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Antônia Tavares Corrêa Gonzaga

Advogada OAB/AM: 4.244

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE MANAUS – AMAZONAS.

“ A A”
“ A”
“ A A A Œ ”
“ A A P A ”
"FIAT JUSTITIA, NE PEREAT MUNDUS”.

RÉGINA MARIA MARTINS DE QUEIROZ, brasileira, maior, casada, servidora


pública estadual, portadora do RG nº. 0588371-7 SSP/AM, inscrita no CPF sob o nº. 135.404.752-49, residente e
domiciliada à Av. Desembargador João Machado, nº 1519A, Bairro: Alvorada 1, CEP: 69.044-000, nesta cidade de
Manaus-AM, por sua procuradora infra-assinada com instrumento de mandato anexo, e, com escritório situado
nesta cidade, com endereço constante no rodapé da inicial, onde recebe intimações e avisos, vem à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso XXXII da CF c/c artigos 186 e 927 do Código Civil, artigo 6°,
inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor e, bem como no artigo 54 da Lei nº 9.099/95, propor a presente,

AÇÃO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

Em face de BANCO BRADESCO S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº
60.746.948/0001-12, com sede no núcleo Administrativo denominado Cidade de Deus, s/n, Vila Yara, 4º andar, na
Cidade de Osasco – São Paulo – CEP 06029-900, e AMASEP - ASSOCIACAO MUTUA DE ASSISTENCIA AOS
SERVIDORES PUBLICOS, inscrito no CNPJ sob o nº 05.421.635/0001-86, Rua dos Goitacazes 71, 3º andar, Sala
312 , Bairro: Centro, Belo Horizonte, MG CEP 30190-050, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Rua Venceslau Brás, nº. 150 - Bairro Dom Pedro - CEP: 69.040-200 - Manaus - Amazonas
Tels: (92) 99310-8750 / (92) 98117-8942 Email: antonia.juridico01@hotmail.com
Antônia Tavares Corrêa Gonzaga
Advogada OAB/AM: 4.244

I – PRELIMINARMENTE: DA DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS

1. Com espeque no art. 425 do NCPC vem a patrona da requerente declarar que todos os documentos
juntados a presente exordial, que eventualmente encontrarem-se em cópias simples, são documentos que
conferem com seus respectivos originais.

II – DOS FATOS

1. A requerente é servidora pública estadual há alguns anos e mantém uma conta bancária (Conta: 65761-1,
Ag: 3726) com a primeira requerida, na qual, recebe seu salário e demais proventos.

2. A autora no dia 09/03/2017, ao se dirigir à agência bancária da primeira requerida, situada no Bairro
Alvorada I, nesta cidade de Manaus-AM, ao retirar seu extrato bancário percebeu alguns descontos que
estavam sendo realizados indevidamente em favor da segunda requerida.

3. A autora buscou esclarecimentos com funcionários da primeira requerida, porém, nada foi resolvido.

4. A Requerente, indignada com a constatação do desconto que reputa ilegal e indevido, buscou auxílio
jurídico para informar-se sobre seus direitos, pois, não reconhece a contratação de qualquer serviço junto a
segunda requerida. Ademais Excelência, onde fica o principio da boa-fé objetiva que deve reger as
relações contratuais? O dever de informação que é de crucial importância no fito de se evitar que o
consumidor seja prejudicado?

5. Para a ordem jurídica não importa seja R$ 0,10 ou R$ 1.000,00. O que se questiona é a violação do direito
de um consumidor que figura na relação consumerista como parte vulnerável e hipossuficiente, merecendo
maior atenção e a presença do Estado como garantidor do direito violado.

6. Abaixo na tabela está discriminada a data dos descontos indevidamente realizados na conta bancária da
requerente, que constituem objeto de ressarcimento à mesma, já que ilegais, ante a ausência de
contratação in verbis:

MESES E ANO Valor em moeda corrente R$


29/12/2016 R$ 22,00 (vinte e dois reais)
24/02/2017 R$ 22,00 (vinte e dois reais)
TOTAL DOS VALORES
R$ 44,00 (QUARENTA E QUATRO REAIS)
PAGOS INDEVIDAMENTE

III – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Excelência, a autora buscou inicialmente resolver seu problema da forma mais amigável possível, dentro da
esfera administrativa. Ocorre que até a presente data nada foi resolvido, vejamos os dispositivos
Constitucionais e Infraconstitucionais que ampara o direito da mesma.

