Você está na página 1de 25

Legislação Bombeiro Militar

(LEG)

Tema:
Crime militar
CAS - 2022

2º TEN QOEBM LAÍS DE ALMEIDA RICCI XAVIER


2º TEN QOEBM RENATO GRESPAN FERRARI
1 Introdução

2 Crime

3
Crime Militar

AGENDA
1. INTRODUÇÃO

1. Introdução
Segundo o Prof. Marcelo Uzeda, o Direito Penal Militar “é o ramo
especializado do Direito Penal que estabelece normas jurídicas voltadas para
a proteção das instituições militares. A especialidade do Direito Penal Militar
decorre da natureza dos bens jurídicos protegidos, em especial autoridade,
hierarquia, disciplina, serviço, função e dever militar, que podem ser resumidos
na expressão ‘regularidade das instituições militares’”.

1. Introdução
• O quê a justiça militar estadual julga?

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
da graduação das praças.

• Como a justiça militar estadual promove os julgamentos?

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

1. Introdução
1. Introdução
2. CRIME

2. Crime
CONCEITO FORMAL: conduta definida pela lei como crime. O conceito de crime resulta da mera
subsunção (“adequação”) da conduta ao tipo penal (“modelo descrito”) e, portanto, considera-se infração
penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando o seu conteúdo.
OBS: Ligado aos princípios da legalidade e da anterioridade.

CONCEITO MATERIAL: conduta que, além de estar definida pela lei, efetivamente ofende/lesa ou põe em
risco o bem jurídico (valor) protegido.
OBS: Ligado aos princípios da ofensividade e da insignificância.

CONCEITO ANALÍTICO: conduta analisada sob três aspectos (fato típico, antijurídico, culpável) para,
então, se verificar se houve cometimento de crime.

2. Crime
CONCEITO ANALÍTICO

TIPICIDADE ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE CULPABILIDADE

Conduta Estado de necessidade Imputabilidade

Resultado Legítima defesa Potencial consciência da ilicitude

Nexo causal Estrito cumprimento do dever legal Exigibilidade de conduta diversa

Previsão legal Exercício regular de direito  --------------------------

2. Crime
Previsão legal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

CÓDIGO PENAL MILITAR

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados

ATENÇÃO: somente o Poder Legislativo da União (Congresso Nacional) pode legislar sobre direito penal,
conforme art. 22, I da CF/88.

2. Crime
TIPICIDADE

É a relação de subsunção entre uma conduta humana (âmbito


concreto/fático) e o tipo penal que descreve o crime (âmbito
abstrato/jurídico).

2. Crime
ATENÇÃO: Tipo penal é diferente de tipicidade. O tipo penal é
a figura que resulta da atividade criadora do legislador. A
tipicidade, como vimos, é a atividade prática do operador do
direito para verificar se a conduta do agente se encaixa no
modelo criador pelo legislador.

2. Crime
CONDUTA RESULTADO

Nexo Causal

2. Crime
CÓDIGO PENAL

Art. 13. O resultado de que depende a existência do crime


somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.

2. Crime
Método hipotético de eliminação de antecedentes causais:
Idealizado pelo professor sueco Thyrén, em 1894, este método é
empregado no campo mental da suposição ou da cogitação. Causa
seria todo fato que, suprimido mentalmente, faria desaparecer o
resultado como ocorreu ou no momento em que ocorreu.

Problema: o método é falho, pois sua radicalidade pode gerar


responsabilização penal para indivíduos que não tinham
conhecimento do fato criminoso. Exemplo: vendedor de venenos
para ratos.

Solução: usar dolo e culpa como “filtros”.

2. Crime
Homicídio simples Omissão de notificação de doença

Art. 121. Matar alguém: Art. 269 - Deixar o médico de


denunciar à autoridade pública
Pena - reclusão, de seis a vinte doença cuja notificação é
anos. compulsória:

Pena - detenção, de seis meses a


dois anos, e multa.

2. Crime
DIRETA = exige-se somente a hipótese do artigo que descreve
o tipo penal.

OU
TIPICIDADE

INDIRETA = hipótese do artigo que descreve o tipo penal + outro


critério (ex: tentativa, critérios do art. 9, II ou III, do CPM)

2. Crime
3. CRIME MILITAR

3. Crime militar
CRIME MILITAR

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei. 

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: MODALIDADES
CRIME MILITAR

Crime propriamente Crime impropriamente Crime militar por extensão


militar militar
Também chamado de crime São os crimes previstos
É o crime militar apenas em outras
“propriamente dito”, porque acidentalmente militar.
legislações penais (ou seja,
afeta valores específicos da NÃO estão no CPM), mas
esfera militar (ex: deserção) Trata-se de crime que,
embora não afete valores que, se cometidos nas
específicos, devido às circunstâncias dos incisos II
Somente pode ser cometido ou III do art. 9º, passam a ser
por militares (exceção: circunstâncias nas quais é
cometido, passa a ser crime crimes militares.
crime de insubmissão).
Previstos apenas no CPM. militar.

São definidos de igual


modo no CPM e no CP (ex:
homicídio, furto etc.).

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: CIRCUNSTÂNCIAS

CRITÉRIOS DO ART. 9º, INCISO II do CPM

Alínea Sujeito ativo Circunstância Sujeito passivo

a) Militar da ativa ---------------------- Militar da ativa

Militar da reserva/Militar
b) Militar da ativa Em lugar sujeito à administração militar
reformado/civil

Militar da reserva/Militar
c) Militar da ativa Em serviço/em razão da função/comissão/formatura
reformado/civil

Militar da reserva/Militar
d) Militar da ativa Durante manobras ou exercícios
reformado/civil

Patrimônio sob a
e) Militar da ativa ------------------ administração militar, ou a
ordem administrativa militar

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: CIRCUNSTÂNCIAS
CRITÉRIOS DO ART. 9º, INCISO III do CPM

Alínea Sujeito ativo Circunstância Sujeito passivo

Militar da reserva/Militar Patrimônio sob a administração militar, ou a ordem


a) ------------------
reformado/civil administrativa militar
Militar da reserva/Militar Em lugar sujeito à
b) Militar da ativa
reformado/civil administração militar
Militar em
Militar da reserva/Militar
c) ------------------ formatura/prontidão/vigilância/observação/exploração/exercício/
reformado/civil acampamento/acantonamento/manobras

Militar da reserva/Militar
d) ------------------ Militar em função de natureza militar
reformado/civil

OBS: Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao militar em situação de atividade,
para o efeito da aplicação da lei penal militar.

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: FUNDAMENTOS
Crime propriamente militar

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum,
ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;

“nela não previstos” “definidos de modo diverso na lei penal comum”

Motim Omissão de socorro (CPM) Omissão de socorro (CP)


Art. 135. Deixar de prestar assistência,
Art. 149. Reunirem-se militares ou Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
assemelhados: causa, navio de guerra ou mercante, nacional ou criança abandonada ou extraviada, ou à
estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
hajam pedido socorro: em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade
pública:

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: FUNDAMENTOS
Crime propriamente militar

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou
nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;

Há crimes previstos no CPM cuja configuração exige algo além da condição de militar, é preciso
ocupar uma posição específica. Por exemplo:
“Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de eficiência”.

3. Crime Militar
CRIME MILITAR: FUNDAMENTOS

Crime impropriamente militar Crime militar por extensão

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

(...)

II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:

Crimes impropriamente militares / crimes militares por extensão

III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os
do inciso II, nos seguintes casos:

3. Crime Militar

Você também pode gostar