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Cada um dos tipos de ação executiva pode seguir uma forma de processo comum ou uma forma de processo
especial.
O processo especial tem lugar quando a lei impõe, para a execução de determinado tipo de obrigação, uma
tramitação especial, que pode, nessa sua especialidade, ser mais ou menos ampla.
2 - O processo especial aplica-se apenas aos casos expressamente designados na lei; o processo comum é aplicável a
todos os casos a que não corresponda processo especial.
. 2 - Aplica-se a forma sumária quando o título executivo que lhe serve de base seja:
→ Uma decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no próprio processo;
→ Um requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;
→ Um título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca ou penhor;
→ Um título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o dobro da alçada do tribunal
de 1.ª instância (10.000€).
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N.º 3 - Não é, porém, aplicável a forma sumária:
a) Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º;
b) Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a liquidação não dependa de simples
cálculo aritmético;
c) Quando, havendo título executivo diverso de sentença apenas contra um dos cônjuges, o exequente alegue a
comunicabilidade da dívida no requerimento executivo;
d) Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja renunciado ao benefício da excussão
prévia.
N.º 4 - O processo comum para entrega de coisa certa e para prestação de facto segue forma única.
- Assim, nos casos previstos no artigo 550.º, n.º 3 e nas demais situações não tipificadas no n.º 2, a execução segue a
forma ordinária.
- Á luz o artigo 551.º, n.º 3 são subsidiariamente aplicáveis ao processo executivo comum sumário as disposições
previstas para o processo executivo comum ordinário.
Tramitação: forma sumária, salvo se no caso em concreto se verificar alguma das situações do artigo 550.º, n.º 3 em
que a lei impõe a forma ordinária.
As diligências executivas iniciam-se com a penhora imediata de bens e só depois é o executado notificado para,
querendo, deduzir oposição à execução e/ou à penhora – artigo 626.º, n.º 2.
Por sua vez, tratando-se de execução de decisão judicial que condene na entrega de coisa certa, feita a entrega é o
executado notificado para deduzir oposição, seguindo-se com as necessárias adaptações o disposto nos artigos 860.º
e seguintes – 726.º, n.º 3.
Pretendendo o credor, juntamente com o pagamento de quantia certa ou entrega de certa coisa, a prestação de um
facto, o devedor ao ser citado para deduzir oposição à execução (art. 868.º, n.º2), deve ser simultaneamente citado
para deduzir oposição ao pagamento da quantia ou à entrega da coisa – artigo 626.º, n.º 4.
Se a execução tiver por finalidade o PQC e a ECC ou a PF, a lei permite a penhora imediata de bens para cobrir a
quantia decorrente da eventual conversão das execuções, bem como a destinada à indemnização do exequente e ao
montante devido a título de sanção pecuniária compulsória - artigo 626.º n.º 5.
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Execução Sumária – exceção. Só seguem a forma sumária aqueles casos que estão tipificados na lei como
tal e que constam do nº2 art. 550º CPC, mas também são sumárias as execuções de sentença cujas
execuções que correm dos mesmos autos – 626º nº2 CPC
Únicos casos que as execuções podem ser sumárias – 550º nº2 – estas têm uma particularidade…
Execuções sumárias - existe penhora imediata, dispensa o despacho liminar e dispensa a citação prévia –
uma execução mais agressiva para o devedor – mas estas execuções são justificadas. Ele já teve
oportunidade de se defender, mas não o fez.
IMPORTANTE – 550º nº2 >> 626º nº2 + 3 CPC
550º nº3 d) – revela uma situação em que necessariamente tínhamos que chamar o executado antes de
fazer o que quiséssemos – este foi executado sozinho e é um mero devedor subsidiário, e além disto não
renunciou ao benefício da execução prévia, ou seja, se o seu património for atingido e o devedor principal
ainda tiver bens ele pode ser invocado o benefício da execução prévia, devemos lhe dar uma
oportunidade. Esta poderia ser sumária, mas como devemos dar a oportunidade do cliente querer invocar
o beneficio da execução prévia será então imperativamente ordinária
PERANTE UMA EXECUÇÃO: Vejo se se enquadra em alguma das situações do nº2 550º se se enquadrar é
sumária, caso não se enquadre é então ordinária. Poderá ainda ser imperativamente ordinária se se
enquadrar no nº3 550º.
Art. 648º CPC – diz-nos quando nas execuções ordinárias se iniciam as diligências para a penhora.
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→ ordinária com dispensa de citação prévia;
→ sumária pura,
→ e sumária com despacho liminar e citação prévia
Execução Ordinária ART. 727º CPC– tem despacho liminar e citação prévia, contudo o legislador admitiu
que também podia haver casos em que a situação apesar de não reunir situações para ser sumária, poderia
haver factos que justifiquem o receio pela perda patrimonial que levam a crer que estão a dissipar o seu
património, por ex.: doações, escrituras, etc. O exequente pode dar entrada no RE classifica como
ordinária, mas requer o previsto na al. j) 724º >> 727º ( que nos dá a dispensa de citação prévia, alegando
os factos, juntando provas e desta forma a secretaria recebe o RE, o juiz vê que há este pedido e ordena
que estas diligências probatórias se realizem para verificar o justo receio ou não, e caso o juiz se convença
(isto tudo antes de se chamar o executado). Caso o exequente tenha razão no seu receio, há dispensa de
execução prévia e o juiz manda seguir os termos de execução sumária, só se fazendo a citação depois da
penhora – É UMA ORDINÁRIA COM DESPACHO LIMINAR E DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA
Execução Sumária ART. 855º Nº5– dá entrada como sumária, o AE começa a fazer as diligências prévias à
penhora, começa a verificar que bens é que há, e chega à conclusão que esta execução é sumária por força
do nº2 d) 550º , e constata que a única coisa que há para penhorar é ou um imóvel ou um estabelecimento
comercial, (que pode pertencer ao executado na sua plenitude ou que pode ser ou a propriedade plena,
ou um direito real de gozo, ou um quinhão hereditário). Nestas situações o legislador verifica que há
penhora imediata (cujo valor é até 10.000€) e irá penhorar sem dizer nada um bem (imóvel ou
estabelecimento comercial) que à partida são bens que têm relevância no património das pessoas e que na
maioria têm um valor superior aos 10.000€. Então o legislador dado a tal desproporcionalidade, antes de
penhorar dá oportunidade ao executado de falar, então criou uma situação em que caso estas situações se
verifiquem (550º nº2 d) e bem imóvel…). O legislador remete então o processo para o juiz para que na
sequência do despacho liminar, o exequente seja citado perviamente– UMA EXECUÇÃO QUE SE INICIA
POR SER SUMÁRIA, MAS QUE DEPOIS DADAS AS CIRCUNTANCIAS ONDE EXISTE DESPACHO LIMINAR E
CITAÇÃO PRÉVIA (características estas da execução ordinária)
Agente de Execução – profissional que tem a seu cargo a condução da ação executiva. Ele faz as tarefas
executivas propriamente ditas. – todas as funções previstas no art. 719º CPC. Profissional liberal com
estatuto próprio que exerce funções de autoridade. Não é obrigatório o exequente indicar o AE, este pode
ser indicado pela secretaria, contudo, tem sempre que existir um. – 719º + 720º + 721º CPC
Juiz de Execução - O juiz de execução por sua vez, so tem as tarefas que a lei expressamente lhe atribui. –
723º CPC
Aqui diz que o juiz tem de verificar se o processo está em conformidade, porque se não estiver, ainda está
a tempo de rejeitar a execução ou então de realizar um convite ao aperfeiçoamento. – art. 734º CPC – IMP.
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Início da Ação Executiva
Uma ação executiva começa quando é apresentado o RE, (alguém tem que dar entrada no processo), isto
de forma eletrónica (art. 712º CPC), o próprio RE tem um modelo específico aprovado por portaria, e
preenchido através do CITIUS.
Foi criado a partir do art. 724º CPC, o RE tem que ter lá plasmado o tribunal, as partes, documento
assinado, tem que ter os factos a não ser que constem do próprio título executivo, o valor da causa, tem
que se escolher a prestação, indicar se a condição já foi verificada, o pedido, a liquidação, a
comunicabilidade da divida (se for o caso), a dispensa de citação prévia (se assim quiser), e o comprovativo
de pagamento. Tenho que ter o título executivo, cópia ou original!
Art. 724º nº5 – apenas execuções baseadas em títulos de crédito (cheques, letras, livranças) estas podem
ser propostas e juntarem-se apenas as cópias. Contudo, o legislador diz que o exequente tem que juntar o
original desses títulos nos 10 dias antes da execução e apresentá-lo em tribunal.
NOTA IMPORTANTE: Posso apresentar no RE, só a cópia do título executivo. No entanto, tenho que levar o
original a tribunal, sob pena da execução se extinguir.
Este RE é recebido ou recusado pelo AE (sumária), ou secretaria (ordinária) – art. 725º CPC
Aplica-se, ainda, sempre que a execução pudesse ser sumária mas ocorre alguma das causas de exclusão da forma
sumária previstas no n.º 3 do art. 550.º:
a) Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º;
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b) Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a liquidação não dependa de
simples cálculo aritmético;
c) Quando, havendo título executivo diverso de sentença apenas contra um dos cônjuges, o exequente alegue
a comunicabilidade da dívida no requerimento executivo;
d) Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja renunciado ao benefício da
excussão prévia.
a) Em decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no próprio processo;
b) Em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;
c) Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca ou penhor;
d) Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o dobro da alçada do tribunal
de 1ª instância.
Execução Sumária:
✓ RE recebido pelo AE – art. 855º mº2 al. a)
✓ Penhora imediata, com dispensa de despacho liminar e de citação prévia – art. 855º nº3
Modelo e termos de apresentação do RE são definidos pela Port. n.º 282/2013, de 29.08.
Todas as consultas a realizar pelo AE com vista à penhora e comunicações entre este e os demais serviços e
profissionais do foro são realizados por via eletrónica.
A designação do AE fica sem efeito se ele declarar que não a aceita por meios eletrónicos – art. 720.º/8 e art. 36.º
port. n.º 282/2013, de 29.08.
Consagra-se a possibilidade de os cidadãos recorrerem ao sistema público de justiça, requerendo que o oficial de
justiça desempenhe as funções de AE, em dois casos:
→ em execuções para a cobrança de créditos de valor não superior ao dobro da alçada do tribunal de 1.ª
instância, desde que não resultem de uma atividade comercial ou industrial (722.º/1/e);
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→ em execuções destinadas à cobrança de créditos laborais de valor não superior à alçada da Relação. – art.
722º nº1 f) CPC.
A destituição ou substituição produzem efeitos na data da comunicação ao AE, efetuada nos termos da Port.
282/2013, 29.08.
Repartição de Competências
Competências do juiz – 723.º
Todos os atos conexionados com o princípio da reserva de juiz ou suscetíveis de afetar direitos fundamentais
das partes ou de terceiros.
Compete-lhe proferir despacho liminar, quando este deva ter lugar, julgar a oposição à execução e à
penhora, verificar e graduar créditos, decidir reclamações de atos e impugnações de decisões do agente de
execução.
Competências do AE
Efetuar todas as diligências do processo executivo que não estejam atribuídas à secretaria ou sejam da competência
do juiz, incluindo, nomeadamente, citações, notificações, publicações, consultas de bases de dados, penhoras e seus
registos, liquidações e pagamentos (719.º/1).
