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Noções Essenciais
de
Processo Civil
Introdução
Processo comum
A citação pessoal pode ser realizada das seguintes formas: (Cf. Art.º 225º/n.º 2 do C.P.C.)
1. Transmissão eletrónica de dados;
2. Carta registada com aviso de receção;
3. Pelo depósito da carta registada (domicílio convencionado e pessoas coletivas,
quando a carta é enviada para a sede registada no RNPC);
4. Pela certificação da recusa do recebimento (domicílio convencionado);
5. Pelo agente de execução ou funcionário judicial, mediante contato pessoal com
o citando;
6. Pelo mandatário judicial (arts. 237º e 238º do CPC).
Elementos a transmitir ao citando e local da realização do ato de citação
A carta deve conter todos os elementos a que alude o art.º 227º do CPC, ou seja:
- Duplicado da petição inicial e cópia de todos os documentos que a
acompanham;
- Comunicação de que fica citado para a ação em causa, a que o duplicado se
refere;
- Indicação do tribunal, juízo e secção onde corre o processo, caso este já
tenha sido distribuído;
- Indicação do prazo dentro do qual pode o citado oferecer a sua defesa;
- Informação sobre a necessidade de patrocínio judiciário;
- Indicação das consequências da falta de oposição.
Elementos a transmitir ao citando e local da realização do ato de citação
Tratando-se de pessoa singular a carta pode ser entregue, após a assinatura do aviso de
receção, ao citando ou a qualquer pessoa que se encontre na sua residência ou local de
trabalho e que declare encontrar-se em condições de a entregar prontamente ao citando;
Antes da assinatura do aviso de receção, o distribuidor do serviço postal procede à
identificação do citando ou do terceiro a quem a carta seja entregue, anotando os
elementos constantes do bilhete de identidade ou de qualquer outro documento oficial
que permita a identificação. Quando a carta seja entregue a terceiro, cabe ao distribuidor
do serviço postal adverti-lo expressamente do dever de pronta entrega ao citando.
Carta registada com aviso de receção
Quanto à citação por via postal de pessoa coletiva ou sociedade, na sua sede,
estabelece-se a possibilidade de a citação ser efetuada por depósito, nos termos
previstos no art.º 246º/4 e 229º/5 do CPC.
A citação postal, efetuada ao abrigo do art.º 229º/n.º 5 do CPC, considera-se feita no dia em que o
distribuidor do serviço postal o certificar, indicando o local exato em que depositou o expediente.
Depósito da carta registada
O art.º 229º regulamenta a citação nos casos em que haja domicílio convencionado.
Nos termos do disposto no art.º. 229º, nº4 do CPC, pode acontecer que a carta registada de
citação seja devolvida por o destinatário não ter procedido, no prazo legal, ao seu levantamento no
estabelecimento postal, ou o recebimento da carta sido recusado por pessoa diversa do citando.
Nestes casos é repetida a citação, enviando-se nova carta registada com aviso de receção ao
citando e advertindo-o das consequências previstas no nº2 do art.º 230º do CPC, ou seja, neste
caso será deixada a própria carta, de modelo oficial, contendo cópia de todos os elementos
referidos no art.º 227º do CPC, bem como a advertência de que a citação se considera efetuada na
data certificada pelo distribuidor postal, presumindo-se que o destinatário teve oportuno
conhecimento dos elementos que lhe foram deixados – cf. art.º 230º, nº2 do CPC - devendo o
distribuidor do serviço postal certificar a data e o local exato em que depositou o expediente e
remeter de imediato a certidão ao tribunal.
Depósito da carta registada
Assim, nos termos do art.º 229, nº5 do CPC, a citação considera--se efetuada:
Se, das diligências efetuadas pelo agente de execução ou funcionário judicial, resultar
que a citação não foi possível de realizar, por não ter sido encontrado o citando, mas
tenha sido confirmado que o citando reside ou trabalha efetivamente no local indicado,
deverá ser deixada nota com indicação de hora certa para a realização da diligência na
pessoa encontrada que estiver em melhores condições de a transmitir ao citando. Se
nenhuma pessoa estiver nestas circunstâncias, deverá ser afixado o respectivo aviso no
local mais indicado – cf. art.º 232º nº1 do CPC;
Citação com hora certa
E neste caso, será ainda enviada, pelo agente de execução, no prazo de dois dias úteis,
carta registada ao citando, comunicando-lhe a data e o modo por que o ato se considera
realizado, o prazo para o oferecimento da contestação e as cominações aplicáveis à falta
desta, o destino dado ao duplicado e a identidade da pessoa em quem a citação foi
realizada - cf. art.º 233º do CPC.
