: Jonniery dos Santos Moreira, Wilza Rosa da Silva Lima. –
Brasília: Superior Tribunal Militar, Diretoria de Documentação e Gestão do Conhecimento,
2018.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal 2. - 18ª ed. - São Paulo: Editora Saraiva Jur.,
2018.

FREITAS, Manuel Pinheiro. Controle Externo da Atividade Policial: do discurso à


prática. Disponível em: http://www.mp.rs.gov.br/criminal/doutrina/id40.htm. Acesso em abr.
2022.

LIMA, Renato Brasileiro de. Manual De Processo Penal. - 7ª ed. - São Paulo: Saraiva, 2019.

NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual De Direito Processual Penal Militar. - 3ª ed. -
São Paulo: Saraiva, 2018.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Militar Comentado. - 3ª ed. - Rio
de Janeiro: Forense, 2019.

ESTRATÉGIA CONCURSOS. Disponível: https://d3eaq9o21rgr1g.cloudfront.net/aula-


temp/234187/00000000000/curso-48899-aula-00v1.pdf?Expires=1582669697&Signature=
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OJnYw &Key-Pair-Id=APKAIMR 3QKSK2UDRJITQ. Acesso em abr. 2022.
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ANEXO

MATERIAL DE APOIO

ANEXO – MAPAS MENTAIS DE DIREITO PENAL

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