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Assegurar a realização dos atos emergentes do processo que carecem da sua intervenção, mesmo após a extinção da
instância (art. 719.º/2).
O AE pode, sob sua responsabilidade e supervisão, promover a realização de quaisquer diligências materiais do
processo executivo que não impliquem a apreensão material de bens, a venda ou o pagamento, por empregado ao
seu serviço, devidamente credenciado pela entidade com competência para tal nos termos da lei (720.º/6).
Prazo para a prática de atos pelo AE: 5 dias para as notificações da sua competência e 10 dias para os demais atos
(art. 720º nº7)
O AE informa o exequente e o executado sobre as operações contabilísticas por si realizadas – informação que deve
constar da conta-corrente do processo.
Instância extingue-se decorridos 30 dias após notificação do exequente para pagamento de quantias em dívida, sem
que este o tenha efetuado. A extinção ocorre por comunicação eletrónica ao tribunal, sem intervenção judicial ou da
secretaria (aplica-se o art. 849.º/3).
A nota discriminativa de honorários e despesas do AE da qual não se tenha reclamado, acompanhada da sua
notificação pelo AE ao interveniente processual perante o qual se pretende reclamar o pagamento, constitui título
executivo.
Contém também o rol das execuções findas ou suspensas, mencionando-se além dos referidos elementos, os
referidos no n.º 2.
O AE deve manter atualizado o registo informático de execuções Retificação, atualização, eliminação e consulta dos
dados.
Acesso ao registo informático de execuções também regulado pela Port. 282/2013, de 29.08 – arts 56.º a 58.º.
Fase Introdutória
A petição com que se inicia a ação executiva é designada como requerimento executivo.
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O requerimento executivo obedece a um formulário próprio que se encontra no site indicado no artigo 2º,
nº1 da Portaria nº282/2013, de 29 de agosto (ver anexo I e II do mesmo diploma legal): ver artigos 132º, nº1 e 725º,
nº1, al. a) e é transmitido eletronicamente ao tribunal (e ao agente executivo nela designado) acompanhado pela
cópia do título executivo (sem prejuízo de o original dever ser apresentado nos dez dias subsequentes à distribuição,
quando se trate de título de crédito: artigo 724º, nº5) e pelos documentos relativos aos bens a penhorar e ao
pagamento da taxa de justiça (artigo 724º, nº4).
O artigo 724º, nº1 regula os requisitos formais a que deve obedecer o requerimento executivo – analisar o artigo.
7 — Aplicam-se ao disposto no número anterior os n.ºs 5 e 6 do artigo 552.º, com as devidas adaptações.
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Se não tiver sido reembolsado das custas de parte, por falta de pagamento das custas da ação declarativa pelo réu
nelo condenado, o exequente poderá exigir o reembolso no requerimento inicial, fazendo neste uma cumulação de
pedidos.
O nº7 diz-nos que se aplica o disposto no número anterior os nº5 e 6 do artigo 552º com as devidas adaptações.
A secretaria (ou o AE – 855.º/2/a) recusa receber o requerimento, no prazo de 10 dias a contar da distribuição,
indicando por escrito o respetivo fundamento, quando (art. 725.º/1):
Tratando-se de uma execução para pagamento de quantia certa sob a forma de processo sumário, tendo em conta
que, neste caso, o executado só é citado após a penhora do seu património, tanto a requerimento executivo como
os documentos que o acompanhem, são enviados por via eletrónica diretamente – sem precedência de despacho
liminar – ao agente de execução que tiver sido designado – artigo 855º, nº1.
- Recusar o requerimento executivo quando se verifique algum dos casos previstos no artigo 725º;
Ou
- Provocar a intervenção do juiz nos termos do artigo 855º, n º2, al. b), quando possam ocorrer alguma das
situações previstas no artigo 726º, nº2 a 4.
O ato de recusa é reclamável para o juiz, mas a decisão deste é irrecorrível, salvo quando se funde na falta de
exposição dos factos – artigos 725º, nº2.
Se a decisão da recusa for confirmada judicialmente ou se o exequente não reclamar da recusa, pode apresentar um
novo requerimento executivo, bem como o documento ou os elementos em falta nos termos do artigo 725.o, n.o1,
no prazo de 10 dias, a contar da recusa do recebimento do requerimento executivo ou da notificação da decisão
judicial que tenha confirmado a recusa - artigo 725º, nº3 – sob pena de extinção da execução – artigo 725º, nº4 +
849º, nº1, f) e nº2.
Recebido o requerimento inicial, seguem-se, como na ação declarativa, a distribuição (salvo quando a execução
tenha lugar nos autos do processo declarativo em que tenha sido proferida a decisão exequenda) e a atuação, bem
como as eventuais diligências para tornar certa ou exigível a obrigação, a designação do agente de execução pela
secretaria, quando o exequente o não tenha designado ou ele tenha recusado a designação feita (artigo 720º, nº2 e
8), e a subsequente notificação a este da designação efetuada (artigo 720º, nº3).
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Execução comum ordinária (fase liminar) – art. 726º CPC
O processo é concluso ao juiz para despacho liminar (art. 726.º/1)
Quando o processo deva prosseguir, o juiz profere despacho de citação do executado para, no prazo de 20 dias,
pagar ou opor-se à execução (art. 726.º/6).
Se o exequente alegou a comunicabilidade da dívida constante de TE diverso de sentença, o juiz profere despacho
de citação do cônjuge para os efeitos previstos no n.º 2 do art. 741.º (art. 726.º/7).
A secretaria remete ao AE, via eletrónica, o RE e documentos, notificando-o para proceder à citação do executado
(art. 726.º/8).
Execução Comum ordinária com dispensa de citação prévia – art. 727º CPC
A requerimento do exequente no RE através da alegação de factos que justificam o receio de perda da garantia
patrimonial do seu crédito e oferecimento de imediato dos meios de prova.
O receio é justificado sempre que, no RIE, conste a menção da frustração, total ou parcial, de anterior ação
executiva movida contra o executado.
Sendo dispensada a citação prévia é aplicável, com as necessárias adaptações o regime estabelecido nos arts 856.º e
858.º (Penhora imediata).
Está ainda previsto um outro caso de dispensa de citação prévia, quando há especial dificuldade em efetuar a
citação, designadamente por ausência do citando em parte incerta – dispensa de citação prévia, a requerimento do
exequente, quando a demora justifique o justo receio de perda da garantia patrimonial do crédito.
O AE pode suscitar a intervenção do juiz, nos termos do art. 723.º/1/d (art. 855.º/2/b):
→ Quando se lhe afigure provável a ocorrência das situações previstas nos n.ºs 2 e 4 do art. 726.º;
→ Quando duvide da verificação dos pressupostos da aplicação sumária.
Se o requerimento for recebido e o processo houver de prosseguir, o AE inicia as consultas e diligências prévias à
penhora, que se efetiva antes da citação do executado (art. 855º nº3).
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Fase Introdutória
Requerimento Executivo
O requerimento executivo é a petição com que se inicia a ação executiva.
Obedece a um formulário próprio que se encontra no site indicado no artigo 2.º, n.º 1 da Portaria n.º
282/2013, de 29 de agosto (ver anexo I e II do mesmo diploma legal).
O artigo 724.º, n.º 1 regula os requisitos formais a que deve obedecer o requerimento executivo – análise do
artigo.
Além de cumprir os requisitos do artigo 724.º, n.º 1, o requerimento executivo deve ser acompanhado dos seguintes
documentos (724.º, n.º 4 e 5).
• Cópia ou original do título executivo consoante o requerimento eletrónico seja entregue por via eletrónica
ou em papel;
• Se o título executivo for um título de crédito é necessário enviar o original para o tribunal no prazo de 10
dias a contar da distribuição, sob pena de extinção da execução, nos termos do artigo 849.º, n.º 1, al. f).
• Documentos de que o exequente disponha relativamente aos bens penhoráveis indicados no requerimento
executivo;
• Comprovativo do pagamento de taxa de justiça devida ou da concessão de apoio judiciário nos termos do
artigo 145.º.
Uma vez que a execução tem sempre por base um título executivo, o mesmo deve sempre acompanhar o
requerimento inicial (artigo 724.º, n.º4), sendo que a indicação da causa de pedir só deve ter lugar quando a mesma
não conste do próprio título - artigo 724.º, n.º1, e).
Admissão do requerimento executivo: na data do pagamento da quantia devida ao agente de execução a título
de honorários e despesas, ou da comprovação da concessão de benefício de apoio judiciário na modalidade de
atribuição de agente de execução - artigo 724.º, n.º6, al. a). Exceção ao regime geral previsto no artigo 259.º, n.º1.
Neste caso, uma vez remetido o requerimento, este pode ser recusado, de forma fundamentada, pela secretaria, no
prazo de 10 dias a contar da distribuição, quando:
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o acompanhem, são enviados por via eletrónica diretamente - sem precedência de despacho liminar - ao agente de
execução que tiver sido designado - artigo 855.º, n.º1.
Do ato de recusa cabe reclamação para o juiz, mas a decisão é irrecorrível, salvo quando se funde na falta de
exposição dos factos - artigos 725.º, n.º2 e 855.º, n.º2, al. a).
Se a decisão da recusa for confirmada judicialmente ou se o exequente não reclamar da recusa, pode apresentar um
novo requerimento executivo, bem como o documento ou os elementos em falta nos termos do artigo 725.º, n.º1,
no prazo de 10 dias, a contar da recusa do recebimento do requerimento executivo ou da notificação da decisão
judicial que tenha confirmado a recusa - artigo 725.º, n.º 3 – sob pena de extinção da execução – artigo 725.º, n.º 4 +
849.º, n.º1, f) e n.º2.
Despacho Liminar
O CPC ao desdobrar em sumária e ordinária a forma do processo comum, impõe na primeira o despacho liminar e
dispensa-o na segunda. Aliás, esse controlo judicial prévio constitui a característica fundamental da forma ordinária,
sendo dispensado no sumário.
Controlo judicial prévio que apenas ocorre no processo ordinário de execução, sendo dispensado no sumário.
Em caso do requerimento executivo ser aceite pela secretaria, o processo é concluso ao juiz a fim de proferir
despacho liminar – artigo 726.º, n.º 1.
2. Ocorram exceções dilatórias insupríveis, de conhecimento oficioso do tribunal – p. ex. casos em que exista
incompetência absoluta do tribunal (96.º e ss); ineptidão do RE designadamente por contradição entre o pedido e a
causa de pedir; a falta absoluta de alegação de factos que fundamentem o pedido quando tais factos não constem
do título executivo; a ilegitimidade singular, isto é, a propositura da ação executiva por alguém ou contra alguém
que não figure no título executivo como credor ou devedor (53.º).
3. Fundando-se a execução em título negocial, seja manifesta a inexistência de factos constitutivos, ou a existência
de factos impeditivos ou extintivos da obrigação exequenda que sejam de conhecimento oficioso – p. ex. negócios
jurídicos que enfermem de nulidade jurídica, pelo facto de o seu objeto ser física ou legalmente impossível; existam
causas extintivas do direito exequendo (ex. pagamento).
