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•É um “conjunto de atos e formalidades, relativamente
autónomos, organizados sequencialmente, dirigidos à
produção de um determinado resultado (do qual são
instrumentais), praticados por órgãos de uma
administração tributária” (Rui Duarte Morais, Manual de
Procedimento e Processo Tributário, Almedina, 2016, p.
10)
•- art. 55.º LGT -
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AS FASES DO PROCEDIMENTO
TRIBUTÁRIO
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AS FASES DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
Fase
Iniciativa Instrução Decisão Integrativa de
Eficácia
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FASE DA INICIATIVA
É a fase do impulso procedimental, conforme previsto nos arts. 69.º e 70.º da LGT
A iniciativa pode ser:
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FASE DA INICIATIVA
Atenção!
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FASE DA INSTRUÇÃO
Consiste, em termos gerais, na fase de produção de prova
O órgão instrutor – que será, normalmente, o “O ónus da prova dos factos constitutivos dos “Presumem-se verdadeiras e de boa-fé as
órgão competente para a decisão pode direitos da AT ou dos contribuintes recai sobre declarações dos contribuintes e os dados e
utilizar todos os meios de prova admitidos em quem os invoque“ (n.° 1 do art. 74.° da LGT) apuramentos inscritos na sua contabilidade ou
direito (art. 71.º e 72.° da LGT) escrita, quando organizadas de acordo com a
legislação comercial e fiscal" (art. 75.° n.º 1
da LGT)
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FASE DA DECISÃO
Por regra, o procedimento está subordinado a um princípio geral de obrigatoriedade de
decisão (art. 56.° n.° 1 da LGT)
No entanto, o art. 56.º n.º 2 da LGT elenca as situações em que a AT não está obrigada a
decidir
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FASE DA DECISÃO
Decisão
Expressa Tácita
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FASE DA DECISÃO
Decisão expressa: Quando for feita por meio direto de manifestação da vontade (palavras,
escrito, etc.).
Indeferimento tácito: manifestação de vontade negativa, que é a regra para efeitos de recurso
hierárquico ou impugnação judicia (art. 57.° n.°1 e 5 da LGT e art. 106.º do CPPT)
Deferimento tácito: manifestação de vontade positiva, que apenas acontece nos casos
expressamente previstos na lei
Ex.: Informação vinculativa (art. 68.º n.º 8 e 9 LGT), pedido de sancionamento do relatório final de
inspeção (art. 64.º n.º 3 RCPIT), ilisão de presunções (art. 64.° do CPPT, art. 73.° da LGT),
reclamação de pagamentos por conta (art. 133.° n.º 4 do CPPT)
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FASE INTEGRATIVA DE EFICÁCIA
Consiste na comunicação dos atos tributários aos respetivos interessados
Esta comunicação é fundamental para que os atos produzam os seus efeitos
- Art. 268º n.º 3 da CRP, art. 35.° e ss do CPPT e art. 77.° n.° 6 da LGT –
Comunicação individualizada
Comunicação não individualizada
Art. 36.º n.º 2 do CPPT: conteúdo
Exemplo: publicação de circulares no
das notificações
Quando a notificação é feita no
Notificação âmbito do procedimento de
âmbito do processo de execução Publicação orientações genéricas (art. 56.º do
CPPT)
fiscal designa-se citação (art.
