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DIREITO PENAL MILITAR

E
PROCESSUAL PENAL
MILITAR
Instrutora: TC QOPM Lidiani
(DPPM)
ORIENTAÇÕES GERAIS:
- NOME DA DISCIPLINA
- INSTRUTORES (quem são e como será
dividida a missão)
- TEMPO LIMITADO x CONTEÚDO
(exige foco)
- EMENTA (3 unidades // conteúdo vasto
e cronograma // VE // revisão // avaliação
escrita VC
OBRIGATÓRIO USO NAS
AULAS

- CÓDIGO PENAL MILITAR


- CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL MILITAR
Hipóteses de crime militar
segundo a lei etc
importantes?
Importância em identificar as
hipóteses em que há notícia
de crime militar:

objeto do IPM/APF/IPD

• Atentar às inovações no CPM


(TC Leandro falará muito disso)
RESUMINDO
É CRIME MILITAR?

SIMPLES ASSIM!!!
AULA DE HOJE:

polícia judiciária militar


(arts. 7º e 8º CPPM)

inquérito policial militar


(arts. 9º a 12 CPPM)

indício (arts. 382 e 383 CPPM)


LEGISLAÇÃO PROCESSUAL PENAL MILITAR:

NADA MUDOU!!! CONTINUA O CPPM

“Fontes de Direito Judiciário Militar


Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas
contidas neste Código, assim em tempo de paz como em
tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for
estritamente aplicável.

APLICAÇÃO DO PROCESSO PENAL

Onde entra?
APLICAÇÃO DO PROCESSO PENAL

Onde entra?

Suprimento dos casos omissos

Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:


a) pela legislação de processo penal comum, quando
aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do
processo penal militar;
b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.
RHC 29212 RS (19/12/2011) - RS (2010/0192804-5)
RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP

I. Não obstante o processo penal militar seja regido por regras


específicas, nos casos de omissão do código, aplica-se
subsidiariamente a legislação processual penal comum.
II. In casu, não há se falar na aplicação do Código de Processo
Penal, tendo em vista que a Lei Processual Castrense possui
regras específicas acerca da matéria em discussão.
III. Não evidenciada a ocorrência de omissão, já que o Código
de Processo Penal Militar disciplina acerca do interrogatório,
deve prevalecer a especialidade da Justiça Militar.
IV. Recurso desprovido.
RHC 69110 (09/02/2017) AgRg - ES (2016/0074213-3)
RELATOR: MINISTRO ANTONIO SALDANHA PALHEIRO

1. Esta Corte Superior possui jurisprudência consolidada na


compreensão de que o princípio da especialidade permite o
afastamento das regras do procedimento comum ordinário
do Código de Processo Penal, em havendo regramento
específico para a apuração de delitos previstos nas legislações
especiais (Precedentes).
2. Outro, contudo, é o posicionamento recente do Pretório
Excelso, segundo o qual se compreende aplicável o disposto
no artigo 400 do Código de Processo Penal ao procedimento
instrutório das infrações militares, em observância à máxima
efetividade dos princípios constitucionais do contraditório e da
ampla defesa (Precedentes).
RHC 69110 (09/02/2017) AgRg - ES (2016/0074213-3) cont....
3. Em conformidade com o direcionamento atual do Supremo
Tribunal Federal, se a nova redação do artigo 400 da legislação
processual penal ordinária possibilita ao réu o exercício de sua
defesa de modo mais eficaz, certo é que tal dispositivo haverá de
suplantar o estatuído na norma castrense, como meio de se
garantir ao acusado a plenitude de valores próprios do Estado
Democrático de Direito, mormente em se tratando de hipótese
em que os atos processuais ainda não se findaram.
4. Agravo regimental a que se dá provimento, a fim de retificar a
decisão terminativa de e-STJ fls. 446/449 e prover o recurso
ordinário em habeas corpus, com o intuito de assegurar ao
recorrente o direito de somente ser ouvido em interrogatório
ao final da instrução processual na ação penal militar.
Então....

LEGISLAÇÃO DPPM
+
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA
CPP
QUAL LEGISLAÇÃO BÁSICA PRECISO p/ IPM,
APF e IPD?