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DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

1. O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) dispõe:

Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor,


de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios (sem grifo, no original): (Redação
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995):
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de
consumo (sem grifo, no original);
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o
consumidor (sem grifo, no original):
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de
consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre
consumidores e fornecedores (sem grifo, no original);
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos
seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo (sem
grifo, no original);
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de
qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado
de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e
criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que
possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas


no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações
(sem grifo, no original);
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem (sem grifo, no original); (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) ;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços (sem grifo, no original);
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas (sem grifo, no original);
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos (sem grifo, no original);
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve
ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de


tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
costumes e equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos

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relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes


ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (sem grifo, no original).

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele


pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as
quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem


impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 1º - A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º - São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para
os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que
não atendam às normas regulamentares de prestabilidade.

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação


dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo


expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou


atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas
seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu
fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.

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Art. 34 – O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos


atos de seus prepostos ou representantes autônomos.

Art. 36 – A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e
imediatamente, a identifique como tal.
§ único – o fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços,
manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados,
os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à
mensagem.

Art. 37 – É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.


§ 1.º É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade,
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados
sobre produtos e serviços.

§ 2.º (omissis).

§ 3.º Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por


omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto
ou serviço.

§ 4.º (Vetado).

Art. 38 – O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação


publicitária cabe a quem as patrocina.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas


abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994):
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de
conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço (sem grifo,
no original);

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IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,


tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços (sem grifo, no
original);
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva (sem grifo, no original);
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as
decorrentes de práticas anteriores entre as partes (sem grifo, no
original);
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado
pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

X - (Vetado).
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de
23.11.1999
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
23.11.1999)
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou
entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III,
equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de
pagamento.

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor


orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e

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equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as


datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade
pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os
contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação
das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não
previstos no orçamento prévio.

Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de


controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites
oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha,
o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis (sem grifo, no
original).

Art. 47 – As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao


consumidor (sem grifo, no original).

DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 66 – Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a


natureza, características, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,
preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1°- Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2° - Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67 – Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou


moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que
exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho,
descanso ou lazer (sem grifo, no original):
Pena: Detenção de três meses a um ano e multa.

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Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de
calamidade (sem grifo, no original);
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos (sem grifo, no original):
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima (sem grifo, no original);
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta
anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou
quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

1. Adotando essa prática, o Requerido desrespeitou o Código de Defesa do Consumidor e demais Princípios
Constitucionais e Infra-Constitucionais.

DO DANO MORAL E OBRIGAÇÃO EM INDENIZAR

2. Considerando os fatos aqui narrados, é imperioso que haja uma punição ao requerido, pela desídia, pela
falta de cuidado, falta de respeito pela Lei Federal de Defesa do Consumidor e completo descaso para com
seus erros e especialmente para seus clientes, de modo que seja coibida tal atitude por parte da
demandada.

3. O Des. Pinheiro Lago, na ocasião do julgamento da apelação Cível n. 90.681/8, no TJMG, com muita
propriedade asseverou em seu voto que

"não se pode perder de vista que o ressarcimento por dano moral não objetiva
somente compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo
comportamento do outro, mas também, SOBRE OUTRA ÓTICA, PUNIR O
INFRATOR, ATRAVÉS DA IMPOSIÇÃO DE SANÇÃO DE NATUREZA ECONÔMICA,
EM BENEFÍCIO DA VÍTIMA, PELA OFENSA À ORDEM JURÍDICA ALHEIA." (Destaque
nosso).
O Professor Yussef Said Cahali, com a sua peculiar clareza, ensina-nos que dano
moral" é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na
vida do homem e que são a paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade
individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais
sagrados afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social
do patrimônio moral (honra, reputação, etc.) e dano que molesta a parte afetiva
do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca
direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano
moral puro (dor, tristeza, etc.)" 1 CAHALI, Yussef Said, Dano moral, 2ª ed., São
Paulo, Revista dos Tribunais, 1998, 20.