35.° CPPT)
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PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO
PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Prevalência de Precedência de
lei lei
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PRINCÍPIO DA CELERIDADE
O Um prazo máximo para a prática de atos procedimentais: 8 dias, salvo
procedimento disposição legal em sentido contrário (57.º n.º 2 da LGT)
tributário
deve ser
concluído em Proibição da prática de atos inúteis ou dilatórios (57.º n.º 1 da LGT), sendo o
procedimento da iniciativa do contribuinte obrigatoriamente arquivado se ficar
tempo útil parado mais de 90 dias por motivo a este imputável (53.º n.º 1 do CPPT)
(i.e., num
prazo
razoável). Prazo-regra de duração máxima do procedimento tributário: 4 meses (57.º n.º
1 da LGT)
Assim, é
Ex. de exceções: art. 66.º, n.º 5 CPPT, art. 92.º, n.º 2 LGT e art. 36º, n.º 2 e 3 do
imposto: RCPIT
Nota: Os prazos referidos "são contínuos e contam-se nos termos do Código Civil" (art. 57.º n.º 3 LGT) 14
PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL
Princípio da
colaboraçã
Princípio do o
inquisitório
Prevista no art. 55º da LGT, a verdade material em
matéria tributária implica o conhecimento e aceitação
total do princípio da igualdade na tributação, na sua Princípio da
imparcialid
dimensão estruturante de respeito pela efetiva ade
capacidade contributiva dos sujeitos
O dever de colaboração do
SP para com a AT – previsto
no art. 48.° n.° 2 do CPPT e
O dever de colaboração da art. 59.° n.° 1 e 4 da LGT
AT para com o SP – previsto Mas atenção! Este dever de
no art. 48.° n.° 1 do CPPT e colaboração a cargo do SP
art. 59.° n.° 1 e 3 da LGT cessa sempre que se esteja
perante uma das situações
previstas no n.º 5 do art. 63.º
da LGT
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PRINCÍPIO DA COLABORAÇÃO
Não sendo legítima a recusa de colaboração, poderão ser aplicadas ao SP diversas consequências
negativas. A título de exemplo:
Aplicação de métodos indiretos, mediante a tributação através de indícios ou presunções (arts. 87.º a 89°-A da
LGT);
Perda de benefícios fiscais (art. 14.° n.° 2. da LGT e art. 14.° n.° 5 do EBF);
Aplicação de um agravamento à coleta (art. 77.° do CPPT ou art. 91.° n.° 9 da LGT);
Eventual responsabilidade contraordenacional (arts. 113.°, 116.° e ss. do RGIT) ou até criminal (por exemplo, art.
103.°. n.° 1, al. a) e b), do RGIT);
Suspensão dos prazos impositivos de celeridade processual e consequente não exigibilidade do seu respeito (art.
57.º n.º 4 da LGT).
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PRINCÍPIO DO INQUISITÓRIO
De acordo com este princípio:
Este princípio da investigação não exclui o dever de colaboração por parte do SP! 18
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
Previsto no art. 55º da LGT, este princípio impõe à AT que proceda a uma ponderação
igualitária de interesses (sobretudo na fase de instrução e na fase decisória)
A AT não deve intervir no procedimento tributário como parte interessada na cobrança dos
impostos, mas como defensora do interesse público e da verdade material na tributação
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PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
A AT está obrigada a guardar sigilo sobre a situação tributária dos contribuintes e quaisquer elementos
de natureza pessoal obtidos no decurso do procedimento. Este dever comunica-se a todas as pessoas que
tenham acesso a informação protegida por este segredo fiscal (art. 64.º n.º 1 e 3 da LGT)
Mas atenção:
O dever de sigilo não compreende as O dever de sigilo cessa nos termos do n.º 2 do
informações previstas no n.º 5 do art. 64.º da art. 64.º da LGT
LGT
A violação do dever de sigilo é uma conduta que pode ser punida a título de crime (art. 91.º do RGIT) ou
de contraordenação tributária (art. 115.º do RGIT)
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PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DOS ATOS
Previsto no art. 77.º n.º 1 LGT, este princípio determina que todas as decisões (favoráveis
ou desfavoráveis) devem ser fundamentadas, o que significa que devem incluir:
- a motivação da decisão, i.e., a exposição dos seus motivos e razões; e
- a justificação da decisão, i.e., os pressupostos de facto e de direito que a suportam
A fundamentação deve ser feita de uma forma oficiosa, completa, clara, atual e
expressa.