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4. Tratando-se de execução baseada em decisão arbitral o litígio não pudesse ser cometido à decisão por árbitros -
quer por estar exclusivamente submetido por lei especial à jurisdição de um tribunal judicial ou à arbitragem
necessária quer por o direito controvertido não ter caráter patrimonial e não poder ser objeto de transação.
Considerando que o TE determina o fim e os limites da execução (artigo 10.º, n.º5) o tribunal pode indeferir
parcialmente o requerimento executivo quando, por ex., o exequente requeira o pagamento de uma quantia
superior à que consta no título executivo.
O tribunal deve ainda indeferir parcialmente o requerimento executivo nos casos em que a execução seja intentada
por ou contra uma pessoa que não figure no TE (53.º) com a qualidade de credor ou de devedor não sendo feita no
requerimento executivo qualquer referência à verificação de algum dos desvios à regra geral da determinação da
legitimidade previstos no artigo 54.º e ss.
Exemplos: Junção de título diferente do que se pretendia apresentar; junção de título executivo que seja uma ata de
assembleia de condomínio sem que contenha a aprovação das despesas relativas a cada condómino (neste caso o
exequente é convidado a aperfeiçoar o requerimento executivo juntando aos autos uma cópia certificada da ata que
tiver definido as despesas relativas a cada condómino);
Proferido despacho de convite ao aperfeiçoamento, o juiz deve ordenar a notificação do exequente para que este
no prazo fixado corrija as irregularidades do RE ou a falta de pressupostos processuais, advertindo-o
simultaneamente de que a falta de resposta a esse convite implicará o indeferimento liminar do RE- artigo 726.º, n5.
Cabe ao agente de execução efetuar todas as diligências que não sejam da competência da secretaria de execução
designadamente citações, notificações, publicações, consultas de bases de dados, penhoras e seus registos bem
como liquidações e pagamentos (artigo 719.º, n.º 1). A secretaria deve remeter ao AE por via eletrónica o
requerimento executivo e os documentos que o acompanham para que este proceda à citação do executado (artigo
726.º, n.º 8).
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Rejeição e Aperfeiçoamento
Mesmo que o processo não tenha sido concluso ao juiz para o proferimento do despacho liminar (p. ex. quando a
ação executiva siga os termos do processo sumário sem que o AE tenha suscitado essa intervenção), o artigo 734.º,
n.º 1 prevê a possibilidade de o juiz conhecer oficiosamente até ao 1.º ato de transmissão dos bens penhorados das
questões que poderiam ter determinado, se apreciadas nos termos do artigo 726.º, o indeferimento liminar ou o
aperfeiçoamento do requerimento executivo.
Se a execução for rejeitada e o vício não for suprido ou a falta corrigida, a execução extingue-se no todo ou em
parte - artigos 734.º, n.º 2 e 849.º, n.º 1, al. f).
Todavia, a lei prevê a possibilidade de excecionalmente o executado ser citado após a penhora, através do
mecanismo do artigo 727.º.
No processo sumário
Dispensada a citação prévia do executado, ou tratando-se de uma ação executiva para pagamento de quantia certa
sob a forma de processo sumário, o executado é citado após a penhora do seu património podendo nos 20 dias
subsequentes, pagar, deduzir oposição à execução e/ou oposição à penhora - artigos 727.º, n.º 4 e 856.º, n.ºs 1 e 3.
Uma vez citado (ou notificado nos termos do artigo 728º, nº4, em consequência de cumulação sucessiva), o
executado pode opor-se à execução por meio de embargos – artigo 728º, nº1.
Esta oposição tem um prazo de 20 dias a contar da citação, não se aplicando o disposto no artigo 569º, nº2 (o prazo
corre singularmente).
A oposição do executado visa a extinção da execução, mediante o reconhecimento atual da inexistência do direito
exequendo ou da falta de um pressuposto, específico ou geral, da ação executiva.
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Constituindo os embargos de executado uma verdadeira ação declarativa, que corre por apenso ao processo de
execução, nela é possível ao executado, não só levantar questões de conhecimento oficioso, mas também alegar
factos novos, apresentar novos meios de prova e levantar questões de direito que estejam na sua disponibilidade
(por exemplo: a prescrição ou a compensação que não tenha invocado antes da ação executiva: artigos 303º e 848º,
nº1 CC). (acaba aqui)
Prazo = 20 dias a contar da citação, não se aplicando o disposto no art. 569.º/2 (o prazo corre singularmente).
Citação substitui-se por notificação nos casos de cumulação de títulos na mesma ação executiva, aplicando-se o
disposto no art. 227.º, devidamente adaptado. Pode ser feita na pessoa do mandatário.
O mesmo sucede no caso de execução de decisão judicial condenatória nos termos do art. 626.º/2: a execução
segue a tramitação prevista para a forma sumária, havendo lugar à notificação do executado após a realização da
penhora.
Regime de fundamentos :
Regime tripartido:
→ Execução baseada em sentença – regime restrito (art. 729.º)
▪ Distinguindo a sentença dos tribunais estaduais (artigo 729º) da sentença do tribunal arbitral (artigo
730º). No âmbito da primeira, dado tratamento especial à sentença homologatória de confissão ou
transação das partes – artigo 729º, al. i). A enumeração constante das al. a) a h) do artigo 729º
(execução de sentença dos tribunais estaduais) engloba a falta de pressupostos processuais gerais, a
falta de pressupostos processuais específicos da ação executiva e a inexistência atual da obrigação
exequenda, incluindo a compensação.
▪ O leque de fundamentos da oposição é restrito aos enunciados no art.º 729.º: o executado já teve
oportunidade de discutir boa parte das questões na ação declarativa que deu origem ao título executivo
(a sentença).
Compreende-se porquê: o executado não teve ocasião de, em ação declarativa prévia, se defender amplamente da
pretensão do exequente.
Pode, pois, o executado alegar nos embargos matéria de impugnação e de exceção (artigo 571º, nº2). Mas não pode
reconvir: a reconvenção, que não é um meio de defesa, mas de contra-ataque, não é admissível nem no processo
executivo nem nos processos declarativos que a ele funcionalmente se subordinam.
Podem ser alegados além dos fundamentos especificados no artigo 729º (na parte em que sejam aplicáveis)
quaisquer outros fundamentos de defesa de modo análogo à ação declarativa.
→ Execução baseada em requerimento de injunção com fórmula executória – regime híbrido (art. 857º)
Há lugar a despacho liminar que será de indeferimento: se tiverem sido deduzidos fora do prazo; não tiverem
fundamento legal ou forem manifestamente improcedentes.
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Se forem recebidos, o exequente é notificado para contestar - prazo de 20 dias - , seguindo-se, sem mais articulados
os termos do processo declarativo
Formação de caso julgado material: decisão de mérito proferida nos embargos à execução constitui caso julgado
quanto à existência, validade e exigibilidade da obrigação exequenda.
↔ Quando o bem penhorado é a casa de habitação efetiva do embargante e a sua venda seja suscetível de
causar prejuízo grave e dificilmente reparável, o juiz pode, a requerimento deste, determinar que a venda
aguarde pela decisão da 1ª instância sobre os embargos.
↔ A oposição tiver por fundamento qualquer das situações previstas na al. e) do art. 696º.
PENHORA
A satisfação do direito do exequente é conseguida no processo de execução, mediante a transmissão de direitos do
executado, seguida, no caso de ser feita para terceiro, do pagamento da dívida exequenda.
Mas, para que essa transmissão se realize, há que proceder previamente à apreensão dos bens que constituem o
objeto desses direitos, ao mesmo tempo paralisando ou suspendendo, na previsão dos atos executivos
subsequentes, a afetação jurídica desses bens à realização de fins do executado, que fica consequentemente
impedido de exercer plenamente os poderes que integram os direitos de que sobre eles é titular, e organizando a
sua afetação específica à realização dos fins da execução.
É nessa apreensão judicial de bens do executado que se traduz a penhora, que é assim o ato executivo
fundamental do processo de execução para pagamento de quantia certa e que tem dois efeitos principais:
→ Perante uma situação de incumprimento, o tribunal priva o executado do pleno exercício dos seus poderes sobre
um bem que, sem deixar ainda de pertencer ao executado, fica a partir de então especificamente sujeito à finalidade
última da satisfação do crédito do exequente, a atingir através da disposição do direito do executado nas fases
subsequentes da execução. O credor/exequente adquire um direito real de garantia, tendo preferência no
pagamento perante qualquer credor que não tenha garantia real anterior – artigo 822º CC.
Destas de poderá, assim, dizer que são como que a consequência natural da penhora, que é o ato executivo por
excelência.
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Objeto da execução (735.º)
Podem ser penhorados todos os bens do devedor suscetíveis de penhora, que nos termos da lei substantiva,
respondem pela dívida exequenda (ainda que se encontrem em poder de terceiro – art. 747.º)
Penhora de bens de terceiro admitida desde que a execução tenha sido movida contra ele e apenas nos casos
expressamente previstos na lei (art. 818.º CC):
o Quando sobre os bens de terceiro incida direito real constituído para garantia do crédito exequendo (art.
54.º/2);
o Quando tenha sido julgada procedente impugnação pauliana de que resulte para o terceiro obrigação de
restituição de bens ao credor (art. 616.º nº1 CC)
Presunção das despesas previsíveis da execução para efeito de realização da penhora e sem prejuízo de ulterior
liquidação.
REGIMES DE PENHORABILIDADE
✓ Bens absoluta ou totalmente impenhoráveis – art. 736.º - Bens que não podem em circunstância alguma
ser penhorados.
✓ Bens relativamente impenhoráveis – art. 737.º - Bens que normalmente seriam penhoráveis, mas no caso
especifico, estando afetos a determinada finalidade, enquanto se mantiver, não podem ser penhorados.
Comportam exceções mesmo quando são impenhoráveis.
✓ Bens parcialmente penhoráveis – art. 738.º - Bens que podem ser penhorados apenas em parte.
Parte líquida das prestações indicadas – consideram-se apenas descontos legais obrigatórios.
A Impenhorabilidade de 2/3:
Tem como limite máximo o equivalente a 3 SMN à data de cada apreensão e como limite mínimo, quando o
executado não tenha outro rendimento, o montante equivalente a 1 SMN. No caso de crédito exequendo de
alimentos o limite mínimo corresponde a quantia equivalente à totalidade da pensão social do regime não
contributivo – 211,79 euros (2020).
Penhora de dinheiro ou de saldo bancário é impenhorável o valor global correspondente ao SMN ou, tratando-se de
obrigação de alimentos a quantia equivalente à totalidade da pensão social do regime não contributivo.
Isenção de penhora:
• Requerimento do executado
• Contraditório e prova
• Decisão do juiz
• Por período não superior a 1 ano
OBJETO DA PENHORA
❖ Penhora em caso de comunhão ou compropriedade (art. 743.º);
❖ A penhora em ação contra herdeiro (art. 744.º);
❖ Penhorabilidade subsidiária (art. 745º)
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PENHORABILIDADE SUBSIDIÁRIA - 745.º
A execução segue forma ordinária se a execução for movida apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia (art. 550.º/3/d).
Livro: Além dos casos de impenhorabilidade, há a considerar aqueles em que determinados bens, ou todo o
património, só podem ser penhorados depois de outros bens, ou outro património, se terem revelado insuficientes
para a realização do fim da execução.
