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RESPOSTA A ACUSAÇAO

Quando - após o recebimento da denúncia (quando o juiz não rejeitar ela liminarmente) pelo
juízo e citação do denunciado para respondê-la, devendo fazê-la por escrito e no prazo de 10
dias, nos termos dos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal.

EXCELENTÍSSIMA SENHOR DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 2ª VARA


CRIMINAL DE SANTA ISSBEL - SP

Processo n* xxxxxxxxxxxxxxxx

R. G., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seus


advogados que subscrevem, nos autos do processo, crime que lhe move o Ministério
Público, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, nos termos do artigo 396 do
código de processo penal, apresentar em tempo hábil a RESPOSTA A ACUSAÇÃO,
em face da denuncia de paginas xx, expondo e requerendo o que se segue.

DA SÍNTESE PROCESSUAL:

O Ministério Público da Comarca de _______________, no dia 10 (dez) de outubro de


2020, ofereceu denúncia contra a Acusada, por ter esta, em tese, cometido o crime
descrito no artigo 155, caput, do Código Penal.

Consta da denúncia que, no dia 06 (seis) de setembro de 2012, por volta das 09h00min,
com a intenção de furtar, subtraiu de CICLANO DE TAL um celular, marca Samsung
Galaxy Note II, cor prata, avaliado em R$ - 1.500,00 (mil e quinhentos reais),
aproveitando-se de um momento de distração da Vítima, ficando com o celular para si.

Por conta da denúncia oferecida, o MM. Juiz da Comarca recebeu a exordial acusatória
no dia 20 (vinte) de novembro de 2020, determinando a citação da Acusada para
apresentar defesa da acusação que lhe fora imputada.

Na data de 12 (doze) de dezembro de 2020, a Acusada foi regularmente citada da


presente ação penal, e por meio deste petitório, apresenta tempestivamente sua defesa.

DO MÉRITO. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA.

Excelência, temos que a conduta narrada na exordial acusatória é manifestamente


atípica, isto porque, no dia dos fatos, tanto a Acusada quanto a Vítima estavam com
aparelhos celulares iguais, e a Acusada acabou se confundindo e pegou o celular da
Vítima, pois saiu às pressas do local para socorrer o seu pai que havia sofrido uma
queda momentos antes.

A fim de comprovar a propriedade do celular da Acusada, junta-se aos autos nota fiscal
do celular anexa a esta defesa. Ao perceber que havia pegado o celular por engano,
prontamente foi até Vítima para devolvê-lo, que confirmou os fatos perante a
Autoridade Policial.

Dessa forma, estando ausente a dolo de subtrair coisa alheia móvel, é manifestamente
atípica a conduta perpetrada pela Acusada, devendo ser absolvida sumariamente.

DOS PEDIDOS:

Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente, à Vossa Excelência:

a) Que seja extinta a punibilidade da Acusada, face a ocorrência da prescrição da


pretensão punitiva do Estado, nos termos do art. 397, inciso IV, do CPP;

b) Que seja absolvida sumariamente a Acusada, face a conduta manifestamente atípica,


nos termos do artigo 397, inciso III, do CPP.

c) Caso não acatada nenhuma das teses anteriores, requer-se a designação de Audiência
de Instrução e Julgamento, nos termos dos artigos 399 e 400 do Código de Processo
Penal, para que se possa comprovar a inocência da Acusada.

d) No mais, requer-se a produção de todas as provas em Direito admitidas e que se


fizerem necessárias, bem como a oitiva das testemunhas abaixo indicadas, requerendo
sejam intimadas para prestarem depoimento em Juízo.

Nestes termos,

Pede deferimento.

________________, ___ de __________ de 2020.

ADVOGADO

OAB/__ Nº______
HABEAS CORPUS

Quando - o habeas corpus é cabível contra uma ameaça à liberdade, ou quando esta já
tenha sido suprimida, por algum ato ilegal.

Para compreender suas hipóteses de cabimento, é necessário analisar o art. 648 do


Código de Processo Penal, que diz:

Art. 648.  A coação considerar-se-á ilegal:

I – quando não houver justa causa;

II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a
autoriza;

VI – quando o processo for manifestamente nulo;

VII – quando extinta a punibilidade.