A falta destes requisitos (fundamentações incompletas, obscuras, abstratamente
remissivas) e a falta da própria fundamentação, constitui uma ilegalidade, suscetível de
conduzir à anulação do ato em causa, mediante meios graciosos ou contenciosos (Cfr. art.
99.° alínea c) do CPPT)
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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS
Como vimos já, o ato de publicidade pode consistir quer num ato geral (publicação), quer num
ato individual (notificação)
No que diz respeito às notificações, importa analisar o art. 19º da LGT e os artigos 35.º e 36.º
do CPPT
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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS
Requisitos formais das notificações postais
• Notificação de decisões suscetíveis de alterar a situação tributária dos contribuintes ou a sua convocação para
assistirem a atos ou diligências: carta registada com AR (art. 38.º n.º 1 CPPT). A notificação considera-se
efetuada na data em que o aviso é assinado (art. 39.º n.º 3 CPPT)
• Notificação da liquidação de impostos periódicos: via postal simples (art. 38.º n.º 4 CPPT)
• Restantes atos: carta registada (art. 38.° n.° 3 CPPT). A notificação considera-se efetuada no 3.° dia posterior
ao do registo, ou no 1º dia útil seguinte a este (art. 39.° n.° 1 do CPPT)
• As notificações podem ser feitas por transmissão eletrónica de dados nos casos em que o SP tenha morada única
digital ou caixa postal eletrónica (art. 38.° n.° 9 e seguintes do CPPT)
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PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE DECISÃO
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OS PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS,
EM ESPECIAL
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PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS EM ESPECIAL
Procedimentos Pré-Liquidatórios Procedimentos Impugnatórios
✓ Procedimentos de natureza informativa ✓ Procedimento de revisão da matéria
coletável
✓ Procedimento de reconhecimento de BF
✓ Procedimento de revisão dos atos
✓ Procedimento de ilisão de presunções tributários
✓ Procedimentos de avaliação ✓ Procedimento de reclamação graciosa
✓ Procedimento de recurso hierárquico
Procedimentos Liquidatórios ✓ Procedimento de correcção dos erros da
✓ Procedimento de liquidação AT
✓ Procedimento de cobrança
Procedimentos Cautelares
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Procedimento Procedimento
de de
orientações informações
genéricas vinculativas
Procedimento Procedimento
de inspeção de acesso a
tributária informações
bancárias
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Procedimento de orientações genéricas
• Previsto nos artigos 55.º e 56.º do CPPT e no artigo 68.º-A da LGT
• Visa a uniformização da interpretação e integração das normas tributárias
• Culmina na emanação, por parte do dirigente máximo do serviço, de um ato tributário de conteúdo
geral e abstrato: uma circular administrativa
✓ Esta circular vincula a administração tributária e não pode ter natureza retroativa
✓ A circular é publicada numa "base de dados permanentemente atualizada" de acesso gratuito,
livre e directo, ou seja, sem a prévia exigência de palavras-chave ou códigos secretos:
https://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/legislacao/instrucoes_administrativas/
Pages/default.aspx
• A AT deve rever as suas orientações genéricas em todas as situações previstas no n.º 4 do art. 68.º-A da
LGT
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Procedimento de informações vinculativas
• Previsto nos arts. 57º do CPPT e 68º da LGT
• Objetivo: facilitar o cumprimento das obrigações fiscais por cada contribuinte individualmente
considerado. Assim, os contribuintes podem solicitar à AT a prestação de informações sobre a sua concreta
situação tributária (incluindo os pressupostos de benefícios fiscais)