Isso acontece, em primeiro lugar, em consequência da separação entre património comum dos cônjuges e
património próprio de cada um deles, nos regimes de comunhão geral e de comunhão de adquiridos. Acontece, em
segundo lugar, quando, por negócio ou por lei, há um devedor principal, ou um património coletivo que responde
em primeiro lugar, e um devedor subsidiário com o benefício de excussão prévia. Acontece ainda quando há bens do
devedor especialmente afetados ao cumprimento da obrigação. Acontece também quando a consideração de
determinados interesses leva a só permitir em último lugar a penhora de certos bens. (acaba aqui)
Em todos os outros casos – execução movida contra apenas devedor subsidiário mas este renunciou ao benefício da
excussão prévia; execução conjunta de devedor subsidiário e devedor principal – a execução prosseguirá nos termos
gerais, a forma ordinária ou sumária conforme decorra da aplicação dos n.ºs 1 a 3 do art. 550.º
Bens insuficientes.
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CONSULTAS E DILIGÊNCIAS PRÉVIAS À PENHORA
1.ª consulta a efetuar pelo AE: consulta ao registo informático de execuções (748.º/2 e 717.º)
Quando do registo informático de execuções consta que foi movida ação executivo terminada nos últimos 3 anos
sem integral pagamento e o exequente não haja indicado bens penhoráveis no requerimento executivo, o agente de
execução deve iniciar as diligências tendentes a identificar bens penhoráveis e caso se frustrem, comunica ao
exequente que tem 10 dias para indicar bens sob pena de extinção da execução, sem prejuízo de posterior
renovação da instância, com indicação de concretos bens - arts.748º, nº3, 849º, nº1, al. c) e 850º, nº5.
A realização da penhora é precedida das diligências que o AE considere úteis à identificação ou localização de bens
penhoráveis, observado o disposto no n.º 2 do art. 751.º, a realizar no prazo máximo de 20 dias.
Consulta, nas bases de dados da administração tributária, segurança social, conservatórias do registo predial,
comercial e automóvel e de outros registos ou arquivos semelhantes, de todas as informações sobre a identificação
do executado junto desses serviços e sobre a identificação e localização dos seus bens.
Informação fornecida sobre a identificação do executado é restrita.
Para penhora de depósito bancário, possibilidade de consulta prévia ao Banco de Portugal.
Consultas de outras declarações ou de outros elementos protegidos pelo sigilo fiscal ou dados confidenciais –
sujeitas a despacho judicial de autorização. – art. 418º nº2
Grandes litigantes: é devida a uma remuneração pelos serviços prestados na identificação do executado e na
identificação e localização de bens penhoráveis às instituições que prestem colaboração.
Limite temporal para localização de bens penhoráveis: constatação da falta de bens no prazo de 3 meses a contar
da notificação da secretaria ao AE – este notifica, simultaneamente:
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ORDEM DE REALIZAÇÃO DA PENHORA – ART. 751.º/1 E 2
Princípio da adequação: a penhora começa pelos bens, cujo valor económico, seja de mais fácil realização e se
mostrem adequados ao valor do crédito exequendo (art. 751.º/1).
O AE deve respeitar as indicações do exequente, salvo se violarem norma legal imperativa, ofenderem o principio da
proporcionalidade da penhora ou infringirem manifestamente a regra anterior (art. 751.º/2).
Normas legais imperativas: exemplo art. 752.º/1: penhora de bens onerados com garantia real.
✓ A penhora de outros bens presumivelmente não permita a satisfação integral do credor no prazo de 12
meses, no caso de divida que não excede ½ do valor da alçada da 1ª instância e o imóvel é a habitação
própria do executado.
✓ 6 meses nos demais casos (imóvel que não é habitação própria do executado/estabelecimento comercial).
No caso de o executado requerer a substituição dos bens penhorados nos termos da al. a), o AE remete o
requerimento e a oposição ao juiz, para decisão;
Em caso de substituição, em princípio só depois de nova penhora é levantada a que incide sobre os bens
substituídos;
O executado que se oponha à execução pode, no ato da oposição, requerer a substituição da penhora por caução
idónea que igualmente garanta os fins da execução.
Processo ordinário:
o Lavra-se auto de penhora (modelo aprovado pela port. n.º 282/2013, de 29.08)
o AE notifica o executado no próprio ato e entrega cópia do auto; se não estiver presente, notificação em 5
dias posteriores à realização da penhora.
o O executado é advertido da possibilidade de deduzir oposição à penhora com os fundamentos previstos no
art. 784.º, e do prazo de que dispõe para tal. É-lhe entregue cópia do auto de penhora.
o É advertido de que deve indicar os direitos, ónus e encargos não registáveis que recaiam sobre os bens
penhorados, bem como os respetivos titulares ou beneficiários.
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Processo sumário (ver art. 856.º)
O executado, feita a penhora, é citado para a execução e, em simultâneo, notificado do ato da penhora,
podendo deduzir, no prazo de 20 dias, embargos de executado e oposição à penhora.
A execução pode prosseguir mesmo que o registo da penhora fique provisório, mas não se procede à consignação
judicial dos seus rendimentos ou a respetiva sem que o registo seja convertido em definitivo. Pode o juiz de
execução, ponderados os motivos da provisoriedade, decidir que a execução não prossiga, se essa questão lhe for
suscitada.
A penhora implica, em regra, um depositário. Este é: O depositário é o AE, mas existem exceções a esta regra.
Exceções:
▪ o exequente consentir que seja depositário o próprio executado ou pessoa designada pelo AE;
▪ o bem penhorado ser a casa de habitação efetiva do executado, caso em que é este o depositário;
▪ o bem estar arrendado, caso em que é depositário o arrendatário;
▪ o bem ser objeto de direito de retenção, em consequência de incumprimento contratual judicialmente
verificado, caso em que é depositário o retentor.
Em consequência da penhora, o direito do executado é esvaziado dos poderes de gozo que o integram, os quais
passam para o tribunal, que em regra os exercerá através do depositário
A tomada de posse do bem penhorado, quando se trate de imóvel, tem lugar nos termos do art. 757.º. Sem
prejuízo do disposto nos n.ºs 1 e 2 do art. 756.º, o depositário deve tomar posse efetiva do imóvel.
O AE pode solicitar diretamente o auxílio das autoridades policiais, salvo se se tratar de domicílio do executado. Mas
quando se trate de domicílio, a solicitação de auxílio das autoridades judiciais policiais carece de prévio despacho
judicial. Esta exigência destina-se a tutelar a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio.
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Às autoridades policiais que prestem auxílio na realização da penhora é devida uma remuneração pelos serviços
prestados.
Penhora com efetiva apreensão e imediata remoção. A regra é que o agente de execução é o fiel depositário.
Não se removendo, deve fazer-se uma descrição pormenorizada dos bens, fotografá-los e, sempre que possível,
proceder à imposição de algum sinal distintivo nos bens, ficando o executado como fiel depositário.
Vigora a presunção ilidível de que os bens encontrados em poder do executado lhe pertencem.
Entende-se estarem em poder do executado todos os bens sobre os quais ele exerce posse ou detenção ou pode
exercê-la por se encontrarem na sua esfera de controlo, designadamente em imóvel que lhe pertença ou que em
nome próprio utilize.
Esta presunção pode ser ilidida, quer pelo executado, ou por alguém em seu nome, quer por terceiro, através da
apresentação de documento do qual resulte inequivocamente que os bens pertencem a terceiro.
A ilisão faz-se perante o juiz, mediante requerimento, devendo verificar-se a audição do exequente.
O facto de a presunção não ser ilidida por prova documental, por não dispor dela ou por não ser inequívoca não
prejudica o recurso aos embargos de terceiro.
Lavra-se auto de penhora (art. 766.º), em modelo próprio (art. 753.º), do qual consta:
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Penhora de bens móveis sujeitos a registo Art. 768º CPC
À penhora de bens móveis sujeitos a registo aplica-se, com as devidas adaptações o art. 755.º (penhora de bens
imóveis).
A penhora de veículo automóvel pode ser precedida de imobilização mas registo da penhora deve fazer-se até ao
termo do 1.º dia útil seguinte.
Esta regra com exceções: não se procede à remoção se o AE entender que a remoção é desnecessária para a
salvaguarda do bem ou é manifestamente onerosa em relação ao crédito exequendo.
PENHORA DE DIREITOS
→ Penhora de créditos – art. 773.º
→ Penhora de títulos de crédito – art. 774.º
→ Penhora de direitos ou expetativas de aquisição – art. 778.º
→ Penhora de rendas, abonos, vencimentos ou salários – art. 779.º
→ Penhora de depósitos bancários – art. 780.º
→ Penhora de direito a bens indivisos e de quotas em sociedades – art. 780.
→ Penhora de estabelecimento comercial – art. 782º
Efetua-se com a notificação ao devedor, feita com as formalidades da citação pessoal e sujeita ao regime desta (art.
225.º), de que o crédito fica à ordem do AE;
O devedor deverá declarar se o crédito existe, quais as garantias que o acompanham, em que data se vence e
quaisquer outras circunstâncias que possam interessar à execução.
Se o devedor faltar conscientemente à verdade irá incorrer em responsabilidade por litigante de má-fé.
- Impugnar a existência do crédito – artigo 775º, nº1, caso em que, se o exequente mantiver a penhora, o
crédito passa a ser considerado litigioso – artigo 775º, nº2;
- Invocar a exceção de não cumprimento da obrigação recíproca – artigo 776º, nº1, podendo seguir-se, por
apenso, uma execução acessória para exigir a prestação ao executado, se este confirmar a declaração, o que
constituirá título executivo – artigo 776º, nº2 e 4, e passando o crédito a ser considerado litigioso, se o
executado impugnar a declaração e o exequente mantiver a penhora – artigo 776º, nº3;
- Reconhecer a existência de um crédito – artigo 773º, nº2, com o que ele fica imediatamente assente no
âmbito do processo executivo, podendo ser como tal adjudicado ou vendido – artigo 777º, nº2 e servindo o
ato de reconhecimento de base à formação de um título executivo em que se pode fundar uma execução
contra o terceiro devedor (que não pague, por deposito efetuado à ordem do agente de execução ou da
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secretaria – artigo 777º, nº1), por meio de substituição processual (do executado pelo exequente, mas
constituindo título executivo a declaração de reconhecimento do devedor) ou por ação do adquirente
(mediante a atribuição de exequibilidade ao título de aquisição do crédito) e por apenso ao processo
executivo – artigo 777º, nº3;
- Fazer qualquer outra declaração sobre o crédito penhorado que interesse à execução – artigo 773º, nº2;
- Nada fazer, o que tem o efeito cominatório de equivaler ao reconhecimento do crédito, nos termos
constantes da indicação do crédito à penhora artigo 773º, nº4, se a houver, e transmitidos ao terceiro
devedor no ato da notificação, constituindo título executivo a notificação efetuada e a falta de declaração –
artigo 777º, nº3; mas, se , não pagando o terceiro devedor, contra ele for proposta execução, é-lhe ainda
possível, em oposição, provar que o crédito não existia, com o que a penhora do direito de crédito se
extingue e a venda, a ter tido lugar, é anulada, sem prejuízo do direito do exequente a haver do terceiro
devedor uma indemnização, que pode ser feita valer na própria oposição – artigo 777º, nº4.
Consistindo o crédito no direito a depósito em instituição bancária ou equiparada, há que atender às especialidades
do artigo 780º.