APELAÇAO
Quando - apelação é cabível contra sentenças proferidas pelo juízo de um processo em
primeiro grau. É através dela que a parte irá atacar, impugnar e discordar da decisão do
julgador durante a lide.

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA


VARA ÚNICA DA COMARCA DE CIDADE/UF.

Processo nº: XXX

NOME DO (A) APELANTE, já devidamente qualificadas nos autos em epígrafe, por


intermédio de seu advogado legalmente constituído através de instrumento procuratório
em anexo, nos autos da ação que move em face do APELADO (A), vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, tendo em vista a respeitável sentença
de fls. XX/XX/XX, interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO

Com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do NCPC/2015, conforme razões em


anexo.

Outrossim, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no efeito


suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar suas
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

Por fim, requer a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para seu
processamento e julgamento.

Nestes termos,

Pede-se deferimento,

CIDADE/UF, XX de XX de XXXX.

NOME DO ADVOGADO (A)

OAB/UF XXXX
Vara Criminal da Comarca de ItatibaAutos

Autos nº 1501792.34.2020.8.26.0544

Apelado: Ederson Romero

Apelante: Ministério Público do Estado de São Paulo

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal

Colenda Câmara

Douta Procuradoria de Justiça I

I)DOS FATOS

O recorrente e corré Jaqueline Rodrigues Correa foram


processados pela prática dos crimes descritos no artigo 33,
caput, e 35, ambos da Lei de Drogas, pois, supostamente
e de forma associada, armazenavam, para fins de tráfico, em sua
residência, a quantia de 187 porções de maconha (386,68g) e 178
eppendorf’s de cocaína (43,89g). Após a instrução processual, oMM.

Juiz a quo houve por bem julgar parcialmente procedente a demanda


absolvendo a corré Jaqueline de todas as imputações e condenando o
recorrente, apenas pelo delito de tráfico, descrito no artigo 33 da
Lei de Drogas, às penas de 05 anos e 10 meses de reclusão em regime
fechado, e 583 dias-multa no patamar unitário mínimo.

3 Ocorre que, como a seguir será demonstrado, a pena aplicada em


desfavor do apelante não se sustenta, sendo de rigor o
provimento do presente recurso de apelação.

DO MÉRITO

A sentença do MM. juiz a quo, que condenou o Réu a (__) anos de


detenção, ainda que prolatada por magistrado de alto saber jurídico,
não considerou as provas carreadas aos autos, assim como sua
consistência.

Diante da robustez das provas e dos fatos largamente expostos nos


autos, verificamos que o Réu não contribuiu voluntariamente para a
ocorrência do delito, conforme se depreende dos depoimentos das
testemunhas (__) às fls. (__) e de (__) às fls. (__). Verifica-se que
a vítima que atravessou a avenida, distraidamente, sem observar os
cuidados básicos necessários para fazer a travessia, fora da faixa de
pedestre e com o sinal luminoso verde para veículos.

Na realidade, o caso em tela trata de um evento danoso, que ocorreu


exclusivamente pela imprudência da vítima.

Diante de tal fato, deve-se excluir o Réu de qualquer culpa, sendo,


pois, o que nos mostra a jurisprudência:
“Sem uma prova plena e eficaz da culpabilidade do réu não é possível
reconhecer sua responsabilidade penal” (AP 68.507, TACRIM SP, Rel.
Azevedo Franceschini).

DO PEDIDO

Ante o acima exposto, requer o provimento do recurso a fim de reformar


a r. sentença de fls. (___/___), devido a robustez das provas e
especialmente pela existência da culpa exclusiva da vítima, por ser
esta a medida mais lídima de Justiça.

Nesses Termos.

Pede Deferimento.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do advogado).


RESE

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)V - que
conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de
prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em
flagrante; (Redação dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva
da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a
revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal,
previsto no art. 28-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA DO


TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP
A, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério
Público Estadual, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a
respeitável decisão de pronúncia à fls. ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO com fulcro no
artigo 581, IV, do Código de Processo Penal.

Desde já, requer o recorrente que o presente instrumento seja recebido, processado e, na
hipótese de Vossa Excelência não considerar os argumentos e manter a r. Sentença de
pronúncia, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo.