Oportuno transcrever ensinamentos pertinentes à elucidação do caso:

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Cí ero Ca argo Silva, e artigo i titulado Aspe tos Releva tes do Da o


Moral , pu li ado a o ra Da o Moral e sua Qua tifi ação , 3ª Ed. –
2005, fala-nos da dificuldade em provar o dano e o porquê da sistemática
adotada pelo ordenamento jurídico pátrio, assim lecionando: Parte-se da
premissa de que consistiria mister inatingível carrear aos autos de um processo
provas materiais das diminuições que afrontaram a honra da vítima, enfim,
seria impossível amealhar aos autos lágrimas e sofrimentos sob a forma de
prova documental.

CLAYTON REIS (Avaliação do Dano Moral, 1998, Forense), em suas conclusões,


assevera que: Deve ser levado em conta o grau de compreensão das pessoas
sobre os seus direitos e obrigações, pois quanto maior, maior será a sua
responsabilidade no cometimento de atos ilícitos e, por dedução lógica, maior
será o grau de apenamento quando ele romper com o equilíbrio necessário na
condução de sua vida social. Dentro do preceito do in dubio pro creditori
consubstanciada na norma do art. 948 do Código Civil Brasileiro, o importante é
que o lesado, a principal parte do processo indenizatório seja integralmente
satisfeito, de forma que a compensação corresponda ao seu direito maculado
pela ação lesiva. Segundo o Prof. Humberto Teodoro Junior, entende-se por
dano para fins de responsabilidade civil, a redução ou subtração de um bem
jurídico, que pode afetar o patrimônio do ofendido, ou sua personalidade
(honra, imagem, integridade física, liberdade, etc).

Nesse sentido, calha à hipótese a transcrição do Acórdão n.º 476.428/SC, por


meio do qual a ministra Relatora Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça
– STJ apresenta, de forma extremamente didática, a definição de relação de
consumo. Confira-se:
Direito do Co su idor. Recurso especial. Co ceito de co su idor. Critério
subjetivo ou finalista. Mitigação. Pessoa Jurídica. Excepcionalidade.
Vulnerabilidade. Constatação na hipótese dos autos. Prática abusiva. Oferta
inadequada. Característica, quantidade e composição do produto. Equiparação
(art. 29). Decadência. Inexistência. Relação jurídica sob a premissa de tratos
sucessivos. Renovação do compromisso. Vício oculto.
- A relação jurídica qualificada por ser "de consumo" não se caracteriza pela
presença de pessoa física ou jurídica em seus pólos, mas pela presença de uma
parte vulnerável de um lado (consumidor), e de um fornecedor, de outro.
- Mesmo nas relações entre pessoas jurídicas, se da análise da hipótese concreta
decorrer inegável vulnerabilidade entre a pessoa-jurídica consumidora e a
fornecedora, deve-se aplicar o CDC na busca do equilíbrio entre as partes. Ao
consagrar o critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a
jurisprudência deste STJ também reconhece a necessidade de, em situações
específicas, abrandar o rigor do critério subjetivo do conceito de consumidor, para
admitir a aplicabilidade do CDC nas relações entre fornecedores e consumidores-
empresários em que fique evidenciada a relação de consumo.

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- São equiparáveis a consumidor todas as pessoas, determináveis ou não, expostas


às práticas comerciais abusivas.
- Não se conhece de matéria levantada em sede de embargos de declaração, fora
dos limites da lide (inovação recursal). Recurso especial não conhecido . (grifos
lançados).

Nesse mesmo sentido, João Batista de Almeida leciona que:


“H estreita relação co o direito segura ça, pois, se o co su idor te o
direito de consumir produtos e serviços eficientes e seguros, é intuitivo que deve
ser ele informado adequadamente acerca do consumo dos produtos e serviços,
notadamente no que se refere à especificação correta de quantidade,
característica, composição, qualidade e preço, bem como riscos que apresentam".
Desse modo, pode-se dizer que a informação tem o relevante papel de evitar que
o consumidor, considerando o seu déficit informacional, se aventure no mercado
de consumo, sem, no entanto, ter a exata dimensão e especificação das
características do produto ou serviço que almeja adquirir ou contratar.

O STJ – Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento sobre a incidência do CDC –


Código de Defesa do Consumidor nas relações de consumo com instituições financeiras in verbis:

Sú ula 29 : O Código de Defesa do Co su idor apli vel s i stituições


fi a eiras .

Sú ula 44 : A de ad ia do art. 2 do CDC o apli vel prestaç o de


contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos
bancários.

Sú ula 4 9: As i stituições fi a eiras respo de o jetiva e te pelos danos


gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros
o ito de operações a rias .