• Os Pedidos de Informação Vinculativa (PIV) podem ter:
Caráter normal
Caráter urgente
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Requisitos Requeridos ao Dirigente Máximo do Serviço e nos termos do n.º 4 do art. 68.º da
LGT
comuns dos
PIV Devem ser acompanhados da descrição dos factos cuja qualificação se pretende
Por princípio, os PIV caducam no prazo de 4 anos. Podem caducar antes em caso de
alteração superveniente dos pressupostos de facto ou de direito em que assentaram
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Requisitos dos PIV com caráter normal Requisitos dos PIV com caráter urgente
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PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA
Em princípio, o direito ao
sigilo bancário só pode ser Procedimento de acesso a informações bancárias
derrogado:
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CLASSIFICAÇÃO DA INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 12.º do RCPIT
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CLASSIFICAÇÃO DA INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 13.º do RCPIT
Atenção: a classificação do procedimento quanto ao lugar é fundamental e terá outras consequências, que analisaremos posteriormente
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CLASSIFICAÇÃO DA INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 14.º do RCPIT
Quanto à extensão:
O procedimento tributário pode englobar 1 ou mais do que 1 período de tributação
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A NOTIFICAÇÃO PRÉVIA DO SP Art.º 49.º e 50.º do RCPITA
Por regra:
• O SP deve ser devidamente avisado de que será sujeito a uma ação de inspeção tributária externa,
como decorrência dos princípios da colaboração e da proporcionalidade
• Este aviso deve ser feito com uma antecedência mínima de 5 dias antes da data da primeira diligência
de inspeção
• O aviso deve ser notificado ao SP por carta registada (ou através de meios eletrónicos, nos termos do
art. 38.º n.º 1 do RCPIT)
• Com a notificação, deve ser enviado ao SP um anexo com os seus direitos e deveres ao longo do
procedimento inspetivo
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DILIGÊNCIAS INSPETIVAS
Para a realização dos Neste contexto, podem ser adotadas
Os atos atos inspetivos, a AT medidas cautelares, que são diligências
inspetivos podem conta com diversos de natureza preventiva ou antecipatória
ser de natureza direitos e que podem ser de dois tipos:
diversa prerrogativas
(art. 2.º n.º 2 e 6 (art. 28.º n.º 2 e 29.º
do RCPITA) do RCPITA e art. 63.º
n.º 1 da LGT)
Medidas Providências
cautelares em cautelares
sentido estrito - Natureza
- Natureza judicial -
administrativa -
Art. 31.º do
Art. 28.º n.º 2 al. RCPIT (e art. 51.º
A eventual recolha g) do RCPIT e da LGT e
de elementos de art. 30.º do 135.º e seguintes
prova deve cumprir as RCPIT do CPPT)
regras previstas nos
arts. 55.º e 56.º do
RCPITA
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DILIGÊNCIAS INSPETIVAS Art.º 30.º do RCPITA
Objetivo: Adquirir e conservar a prova da situação tributária, de uma das seguintes formas:
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DILIGÊNCIAS INSPETIVAS Art.º 30.º do RCPITA
De notar que:
➢ Estas medidas devem respeitar o princípio da proporcionalidade e devem ser fundamentadas com a
justificação da sua adequação ao fim a que se destinam (als. a) e b))
➢ Da apreensão de elementos deve ser lavrado um termo, sendo autenticadas as fotocópias ou
duplicados dos elementos apreendidos
➢ Quando sejam selados bens ou instalações, deve dar-se cumprimento ao disposto nos n.º 4 e 5 do
art. 30.º do RCPIT
Da parte do Sujeito Passivo, estas medidas podem ser alvo de impugnação autónoma urgente (art.
11.º do RCPIT e art. 143.º do CPPT)
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A CELERIDADE DA INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA Art.º 36.º do RCPIT
e 57.º da LGT
Atenção!