Nestes termos, pede deferimento.

Comarca, data.

Advogado: ______

OAB: __________

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Recorrente: A.

Recorrido: Ministério Público de São Paulo.

Autos nº: ________.

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Ínclitos Desembargadores,

Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese a respeitável decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito a quo, não merece
prosperar a pronúncia do recorrente pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas,
vejamos:

I – SÍNTESE DO OCORRIDO

A” e B eram amigos e resolveram fazer uma viagem para explorar algumas cavernas na
cidade de São Paulo. Ocorre que acabaram por se perder por longos 2 meses, passando
por dificuldades inimagináveis ao homem comum. Quando os bombeiros os
alcançaram, conforme a denúncia o acusado havia tirado a vida de B e assado a coxa da
perna esquerda deste para se alimentar. O recorrente foi preso em flagrante, sendo
processado por homicídio doloso simples (art. 121 do CP), tendo sua liberdade
provisória concedida (fls. ___). Restou pronunciado (fls. ___), em decisão prolatada há
2 dias. Vem, então, o recorrente requerer o que se segue.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) Ausência de provas ou indícios de homicídio.

Consta da inicial acusatória que o recorrente incorreu na conduta prevista no art. 121 do
Código Penal, homicídio simples. Embora tenha sido constado o óbito de B (laudo fls.
__), e os próprios bombeiros testemunharam o acusado assando um de seus membros
(depoimento fls. __), em nenhum momento há a imputação ou qualquer indício de que
de fato o acusado tenha tirado a vida de seu colega. O fato de o recorrente estar
comendo os restos mortais de seu amigo não prova, por si só, que o mesmo cometeu a
conduta descrita no art. 121. Não havendo prova de ter o réu concorrido para infração
penal, não deveria o magistrado a quo ter pronunciado o recorrente, pois o art. 413 do
CPP indica que haverá a pronúncia quando houver indícios suficientes de sua autoria ou
participação do acusado no crime, o que não há neste caso. Portanto, erra o juízo a quo
ao pronunciar o recorrente na inexistência de provas ou indícios de crime contra vida,
devendo neste caso, haver desde logo a impronúncia do acusado neste aspecto,
conforme preceitua o art. 414 do CPP.

B) Estado de necessidade.

Por outro lado, ainda que na eventualidade de V. Exas considerarem as razões


acusatórias, há de se ressaltar que um eventual homicídio praticado pelo recorrente foi
apenas em razão da circunstância extrema de vida ou morte: a fome. Preceitua o art. 23
do Código Penal, que não há crime quando o agente pratica o fato em estado de
necessidade. Vejam julgadores, é o típico caso de necessidade extrema, onde o
recorrente apenas mataria seu amigo para saciar a sua fome, tanto que assim o fez,
assando parte de seus membros por estarem a 2 meses presos numa caverna e sem
perspectiva alguma de resgate. Neste caso, prevê o CPP em seu artigo 415, IV, que o
juiz absolverá desde logo o acusado quando o fato não for punível, havendo excludente
de ilicitude, isto é, a exclusão do próprio crime. Destarte, incabível e errônea a decisão
de pronúncia, que desde logo deveria absolver sumariamente o recorrente.

III – PEDIDOS

Ante o exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso em sentido
estrito, para que haja a devida reforma, impronunciando o acusado, pela ausência de
indícios de crime contra vida, conforme o art. 414 do CPP, ou, eventualmente, na
conclusão de haver ocorrido o delito, desde logo absolvido sumariamente em razão da
existência da excludente de ilicitude do estado de necessidade (art. 23 do CP c/c art. 415
do CPP).

Nestes termos, pede deferimento.

Comarca, data.

Advogado:___.
OAB:___.

DEFESA PREMILINAR E PREVIA


Em ambas, o MP terá oferecido denúncia contra o seu cliente, mas ainda não terá ocorrido o
recebimento da inicial

A defesa prévia é peça cabível nos crimes previstos na Lei de Drogas (Lei 11.343/06)

Já a defesa preliminar será a peça cabível quando se tratar de crime praticado por funcionário
público contra a administração pública – os chamados crimes funcionais (CP, arts. 312 a 326).

