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Claudiatrindade@fd.ulisboa.pt
Tramitação da ação executiva / distinção entre ação executiva e ação declarativa / 703º e
ss. 550º; 80º e ss (competência)
2ª aula e 3ª aula – 1, 2 e 3.
Caso prático 1
A obrigação tem de ser certa, líquida e exigível – 713º e 724º71 h), 725º71 c9 e
728º e).
A obrigação deve ser exigível e determinada, ou seja, deve corresponder a uma
obrigação que o executado deva cumprir ao tempo da citação e que seja
qualitativa e quantitativamente determinada. Se a obrigação não for exigível ou
determinada em face do título, o exequente pode promover diligências
destinadas a torná-la exigível e determinada – 714º a 716º - sob pena de
proceder a oposição à execução, nos termos do 728º e).
A exigibilidade é a qualidade substantiva da obrigação que deva ser cumprida
de modo imediato e incondicional após interpelação ao devedor. Sendo assim, a
obrigação exigível é a obrigação que está em tempo de cumprimento, é a
obrigação atual. A exigibilidade integra a causa de pedir.
Quanto à determinação, dizer que o pedido deve ser determinado equivale a
dizer que o objecto da obrigação exequente deve estar determinado, como exige
o art 400º do CC.
3) Nos termos do art 358º/1, antes de começar a discussão da causa, o autor deduz,
sendo possível, o incidente de liquidação para tonar líquido o pedido genérico,
quando este se refira a uma universalidade ou às consequências de um facto
ilícito. No nosso caso, interessa o nº2 do artigo, que refere que o incidente de
liquidação pode ser deduzido depois de proferida sentença de condenação
genérica, nos termos do 609º/2.
Caso prático 2
.
Caso prático 3
ii) Artigo 706º nº1.Neste caso, temos a exigência de pagamento de uma indemnização,
ou seja, matéria civil, aplicar-se-ia o regulamento 1215/2012 relativo à competência
judiciária. Nos termos do artigo 39º do regulamento, as decisões proferidas num estado
membro e que nesse estado tenham força executiva podem ser executadas noutro estado
membro sem quaisquer outras formalidades. Nos termos do 41º, a respetiva ação
executiva rege-se pela lei do estado-membro requerido, sendo que uma decisão
proferida num estado membro que seja executória no estado-membro requerido nele
deve ser executada em condições iguais às de uma decisão proferida nesse estado.
vi) A sentença proferida na ação pauliana já não poderia ser um título executivo.
Jurisprudência recente considera que esta não impõe a alguém, expressa ou tacitamente,
o cumprimento de uma obrigação, ou que contenha uma ordem prestação. Não será por
isso um título executivo. Não cabe no 703º alínea a), não é sentença condenatória.
vii) Artigo 705º. A sentença com força executiva pode ser também uma sentença
homologatória de transação (no plano da legitimação). Deve ser homologatória
condenatória, mas a preexistência de um negócio processual não lhe altera a natureza de
sentença. Cumula fundamentos adicionais de oposição à execução, conforme o 729º
alínea i). O negócio de processual subjacente pode também ser objeto de impugnação
autónoma (283º e 284º, 291º nº2) e de recurso de revisão (696º alínea d)).
viii) Decisão judicial de divórcio é uma ação constitutiva de direito, ou seja autoriza
uma mudança na ordem jurídica existente. Diria que não pode ser título executivo
porque não é condenatório. Artigo 10º sobre a ação declarativa. 703º a contrario.
ix) É um título executivo pelo 703º nº1 alínea b) e por legislação especial.
Caso 4
1-.
Estamos perante um título executivo extrajudicial privado, por força do art.º 703º/1 b)
do CPC. No entanto, um dos pressupostos é que este testamento cerrado seja
formalmente válido, o que implica respeito pela forma legal e pela formalidade de
aposição de assinaturas do autor ou autores do ato.
Art 2206º/4 e 5 CC- o testamento é formalmente inválido, é nulo, porque não aprovado
por notário.
Art 708º - não acrescenta muito relativamente ao art. 703º. Diz aquele artigo que
quando exista assinatura a rogo, esta tem de ser reconhecida pelo notário, o que não
acrescenta muito à alínea b) do 703º/1.
Outras invalidades:
Quanto ao legado a N – 2197º CPC – não podem ser feitos legados às pessoas que
redigem e assinam o testamento. Este legado não poderia ser feito, redundaria num
problema de legitimidade na medida em que o bem já estaria na esfera jurídica de L,
como herdeiro.