Não sendo cumprida a obrigação, pode o exequente ou o adquirente exigir a prestação, servindo de título executivo
a declaração de reconhecimento do devedor, a notificação efetuada e a falta de declaração ou o título de aquisição
do crédito (formação de um título judicial impróprio).
Se posteriormente, em oposição à execução, o devedor vier a demonstrar que o crédito não existia, fica o mesmo
responsável pelos danos causados, nos termos gerais, liquidando-se a sua responsabilidade na própria oposição,
caso o exequente, na contestação, tenha feito valer o direito à indemnização (art. 773.º/4 e 777º nº4)
Penhora de direitos ou expetativas de aquisição de bens determinados aplica-se, com as necessárias adaptações, o
regime da penhora de créditos.
Quando o objeto a adquirir for uma coisa que esteja na posse ou detenção do executado, cumpre-se ainda o
regime da penhora de imóveis ou de móveis, conforme o caso.
Consumada a aquisição, a penhora passa a incidir sobre o próprio bem transmitido.
Esta penhora realiza-se por notificação ao locatário, empregador ou a entidade que os deva pagar para que faça, nas
quantias devidas, o desconto correspondente ao crédito penhorado e proceda ao depósito em instituição de crédito.
As quantias penhoradas ficam à ordem do AE/secretaria, mantendo-se indisponíveis até ao termo do prazo para a
oposição do executado, caso este se não oponha, ou, caso contrário, até ao trânsito em julgado da decisão que
sobre ela recaia.
Findo o prazo de oposição, se esta não tiver sido deduzida, ou julgada a oposição improcedente:
• havendo outros bens penhoráveis o AE, depois de descontado o valor das despesas da execução (735.º, nº
3):
o entrega ao exequente as quantias já depositadas que não garantam crédito reclamado
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o adjudica as quantias vincendas, notificando a entidade pagadora para as entregar diretamente ao
exequente
o
• na falta de outros bens penhoráveis o AE, depois de assegurado o valor devido a título de honorários e
despesas:
o entrega ao exequente as quantias já depositadas que não garantam crédito reclamado
o adjudica as quantias vincendas, notificando a entidade pagadora para as entregar diretamente ao
esquente, extinguindo-se a execução, sem prejuízo da renovação da instância para satisfação do
remanescente do crédito exequendo, aplicando-se o nº4 do art. 850º CPC.
A penhora que incida sobre depósito existente em instituição legalmente autorizada a receber depósitos nos quais o
executado disponha conta aberta é efetuada por via eletrónica pelo AE (sem necessidade de despacho judicial).
O AE obtém informação acerca das instituições legalmente autorizadas a receber depósitos em que o executado
detém contas ou depósitos bancários através do Banco de Portugal (art. 749.º/6).
AE comunica que o saldo existente, ou a respetiva quota-parte, fica bloqueado desde a data do envio da
comunicação, até ao limite estabelecido no art. 735.º/3, salvaguardando-se o disposto no art. 738.º/4 e 5.
No caso de impossibilidade de identificar adequadamente a conta bancária é bloqueada a parte do executado nos
saldos de todos os depósitos existentes na instituição ou instituições notificadas.
Estão estabelecidos critérios de preferência na escolha da conta ou contas cujos saldos são bloqueados.
Após a comunicação do AE, a instituição de crédito tem o prazo de 2 dias para comunicar ao AE:
→ O montante bloqueado;
→ O montante dos saldos existentes;
→ A inexistência de conta ou saldo.
O AE deve comunicar, por via eletrónica a penhora, no prazo de 5 dias, às instituições de crédito a penhora dos
montantes dos saldos existentes que se mostrem necessários para satisfação da quantia exequenda e o desbloqueio
dos montantes não penhorados, sendo a penhora efetuada de imediato comunicada ao executado pela Inst. De
crédito.
A instituição de crédito é responsável pelos saldos bancários existentes à data da comunicação de bloqueio efetuada
pelo AE e fornece ao AE extrato onde constem todas as operações que afetem os depósitos penhorados após a
realização da penhora.
É devida remuneração às instituições de crédito que prestem colaboração na realização da penhora de depósitos
bancários apenas nos casos em que o exequente seja um litigante em massa.
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Pagamento é efetuado findo o prazo de oposição, se esta não tiver sido deduzida, ou julgada improcedente, e
abrange apenas as quantias que não garantam crédito reclamado, até ao valor da dívida exequenda, depois de
descontado o montante relativo a despesas de execução referidas no nº3 art. 735º.
Se a penhora tiver por objeto quinhão em património autónomo ou direito a bem indiviso não sujeito a registo, a
diligência consiste unicamente na notificação do facto ao administrador dos bens, se o houver, ou aos contitulares,
com a expressa advertência de que o direito do executado fica à ordem do AE, desde a data da primeira notificação
efetuada.
Na penhora de quota em sociedade, além da comunicação à conservatória de registo competente, efetuada nos
termos do nº1 do art. 755º, é feita a notificação da sociedade.
Nos restantes casos, tratando-se de bem não sujeito a registo, é feita notificação ao administrador dos bens, se o
houver, e aos terceiros titulares ou contitulares dos restantes direitos implicados, e a penhora considera-se feita à
data da primeira notificação. Tratando-se de bem sujeito a registo, as (mesmas) notificações seguem-se à
comunicação à conservatória, com a qual se tem por feita a apreensão.
Os notificados podem também contestar a existência do direito penhorado ou fazer acerca dele outras declarações
pertinentes – artigo 781º, nº2 e 5, mas não tendo o seu silêncio qualquer efeito cominatório, ele não impede,
designadamente, a dedução de embargos de terceiro.
Podem os contitulares notificados declarar que pretendem que a venda executiva tenha por objeto a totalidade do
bem ou do património, caso em que, tendo todos feito tal declaração, a venda abrangerá esta totalidade – artigo
781º, nº2 e 4.
A penhora do direito ao produto da liquidação de quota em sociedade de pessoas constituiu penhora de bem
indiviso, mas não assim a penhora do direito ao lucro, que tem o tratamento dos direitos de crédito.
A penhora do estabelecimento comercial efetua-se através da elaboração de um auto, no qual se relacionam os bens
que essencialmente o integram, aplicando-se ainda o disposto para a penhora de créditos, se do estabelecimento
fizerem parte bens dessa natureza, incluindo o direito ao arrendamento.
A penhora do estabelecimento comercial na sua universalidade não afeta a penhora anteriormente efetuada sobre
bens que o integram, mas impede a penhora posterior sobre bens nele compreendidos.
O incidente da oposição à penhora, previsto nos arts 784.º e 785.º constitui um meio de reação à penhora ilegal
privativo do executado. Com efeito, só o executado (e o seu cônjuge quando tenha o estatuto processual conferido
pelo art. 787.º/1) pode deduzir oposição à penhora e só o pode fazer quando sejam penhorados bens seus.
Para o caso de a penhora recair sobre bens de terceiro, está consagrado na lei um meio de reação específico: os
embargos de terceiro previstos nos arts 342.º e ss, que no caso de serem deduzidos correm por apenso ao processo
de execução (art. 344.º/1)
O juiz deve julgar o incidente de oposição à penhora no prazo de três meses (art. 723.º/1/b).
São três as situações que, segundo o art. 784.º/1 podem fundar a oposição à penhora:
a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão com que ela foi
realizada (ex. penhora de bens absoluta ou totalmente impenhoráveis, penhora efetuada com extensão
excessiva: foram penhorados bens parcialmente penhoráveis, abrangendo a penhora a parte impenhorável
de tais bens).
b) Imediata penhora de bens que só subsidiariamente respondam pela dívida exequenda (ex. penhora, antes
de excutido o património do devedor principal, de bens do devedor subsidiário que goza do benefício da
excussão prévia e o invocou).
c) Incidência da penhora sobre bens que, não respondendo, nos termos do direito substantivo, pela dívida
exequenda, não deviam ter sido atingidos pela diligência (ex. penhora de bens do herdeiro habilitado como
sucessor do devedor, que aquele não tenha adquirido por sucessão deste, por dívidas do primitivo devedor,
desde que o herdeiro tenha aceite a herança a benefício de inventário – art. 2071.º CC).
Fundando-se a oposição na existência de patrimónios separados, deve o executado indicar logo (com a dedução da
oposição à penhora) os bens penhoráveis que tenha em seu poder e se integrem no património autónomo que
responde pela dívida exequenda (art. 784º nº2)
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Tramitação da Oposição à penhora quando não se cumule com os embargos do
executado
Sendo a execução sobre os bens suspensa por ter sido deduzida oposição à penhora pode a penhora ser reforçada
ou substituída nos termos do art. 751.º/4/d.
Se a oposição à penhora respeitar ao imóvel que constitua habitação efetiva do executado, o juiz pode a
requerimento do oponente/executado, determinar que a venda aguarde a decisão proferida em 1.ª instância sobre a
oposição, qual tal venda seja suscetível de causar prejuízo grave e dificilmente reparável (art. 733.º/5 ex vi art.
785.º/4).
No processo ordinário, quando haja lugar à dispensa de citação prévia do executado, e no processo sumário esta
decisão do juiz pode verificar-se simultaneamente no âmbito dos embargos de executado e da oposição à penhora.
Mesmo quando o recebimento da oposição à penhora não suspenda a execução, ou seja, a execução prossegue,
nem o exequente nem qualquer outro credor pode ser pago, sem prestar caução (art. 785.º/5).
No caso de ter havido venda dos bens penhorados, tendo sido deduzida oposição à penhora relativamente mesmos
bens, e tendo esta sido julgada procedente, a venda fica sem efeito (art. 839.º/1/a), se for requerida a restituição
dos bens pelo executado, nos termos do art. 839.º/3. Tal apenas não sucederá se a procedência da oposição à
penhora for parcial e a subsistência da venda for compatível coma decisão tomada (art. 829º nº1 al. a) CPC)
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Docente: Lurdes Mesquita
Concluída a fase da penhora e apurada, pelo agente de execução, a situação registral dos bens penhorados, são
convocados/citados para a execução o cônjuge do executado (apenas em certos casos) e os credores com garantia
real sobre os bens penhorados.
Através destas convocações, dá-se a possibilidade de intervenção, na ação executiva, a outros credores para além do
exequente.
Sendo chamadas pela primeira vez ao processo, a sua convocação faz-se sob a forma de citação (art. 219.º/1), cuja
falta ou nulidade tem o mesmo efeito que a falta ou nulidade da citação do réu (arts 187.º a 191.º), mas com
restrições quanto à anulação derivada de atos posteriores (art. 786.º/6).
A citação do cônjuge é realizada no prazo de 5 dias a contar do apuramento da situação registral dos bens
penhorados (art. 786.º/8).
A citação do cônjuge tem também lugar nos termos especialmente previstos nos arts 741.º e 742.º (art. 786.º/5).
Direitos reais de garantia: 786º nº1 al. b) CPC - direito de retenção (credor retenciticio), consignação de
rendimentos, hipoteca, penhor, a partir do 656º CC.
Art. 824º CC – direitos que caducam com a venda, neste caso, os direitos reais de garantia. Pois, os bens são livres
de ónus e encargos, quando vendidos para execução.
O Estado, na maior parte dos casos, é um potencial credor com privilégio creditório.
Art. 744º CC – privilégio creditório imobiliário especial (IMI ou IMT).
