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RESPOSTA À ACUSAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO


DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CIDADE-UF

Processo nº 00000000000
RESPOSTA À ACUSAÇÃO

[Nome Completo do Acusado]

Já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, que


lhe move a Justiça Pública, por intermédio de seu advogado que a
esta subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo
legal, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO.

Com base ..... [insira o texto] [insira o texto][insira o texto][insira o texto][insira o


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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida


a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente,
recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a


defesa começará a fluir a partir do comparecimento
pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Nos artigos 396 e 396-A do Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir
Código de Processo Penal, preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas
juntamente com as razões
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e
de fato e de direito à seguir requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído
expostas. pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1° A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts.


95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2° Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o


acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
O Ministério Público da Comarca de .., no
dia ..., ofereceu denúncia contra Fulano de
Tal, por ter este, em tese, cometido o
Consta da denúncia que, no dia ..., por
crime descrito no artigo 155*, caput, do
volta das ..., com a intenção de furtar,
Código Penal.
subtraiu de CICLANO DE TAL um ....,
aproveitando-se de um momento de
distração da Vítima, ficando com o objeto
para si.

Por conta da denúncia oferecida, o MM.


Juiz da Comarca recebeu a exordial
acusatória no dia ....... de .....,
determinando a citação do Acusado para
apresentar defesa da acusação que lhe
fora imputada.

Ocorre que no dia em questão o acusado


estava participando de uma
confraternização com seus amigos, e por
não querer eventuais interferências em
sua permanência na festa, resolve a não
levar o seu aparelho celular para o evento.
Fulano então, após um longo período se
sente mal, resolvendo antecipar sua
volta para casa. Quando de sua ida ele
atordoado, vendo o celular de mesma
marca, cor e modelo ao seu, imaginando
ser o seu, por estar atordoado, o pega e
vai para sua casa.
O acusado ao chegar em casa e perceber
que não era seu o celular, liga
imediatamente para o seu amigo e informa
o ocorrido, solicitando o modo como pode
restituir o aparelho a proprietária e se
desculpar pelo mal entendido.
O inquérito foi concluído e o promotor de justiça
da Comarca ofereceu a denúncia de fls. ..... A
denúncia foi recebida pelo juiz, que *Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
determinou a citação do réu, nos termos coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
do art. 396 do Código de Processo Penal.
multa..
PRELIMINARES

Na lição da Doutrina, a prescrição da pretensão punitiva é aquela que


"poderá ocorrer antes de a sentença penal transitar em julgado e tem como
consequência a eliminação de todos os efeitos do crime: é como se este nunca
tivesse existido.

No presente feito foi imputada ao Acusado a prática do crime de


furto simples (artigo 155, “caput”, do Código Penal), com pena máxima
cominada ao delito de 04 (quatro) ano de reclusão, o que nos remete ao prazo
prescricional de 08 (quatro) anos (art. 109, inciso IV, do Código Penal).

O artigo 109 do Código Penal é claro o tratar acerca da Prescrição


Punitiva, vejamos:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a


sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime, verificando-se:
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois
anos e não excede a quatro;

A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário no dia ...., última causa
de interrupção prescricional, e o fato criminoso ocorreu no dia ....., tendo
passado 08 (oito) anos, 10 (dez) meses e 20 (vinte) dias, ultrapassando o prazo
máximo de 08 (oito) anos, conforme prevê o art. 109, inciso IV, do Código
Penal.

Ante o exposto, com base no art. 107, inciso IV, 1.ª parte, do Código
Penal, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do estado, devendo ser
extinta a punibilidade do Acusado.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade IV -


pela prescrição, decadência ou
perempção;
MÉRITO

Erro de tipo
Conforme a doutrina, o erro é referente a essência do tipo penal,
é o falso conhecimento de um fato, se mostrando então em erro de tipo
invencível, pois diante de dada circunstância qualquer pessoa poderia ter se
equivocado e ter pego o celular conforme ocorreu com o acusado.

Nestes sentido entende Damásio:

O erro de tipo pode incidir sobre esses elementos


(elementares e circunstâncias qualificadoras). Quando
isso ocorre, tratando-se de erro essencial invencível, há
exclusão do dolo e da culpa. Suponha-se que o agente, ao
retirar-se da residência do vizinho, em vez de apanhar o
chapéu próprio, apanhe o alheio. Não responde por crime
de furto. é que o erro incidiu sobre uma elementar do
crime, qual seja, a que se refere à qualidade de ser alheia
a coisa móvel (Jesus, Damásio de Parte geral / Damásio de
Jesus ; atualização André Estefam. – Direito penal vol. 1-
37. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 409)

De modo que, não restou demonstrado pela inquirição policial


preliminar, suporte para oferecimento da denúncia, haja vista a ausência do
Animus furandi na conduta do acusado, conforme já demonstrado. Da
leitura da denúncia não há demonstração de dolo na conduta, tampouco,
culpa, mas o mero erro foi o que o parquet se utilizou para fundamentar
sua denúncia.