Vejamos Excelência, alguns julgados dos Egrégios Tribunais Pátrios no tocante à matéria ora em
apreciação:

"O CDC é norma de ordem pública, que se aplica a todas as relações de consumo,
mesmo quando a atividade tenha legislação específica, como ocorre com a
incorporação, o parcelamento do solo, o contrato bancário, pois em todas elas,
guardadas as peculiaridades de cada caso, incidem os princípios do CDC sobre
abusividade, boa-fé, direito de informação, etc. Não é admissível que apenas por
constituir um ramo diferenciado da atividade econômica, quer na incorporação, no
financiamento ou no loteamento, sejam permitidas a cláusula abusiva, a má-fé, a
ocultação da verdade, etc. Na realidade, o CDC tem aplicação horizontal, recaindo
sua incidência sempre que caracterizada a relação de consumo, que por ele fica

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atingido. Mas não só nesses casos, assim como enumerados nos seus primeiros
artigos, mas também quando o contratante participa de relação obrigacional em que
comparece com sensível desvantagem e é submetido a práticas abusivas, na forma
do art.29 do CDC." (AgRg no REsp 200385 SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE
AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 28/05/2002, DJ 26/08/2002, p. 223)

"Os bancos, como prestadores de serviços especialmente contemplados no art. 3º, §


2º, estão submetidos às disposições do Código de Defesa do Consumidor. A
circunstância de o usuário dispor do bem recebido através de operação bancária,
transferindo-o a terceiros, em pagamento de outros bens ou serviços, não o
descaracteriza como consumidor final dos serviços prestados pela instituição. [...] A
confissão de dívida refere-se a operações de crédito anteriormente efetuadas entre
as partes, caracterizando, dessa forma, a relação de consumo. Isso porque a
entidade bancária que firma contrato de financiamento, empréstimos e operações de
crédito confessadas, recebe em retribuição encargos financeiros incidentes sobre os
valores negociados, prestando um serviço àqueles que os procuram, independente o
fato do produto recebido - dinheiro - destinar-se a satisfazer as necessidades do
consumidor, porque inerente sua condição de bem consumível. Ademais, o CDC,
para os efeitos da proteção ali estabelecida, conceituou diversos tipos de
consumidores que não podem ser qualificados como destinatários finais, como se
infere da análise dos arts. 2º, parágrafo único, 17 e 29, o que advém da própria
complexidade das matérias ali tratadas, que envolvem responsabilidade civil,
publicidade e cláusulas contratuais abusivas. Consumidor, portanto, não é apenas
aquele que adquire ou utiliza produtos ou serviços, mas todas as pessoas 'expostas
às práticas', previstas nessa legislação específica." (REsp 190860 MG, Rel. Ministro
WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/11/2000, DJ 18/12/2000, p.
183)

Processo
AgRg no AgRg no REsp 1499262 / DF
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2014/0123056-5
Relator(a)

Ministro MOURA RIBEIRO (1156)

Órgão Julgador

T3 - TERCEIRA TURMA

Data do Julgamento

27/04/2017

Data da Publicação/Fonte

DJe 16/05/2017

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Ementa

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/73. DESCONTO INDEVIDO. DANOS
MORAIS. REVISÃO. PRETENSÃO RECURSAL QUE ENVOLVE O REEXAME DE
PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO.
1. Inaplicáveis as disposições do NCPC a este julgamento ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 2 aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos
interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de
março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele
prevista, com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
2. A alteração das conclusões do acórdão recorrido exige reapreciação do acervo fático-
probatório da demanda, o que faz incidir o óbice da Súmula nº 7 do STJ.
3. Agravo regimental não provido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Senhores Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, em negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco
Aurélio Bellizze (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedida a Sra. Ministra Nancy Andrighi.