Por regra, o procedimento de inspeção tributária deve Os prazos de caducidade e de prescrição podem
ser suspensos ou interrompidos.
iniciar-se até ao termo do prazo de caducidade de
liquidação dos tributos O início do procedimento de inspeção tributária
pode determinar a suspensão do prazo de
caducidade, nos termos do n.º 1 do art. 46.º da
LGT
Exemplo:
O procedimento de inspeção deve ser contínuo e
- Prazo de caducidade que começa a contar em
tanto a AT como o contribuinte devem abster-se de 31 de Dez. de 2018
praticar atos inúteis ou dilatórios
- Por princípio, o direito a liquidar IRC terminaria
a 31 de Dez. de 2022
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A CELERIDADE DA INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA
Por regra (art. 36.º e 53.º do RCPIT), o procedimento de inspeção deve ser concluído no prazo máximo de 6 meses
Este prazo pode, contudo, ser ampliado por mais 2 períodos de 3 meses, desde que cumpridos os
critérios previstos no art. 36.º n.º 3 e 4 do RCPIT
Este prazo pode também ser suspenso nas situações especificamente referidas no art. 36.º n.º 5 e
6 do RCPIT
O SP pode
O Projeto é
Elaboração do exercer o direito
Se os inspetores notificado ao
Projeto de de audição de
propuserem SP, com a Emissão da nota
Relatório, com a forma escrita ou
correções / atos fixação do prazo de diligência
identificação oral, podendo
desfavoráveis para audição (art. 61.º n.º 1 e
desses atos e inclusivamente
ao Sujeito prévia (por 3 do RCPIT)
da sua decidir não
Passivo regra, entre 15 e
Depois da fundamentação exercer esse
25 dias)
realização das direito
diligências
inspetivas…
Se os inspetores
não propuserem Emissão da nota
correções / atos de diligência
desfavoráveis (art. 61.º n.º 1
ao Sujeito do RCPIT)
Passivo
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A CONCLUSÃO DA INSPEÇÃO: O RIT Art.º 62.º do RCPITA
Nos 10 dias subsequentes à notificação da nota de diligência, o contribuinte deve ser notificado do
Relatório Final de Inspeção Tributária (RIT)
O procedimento de inspeção considera-se concluído precisamente na data de notificação desse RIT
Note bem!
Depois de concluída uma inspeção externa, o art. 63.º n.º 4 da LGT determina que a
mesma é irrepetível, a não ser que:
• Seja proferida decisão, fundamentada com base em factos novos, do dirigente máximo
do serviço;
• O procedimento vise apenas a consulta, recolha de documentos ou elementos ou a
confirmação dos pressupostos de direitos que o contribuinte invoque perante a
administração tributária;
• A situação fiscal do SP esteja a ser analisada por meio de inspeção ou inspeções
dirigidas a terceiros com quem mantenha relações económicas.
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A CONCLUSÃO DA INSPEÇÃO: O RIT
O conteúdo normal do RIT
Tendo em atenção a dimensão e complexidade da entidade inspecionada, o RIT deve
conter todos os elementos previstos no art.º 62.º n.º 3, 4 e 6 do RCPITA
Eficácia vinculativa
O RIT pode ter eficácia vinculativa nos termos previstos no art. 64.º do do RCPITA
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PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS EM ESPECIAL
Procedimentos Pré-Liquidatórios Procedimentos Impugnatórios
✓ Procedimentos de natureza informativa ✓ Procedimento de revisão da matéria
coletável
✓ Procedimento de reconhecimento de BF
✓ Procedimento de revisão dos atos
✓ Procedimento de ilisão de presunções tributários
✓ Procedimentos de avaliação ✓ Procedimento de reclamação graciosa
✓ Procedimento de recurso hierárquico
Procedimentos Liquidatórios ✓ Procedimento de correcção dos erros da
✓ Procedimento de liquidação AT
✓ Procedimento de cobrança
Procedimentos Cautelares
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PROCEDIMENTO DE RECONHECIMENTO DE BF
Os benefícios fiscais podem ser (art. 5º EBF):
• Automáticos, quando resultam direta e imediatamente da lei
• Dependentes de reconhecimento, quando pressupõem um ato posterior de reconhecimento por parte da