A citação do cônjuge, nos termos do art. 786.º/1/a/1.ª parte, destina-se a que o mesmo possa (art. 787.º/1):
• Deduzir oposição à penhora, no prazo de 20 dias a contar da citação;
• Exercer nas fases da execução posteriores à citação todos os direitos que a lei processual confere ao
executado, como por exemplo,
o deduzir embargos de executado, podendo cumular eventuais fundamentos;
o pronunciar-se quanto à forma e condições de alineação dos bens penhorados (art. 812.º/1);
o impugnar os créditos dos credores reclamantes com garantia real sobre os bens penhorados (art.
789.º/2);
o requerer a sustação da venda dos bens penhorados nos termos do art. 813.º/1.
Nos casos especialmente regulados nos arts 740.º a 742.º, o cônjuge do executado é admitido a exercer as
faculdades aí previstas (art. 787º nº2 CPC)
31
Citação dos Credores com Garantia Real sobre os Bens Penhorados
No esquema da nossa lei processual civil, só são convocados os credores que gozam de direito real de garantia,
registado ou conhecido, sobre os bens penhorados para reclamarem o pagamento dos seus créditos (art. 786.º/1/b
e 788.º/1).
Art. 788º CPC – as pessoas são citadas para que possam reclamar do seu crédito, no prazo de 15 dias a contar da
citação. Se houver reclamações, nasce um apenso que se chama: apenso de verificação e graduação de créditos. É
o juiz que tem poder para depois, no fim deste apenso, na sentença, reconhecer os créditos e graduá-los (724º).
Com a venda executiva os bens são transmitidos livres dos direitos de garantia que os oneram por força do art.
824.º/2 CC.
Para que os credores preferencialmente garantidos pelos bens penhorados ao executado não percam, com a venda
executiva, a garantia dos respetivos créditos e, consequentemente, os respetivos direitos se transfiram, nos termos
do art. 824.º/3, para o produto da venda dos bens penhorados é necessário que, em momento processualmente
oportuno, vão à ação executiva reclamar os seus créditos.
Os credores a favor de quem exista o registo de algum direito real de garantia sobre os bens penhorados são citados
no domicílio que conste do registo, salvo se tiverem outro domicílio conhecido (art. 786.º/3).
Os titulares de direito real de garantia sobre bem não sujeito a registo são citados no domicílio que tenha sido
indicado no ato da penhora ou que seja indicado pelo executado (art. 786.º/4).
É ainda citada a Fazenda Nacional, com vista à defesa dos seus possíveis interesses e o Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social, I.P., com vista à defesa dos direitos da Segurança Social. Estas citações têm lugar
exclusivamente por meios eletrónicos nos termos da Portaria 331-A/2009, de 30 de março) - art. 786.º/2.
Realizam-se no prazo de cinco dias a contar do termo do prazo da oposição à penhora (art. 786.º/9).
Concurso de Credores
Para que o credor possa reclamar os seus créditos, para além de ter uma garantia real sobre os bens penhorados,
têm de estar reunidos todos os pressupostos necessários à propositura de uma ação executiva, com exceção da
exigibilidade (o credor é admitido à execução ainda que o seu crédito não esteja vencido) – art. 788.º/7.
Nota: não é obrigatória que seja exigível, isto é, que se encontre vencida.
788º nº3 CPC – podem ainda ser reclamados novos credores exceto, os que estão sujeitos a registo, pois estes não
podem ser esquecidos. Caso sejam, as consequências são nos dadas pelo art. 786º CPC
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Pressupostos Específicos da Reclamação de Créditos
Garantia real: Só o credor com garantia real sobre os bens penhorados tem o ónus de reclamar o seu crédito na
execução, a fim de concorrer à distribuição do produto da venda (art. 788.º)
Título executivo:
A reclamação tem por base um título exequível (art. 788.º/2), Aplica-se aqui tudo quanto se disse sobre o título
executivo enquanto pressuposto da ação executiva.
Admite-se que um credor com garantia real sobre o bem penhorado não disponha ainda de título executivo no
termo do prazo para a reclamação (15 dias a contar da citação – art. 788.º/2), sendo-lhe facultado requerer, dentro
desse mesmo prazo, que a graduação de créditos aguarde a sua obtenção (art. 792.º/1).
Está prevista a possibilidade de formação de um título judicial impróprio que evitará a propositura da ação com vista
à obtenção de um título executivo pelo credor reclamante: o executado é notificado para, no prazo de 10 dias, se
pronunciar sobre a existência do direito invocado (art. 792.º/2) e, se reconhecer ou nada disser (a menos que neste
caso esteja pendente ação declarativa de apreciação) considera-se formado o título executivo, sem prejuízo de o
crédito ser impugnado pelo exequente ou restantes credores (art. 792.º/3).
Quando o executado negue a existência do título, o credor reclamante tem de propor ação com vista à obtenção do
título e de seguida reclama o crédito na execução (art. 792.º/4).
Os efeitos do requerimento caducam se dentro de 20 dias a contar da notificação de que o executado negou a
existência do crédito, não for apresentada certidão comprovativa da pendência da ação (art. 792º nº7 al. a).
Se a ação com vista à obtenção do título executivo já estava pendente à data do requerimento do credor reclamante
no sentido da graduação de créditos aguardar a obtenção de título executivo, o credor tem de provar a intervenção
principal, nos termos dos arts 316.º e ss, do exequente e dos credores reclamantes com garantia real sobre o mesmo
bem (litisconsórcio necessário) – art. 792.º/5. Isto sob pena de os efeitos do requerimento do credor reclamante
caducarem se o exequente provar que não se verificou esta intervenção (art. 792.º/7/b).
Igualmente caducam os efeitos do requerimento se dentro de 15 dias a contar do trânsito em julgado da decisão,
dela não for apresentada certidão (Art. 792.º/7/c).
O requerimento não obsta à venda ou adjudicação dos bens, nem à verificação dos créditos reclamados, mas o
requerente é admitido a exercer no processo os mesmos direitos que competem ao credor cuja reclamação tenha
sido admitida (art. 792.º/6).
A certeza e liquidez da obrigação: Se a obrigação do credor não for qualitativamente determinada (incerta) ou
tiver por objeto uma prestação cujo quantitativo não está ainda apurado (ilíquida), o credor reclamante lançará mão
dos meios que o exequente tem à sua disposição para a tornar certa e líquida.
→ Quando o credor tenha sido citado, é de 15 dias a contar da citação (art. 788.º/2);
→ Não tendo sido citado pode reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados
sobre que incide a garantia (art. 788.º/3).
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Restrições:
Não é admitida a reclamação de credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, nas situações
previstas mo art. 788.º/4.
Não se aplicam estas restrições quando estejam em causa privilégios creditórios de trabalhadores (art. 788º nº6)
1. Os Articulados
Citados os credores, estes poderão reclamar os seus créditos, mediante a apresentação de uma petição inicial
articulada (art. 147.º/2)
Terminado o prazo para a sua apresentação ou apresentada reclamação nos termos do n.º 3 do art. 788.º, a
secretaria do tribunal procede à notificação da reclamação apresentada ao exequente, executado, ao cônjuge do
executado, credores reclamantes e agente de execução. A notificação do executado deve respeitar o disposto no art.
227.º que prevê os elementos que lhe devem ser transmitidos, podendo a notificação deste ser feita na pessoa do
mandatário quando constituído.
No prazo de 15 dias a contar da respetiva notificação, o exequente, o executado, o seu cônjuge (que tenha o
estatuto processual que lhe é conferido pelo art. 787.º/1) e os demais credores reclamantes cujos créditos estejam
garantidos pelos mesmos bens, podem impugnar os créditos reclamados. Note-se que é permitido aos credores
reclamantes impugnar também o crédito exequendo, bem como as garantias reais invocadas, quer pelo exequente,
quer pelos outros credores (art. 789º nº2 e 3).
A impugnação dos créditos reclamados pode ter como fundamento qualquer das causas que extinguem ou
modificam a obrigação ou que impedem a sua existência, nos termos do disposto no art. 789.º/4.
No entanto, se o crédito estiver reconhecido por sentença que tenha força de caso julgado em relação ao
impugnante, a impugnação só pode basear-se em algum dos fundamentos mencionados nos arts 729.º e 730.º, na
parte em que forem aplicáveis.
Nos termos do art. 790.º, o credor reclamante que veja os seus créditos impugnados poderá deduzir um terceiro
articulado, respondendo à impugnação verificada (no prazo de 10 dias a contar da notificação).
São havidos como reconhecidos os créditos e as respetivas garantias que não forem impugnados, sem prejuízo das
exceções ao efeito cominatório da revelia, vigentes em processo declarativo, ou do conhecimento das questões que
deviam ter implicado rejeição liminar da reclamação (art. 791.º/4).
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Se, pelo contrário, a verificação de algum dos créditos reclamados estiver dependente de produção de prova,
seguir-se-ão os termos do processo comum de declaração, posteriores aos articulados, sem prejuízo de, no
despacho saneador, o juiz julgar verificados os créditos cujo reconhecimento não estiver dependente de produção
de prova. Contudo, a graduação de todos fica para a sentença final (art. 791º nº1)
→No caso de ser graduado crédito que não esteja vencido, a sentença de graduação determina que, na conta final
de pagamento, se efetue o desconto correspondente ao benefício de antecipação (art. 791.º/3).
→ No caso do n.º 2 do art. 788.º, ou seja, de ser apresentada reclamação de créditos por titulares de direitos reais
de garantia que não tenham sido citados, que pode ocorrer até à transmissão dos bens penhorados, a graduação de
créditos se já estiver feita é refeita (art. 791.º/6).
Em caso de concurso sobre a mesma coisa móvel prevalece o direito real de garantia que mais cedo tiver sido
constituído, salvo disposição em contrário e com a exceção do privilégio mobiliário geral, que é graduado em último
lugar (arts 749.º e 750.º do CC);
Em caso de concurso sobre a mesma coisa imóvel, o privilégio imobiliário é graduado em primeiro lugar, seguido do
direito de retenção e a seguir da hipoteca e da consignação de rendimentos, prevalecendo entre as duas ultimas a
que for registada em primeiro lugar (arts. 751.º CC, 759.º/2 CC e 6.º/1 CRP);
Concorrendo entre si vários privilégios creditórios, a ordem de prevalência é, em geral, a dos arts 745.º CC a 748.º
CC, mas há várias disposições avulsas, designadamente no domínio do direito fiscal e para-fiscal, que estabelecem o
lugar em que são graduados determinados privilégios;
O crédito exequendo, se for apenas for garantido pela penhora, será graduado depois destes créditos, mas antes
dos credores que, por segunda penhora, arresto ou hipoteca judicial, constituam garantia real posteriormente à
penhora.
Se o exequente tiver direito real de garantia, deve atender-se à natureza e à data de constituição deste.
Não tendo ainda o exequente sido citado no processo em que a penhora seja mais antiga/anterior, pode reclamar o
seu crédito no prazo de 15 dias a contar da notificação de sustação (art. 794.º/2/1.ª parte).
A reclamação suspende os efeitos da graduação de créditos já fixada e, se for atendida, provoca nova sentença de
graduação, na qual se inclui o crédito do reclamante (art. 794.º/2/2.ª parte).
Na execução sustada, o exequente pode desistir da penhora relativa aos bens apreendidos no outro processo e
indicar outros em sua substituição (art. 794.º/3 e 754.º/4/e).
