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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA DO
TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE MARICÁ/RJ.

Processo nº...

Rômulo, já devidamente qualificado nos autos da presente


ação penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art. 581, inc. IV, da
Legislação Adjetiva Penal, interpor, tempestivamente (CPP, art. 593, caput), o
presente

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


Nesse Sentido, requer que seja recebido o presente recurso e
que seja admitido o juízo de Retratação, previsto no Art. 589, do Código de
Processo Penal. Caso não seja o caso de retratação, requer que sejam
remetidos os autos para o julgamento da presente medida perante ao Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, já com as razões inclusas.
Nestes Termos,
Pede deferimento.

Local..., 16 de março de 2020.


Advogado...
OAB...
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Processo: ...
Apelante: Rômulo
Apelado: Ministério Público Estadual

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


COLENDA TURMA JULGADORA
PRECLAROS DESEMBARGADORES

1- DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Rômulo,


perante o Tribunal do Júri da Comarca de Maricá/RJ, imputando-lhe a
prática do crime previsto no artigo 121, parágrafo segundo, IV, c/c Art. 14,
II, ambosa do Código Penal, contra a vítima, esposa do denunciado, Paola,
evento esse ocorrido na data de 02 de Janeiro de 2010.

Denuncia esta feita no dia 24 de janeiro de 2020, e deste modo,


dado prosseguimento do feito, após as alegações finais o Juiz de Direito
pronunciou o acusado nos termos da denuncia oferecida pelo Ministério
Público.

Desta feita, a defesa técnica e o denunciado foram apenas


intimados no dia 10 de março de 2020, para apresentação de defesa e das
medidas cabíveis para assegurar os direitos do ora denunciado, Rômulo.

Em termos em que se consolida em que se observa:

2- DO DIREITO
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO
O crime praticado por Rômulo, este apresentado como
recorrente, foi praticado no dia 02 de janeiro de 2010, e a denuncia oferecida
pelo Ministério Público, data-se de 24 de janeiro de 2020, diante do exposto
podemos observar um hiato de mais de 10 anos entre a data do crime e o
recebimento da denúncia, extinguindo se a persecução punitiva contra o ora
recorrente, é evidente que, os crimes que são cominados a pena máxima
privativa de liberdade superior a 12 anos, detém o prazo legal prescricional de
20 anos conforme Art. 109, I do Código Penal.
Porém ao analisarmos o momento do crime podemos evidenciar
que Rômulo possuía idade inferior a 21 anos na data do fato, para tanto, o
prazo prescricional deverá ser reduzido à metade, no que tange, 10 anos,
restando inócua a pretensão punitiva estatal, por meio do advento da
prescrição.

DA NULIDADE DA DEDCISÃO DA PRONÚNCIA


Eis que o recorrente não estava presente em sede de audiência na
primeira audiência realizada, uma vez que este não fora citado para o ato, não
podendo ter conhecimento das provas testemunhais levantadas em juízo.
O juiz declarou a não obtenção de prejuízos uma vez que sua
defesa técnica se fazia presente no julgamento, porém, este comportamento
viola as garantias constitucionais no que tange Art. 5º, IV, da CF/88, não
assegurando ao denunciado a capacidade de conhecer as provas
testemunhais e depoimentos que foram discutidas em juízo, somado ao fato
que este não compareceu a audiência por não ter sido intimado pelo Juízo
competente, tornando-se um fato prejudicial após a Pronúncia, e ainda
restando violados os direitos do Contraditório e da AMPLA defesa.
Restando também ofendido o Art. 554, III, ‘’a’’, uma vez que não foi
tomada o interrogatório do apelante, diante do nexo dos eventos descritos,
restando a anulação.

DA DESISTENCIA VOLUNTARIA
Rômulo desferiu golpes de faca nas mãos de Paola, dado instante,
se retirou do local para se acalmar, diante disso, sabendo que os golpes seriam
insuficientes para a consumação do crime, não há em que se falar em tentativa
de homicídio, pois Rômulo não possuía a intenção de retirar a vida de Paola,
dando fim, a execução antes que viesse lhe ocorrer mal maior, Aplicando-se
assim o instituto da desistência voluntária, prevista no Artigo 15, do Código
Penal.

DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DE FEMINICÍDIO


Os proventos da Lei 13.104/2015, no que tange ao crime de
Feminicídio, como já observado na redação da nomenclatura da lei, são
posteriores a data da execução do Crime, a saber, 02 de janeiro de 2010, para
tanto não deve a lei penal retroagir em desfavor do réu, com fulcro no Art. 5º,
XL, da Constituição Federal, para que esse tenha assegurado suas garantias
constitucionais parente o processo legal.

DA FRAÇÃO MÍNIMA DO CRIME TENTADO


De forma subsidiária, requer que seja aplicada a fração mínima, a
que mais diminua a pena do recorrente, em caso de conhecimento de crime
tentado, uma vez que o crime de homicídio teve sua consumação interferida
pelo próprio agente da execução.
E, mediante os direitos apresentados neste instrumento recursal,

3 – DOS PEDIDOS
a) Requer-se, portanto, seja o presente recurso
CONHECIDO e PROVIDO para o fim de Reforma da decisão da Pronúncia.
b) Seja declarada extinta a punibilidade do recorrente, pelo
advento da Prescrição da pretensão punitiva estatal, com fulcro no Art. 107, IV,
do Código Penal.
c) Que seja declarada a nulidade da Decisão de Pronuncia,
por violação ao contraditório e a ampla defesa, por ausência do acusado em
audiência, nos termos do Art. 5º, LV da CF/88.
d) O afastamento da qualificação do crime de tentativa de
homicídio para o crime de lesão corporal grave, previsto no artigo 129,
parágrafo 2, do CP, em razão da desistência voluntária do Recorrente, com
embasamento no Art.15 também do Código Penal.
e) Sejam os autos remetidos ao juízo competente, nos termos do
artigo 419, do Código Penal.
f) Que a qualificadora de feminicídio ora imputada, seja
afastada, nos termos do Art. 5º, XL, da Constituição Federal.
g) Seja aplicada a diminuição máxima da pena do crime de
homicídio tentado, em eventual sentença condenatória, prevista no artigo 14, II
do CP, eis que o crime diante do arrependimento ficou aquém da consumação.
Termos em que,

Pede e espera deferimento.


Rio de Janeiro, 15 de março de 2020.
ADVOGADO...
OAB...

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