Você está na página 1de 11

Direito

Processual Penal
Acordo de Não
Persecução Penal
Olá, aluno!

Bem-vindo ao mais revolucionário projeto de estudos para a 1ª fase do Exame de Ordem:


o Projeto 40 pontos – Método CERS de Aprovação”. Com ele, você estudará todos os dias e
conseguirá atingir os 40 pontos necessários à sua aprovação. O método consiste em assistir
pílulas do conhecimento, resolver questões, ler resumos de conteúdos e fazer simulados aos
finais de semana.

Preparamos todo esse material com muita métrica e especificidade e, claro, com muita
dedicação e carinho, para garantir que você tenha em mãos um conteúdo direcionado e
distribuído de forma inteligente.

Ao final do curso, nosso objetivo é que você esteja apto a responder as questões da prova
objetiva e ser aprovado(a) no Exame de Ordem. Sabemos que é um grande desafio, mas,
quando falamos de aprovação, o CERS é o melhor. E, juntos – você e o CERS – o caminho até
a sua vitória será bem mais fácil. Acredite!

Lembre-se de, após assistir às pílulas do conhecimento, ler o resumo em PDF, e dar uma
olhada no mapa mental, resolver as questões que separamos para você.

Vamos juntos rumo à aprovação!

1
SUMÁRIO
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................... 3

1. Do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)............................................................................ 3


1.1 Conceito e Natureza jurídica ................................................................................................................................. 3
1.2 Pressupostos ......................................................................................................................................................... 3
1.3 Condições do Acordo ............................................................................................................................................ 6
1.4 Homologação ........................................................................................................................................................ 8
1.5 Descumprimento .................................................................................................................................................. 8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 10

2
DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. Do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)

1.1 Conceito e Natureza jurídica

Conforme o ensinamento do professor do CERS e autor, Rogério Sanches Cunha, o acordo de não

persecução penal constitui-se em um “[...] ajuste obrigacional celebrado entre o órgão de acusação e o investigado
(assistido por advogado), devidamente homologado pelo juiz, no qual o indigitado assume sua responsabilidade,
aceitando cumprir, desde logo, condições menos severas do que a sanção penal aplicável ao fato a ele imputado”. 1

A doutrina tem considerado o acordo de não persecução penal como instrumento de um verdadeiro

negócio jurídico de natureza processual (ou pré-processual, pois ainda situado na fase preliminar ao ajuizamento
da ação penal).

1.2 Pressupostos

Para o estudo dos pressupostos, condições e aspectos aprofundados do acordo de não persecução penal,

relevante a leitura integral do artigo 28-A do Código de Processo Penal.

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com
pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e
alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-


lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

1
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrime: Lei nº 13.964/2019 – Comentários ao CP, CPP e LEP. Salvador:
Juspodivm, 2020, p. 127.
3
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à
pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado
pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº


2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social,
a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger
bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito;
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste
artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso
concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional
do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados


contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do
agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

4
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na
qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na
presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no


acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu
defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os


autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução
penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais
ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a


análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu


descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução


penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior
oferecimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também


poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não
oferecimento de suspensão condicional do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão


de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente


decretará a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior,
na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

5
Conforme o dispositivo referido, para a formalização do acordo de não persecução penal, são necessários

os seguintes pressupostos (cumulativos):

➢ Existência de procedimento investigatório (não necessariamente inquérito policial, admitindo


procedimento distinto desde que apure infrações penais);
➢ Tratar-se de hipótese de oferecimento da denúncia: significa dizer que não pode ser hipótese de
arquivamento dos autos de investigação;
➢ A pena mínima privativa de liberdade cominada à infração penal deve ser inferior a 4 (quatro)
anos;
➢ Existência de confissão formal e circunstanciada.

1.3 Condições do Acordo

Diversamente do que ocorre em relação aos pressupostos, as condições do acordo não referem obrigações
cumulativas, mas, dependendo da infração penal, suas circunstâncias, e valoradas as condições pessoais do
averiguado, poderão ser cumulativas ou alternativamente estabelecidas.