A sustação integral determina a extinção da execução, sem prejuízo de o exequente requerer a renovação da
execução extinta indicando os concretos bens a penhorar (art. 794.º/4 e 850.º/5).
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Pagamento
O pagamento é o momento essencial para se atingir o fim último da execução.
Na ação executiva para pagamento de quantia certa, um credor (o exequente) pretende obter o cumprimento de
uma obrigação pecuniária através da execução do património do devedor (executado) – art. 817.º CC. Para tanto,
apreendidos pelo tribunal os bens deste que forem considerados suficientes para cobrir a importância da dívida e
das custas, tem lugar, normalmente, a venda desses bens a fim, de com o preço obtido, se proceder ao pagamento.
Mas há casos em que o pagamento pode ocorrer sem tem lugar a venda.
Relembre-se antes que o AE deverá ao longo do processo proceder a pagamentos parciais ao exequente no caso de
a penhora ter incidido sobre créditos, ou rendas, abonos, vencimentos ou salários ou depósitos bancários (art.
777.º/5 e 779.º/3/a e 4/a, 780.º/13).
Esses pagamentos parciais ao exequente estão contudo condicionados à verificação de duas circunstâncias: em
primeiro lugar, que tenha decorrido o prazo para a dedução da oposição ou, tendo esta sido deduzida, que haja sido
julgada improcedente por sentença transitada em julgado, e em segundo lugar que não garantam crédito reclamado.
De qualquer modo, o AE não poderá entregar ao exequente a totalidade das importâncias em cada momento
penhoradas, devendo sempre, aquando de cada entrega, reter a quantia fixada a título de despesas de execução
prevista no art. 735.º/3.
No caso de se tratar da penhora de rendas/abonos/vencimentos ou salários e não tendo sido identificados outros
bens penhoráveis, deve ser também ser assegurado o pagamento das quantias devidas ao AE a título de honorários
e despesas, porque a execução vai ser extinta).
O AE deverá ter presente que, sendo a execução baseada em sentença ainda em recurso ou estando pendentes os
embargos de executado e/ou a oposição à penhora, não poderá proceder a pagamentos (ao exequente ou a
qualquer outro credor) sem que seja prestada caução (704.º/3, 733.º/4, 785.º/5).
Modos de Pagamento
Constituem modos de efetuar o pagamento (art. 795.º/1):
É admitido o pagamento em prestações e acordo global (arts 806.º a 810.º), devendo em qualquer caso prever-se o
pagamento dos honorários e despesas do AE (nº2 do art. 795º)
A consignação de rendimentos pode ser requerida pelo exequente logo a seguir à penhora (art. 796.º/1/2.ª parte).
O credor reclamante só pode receber pelo valor dos bens penhorados sobre os quais tem garantia (art. 796.º/2) e, se
esse valor não chegar para o pagamento integral do crédito, resta-lhe propor uma ação executiva com vista à
satisfação do valor restante (art. 796.º/2)
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Para além das restrições à reclamação de créditos por credores com privilégio creditório geral, mobiliário ou
imobiliário previstas no art. 788.º/4, estes credores estão sujeitos a uma forte restrição no âmbito do pagamento,
que à semelhança daquela não se aplica aos privilégios creditórios dos trabalhadores (art. 788.º/6 e 796.º/4).
A quantia a receber por credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, é reduzida até 50% do
remanescente do produto da venda deduzidas as custas da execução e as quantias a pagar aos credores que devam
ser graduados antes do exequente, na medida do necessário ao pagamento de 50% do crédito do exequente, até
que este receba o valor correspondente a 250UC (art. 796.º/3).
Esta faculdade está prevista também para qualquer credor reclamante, em relação aos bens sobre os quais tenha
invocado garantia; mas se já tiver sido proferida sentença de graduação de créditos, a pretensão do requerente só é
atendida quando o seu crédito haja sido reconhecido e graduado.
Todos os bens penhorados, imóveis, móveis ou direitos, podem ser objeto de adjudicação, à exceção dos que, de
acordo com o disposto nos arts 830.º e 831.º, devam ser vendidos em mercados regulamentados ou a certas
entidades (art. 799.º, n.º 1).
O requerente deve indicar o preço em que assenta a sua oferta, o qual não poderá ser inferior a 85% do valor base
dos bens (art. 799º nº2)
A adjudicação pode ser requerida em qualquer altura. Mas se à data do requerimento já estiver anunciada a venda
por propostas em carta fechada, esta não se susta e a pretensão só é considerada se não houver pretendentes que
ofereçam preço superior (art. 799.º/2). Não se apresentando, neste caso, qualquer proponente, adjudicar-se-ão de
imediato os bens ao requerente (art. 801.º, n.º 3).
Se a venda por propostas em carta fechada não tiver sido anunciada, é publicitada a adjudicação requerida nos
termos previstos para a venda mediante propostas em carta fechada (817.º n.º 1), devendo conter a menção do
preço oferecido (art. 800.º/1).
O dia, a hora e o local para a abertura das propostas são notificados ao executado, àqueles que podiam requerer a
adjudicação e bem assim aos titulares de direito de preferência, legal ou convencional com eficácia real, na alienação
dos bens (art. 800.º/2).
A abertura de propostas tem lugar perante o juiz se se tratar de imóveis, ou, tratando-se de estabelecimento
comercial, se o juiz o determinar nos termos do art. 829.º. Nos restantes casos, a abertura de propostas tem lugar
perante o AE, desempenhando este as funções reservadas ao juiz na venda do imóvel, aplicando-se, as normas da
venda por propostas em carta fechada, devidamente adaptadas (art. 800.º/3).
No dia designado para a abertura de propostas pode verificar-se uma de duas situações:
→ Não surge qualquer proposta e ninguém comparece a exercer o direito de preferência, aceita-se o preço
oferecido pelo requerente (art. 801.º/1).
→ Se houver propostas de maior preço, observar-se-á o disposto nos arts 820.º e 821.º, ou seja, segundo as
regras da venda por meio de propostas em carta fechada de forma a garantir que os bens sejam vendidos
ao seu preço justo, em proteção dos interesses do executado e dos credores não requerentes (art. 801.º/2)
Aceite a sua proposta, deve o proponente depositar à ordem do AE o preço devido – art. 824.º/2, sob pena de se lhe
aplicar as cominações previstas no art. 825.º/1 e 2 (aplicáveis ex vi art. 802.º).
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O exequente/credor reclamante sobre os bens a adquirir é tem de depositar a parte do preço que seja necessária
para pagar a credores graduados antes dele e exceda a importância que tem direito a receber (art. 815.º/1 ex vi
802.º).
Se os créditos ainda não estiverem graduados, o preço só é depositado na medida em que exceder o valor do seu
crédito ou que lhe caiba receber (art. 815.º/2 ex vi 802.º; ver também n.ºs 3 e 4 do art. 815.º também aplicáveis ex
vi 802.º).
A adjudicação é feita nos mesmos termos que a venda mediante propostas em carta fechada – arts 827.º e 828.º ex
vi 802.º.
A invalidade da adjudicação verifica-se também nos mesmos termos que a venda mediante propostas em carta
fechada (arts 838.º a 841.º ex vi 802.º).
Requisitos:
→ O objeto da penhora ser bem imóvel ou móvel sujeito a registo (art. 803.º/1) ou título de crédito
nominativo (803.º/1 805.º/3).
→ O executado manifestar o seu acordo expresso ou tácito, do executado (se ele não requerer que se proceda
à venda de tais bens) – 803º nº2
→Por comunicação à entidade registadora sendo depois objeto de averbamento no título (art. 805º nº3)
Efeitos
A execução extingue-se, efetuada a consignação e pagas as custas (art. 805.º/1).
As penhoras que incidam sobre outros bens são levantadas (art. 805.º/1).
A penhora sobre o bem cujos rendimentos foram consignados mantém-se através da consignação averbada ao
registo da penhora, para assegurar a preferência a favor do exequente (art. 805.º/2):
↔ Esta preferência tem relevância no caso de venda ou adjudicação do bem penhorado em outra execução: se
os bens vierem a ser vendidos ou adjudicados, livres do ónus da consignação, o consignatário é pago do
saldo do seu crédito pelo produto da venda ou adjudicação, com a prioridade da penhora a cujo registo a
consignação foi averbada.
Tem a particularidade de dispensar a convocação dos credores se for requerida antes de a ela se proceder e o
executado não requeira a venda dos bens – art. 803.º/3.
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Se, quando requerida, os credores já foram citados, as reclamações são admitidas.
Uma vez extinta a execução, o credor (cujo crédito esteja vencido) pode requerer o seu prosseguimento para
verificação, graduação e pagamento do seu crédito – art. 850.º/2. Mas, não pode preferir ao exequente na
consignação de rendimentos para a qual não tem legitimidade.
Se o bem penhorado não estiver locado ou tiver de se celebrar novo contrato (art. 804.º/2):
✓ Procede-se à respetiva locação; quem tem Legitimidade para tal é o AE;
✓ Locação é feita mediante propostas em carta fechada ou por negociação particular, observando-se, com as
modificações necessárias, as formalidades prescritas para a venda de bens penhorados.
No acordo de pagamento em prestações tem de estar previsto o pagamento dos honorários e despesas do agente
de execução (art. 795.º/2).
A comunicação referida pode ser apresentada até à transmissão do bem penhorado ou, no caso da venda mediante
proposta em carta fechada, até à aceitação da proposta apresentada (art. 806.º/2). Este acordo determina a
extinção da execução (art. 806.º/2 in fine).
Garantia do crédito exequendo – art. 807.º (penhora converte-se em hipoteca/penhor; extinção da execução)
Situação dos credores reclamantes: os interesses dos credores reclamantes são tutelados nos termos do art. 809.º
No acordo tem de estar previsto o pagamento dos honorários e despesas do agente de execução (art. 795.º/2).
Aplica-se o art. 806.º: o acordo é comunicado ao AE até à transmissão do bem penhorado ou, no caso de venda
mediante propostas em carta fechada, até à aceitação de proposta apresentada e determina a extinção da execução
e o art. 807.º/1: conversão da penhora em hipoteca ou penhor (810.º/2).
O incumprimento do acordo pelo executado implicará a caducidade do acordo global, se o executado continuar em
falta após interpelação escrita do exequente ou de credor reclamante. O exequente ou o credor reclamante pode
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requerer a renovação da execução para pagamento do remanescente do crédito exequendo e dos créditos
reclamados, aplicando-se o disposto nos n.ºs 2 e 3 do art. 808.º com as necessárias adaptações (810.º/3).
A caducidade do acordo global não prejudica os efeitos entretanto produzidos (art. 810.º/4).
O exequente e os credores reclamantes conservam sempre os seus direitos contra os co-obrigados ou garantes do
executado (art. 810.º/5).
VENDA EXECUTIVA
As modalidades da venda constam do art. 811.º/1:
❖ Modalidade preferencial:
o Venda em leilão eletrónico (bens imóveis e móveis – art. 837.º).
❖ Modalidades normais:
o Venda por proposta em carta fechada (bens imóveis e estabelecimento comercial de valor superior a
500 UC, sob proposta do exequente, do executado ou de um credor com garantia real – (arts.
816.º/1 e 829.º/1);
o Venda em depósito público ou equiparado (bens móveis - arts 764.º/1 e 836.º).
