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Processo n. ...
1. SÍNTESE FÁTICA
Com base nesses fatos foi denunciada pela prática do crime previsto no art.
155, caput, do Código Penal.
O delito imputado a Roberta, esta que não está sendo processada e nunca foi
condenada por outro crime, possui cominação mínima de um ano, o que
significa que a proposta de suspensão condicional do processo devia ter sido
oferecida pelo Ministério Público quando do oferecimento da denúncia, por ser
um dever imposto por lei. Assim, a alegação de que o crime de furto não é de
menor potencial ofensivo como justificativa para o não oferecimento da
proposta sucumbe à dicção do art. 89 da Lei 9.099/95, que prevê que caberá
ao Ministério Público oferecer a suspensão do processo quando a pena mínima
cominada ao crime imposto for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não
por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais a
primariedade do agente e a presença dos requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Dispõe o caput do art. 155 do Código Penal que pratica furto quem subtrai
coisa alheia móvel para si ou para outrem, sendo que de acordo com o
esclarecido por Roberta ela incorreu em erro em relação a uma das
elementares do tipo penal do furto, qual seja, a coisa alheia móvel, pois levou o
notebook de Cláudia para casa achando que era o seu, equívoco tal que exclui
a configuração do crime.
O art. 20 do Código Penal aduz que o erro sobre elemento constitutivo do tipo
legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei. Sabe-se que crime é todo fato típico, ilícito e culpável. O fato
típico tem como uma de suas características a conduta, sendo que esta deve
ser dolosa ou culposa a fim de que seja configurada a característica típica do
fato. Na conduta de Roberta não restou caracterizado nem o dolo nem a culpa,
sendo que o erro de tipo que ela incorreu era escusável, achava de forma
sincera que não estava praticando um crime, movida por um equívoco.
4. TESES SUBSIDIÁRIAS
Na hipótese de Vossa Excelência não se filiar com o exposto acima, a defesa
apresenta as seguintes teses subsidiárias:
A ré confessou em juízo o fato, ainda que tenha se movido por lapso. Dessa
forma, na segunda fase da dosimetria deve ser reconhecida a atenuante da
confissão, prevista no art. 65, III, d, do Código Penal, e reconhecida de igual
forma, a atenuante da menoridade relativa (art. 65, I, do Código Penal), pois à
época do fato contava com 20 anos de idade.
A pena a ser aplicada a acusada não passará de quatro anos, na conduta não
houve o emprego de violência ou grave ameaça, ela não é reincidente em
crime doloso, assim, no caso de aplicação de pena privativa de liberdade, esta
deve ser substituída por penas restritivas de direitos, pois presentes todos os
requisitos do art. 44 do Código Penal.
5. PEDIDOS
Requer subsidiariamente:
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado: xxxxx
Número da OAB: xxxxx