Constituem obrigações do acordo de não persecução penal:

➢ Reparação do dano ou restituição da coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo;


➢ Renúncia voluntária a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto
ou proveito do crime;
➢ Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena
mínima cominada ao delito, diminuída de 1/3 a 2/3, em local ser indicado pelo juízo da execução
penal;
➢ Pagamento de prestação pecuniária, a ser estabelecida conforme o artigo 45 do Código Penal, em
benefício de entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução penal,
que tenha, preferencialmente, como função a proteção de bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
que tenham sido lesados pela infração penal;
➢ Cumprimento, por prazo determinado, de outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

6
De relevo pontuar que malgrado o Código de Processo Penal estabeleça como competência da Vara das
Execuções Criminais a indicação do destinatário da prestação de serviços à comunidade e da prestação pecuniária
a ser cumprida pelo beneficiado do acordo, há vozes na doutrina sustentando a incorretude do dispositivo, uma

vez que ao juízo da execução penal compete executar sanção penal, o que não há no caso do acordo de não
persecução penal homologado, onde se executam condições pactuadas entre o MP e o averiguado, e seu defensor.

Conforme dispõe o artigo 28-A, § 2º, do Código de Processo Penal, o acordo de não persecução penal
não é cabível:

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados


contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do
agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

7
1.4 Homologação

O artigo 28-A, § 4º, do Código de Processo Penal, dispõe que a homologação do acordo de não persecução
penal deve ser feita mediante controle judicial, em audiência especialmente designada para tal finalidade, onde
se verificará a voluntariedade do acordo, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua

legalidade.

Importante que o juiz, analisando os termos do ANPP, pode homologá-lo, caso entenda que estejam
presentes a voluntariedade e de anuência pelo averiguado e seu defensor, e da legalidade da avença. Caso entenda
pela inadequação, insuficiência ou abusividade do acordo, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para

reformulação do acordo, e após, nova submissão ao investigado, seu advogado, e nova audiência deverão ser

realizados (art. 28-A, § 5º).

Por fim, caso o juiz entenda não ser hipótese de celebração do acordo, pelo não cabimento, devolverá,

destarte, os autos, ao Ministério Público, para realização de novas diligências investigatórias ou oferecimento de
denúncia (art. 28-A, § 8º).

Caso o MP discordar do juiz e recusar-se a oferecer denúncia, por entender cabível o ANPP, entende

Rogério Sanches Cunha ser aplicável, por analogia, o disposto no artigo 28 do Código de Processo Penal, isto é,

remessa dos autos à análise do Procurador-Geral para definição da matéria, o que sopesa ser o mesmo
entendimento aplicado pelo STF sobre o instituto da suspensão condicional do processo, sumulado no enunciado
696.2 A referida súmula explicita que: “Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional
do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao

Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal”.

1.5 Descumprimento

Descumpridas as obrigações pactuadas no acordo de não persecução penal, deve o Ministério Público
requerer que seja ele declarado rescindido pelo juiz que homologou o acordo, e após, inaugurar a ação penal,
mediante o oferecimento de denúncia.
Ressaltamos ser incabível que o descumprimento do acordo importe, como consequência, em conversão
em prisão ou outra medida restritiva da liberdade individual, pois, cuida-se de negócio jurídico consensual que

2
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrime: Lei nº 13.964/2019 – Comentários ao CP, CPP e LEP. Salvador:
Juspodivm, 2020, p. 127.
8
visa, justamente, evitar o desgaste do processo penal e os riscos inerentes a eventual condenação criminal. Assim,
por inexistir condenação ou mesmo verificação de reincidência, deve o Ministério Público, diante do
descumprimento, promover a ação penal em face do indivíduo.

9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrime: Lei nº 13.964/2019 – Comentários ao CP, CPP e LEP. Salvador:
Juspodivm, 2020.

JUNIOR. Aury Lopes. Direito Processual Penal. 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2020.

LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único. 8.ed. Salvador: Juspodivm, 2020.

NUCCI, Guilherme de. Curso de Direito Processual Penal. 17. ed. São Paulo, Forense, 2020.

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 24.ed. São Paulo, Atlas, 2020.

10

Você também pode gostar