Osvaldo era analfabeto. As pessoas analfabetas não podem dispor testamento cerrado –
2208º CC – temos assim aqui uma invalidade substantiva, que também se refletia na
nulidade do testamento. Esta invalidade não era tão clara que retirasse exequibilidade ao
título, na medida em que teria de ser o juiz a conhecer essa invalidade, ou então o
executado (no caso, os herdeiros), o juiz deve conhecer das nulidades quando as
mesmas são de conhecimento oficioso.
M pode não querer valer-se da garantia real e começar por executar os bens de L – 697º
CC:
1) se eu for devedor e tiver uma hipoteca sobre a minha casa tenho a faculdade de
pedir que a execução comece pela hipoteca através do incidente de oposição à
penhora;
2) se a hipoteca for um bem de terceiro já não se aplica o art 697 CC, porque esse
art só se aplica aos bens do devedor. Ou seja, o credor não é obrigado a executar
a hipoteca, podendo executar os bens do devedor.
M pode propor a ação contra L, na medida em que o bem é de N, e não é este o devedor,
mas sim L. Se considerarmos que o legado é inválido - Quanto ao legado a N – 2197º cc
– não podem ser feitos legados às pessoas que redigem e assinam o testamento. Este
legado não poderia ser feito, redundaria num problema de legitimidade na medida em
que o bem já estaria na esfera jurídica de L, como herdeiro - então há aqui a faculdade
de L (aqui neste cenário, dono da casa), de pedir que a execução comece por este bem.
Art 54/3 - quando a execução tenha sido movida apenas contra o terceiro e se
reconheça a insuficiência dos bens onerados com a garantia real, pode o exequente
requerer, no mesmo processo, o prosseguimento da ação executiva contra o devedor,
que é demandado para completa satisfação do crédito exequendo.”.
Não se aplica o 311º e seguintes, na medida e que não pode have intervenção de terceiro
na ação executiva, a não ser que a lei o determine expressamente. O 311º e ss servem
para abranger mais do que uma pessoa pela sentença condenatória, aplica-se apenas à
ação declarativa.
Quando estamos a executar uma divida que recebi por alguém por herança o ativo é o
património da herança, o ativo que já tinha antes da herança ninguém toca nele (daí ser
um património autónomo).
(Se por um erro for penhorado um bem que não pertença à herança ele pode pedir o
levantamento da penhora, junto do agente de execução e até mesmo com um juiz (artigo
784º CPC).) —> Não se aplica porque não há patrimónios separados no nosso caso,
porque o património depois passa a ser totalmente do L. O 784º serve para patrimónios
de cônjuges, ou património societário/pessoal.
Questão da cumulação:
A ação executiva está feita para se executar uma divida de cada vez mas há exceções
veja-se os artigos 710º - para os casos em que o titulo executivo é uma só sentença - e
709º CPC - para os casos em que se quer cumular execuções diversas.
No nosso caso aplica-se o 709º porque temos uma sentença e uma herança.
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Caso prático 5
Se o cheque não tiver data, também não é um título executivo. Apenas depois da data e
de decorridos 8 dias.
2 – pode o banco ainda, mas não tem esse dever, art. 32º. Não é exequível enquanto
título de crédito, apenas vale como mero quirógrafo.
Caso A
Uns meses mais tarde, em entrevista exclusiva na televisão, olhos nos olhos, cheios
de lágrimas, Xavier declarou que já não tem dinheiro e afirmou muito
assertivamente que não irá pagar o que deve, nem juros, nem comissões – “estou
pobre e aquele banco está cheio de malandros!” – apesar das suas obrigações no
âmbito do primeiro contrato ainda não se terem vencido. Os jornais já haviam
revelado que Xavier tinha solicitado “apenas” 75.000,00 €, prontamente
disponibilizados pelo BPR.
No dia seguinte, o BPR emitiu um comunicado em que afirmava que já tinha
encarregado os seus advogados de, tão rápido quanto possível, intentarem uma
única ação executiva contra Xavier para conseguirem recuperar todos os créditos
em dívida.
Os jornalistas vêm falar consigo, especialista em Executivo e fazem-lhe as seguintes
perguntas:
2. Será que o Banco pode mesmo intentar uma única ação executiva, com base
naqueles dois contratos, contra Xavier?
3. Imagine que, em vez de três meses, já tinham passado oito meses e que
Xavier tinha pago todas as prestações relativas ao segundo contrato. A sua
resposta alterava-se?
703º não basta a vontade das partes. Antes da reforma dava – estendia a
documentos particulares.
1..
F – art 703/1 b), estamos perante um título executivo, logo, à partida, F constará do
título executivo como credor, como comprador do automóvel.
H – contrato a favor de 3º? Teria direito à prestação, mas não se poderia saltar logo para
a conclusão se que ela poderia propor a ação executiva, porque a legitimidade para o
fazer não se afere apenas em função da essência do crédito, mas também em função de
um critério formal, ou seja, o crédito tinha de estar incorporado no título.