Outra dica para a identificação das peças: o problema dirá que o cliente foi NOTIFICADO, e não
CITADO. Só se fala em citação na fase processual. Ou seja, após o recebimento da inicial. Na
fase pré-processual, a comunicação da existência de peça inicial se dá pela notificação.

Defesa previa
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3 ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE CARATINGA (MG)

Autos n.º (…)

DIONÍSIO DE JESUS, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente,


perante Vossa Excelência, por seu advogado abaixo assinado, procuração anexa, com
fundamento no art. 55 e ss. da Lei nº. 11.343/06, apresentar DEFESA
PRÉVIA conforme os fatos e fundamentos jurídicos a seguir dispostos:

I – Breve relato dos fatos

Narra a peça acusatória, em síntese, que o denunciado, no dia 15/01/2013, por volta das
14h00min, na Rua das Bromélias, nº. 20, Bairro das Flores, Caratinga (MG), trazia
consigo 2 (duas) buchas de maconha para consumo pessoal, sem possuir autorização
legal ou regulamentar para tanto, incorrendo, assim, nas iras do art. 28, caput, da Lei
nº. 11.343/06.

II – Da preliminar de prescrição e fundamentos jurídicos


Antes das razões de mérito, impõe-se destacar que, na presente data, a pretensão
punitiva estatal está fulminada pela prescrição. Isso porque, conforme a denúncia, o fato
delituoso teria sido supostamente praticado no dia 15/01/2013, e, como sabido,
cuidando-se de delito de posse/porte de drogas para uso próprio, a prescrição ocorre em
2 (dois) anos (Lei nº. 11.343/06, art. 30), lapso temporal já transcorrido desde a data do
fato, sem a incidência de qualquer causa suspensiva ou interruptiva da prescrição.

Daí porque, consubstanciada a prescrição, que é causa de extinção de punibilidade (CP,


art. 107, I), forçosa é a absolvição sumária do acusado por este juízo (CPP, art. 397, IV),
a implicar, também, o arquivamento dos autos, e, portanto, prejudicado o
prosseguimento do feito.

III – Do mérito

Caso não seja acolhida a preliminar de prescrição acima suscitada, o acusado reserva-se
a provar sua inocência em sede de alegações finais, pretendendo, para tanto, valer-se de
todas as provas em direito admitidas.

IV – Dos pedidos

Ante o exposto, requer, preliminarmente, a absolvição sumária do acusado, em virtude


da extinção da punibilidade pela prescrição

Eventualmente não concedido o pleito acima, protesta o acusado, desde já, por todos os
meios de provas admitidas em direito, notadamente pela oitiva das testemunhas, cujo rol
segue anexo, e que, devidamente intimadas, comparecerão às audiências que forem
designadas.

Nestes termos, pede deferimento.

Caratinga, 4 de maio de 2016.

ADVOGADO

OAB/MG (…)

DEFESA PRELIMINAR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 9ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS- MG

Processo nº. _________/_______

JOSIANE ..., nacionalidade..., estado civil..., funcionária pública, portadora do


documento de Identidade RG nº..., devidamente e inscrito no CPF sob o nº..., endereço
eletrônico..., domiciliado na Rua/Avenida..., nº..., bairro..., Cidade Belo Horizonte,
Estado de Minas Gerias / UF: MG, por seu advogado e bastante procurador, “in fine”
assinado (Instrumento de Procuração com poderes especiais em anexo Nome...,
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº.../UF, endereço
eletrônico..., com escritório na... Rua/Avenida..., nº..., bairro..., Cidade..., Estado... /
UF..., conforme instrumento de mandato com poderes especiais em anexo/ou acostado
(doc...), por seu advogado que a esta subscreva (procuração anexa), vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA PRELIMINAR,
com fundamento no art. 514 do CPP - Código de Processo Penal, ante os fatos e
fundamentos a seguir exposto:

I – DOS FATOS

Consta dos autos que a acusada é funcionária pública, de uma agência da Caixa
Econômica Federal, localizada em Belo Horizonte/MG.

No dia 08 de julho de 2018, teria a acusada, cadastrado sem autorização da correntista


Margarida de Souza, senha bancária referente à conta da referida cliente.

