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Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo

Rua Heróis da FEB, 9, Parque Novo Mundo - São Paulo / SP - CEP 02188-040
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Filiado FETRABENS – Federação dos Caminhoneiros Autônomos e Cargas em Geral do Estado de São Paulo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FRANCA - SP.

Processo nº: 1017654.2021.8.26.0191

EDILBERTO DOS SANTOS TELES, já qualificado nos autos em epígrafe, vem mui
respeitosamente perante Vossa Excelência opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com escopo
no art. 1022 do CPC, conforme os fatos e fundamentos que serão declinados a seguir.

DOS FATOS.

Não obstante este defensor ter tido atuado no feito e após ter requerido a renúncia do mandato,
Vossa Excelência extinguiu o feito sem resolução de mérito com escopo no art. 485, IX, do
NCPC frente ao falecimento da principal interessada.

Ocorre, Exa., muito embora este causídico tenha sido nomeado e atuado no feito, na emérita
sentença de Vossa Exa. de págs. 128/135 não houve a fixação dos honorários advocatórios.

Por tal razão, vem este causídico opor os aclaratórios em virtude da omissão existente conforme
prerrogativas legislativas e jurisdicionais existentes, senão vejamos.

DO DIREITO
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo
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Cabe opor embargos declaratórios no prazo de 5 (cinco) dias contados da intimação da parte
interessada, conforme art. 1.023 do CPC, senão vejamos:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,
com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.

Em razão da tempestividade, devido a argumentação do ponto primordial desta peça processual.

Os embargos de declaração, em virtude de autorização legislativa, têm como finalidade, dentre


outras, opor em razão da obscuridade apontada na sentença.

Tal prerrogativa está estampada no art. 1.022 do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;

III - corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - Deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente


de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
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II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

No caso em tela, o defensor ficou a mercê de Vossa Excelência com relação a ausência do
arbitramento dos honorários advocatícios, embora devidamente nomeado.

O arbitramento, inclusive, é prerrogativa existente no Estatuto da Advocacia e a Ordem dos


Advogados do Brasil (OAB), mais precisamente no art. 22, § 1º da Lei 8.906/94, senão vejamos:

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos
honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de


impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos
honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e
pagos pelo Estado.

De igual sorte, em caso análogo, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina recentemente julgou em
sentido favorável acerca desta questão, in verbis:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NOMEAÇÃO PARA


APRESENTAÇÃO DAS CONTRARRAZÕES AO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.
JULGAMENTO DO RECURSO PELA CÂMARA. REMUNERAÇÃO DO CAUSÍDICO.
AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO, NÃO OBSTANTE O PEDIDO NAS CONTRARRAZÕES.
OMISSÃO VERIFICADA. FIXAÇÃO DA VERBA DE ACORDO COM O CASO CONCRETO
E COM O PATAMAR QUE VEM SENDO UTILIZADO COMO PARÂMETRO PELAS
CÂMARAS CRIMINAIS DESTA CORTE DE JUSTIÇA. EMBARGOS ACOLHIDOS. Nos
termos da Deliberação n. 01/2013 da Seção Criminal deste Tribunal, já decidiu esta Câmara pela
remuneração arbitrada nos termos da Tabela de Honorários da Ordem dos Advogados do Brasil,
instituída pela Resolução n. 3-2008, de 6-3-2008, do Conselho Seccional da OAB/SC. Ocorre
que, diante da alteração de posicionamento deste Colegiado, não sendo mais possível o
estabelecimento da remuneração do advogado nomeado pelo sistema de URH, previsto na Lei
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Complementar Estadual 155/1997, a fixação dos honorários advocatícios dependerá da atuação do


causídico no caso concreto, levando-se em consideração o grau de zelo profissional, bem como o
trabalho realizado e o tempo exigido para a prestação de seu serviço. (TJSC, Embargos de
Declaração em Recurso Criminal n. 2015.045090-2, de Joinville, rel. Des. Jorge Schaefer
Martins, Quarta Câmara Criminal, j. 26-11-2015).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DE VERBA HONORÁRIA EM


FAVOR DE DEFENSOR DATIVO NOMEADO PARA OFERTA DE RAZÕES DE
APELAÇÃO. VÍCIO IDENTIFICADO E SANADO. REMUNERAÇÃO QUANTIFICADA
SEGUNDO APRECIAÇÃO EQUITATIVA. "Nos termos da Deliberação n. 01/2013 da Seção
Criminal deste Tribunal, já decidiu esta Câmara pela remuneração arbitrada nos termos da Tabela
de Honorários da Ordem dos Advogados do Brasil, instituída pela Resolução n. 3-2008, de
6/3/2008, do Conselho Seccional da OAB/SC. Ocorre que, diante da alteração de posicionamento
deste Colegiado, não sendo mais possível o estabelecimento da remuneração do advogado
nomeado pelo sistema de URH, previsto na Lei Complementar Estadual n. 155/97, a fixação dos
honorários advocatícios dependerá da atuação do casuístico no caso concreto, levando-se em
consideração o grau de zelo profissional, bem como o trabalho realizado e o tempo exigido para a
prestação de seu serviço" (Apelação Criminal n. 2013.026034-5, rel. Des. Jorge Schaefer Martins,
j. em 6.3.2014). (TJSC, Embargos de Declaração em Apelação Criminal (Réu Preso) n.
2015.002472-1, de São José, rel. Des. Rodrigo Collaço, Quarta Câmara Criminal, j. 21-05-2015).

Mister ainda tecer comentários a respeito da fixação da verba honorária após a criação da
Defensoria Pública, pois com a criação dela, a Lei Complementar Estadual n. 155/97 deixou de
entrar em vigor, razão pela qual os honorários devem ser arbitrados em pecúnia, nos moldes do
art. 20, § 4º do CPC.

Em caso semelhante:

A fixação de honorários advocatícios, para nomeação ocorrida após a criação da Defensoria


Pública estadual, e quando não mais em vigor a Lei Complementar estadual n. 155/97, deve se dar
em pecúnia, observando o contido no art. 20, § 4.º, do Código de Processo Civil, aplicado por
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analogia (RCrim n. 2013.078581-6, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco, Quarta Câmara Criminal, j.
10.4.2014)

Portanto, diante da fundamentação exarada, a oposição dos aclaratórios em virtude da omissão da


digníssima sentença de Vossa Excelência, possui cabimento.

Razão pela qual, requer o conhecimento e o provimento dos embargos de declaração.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer o conhecimento e o provimento dos embargos de declaração a fim de


sanar a omissão apontada, nos termos da fundamentação exarada com norte no art. 1.022 do CPC.

Nestes Termos,

Pede-se Deferimento.

São Paulo, 29 de abril de 2022.

Henrique Macedo Gonçalves


OAB/SP nº 401.275

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