- CPPM
- CPM
- IN sobre APF
- IN sobre IPM
- IN sobre IPD
- CPP (conforme art. 3° CPPM)
Outras:
-Portaria Conjunta/TJDFT CEGOC/TJDFT
-Lei nº 13.431/2017 (oitiva menor)
-IN e POP sobre vulneráveis
-Parecer 126/2012/ATJ/DCC (reconhecimento)
-IN n° 003/2014 (art 18 CPPM)
-Lei n° 13.869/2019 (Abuso de autoridade)
-Lei n° 13.964/2019 (“Aperfeiçoa legislação penal e
processual penal”) – Art 18
-E outras casualmente apontadas
POR QUE PRECISO SABER DISTO?
POLÍCIA JUCIÁRIA MILITAR

1) Autoridades de PJM: identificação,


poderes, deveres

2) Atividades de PJM
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
(arts. 7º e 8º CPPM)
Art. 7º A polícia judiciária militar é
exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as
respectivas jurisdições:
a) ministros das FFAA;
b) chefe do EM FFAA
etc
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
NA PMDF

DECRETO nº 23.317/2002
(aplica RDEx)

atentar versão atualizada:


https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/42214/De
creto_23317_25_10_2002.html
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
NA PMDF

Art. 3º [...] I - No âmbito da Polícia Militar do


Distrito Federal:

a) CMT Geral - todos da ativa, reserva


remunerada e reformados;
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR NA PMDF (continuando)

b) Corregedor-Geral (ativa e reserva) + ressalva §


§1º A competência estabelecida na alínea "b"


do inciso I deste artigo não se aplica aos
Oficiais Superiores do último posto da
Corporação, bem como aos policiais militares
que se encontrarem na condição de agregados
na Casa Militar do DF.
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR NA PMDF (continuando)

c) CMT’s, Chefes, Diretores, Subcomandantes,


Subchefes e Subdiretores de OPM, aos que
estiverem sob suas ordens, ainda que
eventualmente;

d) Chefes de Seção, Serviços e Comandantes de


Subunidades incorporadas, aos que estiverem sob
suas ordens, ainda que eventualmente.
(CUIDADO PQ NÃO OCORRE NA PRÁTICA)
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR NA PMDF (continuando)

III - Chefe da Casa Militar, aos militares da


PMDF e do CBMDF que estejam sob suas ordens,
ainda que eventualmente.

* Na prática se for necessário IPM, APF etc


CMDF e SSPDF devolvem p PM.
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR (art. 7º CPPM) voltando...

JÁ SABEMOS QUEM É NA PMDF

PODE HAVER DELEGAÇÃO?


Art7° [...] § 1º Obedecidas as normas
regulamentares de jurisdição, hierarquia e
comando, as atribuições enumeradas neste artigo
poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins
especificados e por tempo limitado.
delegação (art. 7º CPPM) continuando...

§2º Em se tratando de delegação para instauração


de inquérito policial militar, deverá aquela recair
em oficial de posto superior ao do indiciado, seja
este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou
não, ou reformado.
§3º Não sendo possível a designação de oficial de
posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a
de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
§4º Se o indiciado é oficial da reserva ou
reformado, não prevalece, para a delegação, a
antiguidade de posto.
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR (arts. 7º CPPM) voltando...

JÁ SABEMOS QUEM É NA PMDF

JÁ SABEMOS QUE PODE HAVER


DELEGAÇÃO

MAS O QUE FAZ ESTA AUTORIDADE? ART


8° CPPM
Competência da polícia judiciária militar

Art. 8º Compete à polícia judiciária militar:

a) apurar os crimes militares, bem como os que,


por lei especial, estão sujeitos à jurisdição
militar, e sua autoria;

b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e


aos membros do Ministério Público as
informações necessárias à instrução e julgamento
dos processos, bem como realizar as diligências
que por eles lhe forem requisitadas;
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela


Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares
acerca da prisão preventiva e da insanidade mental
do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar
relativas aos presos sob sua guarda e
responsabilidade, bem como as demais prescrições
deste Código, nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e
medidas que julgar úteis à elucidação das
infrações penais, que esteja a seu cargo;
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

g) requisitar da polícia civil e das repartições


técnicas civis as pesquisas e exames necessários
ao complemento e subsídio de inquérito policial
militar;
h) atender, com observância dos regulamentos
militares, a pedido de apresentação de militar ou
funcionário de repartição militar à autoridade civil
competente, desde que legal e fundamentado o
pedido.
*vide: arts. 280-282 CPPM; art 76 CC; 243 par.
único, 454 CPC; art. 221, § 2° e 358 CPP.
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

CPPM:
Art. 280. A citação a militar em situação de atividade ou a
assemelhado far-se-á mediante requisição à autoridade sob
cujo comando ou chefia estiver [...].
Art. 281. A citação a funcionário que servir em repartição
militar deverá, para se realizar dentro desta, ser precedida de
licença do seu diretor ou chefe, a quem se dirigirá o oficial de
justiça, antes de cumprir o mandado, na forma do art. 279.
Art. 282. A citação de acusado preso por ordem de outro juízo
ou por motivo de outro processo, far-se-á nos termos do art.
279, requisitando-se, por ofício, a apresentação do citando ao
oficial de justiça, no recinto da prisão, para o cumprimento
do mandado.
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

CÓDIGO CIVIL
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o
servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu
representante ou assistente; o do servidor público, o
lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da
Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que
se encontrar imediatamente subordinado; o do
marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do
preso, o lugar em que cumprir a sentença.
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que
se encontre o réu, o executado ou o interessado.
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na
unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua
residência ou nela não for encontrado.

Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem


sua função:
I - o presidente e o vice-presidente da República;
II - os ministros de Estado;
III - os ministros STF, os conselheiros do CNJ e os ministros
do STJ, do STM, do TSE, do TST e do TCU;
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

ART 454 CPC continuando...


IV - o procurador-geral da República e os conselheiros do CNMP;
V - o AGU, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município,
o defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI - os senadores e os deputados federais;
VII - os governadores dos Estados e do DF;
VIII - o prefeito;
IX - os deputados estaduais e distritais;
X - os desembargadores dos TJ, dos TRF, dos TRT e dos TRE e os
conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;
XI - o procurador-geral de justiça;
XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica
prerrogativa a agente diplomático do Brasil.
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

ART 454 CPC continuando...


§ 1º O juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local a
fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da
defesa oferecida pela parte que a arrolou como testemunha.

§ 2º Passado 1 (um) mês sem manifestação da autoridade, o juiz


designará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na
sede do juízo.

§ 3º O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento,


quando a autoridade não comparecer, injustificadamente, à sessão
agendada para a colheita de seu testemunho no dia, hora e local por
ela mesma indicados.
Competência da polícia judiciária militar (art 8° CPPM ) continuando...

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art 221.
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade
superior.

Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio


do chefe do respectivo serviço.
RELEMBRANDO...

Art. 8º Compete à polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares...

*um dos instrumentos de apuração é o IPM.


Finalidade do inquérito

Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração


sumária de fato, que, nos termos legais, configure
crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de
ministrar elementos necessários à propositura da
ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente
instrutórios da ação penal os exames, perícias e
avaliações realizados regularmente no curso do
inquérito, por peritos idôneos e com obediência às
formalidades previstas neste Código.
Finalidade do inquérito – continuando...

Art. 9º e seu parágrafo = fornecer


elementos mínimos p/MP oferecer
denúncia: indícios de autoria + prova
de materialidade.

Há, ainda, que se observar provas


efetivas e não meros “achismos” e
“elocubrações”.
COMO É INICIADO UM IPM?

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:

a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de


jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida
a hierarquia do infrator;

b) por determinação ou delegação da autoridade militar


superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via
telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente,
por ofício;

c) em virtude de requisição do Ministério Público;


Art. 10 CPPM – continuação

d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do


art. 25 (*Aqui leia do TJDFT);

e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a


represente, ou em virtude de representação [...]

f) de sindicância que resulte indício da existência de infração


penal militar
Art. 10 CPPM – continuação

Superioridade ou igualdade de posto do infrator (já falamos


aula dia 06NOV)

§1º Tendo o infrator posto superior ou igual ao do comandante,


diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de
jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a
comunicação do fato à autoridade superior competente, para
que esta torne efetiva a delegação, nos termos do § 2° do art.
7º.
Art. 10 CPPM – continuação –

Providências antes do inquérito (NÃO OMISSÃO)

§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial


responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o
substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou
determine que sejam tomadas imediatamente as providências
cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento
de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.
Art. 10 CPPM – continuação

Indícios contra oficial de posto superior ou mais antigo no


curso do inquérito (SURPRESA NO CURSO DO IPM –
“passa a bola”)

§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a


existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou
mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas
funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° do
art. 7º.
Medidas preliminares ao inquérito

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática


de infração penal militar, verificável na ocasião,
a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10
deverá, se possível: (ainda NÃO é o
encarregado do IPM)

a) dirigir-se ao local, providenciando para que se


não alterem o estado e a situação das coisas,
enquanto necessário; (PRESERVAR) *cadeia de
custódia art. 158-A CPP - Lei n° 13.964/2019
Art. 12 CPPM – CONTINUAÇÃO...

b) apreender os instrumentos e todos os objetos


que tenham relação com o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o
disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
(CUIDADO: NÃO É DESFAZER
LOCAL DE CRIME)
Art. 12 CPPM – CONTINUAÇÃO...

ART. 6º CPP:
X - colher informações sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.

(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) - Dispõe


sobre as políticas públicas para a primeira infância
https://g1.globo.com/df/distrito-
federal/noticia/2020/05/18/dois-homens-sao-presos-
por-furtar-fuzil-em-carro-da-pm-suspeito-fugiu-de-
bicicleta.ghtml
RELEMBRANDO...

IPM serve para fornecer elementos


mínimos p/MP oferecer denúncia:
indícios de autoria + prova de
materialidade.
“Art. 29. O policial militar bem formado é o
que conhece as suas funções legais e
desenvolve as capacidades técnicas e as
atitudes éticas adequadas para aplicá-las
corretamente.”

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