Aquele que viva em economia comum com o citando e tenha recebido a citação, deve ser
advertido de que a sua não entrega logo que possível ao citando dos elementos
deixados, constitui a prática de crime de desobediência - cf. art.º 232º n.º 5 do CPC.
Citação promovida pelo mandatário judicial.
A citação pode ainda ser promovida por mandatário judicial; Nestes casos
a mesma deverá obedecer às formalidades previstas nos artigos 237º e
238º do C.P.C.
Com vista a prevenir uma eventual demora na realização da citação, os
mandatários judiciais podem requerer logo na petição inicial o recurso a
esta modalidade de citação ou, reagindo a uma demora na citação,
podem requerer que a citação se faça por seu intermédio.
Citação Edital
A citação edital é aquela que tem lugar nos casos do art.º 225º nº6 do CPC, portanto, quando o
citando se encontre em parte incerta ou quando sejam incertas as pessoas a citar.
Neste caso, a secretaria deve começar por diligenciar no sentido de obter informação sobre o
último paradeiro ou residência conhecida junto de quaisquer entidades ou serviços,
designadamente, mediante prévio despacho do juiz, nas bases de dados dos serviços de
identificação civil, da segurança social, da Direcção-Geral dos Impostos e da Direcção-Geral de
Viação e, quando o juiz o considere absolutamente indispensável para decidir daa realização da
citação edital, junto das autoridades policiais - cf. art.º 236º nº1 do CPC.
A citação edital faz-se pela afixação de edital e publicação de anúncio, nos termos do disposto no
artigo 241º do CPC, considerando-se a citação efetuada no dia em que se publique o último
anúncio, nos termos do disposto no art.º 242º nº1 do CPC, devendo o edital e os anúncios serem
juntos ao processo –cf. art.º 244º do CPC.
• A citação edital por incerteza das pessoas, faz-se nos termos do disposto no art.º 243º do CPC.
Citação Edital Electrónica
Nos termos do n.º 7 do art. 786.º do CPC só a citação do executado e do cônjuge pode
ter lugar editalmente, que consiste, nos termos do disposto no art. 11.º da Portaria n.º
282/2013, de 29 de agosto, pela afixação de um edital na porta da última residência
conhecida do executado no País e na publicação de anúncio em página informática de
acesso público, no endereço electrónico http://www.citius.mj.pt.
Os editais devem especificar o tribunal em que o processo corre, o juízo e a respectiva
secção, o número de processo em que o executado é citado, o nome do exequente, o
valor ou o conteúdo do pedido, a identificação do agente de execução e, de forma
simples e perceptível, o prazo para a defesa e a cominação, explicando que o prazo para
defesa só começa a correr depois de finda a dilação e o respectivo modo de contagem.
Citação Edital Electrónica
Nota: nos termos do art. 21.º do CPC, o Ministério Público deverá ser citado findo o prazo
de oposição, caso o executado ausente não comparecer a tempo de a deduzir.
Citação efetuada por empregado forense
Processo comum
Finanças
Registo
Segurança Caixa Geral de informático
social Aposentações de
execuções
Consultas prévias ou iniciais
- Insolvência
do executado;
Publicidade da
Insolvência - Créditos do
executado na
Insolvência
Consultas prévias ou iniciais
ARTS. 728º E 856º, N.º 1 DO CPC
Nos termos do disposto no art.º 735º do C.P.C., estão sujeitos à execução todos os bens
do devedor suscetíveis de penhora que, nos termos da lei substantiva, respondem pela
dívida exequenda. Nos casos especialmente previstos na lei, podem ser penhorados
bens de terceiros, desde que a execução tenha sido movida contra eles.
Por outro lado, a penhora deve limitar-se aos bens necessários ao pagamento da dívida
exequenda e das despesas previsíveis da execução - cfr. art.º 735º, nº3 do CPC.
O nosso ordenamento jurídico contempla uma série de exceções à regra da
exequibilidade de todo o património do devedor. Estas exceções destinam-se a proteger
certos bens. A lei entende preservá-los em ordem a proteger determinados valores, que
prevalecem sobre o direito do credor.