Informações Adicionais

"[...] a jurisprudência desta Corte, com base no art. 258, § 2º, de seu Regimento
Interno, é firme no sentido de ser irrecorrível a decisão de relator que dá provimento a
agravo para determinar sua conversão em recurso especial".
É cabível a indenização por danos morais na hipótese de desconto realizado por
instituição bancária em conta corrente de cliente sem a devida autorização. Isso
porque o dano moral não depende de comprovação ou de inscrição nos cadastros
de inadimplentes, pois o dano se caracteriza 'in re ipsa', sendo, portanto,
presumível. (grifamos)

Referência Legislativa

LEG:FED RGI:****** ANO:1989


***** RISTJ-89 REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
ART:00258 PAR:00002

LEG:FED SUM:****** ANO:****


***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
SUM:000007
TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI
000622034201481600560 PR 0006220-34.2014.8.16.0056/0 (Acórdão) (TJ-PR)
Data de publicação: 29/06/2015

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Ementa: RECURSO INOMINADO ? AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS ? DESCONTOS INDEVIDOS EM
CONTA BANCÁRIA DECORRENTES DE SEGURO NÃO CONTRATADO ? AUSÊNCIA
DE PROVA DE CONTRATAÇÃO ? FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
CARACTERIZADA ? RESPONSABILIDADE OBJETIVA ? DESCASO E DESRESPEITO
AO CONSUMIDOR - DANO MORAL CARACTERIZADO ? ENUNCIADO 1.8 TRR/PR ?
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. : Diante do exposto, resolve esta Turma
Recursal, por unanimidade de votos, CONHECER E DAR PROVIMENTO ao recurso
nos termos do vot (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0006220-34.2014.8.16.0056/0 - Cambé -
Rel.: Rafael Luis Brasileiro Kanayama - - J. 26.06.2015)

TJ-RS - Recurso Cível 71005547773 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 31/08/2015
Ementa: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO.
COBRANÇA E INSCRIÇÃO INDEVIDA. INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO. DANO MORAL
IN RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. RECURSO DESPROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71005547773, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Roberto Arriada Lorea, Julgado em 27/08/2015).

TJ-RJ - APELACAO APL 03999565420138190001 RJ 0399956-54.2013.8.19.0001 (TJ-


RJ)
Data de publicação: 14/04/2014
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. SEGURO NÃOCONTRATADO PELO
CLIENTE BANCÁRIO. RELAÇÃO DE CONSUMO. SUMULA 297 DO STJ.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA MATÉRIA DAS CÂMARAS
ESPECIALIZADAS EM DIREITO DO CONSUMIDOR. As relações bancárias, financeiras
e de crédito submetem-se às normas do Código de Defesa do Consumidor, a teor do
disposto no seu art. 3º, § 2º. Aplicação do verbete da Súmula 297 do STJ. Descontos
da conta poupança da parte autora decorrente de contrato de seguro não celebrado
com o cliente. Evidente relação de consumo. . A partir de 02.09.2013, os recursos
interpostos nas ações que envolvam relação de consumo são da competência das
Câmaras especializadas em direito do consumidor, criadas com a edição da Lei
6.375/2012. Declínio de competência para uma das Câmaras especializadas.

TJ-RJ - RECURSO INOMINADO RI 00084625820128190021 RJ 0008462-


58.2012.8.19.0021 (TJ-RJ)
Data de publicação: 07/06/2013
Ementa: Trata-se de relação de consumo, sendo aplicável o Código de Defesa do
Consumidor. Inverto o ônus da prova, na forma do artigo 6º, VIII do CDC, em razão da
verossimilhança das alegações do recorrente. Trata-se de cobrança de seguro
indevida. Ausência de anuência expressa do recorrente quanto a incidência da
cobrança em questão. O fato de haver previsão contratual, não significa que o
recorrente foi devidamente informado. Direito básico do consumidor à informação
(CDC, art. 6º, III). Restituição do valor pago que se impõe, porém, na forma simples,
eis que não caracterizada a má - fé, o que é imprescindível segundo entendimento

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firmado pelo STJ. Dano moral, entretanto, não configurado por se tratar de mera
questão patrimonial. Incidência da súmula 75 do TJ RJ. Ante o exposto, conheço do
recurso e dou-lhe parcial provimento para determinar que o recorrido restitua ao
recorrente o montante de R$ 228,39 na forma simples, corrigido monetariamente a
contar do desembolso e com juros de mora de 1% a contar a citação. Sem ônus
sucumbenciais.