Ato seguinte, Josiane teria requisitado cartão magnético de nº 6031029182091 e, a partir


da senha cadastrada anteriormente, efetuado diversos saques, entre julho e agosto do
ano corrente.

Surpreendida com a ocorrência de diversos saques desconhecidos e irregulares de sua


conta bancária. Margarida então compareceu a Agencia da Caixa Econômica Federal de
Belo Horizonte/MG e, diante do diretor-geral, Sr. Valdemar, requereu que a situação
fosse esclarecida, tendo em vista que nunca teria requisitado qualquer cartão magnético
naquela agencia. Além disso, informou que os diversos saques efetuados de sua conta
bancária ocorreram em terminais eletrônicos sequer conhecidos por ela.

De prontidão, o Sr. Valdemar instaurou procedimento administrativo para se apurar o


ocorrido. Neste procedimento foram analisados diversos relatórios dos computadores da
agencia (referentes aos meses de julho e agosto) e ouvidas testemunhas que trabalhavam
no mesmo local de Josiane.

Segundo as conclusões do procedimento administrativo, Josiane, no dia 08 de julho de


2018, teria chegado antes do inicio do expediente bancário, às 08h:30min, e por meio de
sua matrícula e senha, efetuado às 09:00 (início do expediente), o comando de
cadastramento de senha bancária referente à conta de Margarida.

Soma-se a este fato outro relevante ponto esclarecido pelos relatórios: o cartão
magnético também havia sido requisitado através da matrícula e senha de Josiane. Só
que com data anterior ao cadastramento da senha.

Em razão disso, o Ministério Público Federal a denunciou pela prática do crime de


peculato, com fundamento no art. 312, caput, do CP Art. 312 - Apropriar-se o
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

II – DO DIREITO
Ainda segundo o MPF, a materialidade do delito restaria caracterizada pelo uso
indevido do acesso e senha para requisitar cartão magnético e cadastrar senha bancária
da conta de cliente, sem a anuência desta. E isso comprovado, de acordo pelo MPF, pelo
relatório emitido pela Caixa Econômica Federal.

Entretanto, Excelência, a denúncia não merece prosperar tendo em vista que não existe
nos autos elementos comprobatório de que a mesma tenha concorrido na pratica
delituosa, somente fatos apurados em processo administrativo;

Embora, de fato, haja relatório emitido pela Caixa Econômica Federal, e que
supostamente fora praticado crime pela funcionária pública em desfavor da Empresa
Pública, esta não procede, pois não foi comprovada a conduta delituosa da agente visto
que a Acusação se baseou totalmente em processo administrativo pelo Banco sem
nenhum outro elemento ou prova de que a mesma tenha praticado tal ato, isto é, saques
de valores da conta da correntista Margarida de Souza.

{C}1.    Com base no Art. 514 do CPP.

Quanto aos princípios do contraditório e da ampla defesa, art. 5º, inciso LV, da CF/88,


diz que se aplica aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados
em geral. No art. 514 do CPP, embora ainda não tenha havido o recebimento da
denúncia, já há acusação formal, e, portanto, já há o direito ao contraditório e à ampla
defesa

De acordo com o entendimento já consolidado nos Tribunais Superiores, o denominado


Tema do art. 514, do Código de Processo Penal já foi sumulado pelo STJ, diante da
polêmica que o envolve.

Diante da polêmica que o envolve, foi sumulado pelo STJ. Trata-se da súmula de nº. 30,
segundo a qual "é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514,
do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial".

Nos diversos julgados que originaram a referida súmula o STJ decidiu que: 1º) a
resposta preliminar do art. 514 do CPP é desnecessária quando a ação penal estiver
instruída com inquérito policial, sendo necessária apenas nos casos em que a denúncia
basear-se, simplesmente, em documentos ou justificação oferecidos com a
representação [2] ; 2º) a falta de notificação do acusado para apresentação da resposta
preliminar enseja apenas nulidade relativa, dependente, portanto, de argüição em
momento oportuno e de demonstração de efetivo prejuízo para o acusado (nesse sentido:
REsp 106.491/PR , j. 10.03.97, DJ 19.05.97; Resp 203.256/SP , j. 13.03.02, DJ
05.08.02, 5ª Turma.; HC 28.814/SP , j. 26.05.04, DJ 01.07.04, 6ª Turma; HC
34.704/RJ , j. 28.09.04, DJ 01.02.05, 6ª Turma; Resp 174.290/RJ , j. 13.09.05, DJ
03.10.05, 6ª Turma; Resp 594.051/RJ , DJ 20.06.05, 5ª Turma; HC 29.574/PB , j.
17.02.04, DJ 22.03.04, 5ª Turma).