Se o pai se tivesse desinteressado? Poderia propor H uma ação declarativa para obter
uma sentença na qual se reconhecesse o seu crédito, mas haveria ainda uma solução
mais simples, que seria uma cessão de crédito onde apenas teria de ser feita prova da
sucessão no crédito, passando H a ter legitimidade ativa. Este acordo teria de se juntar à
ação executiva – 54/1.º.
Se F assina um documento e diz que o carro é para oferecer à filha, na verdade estamos
mais perante um contrato a favor de 3º, se ele agir em favor dela. Assim, este contrato
não pode ser um título executivo para H. Se as partes lhe chamarem contrato a favor de
3º, h já te legitimidade ativa, porque. Seu direito consta do titulo de crédito.
2.
Casamento
Quanto ao casamento, o mesmo tem de ser provado, sendo uma condição para a
obrigação. O casamento poderá ser aqui um facto notório? O casamento com um
famoso, não é necessariamente um facto notório. Assim sendo, teria de ser deduzida
prova, na medida em que não é exigível que o homem médio saiba que o ator x vai
casar.
Estamos perante uma ação de entrega de coisa certa.
Art. 715.º - tem de provar que o contrato já é eficaz, já produz efeitos, na medida em
que já se verificou a condição, que era o casamento da filha.
Para F propor a ação executiva contra G, tem de, no requerimento executivo, alegar a
verificação da condição e provar a realização da prestação – 724.º h). Tal prova, para
efeitos do 715.º, pode ser documental ou através da intervenção do juiz.
Natureza
Para F propor a ação executiva contra G, tem de, no requerimento executivo, alegar a
verificação da condição e provar a realização da prestação – 724.º h). Tal prova, para
efeitos do 715.º, pode ser documental ou através da intervenção do juiz.
Escolha
Sendo que H tinha de escolher a cor do carro e não o fez, temos de recorrer ao art. 549.º
CC.
Se o 3º e o credor não escolhem o bem, há uma remissão legal para o art das obrigações
genéricas, nomeadamente para o art. 542.º (não se aplica o 714/2.º CPC pois o prazo já
tinha sido ultrapassado).
O artigo refere que não tendo sido escolhido o bem no prazo determinado, a escolha
passa a ser do devedor, mas há que ter em atenção o facto de este art estar pensado para
casos em que a escolha cabe ao credor e não a um 3º.
A escolha aqui pode ser feita, nos termos do 400.º, pelo tribunal, ou então a escolha
ficar nas mãos do devedor, nos termos do 542/2.º. Nos casos em que haja um 3º, penso
que será melhor a primeira opção, pois o 3º é uma pessoa imparcial ao negócio.
No nosso caso, H era ela própria credora do bem, não sendo um 3º qualquer para estes
termos. Sendo que ela também é credora, quando a ação executiva se inicia, nos termos
do 542/2.º, a escolha passou para o devedor, por isso, aplicamos o 714/1.º, sendo o
devedor chamado para escolher a cor do carro e o carro concreto a entregar.
Prazo- 714/1.º é o prazo de oposição à execução, logo são 20 dias. Se o devedor não
escolhe aplicamos o 714/3.º.
Caso 14
3. Título executivo judicial. Compete o tribunal de lisboa porque foi onde foi proferida
a decisão judicial (85º nº1 CPC, em razão do território). Sendo uma secção
especializada (juízo do comércio), está excluída dos juízos de execução nos termos do
129º nº2 la LOSJ. Tendo sido proposta numa secção de execução, há incompetência em
razão da matéria, incompetência absoluta, nos termos do 96º. Haveria absolvição do
executado da instância. Ter em conta o 734º.
Competência
Caso nacional e internacional. Competência internacional em sede de tratados (Bruxelas
I BIS – não se aplica à ação executiva, na medida em que não determina qual o tribunal
capaz para o caso). Assim, vamos ao CPC:
- normas internas de competência
- 63.º d) – imóveis – corre em portugal (o imóvel pode ter localização desconhecida,
não se aplica este artigo e seguimos as regras normais de competência).
- critérios gerais do art. 62.º: coincidência (se o tribunal é competente para a ação, em
termos territoriais, ele é competente para a execução); causalidade (título executivo
formado em portugal, com normas portuguesas); necessidade de a execução correr em
portugal. MTS entende que a conexão mais estreita é o domicílio do executado.
- ver na ordem interna qual o tribunal competente em razão da hierarquia, matéria, valor
e forma. Hierarquia – apenas 1ª instância – 85.º e 86.º - em razão da matéria –
competência especializada.