AT. Para tal, o SP deve apresentar um requerimento nos termos do art. 65º do CPPT
Mas atenção! O reconhecimento não poderá ser concedido quando o sujeito passivo
tenha deixado de efetuar o pagamento de qualquer imposto ou contribuições
relativas ao sistema da segurança social e desde que a dívida em causa não tenha
sido objeto de reclamação, impugnação ou oposição e prestada garantia idónea,
quando devida (art. 13.º do EBF)
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PROCEDIMENTO DE ILISÃO DE PRESUNÇÕES
Uma das formas adotadas pelo
legislador para combater as Colocando em causa o ato tributário
condutas elisivas dos contribuintes foi que se basear nessa presunção
(mediante a reclamação graciosa
recorrer a presunções. Contudo, as ou a impugnação judicial do mesmo)
presunções consagradas nas normas
de incidência tributária admitem
sempre prova em contrário (art. 73.°
da LGT)
Recorrendo ao “procedimento
De acordo com o disposto no art. 64º contraditório próprio” que é o
procedimento de ilisão de
do CPPT, o contribuinte tem ao seu presunções, instaurado nos termos
dispor dois meios para ilidir a do art. 64º n.º 2 do CPPT
presunção em causa:
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PROCEDIMENTO DE ILISÃO DE PRESUNÇÕES
A petição considera-se tacitamente deferida se não lhe for dada qualquer resposta no prazo de 6 meses,
salvo quando a falta de resposta for imputável ao contribuinte (art. 64º, n.º 3, do CPPT)
Se o interessado
conseguir ilidir a Afasta a tributação;
presunção prevista na
norma
✓ Procedimento de cobrança
Procedimentos Cautelares
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Prévia
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
• É muitas vezes realizada a partir dos dados
constantes das declarações apresentadas pelo
contribuinte ou da sua contabilidade (os quais
se presumem verdadeiros e de boa-fé nos
termos do art. 75.° n.° 1, da LGT)
O art.
83.º da • Ao contrário da avaliação prévia, tem em vista
LGT! uma avaliação concreta e não abstrata (ex.: um
concreto ato de liquidação)
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
E a avaliação indireta?
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
❖ Aplicação do regime simplificado de tributação
✓ Artigo 87º, n.º 1, al. a) da LGT– situação não patológica
✓ O regime simplificado de tributação consiste num conjunto especial de regras de determinação dos
rendimentos sujeitos a imposto, baseadas numa estimativa ou presunção legal (vide o art. 58.º do
CIRS e o art. 31.º do CIRS)
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
❖ Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente, para menos, de
determinados padrões de rendimento
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
❖ Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente, para menos, de
determinados padrões de rendimento (cont.)
✓ Art. 87º, n.º 1, al. d) da LGT e art. 89º-A da LGT – Situação patológica
✓ As manifestações de fortuna e os respetivos rendimentos-padrão constam da tabela prevista no art.
89.°-A n.° 4 da LGT
Para aplicação desta tabela, devem tomar-se em consideração os valores e bens referidos no n.º 2
do art. 89.º-A da LGT
✓ É possível recorrer a métodos indiretos de avaliação, desde que (art. 89.°-A, n.° 1 da LGT):
➢ Falte a declaração de rendimentos ou
➢ Existindo declaração, se verifique uma desproporção do rendimento declarado superior a 30%, para menos, em relação
ao rendimento padrão referido na tabela.
✓ V. ainda art. 89º-A n.º 3 (o SP deve fazer a prova dos rendimentos declarados) e n.º 6 e 10
(decisão da avaliação indireta cabe ao Diretor de Finanças da área do domicílio do SP, devendo
essa decisão ser comunicada ao MP) da LGT.
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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
❖ Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente, para menos, de
determinados padrões de rendimento (cont.)