❖ Modalidades excecionais:
o Venda em mercados regulamentados (art. 830.º); carácter imperativo
o Venda direta (art. 831.º); - carater imperativo
o Venda por negociação particular (art. 832º) – carater imperativo quando o bem tem um valor
inferior a 4 UC (al.g)
o Venda em estabelecimento de leilão (art. 834º)
A decisão tem também de ter por objeto o valor base dos bens a vender a eventual formação de lotes, com vista à
venda em conjunto dos bens penhorados (art. 812.º/2/b e c).
O AE notifica os interessados da decisão, os quais poderão manifestar a sua discordância perante o juiz, que
apreciará por decisão insuscetível de recurso (art. 812.º/6 e 7)
O valor a anunciar é fixado em 85% do valor base (art. 816.º/2). É afixado no edital na porta do prédio urbano e
publicado anúncio em página informática de acesso público – http:/citius.mj.pt (art. 817.º/1).
Até ao dia de abertura das propostas, o depositário tem obrigação de mostrar os bens (art. 818.º). São notificados os
titulares do direito de preferência, do dia, hora e local da abertura das propostas (art. 819.º).
As propostas são abertas na presença do juiz (art. 820.º/1).Havendo propostas de igual valor, licita-se ou sorteia-se,
se nenhum estiver presente (art. 820.º/2 e 3)
Se o proponente ou preferente/rem não proceder ao depósito do preço, no prazo de 15 dias a contar da sua
notificação para esse efeito (art. 824.º/2) fica sujeito às cominações previstas no art. 825.º.
O AE lavra auto de abertura e aceitação das propostas, nos termos do art. 826.º
Depois do depósito e cumpridas as obrigações fiscais o AE emite o título de transmissão (art. 827.º/1).
O AE comunica a venda à CRP para registo oficiosos, sendo efetuado oficiosamente o cancelamento das inscrições
relativas aos direitos que tenham caducado, nos termos do art. 824º nº2 CC (art. 827º nº2)
NOTA: Art. 811º CPC fazer remissões especificas para os tipos de venda.
LIVRO:
Embora o preceito se refira apenas ao pagamento das custas e da dívida exequenda, no cálculo da quantia a
depositar há que entrar também em conta com os créditos reclamados, quando o requerimento for feito após a
venda ou adjudicação de bens, cuja eficácia em nada é afetada pelo ato do pagamento que lhe seja posterior. A este
pagamento voluntário se chama remição da execução.
Mas, além de pelo pagamento (coercivo ou voluntário), a obrigação exequenda pode extinguir-se por qualquer outra
causa prevista na lei civil: dação em cumprimento, consignação em depósito, compensação, novação, remissão,
confusão (artigos 837º a 873º CC).
Ocorrida extrajudicialmente a extinção, é junto ao processo documento que a comprove, após o que tem lugar a
liquidação da responsabilidade do executado (quanto a custas ou, após a venda ou adjudicação de bens, também
quanto aos créditos reclamados para serem pagos pelo produto de venda desses bens) e a subsequente extinção da
execução.
Outras causas
A execução pode ainda extinguir-se em consequência da revogação da sentença exequenda (em instância de
recurso, que tenha efeito meramente devolutivo) ou da procedência dos embargos executado. Pode também o juiz,
oficiosamente, extinguir a instância nos termos do artigo 734º (rejeição oficiosa), até ao primeiro ato de transmissão
de bens penhorados.
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Pode também a execução extinguir-se por não serem encontrados nem indicados bens penhoráveis (artigos 748º,
nº3; 750º, nº2 e 855º, nº4), bem como em consequência da adjudicação pro solvendo do direito de crédito (artigos
779º, nº4, al. b) e 799º, nº6), do acordo para pagamento em prestações (artigo 806º, nº2) ou da sustação integral da
segunda execução sobre o mesmo bem (art.794º, nº4.
Pode ainda o exequente desistir da instância ou do pedido, caso em que, porem, a exemplo do que acontece com as
causas de extinção referidas no número anterior, serão pagos os credores graduados se já tiver havido venda ou
adjudicação (artigo 848º).
Podem dos casos de extinção da instância (em geral) indicados no artigo 277º, verificar-se na ação executiva a
deserção (artigo 281º) e a transação (com alcance paralelo ao da desistência do pedido).
O efeito de direito substantivo do facto extintivo da obrigação exequenda (pagamento ou outro) invocado na ação
executiva não deixa de se produzir, obstando ao êxito de uma nova ação executiva, mas não impedindo a
propositura, pelo executado, de uma ação restituição do indevido. (ACABA AQUI)
Noção - A ação executiva para entrega de coisa certa tem lugar sempre que o objeto da obrigação, tal como o título
o configura, é a prestação de uma coisa.
Não é requerida a execução do património do devedor, mas apenas a entrega judicial de uma coisa determinada -
artigo 827.º CC – Execução específica
Não há lugar, neste tipo de ação, à penhora. Para realizar o direito do exequente, o Tribunal procede à apreensão da
coisa e à sua imediata entrega ao exequente, após ter feito buscas e outras diligências necessárias – artigo 861.º, n.º
1.
Em consequência, esta apreensão não constitui qualquer direito de preferência do exequente, nem opera a
transferência da posse para o Tribunal. - Neste tipo de ação, também não há lugar a concurso de credores, nem à
venda da coisa apreendida.
Tramitação
- Apresentado o requerimento executivo e proferido despacho liminar de citação, é o executado citado para, no
prazo de 20 dias, fazer a entrega da coisa ou opôr-se à execução – artigo 859.º.
O executado terá de alegar os factos que demostram o seu direito de crédito sobre o exequente. Caso contrário, é
motivo de indeferimento da oposição à execução.
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Efeitos da oposição: ❖ Regra: Não suspende a execução. ❖ Exceção: se o executado prestar caução.
Na oposição à execução com fundamento em benfeitorias – não suspende a execução mesmo que tenha direito de
retenção, desde que o exequente caucione a quantia pedida a esse título - artigo 860.º, n.º 2
Segue-se a notificação do exequente para, querendo, contestar a oposição à execução, no prazo de 20 dias. A partir
daí o processo segue os termos do processo comum declarativo - artigo 732.º, n.º 2.
Na falta de contestação, consideram-se confessados os factos articulados pelo executado, salvo aqueles que
estiverem em total contradição com os alegados pelo exequente no requerimento executivo.
Pese embora não se aplique nesta ação, a convocação de credores, é de aplicar por analogia o disposto no artigo
786.º, n.º1, al. a) CPC, que impõe a citação do cônjuge do executado quando a coisa apreendida for um imóvel ou
um estabelecimento comercial próprio do executado, que ele não pode dispor livremente.
Apreensão e entrega
Feitas as buscas e outras diligências necessárias à apreensão da coisa, o Tribunal procede à sua apreensão e investe
o exequente na sua posse, a qual tem lugar mediante:
→ Tradição material da coisa móvel;
→ Se se tratar de uma coisa móvel a determinar por conta, peso ou medida, o AE manda fazer, na sua
presença, as operações indispensáveis e entrega ao exequente a quantia devida – artigo 861.º, n.º 2.
→ Entrega simbólica da coisa imóvel, mediante a entrega material das chaves e documentos, e notificação do
executado, e se os houver, os arrendatários e outros detentores, para que reconheçam e respeitem o
direito do exequente – artigo 861.º, n.º 3
Se o bem estiver em compropriedade, então o exequente apenas é investido na sua quota-parte – artigo 861.º, n.º4
CPC.
Tratando-se da casa de habitação principal do executado, é aplicável o disposto nos n.ºs 3 a 5 do artigo 863.º.
E caso se suscitem sérias dificuldades no realojamento do executado, o AE deve comunicar antecipadamente esse
facto à Câmara Municipal e às entidades assistenciais competentes – artigo 861.º, n.º 6.
A execução suspende se o executado requerer o diferimento da desocupação do local arrendado para habitação,
motivada pela cessação do contrato de arrendamento – artigo 863.º, n.º1
No caso do imóvel arrendado para habitação, pode o executado dentro do prazo da oposição, requerer o
diferimento da desocupação, por razões imperiosas, devendo oferecer de imediato as provas, com um limite de três
testemunhas - artigo 864.º, n.º1
Esta petição tem caráter urgente e pode ser indeferida – artigo 865.º, n.º1:
• Se tiver sido deduzida fora do prazo;
• O fundamento não se ajustar com o previsto no artigo 864.º, n.º1;
• For manifestamente improcedente. Se a petição for recebida é o exequente notificado para, no prazo
de 10 dias, contestar, devendo oferecer de imediato as provas e indicar as testemunhas até um limite
de três – n.º2.
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Responsabilidade do exequente
Conversão da execução
Quando não é encontrada a coisa cuja entrega o exequente tem direito, tem lugar a conversão da ação executiva.
O exequente procede à liquidação do seu valor e do prejuízo resultante da falta de entrega, aplicando-se o disposto
nos artigos 358.º, 360.º e 716.º, com as necessárias adaptações – artigo 867.º, n.º1.
Feita a liquidação, procede-se à penhora dos bens necessários para o pagamento da quantia apurada,
seguindo-se os demais termos do processo executivo para PQC - n.º2
Noção - A ação executiva para prestação de facto tem lugar sempre que o objeto da obrigação, tal como o título o
configura, é uma prestação de facto, positivo (facere) ou negativo (non facere).
Se o facto é fungível, o exequente pode requerer que a prestação seja efetuada por terceiro, bem como uma
indemnização pela mora a que tenha direito ou uma indemnização pelo prejuízo decorrente do incumprimento.
Se tratar-se de facto infungível, então o exequente já só pode requerer uma indemnização pelos danos sofridos em
virtude do incumprimento – artigo 868.º, n.º1.
Tramitação
O executado é citado para, no prazo de 20 dias, deduzir oposição à execução, na qual pode provar por qualquer
meio o cumprimento posterior da obrigação, ainda que a execução se funde em sentença - artigo 868.º, n.º2
A oposição à execução tem os efeitos previstos no artigo 733.º - artigo 868.º, n.º3
Findo o prazo para deduzir oposição ou julgada esta improcedente, tendo a execução sido suspensa e se o
exequente pretender o pagamento de indemnização pelo dano sofrido, há lugar a conversão da AEPPF em AEPPQC –
artigo 869.º.
Se o exequente optar que a prestação seja efetuada por outrem, tem de requerer a nomeação de um perito
para avaliar o custo da reparação - artigo 870.º, n.º 1
Concluída a avaliação, procede-se à penhora dos bens necessários para o pagamento da quantia apurada, seguindo-
se os demais termos da AEPPQC - n.º 2
O exequente tem ainda a possibilidade de fazer ou mandar fazer, sob sua orientação e vigilância, as obras e
trabalhos necessários para a prestação de facto, antes de realizada a avaliação ou da execução – artigo 871.º, n.º 1.
Caso em que, concluída a prestação o exequente presta contas ao juiz do processo, podendo o executado contestar
(n.º 3).
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Se o objeto da prestação for um facto negativo, o credor pode requerer perícia e que o juiz ordene – artigo
876.º, n.º1:
▪ A demolição da obra;
▪ Indemnização do exequente no prejuízo sofrido;
▪ Pagamento da quantia a título de sanção pecuniária compulsória.
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