Caso 18
Pode haver suspensão nos termos do 269.º, e mais especificamente, pelo art 272.º
Por último, há que referir os efeitos civis da notificação para oposição à execução:
sendo que Nuno invoca um contra crédito – 729.º h) – há uma interrupção do prazo
prescricional, nos termos do 323.º/1.
O juiz conhece do pedido de extinção total ou parcial da ação deduzida pelo executado.
Sendo que houve procedência dos embargos, o executado será absolvido da instância
executiva, por exemplo, por falta de pressuposto processual da ação executiva, ou será
absolvido do pedido executivo inicial por razões de mérito da dívida.
Podemos concluir que a procedência dos embargos tem como consequência a extinção
da instância executiva nos termos do 732.º/4 e a simples apreciação negativa da
existência, validade e exigibilidade da obrigação, nos termos do 732.º/5. º. O primeiro é
um efeito necessário, o segundo é um efeito eventual.
A decisão com valor de caso julgado material sobre a dívida apenas pode ser proferida a
pedido do executado, não podendo o tribunal, oficiosamente, declarar a dívida por
inexistente.
A sentença de embargos fará caso julgado material quanto à existência da dívida
exequenda, mas não fará caso julgado quanto à existência do contra crédito do
executado: é uma questão que integra os fundamentos da sentença final, e não a sua
parte dispositiva. Também não pode o executado pedir, na medida em que a
reconvenção não é admitida.
Sendo que estamos perante um direito já certificado pelo título, nenhuma cominação
probatória pode decorre da omissão processual do executado. O executado não tem o
ónus de impugnação especificada pelo art. 574.º. Assim sendo, o executado não entra
em revelia caso não embargue a execução, nem há admissão de factos por confissão ou
por acordo.
6. Imagine que Nuno pretendia opor-se à execução com base em fundamentos cuja
demonstração não carecem de prova. Considera a oposição à execução o meio mais
adequado?
Caso 21
Caso 23
No presente caso prático está em causa um cheque, que é um título de crédito - título de
crédito é todo o documento que incorpora um certo direito de crédito que não existe sem
o título (caracteriza-se pela literalidade, autonomia e abstração).
Nos termos do artigo 703º, nº1, alínea c) do Código do Processo Civil (doravante
“CPC”), em princípio, os títulos de crédito são títulos executivos. Logo, temos de
averiguar se o cheque é um título executivo ou não.
Os títulos de crédito têm força executiva por força da alínea c) do artigo 703º do CPC,
porque incorporam de forma abstrata e autónoma um direito. Logo, o não pagamento de
uma livrança, letra ou cheque implica uma execução.
Passo seguinte é saber se com base neste titulo executivo poderia ser demandado
passivamente Zito, o fiador.
O artigo 817º CC ao definir o direito à execução coativa da prestação fixa ipso facto
quem tem legitimidade processual ativa e passiva na execução. Quem tem legitimidade
ativa é o credor, i.e., aquele que tem o direito de exigir judicialmente o cumprimento e a
legitimidade passiva é do o devedor titular do património responsável pela divida.
O mesmo código, no seu artigo 818º CC determina que o direito de execução pode
incidir sobre bens de terceiro à divida, quando estejam vinculados à garantia do credito
ou quando sejam objeto de ato praticado em prejuízo do credor, que este haja
procedentemente impugnado. Isto significa que, excepcionalmente, no plano da
legitimidade passiva pode ser parte passiva quem não é devedor.
Por outro lado, credor e devedor tanto podem ser singulares, como plurais, em
conjunção ou em solidariedade. Além disso, o devedor tanto pode ser um devedor
principal, como um devedor subsidiário, máxime, fiador.
ATENÇÃO: neste caso a garantia é pessoal logo vamos ao 817º do CC e o 53º CPC
Nos termos do artigo 53º CPC o fiador não é parte legitima porque não consta do
cheque.
A fiança só é exigível enquanto a dívida for devida pelo devedor, começa quando a
divida começa e acaba quando acaba a do devedor.
2.
Neste caso tendo sido ele condenado pela ação condenatória ele consta do titulo
executivo - sentença condenatória (703º nº1 a) CPC).
FATURA: não vale como titulo executivo nos termos do artigo 703º CPC.
FORMA DO PROCESSO: ordinária (550º nº1) (se houve renuncia passa a forma
sumária - nº2).
DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA: artigo 727º.
Nº 5 –
Caso 28
Caso 29
I) Art 764º/3
Pode haver protesto por simples requerimento, de natureza executiva. Pode
recorrer a este meio o executado ou o terceiro, nos termos do artigo referido.
O fundamento é o direito de propriedade da Repara Tudo.
Era manifesto que o bem não era do executado, logo tem o dever d então
penhorar.