Frise-se que para a configuração do delito de furto não se exige


apenas a apoderação do objeto, mas como o próprio dispositivo dispõe, é
necessário o dolo na conduta, o que de modo inquestionável não houve.

Por fim, é oportuno neste momento frisar que o acusado


não ostenta quaisquer acusações criminais ou cíveis
diversas desta, “Cumpre destacar, ainda, que, havendo
adequação social ou insignificância, trata-se sempre de
caso de atipicidade, ainda que haja violência ou grave
ameaça” (Nucci, Guilherme de Souza Manual de direito
penal / Guilherme de Souza Nucci. – 16. ed. – Rio de
Janeiro: Forensse, 2020. pág 383)
Ressalta-se Excelência que o acusado estava atordoado e
imaginando ser seu o aparelho celular, o pegou por engano, pois o celular
era de mesmo modelo, marca e cor que o seu. Ademais, inexiste vontade de
subtrair o celular, pois sua intenção foi apenas de assegurar a sua
propriedade.

E nas lições de Bitencourt: “O erro relevante em Direito Penal


é aquele que vicia a vontade, causando uma falsa percepção da realidade, e
também aquele que vicia o conhecimento da ilicitude” (4Bitencourt, Cezar
Roberto Parte geral / Cezar Roberto Bitencourt. – Coleção Tratado de direito
penal volume 1 - 26. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.)

Por isso e diante de todo


exposto até aqui, resta
demonstrado o erro de tipo
essencial como colaciona
Damásio, “Há erro de tipo
essencial quando a falsa percepção
impede o sujeito de compreender a
natureza criminosa do fato”.
Jesus, Damásio de Parte geral / Damásio de Jesus ;
atualização André Estefam. – Direito penal vol. 1-
37. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 407

Por tanto Excelência, superada e demonstrado quanto ao erro


essencial e invencível, resta sua absolvição, haja vista inexistir punibilidade
quando afastada o dolo e a culpa da conduta, conforme sedimentado
entendimento doutrinário.
Ausência de Justa Causa

Preliminarmente a peça acusatória não merece prosperar em


relação ao fato, pois há flagrante ausência de justa causa para o
prosseguimento da ação penal ajuizada pela sua notória insuficiência de
provas.
Isso porque o parquet apresentou denúncia em face do
acusado, por ter praticado em tese o delito de furto, art. 155 caput.
Todavia, sequer na exordial fica demonstrado a intenção na conduta do
agente, apenas se verifica pelo conjunto probatório juntado aos autos, o
erro na conduta do agente.

Sobre isso, a doutrina trata sobre a justa causa, vejamos então a lição do
autor Afrânio Silva Jardim:

“Julgamos que a justa causa funciona como uma verdadeira condição para o
exercício da ação penal condenatória. Na verdade, levando em linha de conta
que a simples instauração do processo penal já atinge o chamado status
dignitatis do réu, o legislador exige do autor o preenchimento de mais uma
condição para se invocar legitimamente a tutela jurisdicional. Assim, impõe-se
que a denúncia ou a queixa venha acompanhada do inquérito policial ou das
peças de informação, conforme se depreende dos arts. 39, § 5o, e 46, § 1º,
todos do Código de Processo Penal”. (Editora Forense, p. 97)

PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa:

a) Que seja absolvido sumariamente do delito descrito no art. 155


caput, com base no art. 397, II, III do Código de Processo Penal;
Apenas por cautela, caso não seja acolhida a tese acima, o que não se
espera, requer que:

• b) Seja rejeitada a denúncia em relação ao delito, conforme o


art. 395, III, do CPP, em razão da ausência de justa causa
para prosseguimento da ação penal; OU

• c) Seja rejeitada a Denúncia com decretação da concessão


da suspensão condicional do processo, com fulcro no art.
89, da lei nº 9.099/95;

Enfim, em não sendo acolhidos os pedidos acima elaborados,


requer sejam intimadas as testemunhas ao final arroladas, para que sejam
estas ouvidas na audiência de instrução e julgamento.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Cidade, Mês e Ano

[NOME DO ADVOGADO]
OAB/UF 000.000

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