Ressalte-se que o STF, identicamente ao STJ, também entendia, até a presente decisão,
proferida pela Segunda Turma, dispensável a defesa preliminar do
art. 514 do CPP quando a denúncia estivesse instruída com inquérito policial, e que a
falta dela enseja apenas nulidade relativa. A propósito:
"A inobservância ao disposto no artigo 514 do CPP , para configurar nulidade, exige o
protesto oportuno e a demonstração de prejuízo daí decorrente quando a acusação está
supedaneada em inquérito (Precedentes do STJ e do Pretório Excelso)" (Resp.
481.974/RJ, DJ de 20.10.2003 e ainda STF, RTJ 110/601)[3].

Quanto à inobservância acarreta irregularidade processual e constitucional, ensejando,


conseqüentemente, nulidade absoluta, por ofensa aos princípios constitucionais citados.

{C}1.    Ausência de justa causa (art. 312 CP e 395,


Inciso III do CPP);

Com efeito, o Art. 312 do Código Penal, assim descreve a conduta tipificada como


peculato:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

O crime de peculato tem suas raízes remotas no direito romano, e se efetiva com a
subtração de coisas pertencentes ao Estado. Desde esta época a ação de desviar recursos
do erário público pressupõe a realização de uma conduta imoral, ainda que nem toda
imoralidade possa, por si só, caracterizar um delito. É também contrária à legalidade e
violadora do dever de probidade.

De acordo com o entendimento de Bitencourt: BITENCOURT, Cezar Roberto.

Esse é também o entendimento de Bitencourt para quem: “a eficiência do Estado está


diretamente relacionada com a credibilidade, honestidade e probidade dos seus agentes,
pois a atuação do corpo funcional reflete-se na coletividade, influenciando
decididamente na formação ético-moral e política dos cidadãos, especialmente no
conceito que fazem da organização estatal.

Provado a acusada que não cometeu crime algum, por vez, não há justa causa que
justifique o recebimento da denuncia.

Visto por este prisma, a denuncia será com certeza rejeitada conforme nos esclarece o
artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal:

“A denuncia ou queixa será rejeitada quando”:

“III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.”

Por vez, há impossibilidade jurídica quanto ao pedido condenatório. Além disso, falta
justa causa para a ação penal pela atipicidade da conduta, causa de rejeição da inicial,
com fundamento no art. 395, III, do CPP.

Portando analisando o acima exposto é concluso que não houve dolo da denunciada, a
mesma tem cumprido com suas funções, o que informa o relatório da Empresa, deve ser
minuciosamente analisado para que não paire sobre ela enorme constrangimento ilegal,
razão pela qual, neste tocante, a exordial acusatória deve ser prontamente rejeitada, nos
termos do art. 395, III, do CPP, por falta de justa causa.

Disposição do art. nº 41 do Código de Processo Penal:

“A denuncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas


circunstancias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo; a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.”

Optando Vossa Excelência pela continuidade do feito, que seja intimada as testemunhas
abaixo arroladas que deverão comparecer mediante intimação.

DO PEDIDO

Ante ao exposto e tudo que dos autos constam, verifica-se que se trata de ausência de
indícios e materialidade delitiva por parte da Acusada e dessa forma, requer:

{C}1.    Rejeição da denúncia por ausência de justa causa com fulcro no


art. 395, inciso III, do Código de Processo Penal, como medida de inteira
Justiça;

Subsidiariamente, caso a denúncia seja recebida, requer a oitiva das testemunhas ao


final arroladas.

A acusada se compromete a comparecer a todos os atos em que sua presença se fizer


necessário.

Termos em que, Pede deferimento.

Belo Horizonte – MG, 30 de agosto de 2018

Nome do Advogado...

OAB/ UF-MG nº...

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