TJ-RJ - RECURSO INOMINADO RI 01735054420118190001 RJ 0173505-


44.2011.8.19.0001 (TJ-RJ)
Data de publicação: 14/05/2012
Ementa: a informação clara sobre os serviços, a proteção contra métodos abusivos,
reparação de danos e inversão do ônus da prova. Imperioso reconhecer nesses
casos o abuso de direito pelo excesso praticado, violando o recorrido com a sua
conduta os princípios basilares da boa-fé, lealdade e transparência. Obrigações
iníquas ou abusivas e que são destoantes da equidade e boa-fé, não devem ser
suportadas. Deste modo a ilicitude da cobrança que deriva da antinomia com o
sistema de proteção do consumidor. Prática vedada nos incisos III, IV, V, X e XI do
CDC. Restituição que constitui corolário da cobrança indevida. Nesse sentido a
jurisprudência do Tribunal e das Turmas Recursais: RITO SUMÁRIO. OBRIGAÇÃO DE
FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO. DESCONTOS A TÍTULO DE "ADIANT.
DEPOSITANTE", "PIC PRIMAVERA", "SEGURO CRED. ITAÚ", "PRÊMIO VIDA EDUC.",
"SEGURO RESIDÊNCIA" E "RENOVAÇÃO CADASTRO" REALIZADOS EM CONTA-
CORRENTE. COBRANÇAS RELATIVAS A SEGURO E TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
QUE DEPENDEM DE PRÉVIA ADESÃO DO CLIENTE AOS SERVIÇOS. TARIFAS DE
ADIANTAMENTO AO DEPOSITANTE E DE RENOVAÇÃO DE CADASTRO QUE SE
REVELAM ABUSIVAS. INOCORRÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL. RESTITUIÇÃO
EM DOBRO DOS VALORES DESCONTADOS A TAL TÍTULO. DANO
MORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS (0233408-
78.2009.8.19.0001 - APELACAO - 1ª Ementa, DES. ANDRE ANDRADE - Julgamento:
11/08/2010 SETIMA CAMARA CIVEL) SEGUNDA TURMA RECURSAL Recurso:
0001566-22.2009.8.19.0001 Recorrente: Banco Itaú S.A. Recorrido: Adam do Couto
Souza VOTO Não há razão para considerar que a apresentação de
extratos bancários da conta do recorrido implique em quebra do sigilo bancário. Com
efeito, trata-se apenas de demonstração de cobranças feitas na conta, sendo certo
que ao ingressar com a ação e questionar cobranças feitas em sua conta, o recorrido
tinha ciência de que a recorrente poderia trazer aos autos extratos que indicassem os
descontos feitos. Note-se que o recorrido, em momento algum, alega que tal situação
implicaria em quebra...

A Responsabilidade pelo fato do Produto e do Serviço

1. A matéria está regulamentada a partir do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, quando passa a
versar sobre a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. Torna-se evidente o anúncio de um
princípio básico do nosso código, que é o da responsabilidade objetiva, ou seja, da responsabilidade pelo
risco da atividade econômica. Vejamos alguns dispositivos constantes do Código de Defesa do Consumidor
que tratam do tema:

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“Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador respondem,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre utilização ou
riscos.”

“Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

2. A expressão independentemente da existência de culpa, deixa clara a opção do legislador pela chamada
responsabilidade objetiva, o fornecedor estará obrigado a reparar os danos causados ao consumidor
decorrentes de produtos ou serviços colocados no mercado de consumo, salvo se demonstrar:

“ a) que não colocou o produto no mercado; b) a inexistência de qualquer dano; c) a ocorrência de culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro, (parágrafo 3° dos arts. 12° e 14º).”

3. A Constituição Federal em seu artigo 5º, incisos V e X prevê a indenização por danos morais, in verbis:
“Artigo 5º - (...)

V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem; (sem grifo, no original)

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”

4. O Código Civil Brasileiro em seus artigos 186 e 927 embasa sua pretensão em plena consonância com a
nossa Carta Magna:

“Artigo 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Artigo 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo Único – haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.”

5. É pacifica a ideia de que a vítima de uma ofensa a seu direito e seus interesses receberá reparação por parte
do ofensor. (cf. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997
p. 13).
DO CARÁTER DESESTIMULANTE E PUNITIVO – PUNITIVE DAMAGE – EXEMPLARY DAMAGE.

6. Vigentes os altos mandamentos da Constituição Federal, tornou-se expresso e incontestável no


ordenamento jurídico brasileiro o direito a indenização por danos morais.

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7. A cartilha da doutrina do "punitive damage" é simples e bastante eficaz. Segundo suas letras, o causador do
injusto, dos danos materiais e especialmente morais, tem de ser efetivamente punido. A título de punição ou
a título exemplar, a "exemplary damage", o fato é que o causador do dano não pode passar impune por sua
conduta ilícita.