✓ A situação prevista no art. 87.º n.º 1 al. f) da LGT (acréscimo de património ou despesa efetuada,
incluindo liberalidades, de valor superior a EUR 100.000, verificados simultaneamente com a falta
de declaração de rendimentos ou com a existência, no mesmo período de tributação, de uma
divergência não justificada com os rendimentos declarados) apresenta muitas semelhanças com a
situação acabada de descrever
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PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS EM ESPECIAL
Procedimentos Pré-Liquidatórios Procedimentos Impugnatórios
✓ Procedimentos de natureza informativa ✓ Procedimento de revisão da matéria
coletável
✓ Procedimento de reconhecimento de BF
✓ Procedimento de revisão dos atos
✓ Procedimento de ilisão de presunções tributários
✓ Procedimentos de avaliação ✓ Procedimento de reclamação graciosa
✓ Procedimento de recurso hierárquico
Procedimentos Liquidatórios ✓ Procedimento de correcção dos erros da
✓ Procedimento de liquidação AT
✓ Procedimento de cobrança
Procedimentos Cautelares
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PROCEDIMENTOS LIQUIDATÓRIOS
Procedimento de liquidação
Do ponto Liquidação provisória: efetuada com base nos elementos declarados pelo SP,
encontrando-se sujeita a um controlo posterior (ex., pagamento por conta ou
de vista retenção na fonte com a natureza de pagamento por conta)
temporal, a
liquidação Liquidação definitiva: ato da AT de natureza definitiva, unilateral e positiva e
pode ser: que é um pressuposto do procedimento de cobrança
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PROCEDIMENTOS LIQUIDATÓRIOS
Procedimento de liquidação (cont.)
Note-se ainda que:
❖ Em regra, o procedimento de liquidação instaura-se com a apresentação das declarações dos
contribuintes ou com base nos elementos que disponha ou venha a dispor(art. 59º, n.º 1 CPPT).
❖ Se os contribuintes não apresentarem declarações, ou estas estiverem viciadas, o procedimento de
liquidação é instaurado pela AT (art. 59º, n.º 7 CPPT).
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PROCEDIMENTOS LIQUIDATÓRIOS
Procedimento de cobrança
Cobrança: Pagamento:
✓ Voluntária: ato voluntário e espontâneo ✓ Integral
do SP (v. art. 85º e 86º do CPPT) ✓ Em prestações (art. 42.°, n.° 1 e 2 da LGT e
art. 86º, n.º 2 do CPPT)
✓ Coerciva: efetuada através da execução ✓ Dação em pagamento (arts. 87.° e 201.° do
do património do devedor, mediante a CPPT)
instauração de um processo de execução ✓ Compensação de créditos tributários (arts.
fiscal (art. 78.º do CPPT) 89.° e 90.° do CPPT)
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
• Este procedimento diz respeito às situações em que o acto tributário vai ser
reapreciado pelo próprio órgão que o praticou (art. 78º, n.º 1 da LGT)
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
Revisão a
Art. 78, 1 LGT (e
pedido do Ilegalidade 120 dias art. 70 CPPT)
SP
70
Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
•Tempestividade
✓O prazo para a interposição da reclamação graciosa é de 120 dias a contar do termo do
prazo para pagamento voluntário (art. 70.°, n.° 1, e art. 102.°, n.° 1, al. a), ambos do CPPT,
salvo prazos especiais fixados em alguma outra norma (ex: art. 131.°, n.º 1, art. 132.°, n.º 3 e
art. 133.°, n.° 2, todos do CPPT)
•Tramitação do procedimento
✓A reclamação é apresentada no órgão periférico local, que procederá à instrução do
procedimento (art. 73.°, n.° 2, do CPPT), em prazo não superior a 90 dias, com os elementos
de prova documental [art. 69.°, al. e) do CPPT]
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
•Impugnação da decisão
• No caso de indeferimento tácito, pode ser deduzida uma impugnação judicial no prazo de
3 meses a contar do momento em que o recurso se considera tacitamente indeferido (art. 77
102.°, n.º 1, d), do CPPT)
Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
Antes de recorrer à via judicial, o sujeito passivo deve primeiro esgotar a via
administrativa nos seguintes casos (arts. 131º a 133º do CPPT):
✓ Autoliquidação
✓ Retenções na fonte
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos impugnatórios
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Os procedimentos tributários em especial
Procedimentos cautelares