A impenhorabilidade de certos bens provém da lei substantiva ou da lei processual.
A fase da penhora - oposição à penhora
O art.º 784º do CPC enuncia como fundamentos de oposição à penhora:
- “inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão
com que ela foi realizada”;
- “imediata penhora de bens que só subsidiariamente respondam pela dívida
exequenda,
- “incidência da penhora sobre bens que, não respondendo, nos termos do direito
substantivo, pela dívida exequenda, não deviam ter sido atingidos pela diligência.
A fase da penhora - oposição à penhora
O regime regra é o da venda em leilão eletrónico – cfr. art. 837º, n.º 1 do CPC.
A venda executiva
O valor de base dos bens imóveis, nos termos do n.º 3 do art.º 812º, corresponde ao
maior dos seguintes valores:
a) Valor patrimonial tributário, nos termos de avaliação efetuada há menos de seis anos;
b) Valor de mercado.
Em relação aos bens não referidos no número anterior, o agente de execução fixa o
seu valor de base de acordo com o valor de mercado, podendo promover as diligências
necessárias à determinação desse valor, se o achar vantajoso ou algum dos interessados
o pretenda.
A sua decisão deve ser notificada ao exequente, executado e aos credores reclamantes
de créditos, com garantia sobre os bens a vender – cf. art.º 812º, nº 6 do CPC.
Se algum deles discordar da decisão, cabe ao juiz decidir, sem possibilidade de recurso
da decisão que o mesmo venha a tomar - cf. art.º 812º, nº 7 do CPC.
O pagamento aos credores
Nem sempre a venda é necessária para se atingir o fim último
da execução, ou seja, o pagamento ao exequente.
De acordo com o disposto no art.º 795.º do CPC, há outras
formas de se conseguir o mesmo fim através de:
- entrega de dinheiro;
- adjudicação de bens;
- consignação de rendimentos;
- pagamento em prestações.
O pagamento aos credores – a adjudicação – 799º e ss CPC
A adjudicação consiste na possibilidade que o exequente e os credores reclamantes
têm em pedir que os bens penhorados, não compreendidos nos arts.º 830º e 831º,
lhes sejam entregues para pagamento.
A adjudicação funciona para o credor/exequente como uma espécie de dação em
pagamento (art.º 837º do CC), portanto, exige-se a aceitação do interessado a quem
os bens são adjudicados. A adjudicação está sujeita a um regime especial
decorrente do disposto nos art. 799º , 800º, 801º e 802º do CPC.
A adjudicação de bens é, enquanto forma de pagamento do exequente e dos
credores reclamantes, uma venda executiva, uma vez que o requerimento de
adjudicação pode dar origem a um específico tipo de venda, mediante propostas em
carta fechada, de preço superior ao oferecido pelo requerente - vide art.º 800º do
CPC.
O pagamento aos credores – consignação de rendimentos
A ação executiva para entrega de coisa certa tem lugar sempre que o
objeto da obrigação, tal como o título a configura, é a prestação de uma
coisa.
Sempre que o título configure uma obrigação de prestação de coisa, deve
usar-se o processo de execução para entrega de coisa certa, ainda que
esta não exista ou não venha a ser encontrada.
Assim, a execução é sempre para entrega de coisa certa, mesmo quando
haja lugar há subsequente conversão da execução para entrega de coisa
certa, em execução para pagamento de quantia certa – 867º do CPC.
Execução para entrega de coisa certa
A ação executiva para prestação de facto tem lugar sempre que o objeto da
obrigação, tal como o título a configura, é uma prestação de um facto, seja
este de natureza positiva (obrigação de facere) ou negativa (obrigação de non
facere) cf. art.º 828º e 829º do Código Civil.
Para determinar o tipo de ação executiva há que recorrer ao título executivo,
ainda que o exequente venha a obter, em vez da prestação de facto que lhe é
devida, um seu equivalente pecuniário, ou porque, sendo o facto fungível,
não é possível obter de terceiro a sua prestação, ou porque, sendo infungível,
o exequente vem a optar pela resolução do contrato e a indemnização por
perdas e danos, face ao incumprimento e nos termos da lei civil.
ao dispor,
Nuno Almeida Ribeiro
934650198
nunoalmeidaribeiro@gmail.com