8. Pune-se com rigor o causador do dano, sendo esta punição, aquilatada em dinheiro, diretamente voltada à
vítima (nada mais justo, de sublinhar). Em alguns casos, além da vítima, instituições de caridade podem ser
premiadas com a punição do ofensor.

9. Nunca é demais repetir: à vítima, a compensação nasce da condenação do ofensor, já que a moral, a honra
e a intimidade da pessoa são bens imateriais, que não são passíveis de valoração econômica. Não
obstante, para que a condenação do ofensor tenha algum valor jurídico, é mister que a indenização seja
fixada em valor respeitável, elevado mesmo, para que o ofensor sinta, concretamente, os efeitos do injusto,
tendo sua punição, também, natureza exemplar ("exemplary damage").
10. Desnecessário dizer que o apregoado critério punitivo não poderá deixar de considerar a fortuna
patrimonial do ofensor. Quanto maior esta for, maior deverá ser a indenização, para que esta possa
surtir algum efeito prático. Indenizações de pequena monta não constituem punição alguma ao ofensor
abastado.

Com o fenômeno da "exemplary damage", a indenização por dano moral também atende o fim social de que trata a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma vez que, supostamente, influenciará os demais membros da
sociedade a não praticarem eventos danosos similares aos cometidos pelo ofensor e devidamente punidos pelo
Estado-juiz.

11. E nem se diga, com críticas, a eventual e, alegadamente imoral, compensação financeira da vítima, ou,
como preferem alguns, o enriquecimento da vítima. Ora, se este eventual enriquecimento ocorrer nada mais
será do que mero desdobramento da punição do ofensor, algo, portanto, perfeitamente justo.

12. Mesmo que se queira emprestar a natureza compensatória ao dano moral, esta só poderá existir se não
excluir a natureza punitiva, tendo-se em conta que o acrescimento patrimonial do ofendido não será
exatamente uma compensação, mas o exercício pleno da Justiça.

13. Posto isto, defende-se a introdução do "punitive damage" no sistema jurídico brasileiro, reclamando
do Estado-juiz mais seriedade e compromisso no tratamento da avaliação do dano moral,
revestindo-o com o manto do aspecto punitivo, a fim de que se tenha promovida a Justiça e,
exemplarmente, edificada uma luta pela cidadania, que começa, sempre, pelo respeito a moral, honra
e dignidade das pessoas.

14. Por analogia, através de mecanismos do Direito comparado ou, ainda, pela aplicação sistêmica do
ordenamento jurídico pátrio (começando pelo Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, insculpido no
artigo 1º, III, da Constituição Federal), há de ser feita profunda reflexão sobre o tema, tendo-se por certo,
firme e valioso o sentimento de que o Direito serve para a busca incessante da Justiça.

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IV – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) A procedência do pedido, com a citação da Requerida por correspondência com AR, na forma do art. 18, da
Lei nº. 9.099/95, para sob pena de revelia, comparecer à audiência pré-designada, a fim de responder à
proposta de conciliação, ou apresentar defesa, oferecendo provas.

b) A inversão do ônus da Prova de acordo com o CDC e Julgamento antecipado da lide.

c) Que seja julgada procedente a presente ação.

d) Que seja a Requerida condenada ao final:

 A repetição do indébito, pela cobrança indevida, no valor de R$ 44,00 (quarenta e quatro reais),
aplicando o disposto no parágrafo único do art. 42 do CDC, totalizando R$ 88,00 (oitenta e
oito reais) a ser pago à autora a título de dano material.

 Seja declarado nulo de pleno direito a cobrança em favor da segunda requerida - AMASEP.

 A reparação moral seja fixada pelo (a) MM Juiz (a), o valor SUGERIDO de - R$ 15.000,00
(quinze mil reais), ou outro, desde que a quantia atribuída esteja dentro da alçada dos JECS
e surta o efeito pedagógico COMPENSATÓRIO E PUNITIVO (PUNITIVE DAMAGE e
EXEMPLARY DAMAGE), adotados pelo Brasil, aquele efeito que sirva como DESESTÍMULO
para que fatos da mesma natureza não voltem a incidir.

e) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas no Direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para efeitos fiscais.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Manaus, 17 de julho de 2017.

__________________________________________ __________________________________________
Antônia Tavares Corrêa Gonzaga Matheus Cavalcante da Silva
Advogada OAB/AM nº. 4.244 Acadêmico de Direito - Estagiário

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