Você está na página 1de 30

Caderno

3 provas - 30,30 e 40 [início de outubro, novembro e dezembro]


Coisa Julgada
Constituição - Art. 5º, XXXV; ou seja, a coisa julgada está
constitucionalizada
- A coisa julgada gera a segurança jurídica
Art. 502-508 do CPC
Conceito: imunização/estabilização definitiva daquilo que foi
decidido no processo.
- A partir do trânsito em julgado/coisa julgada não pode a
questão ser re-discutida em juízo - litispendência - sob pena
de decisão sem análise de mérito, art. 485, V.
Litispendência: há a repetição de causas quando tem as mesmas
partes, causa de pedir e pedido.
Obs. O julgamento antecipado parcial de mérito gera coisa julgada
na extensão daquilo que decidiu. Art 356
- Aqui haverá duas coisas julgadas, separadas. A priori isso
não é um problema, somente o será na ação rescisória.
Art 856 - coisa julgada pode ser rescindido pela ação rescisória. O
prazo para a interposição dessa ação, via de regra, é de 2 anos
após o trânsito em julgado (o que ocorre após decorrido o prazo do
recurso cabível) art 975.
- Prazo em ano conta-se o dia e mês só q no ano seguinte (
prazo de um ano do dia 24/08/2022 é 24/08/2023)
Após os dois anos gera uma coisa soberanamente julgada.
Coisa julgada material - quando tem um julgamento de mérito e não
sendo mais cabível recurso - aqui não pode ser revista dentro do
processo que foi gerida ou fora dele - diferentemente das sem
resolução de mérito. Aqui é a real coisa julgada.
Coisa julgada formal - momento em que tem o julgamento e decorre o
prazo não sendo cabível mais recurso - inclui a decisão sem
resolução de mérito (coisa julgada interna). Se for sem resolução
de mérito não é cabível ação rescisória, contudo, pode ser proposta
novamente em outra ação.
Atualmente no CPC de 2015 entende-se, para as ações ajuizadas após
2015, pode ser entendida a coisa julgada de forma expansiva, ou
seja, aplica-se a coisa julgada também nas coisas prejudiciais da
coisa julgada - Art. 1054
Limites
Limite Subjetivo: diz respeito às pessoas em relação às quais
incidem a coisa julgada, ou seja, via de regra, as partes do
processo.
- Surge quando tem duas ações com as mesmas partes.
- Regra básica: A coisa julgada só produz efeito entre as
partes do processo, não atinge terceiros (obs. Aqui trata-se
de processo individual e não coletivo que geralmente a
decisão é erga omnes).
Art. 9 CPC e Art. 109 CPC (este último mitiga esse conceito de não
haver extensão da sentença à terceiro quando a transmissão de bem
litigioso).
- Incidente da Desconsideração da PJ: quando deferido os sócios
podem questionar o valor da execução apesar da coisa julgada,
visto que são pessoas distintas. Portanto, o sócio é
considerado terceiro em que a coisa julgada não alcança.
Obs. a vinculação pelo sistema de precedentes (repercussão geral)
não é coisa julgada.
Obs. a coisa julgada, apesar de não ter norma expressa, pode
beneficiar terceiro - Art. 506 apesar de não falar que pode
alcançar para beneficiar mas deixa expressa que não pode para
prejudicar, ou seja, pode a bonam partem (no CPC de 73 era disposto
expressamente que não podia alcançar terceiros para beneficiar).
Limites Objetivos: direito material litigioso que é estabilizado, o
que pode ser verificado pela causa de pedir - tanto o pedido
principal quanto a reconvenção. Assim, o tema não pode ser
rediscutido. Dessa forma, art. 504 e 489, §3º o dispositivo da
sentença não é a única parte que transita em julgado, já que a
sentença deve, inclusive a parte dispositiva, deve ser analisada em
conjunto com as demais partes.
Obs. o fato em si não transita em julgado, ele pode ser revisto
após, por exemplo, com outras partes - art. 489 §2º.
Coisa julgado sobre a questão prejudicial: é a questão adjacente - é
um pedido da ação para chegar no pedido principal (ex. Pedido de
parentesco em uma ação de alimentos; defesa de que o contrato é
válido em uma ação de fazer requerendo o cumprimento do contrato).
Assim, nesses casos a coisa julgada também apanha a relação
jurídica prejudicial - mesmo sem pedido - que geralmente é a
relação jurídica base do objeto litigioso (pedido principal). Art.
503 CPC
- Obs. não é necessário o pedido, pode-se, por exemplo, fazer
somente o pedido principal de alimentos sem pedir o
parentesco, mas na sentença, mesmo sem o pedido, o juiz irá
analisar a paternidade para condenar o alimento.
Obs. deve-se atentar ao 503, §1º e 2º que determina os requisitos
da coisa julgada sobre questão prejudicial.
- Art. 1.054 - essa expansão da coisa automática só incide em
casos ajuizados após 2015.
Eficácia preclusiva da coisa julgada: dentro dos limites objetivos;
apanha o que foi deduzido e o que poderia ser deduzido e não foi
(dedutível) - tudo que poderia ter sido alegado e não foi mesmo que
em matéria de defesa é apanhada na coisa julgada - art. 508 cpc.
- O deduzido e dedutível
- Fracionamento de demanda: a pessoa ao invés de pedir danos
morais e materiais na mesma ação ele entra com 2 ações -
assim, dificulta a defesa e entope o judiciário (muitas vezes
utilizado para usar o JESP já que vai diminuir o valor da
causa) - ou colocar o valor baixo para não ter precatório e
sim RPV que é mais rápido. Na França e na Itália não é
possível o fracionamento, assim, a pessoa vai poder receber
somente o da primeira ação e o resto será considerado
atingido pela coisa julgada na eficácia preclusiva. No BR
ainda não é aceito.
No BR geralmente deixa sobre o argumento que não bate na
coisa julgada porque a causa de pedir é diversa.
Limite Temporal: a coisa julgada pode ser impactada por um fato
superveniente. Os fatos passados não podem mais ser discutidos
somente os novos. [ex. Condenação de entregar um boi e até o início
da execução o boi foi atingido por um raio e morreu).
Coisa julgada de Trato Continuativo: art. 505; Ex. é a ação de
alimentos, ou seja, quando a execução irá continuar por um longo
tempo. Aqui elas são impactadas pelo tempo, pelos novos fatos (ex.
O filho ganha na mega sena - não precisa mais do alimento). Por se
sucederem no tempo, dependem de acontecimentos futuros para se
concretizarem.
Obs. via de regra o sistema de precedentes não é tido como fato
superveniente, entretanto, possui uma ressalva que será visto
depois. Dito isso, quando é trato contínuo pode influenciar,
especialmente quando tratam de juros.
Contrate de Coisa Julgada
- Conflito de coisa julgada
2 processos iguais com coisa julgada distintas; necessário haver 2
coisas julgadas diversas entre si (pode ocorrer caso seja feita em
outra comarca).
Ex. Processo 1: uma ação de negativa de paternidade -
reconhecido a inexistência de paternidade havendo coisa
julgada; Processo 2: processo de alimentos em que o “pai” é
condenado a pagar.
O STJ entendeu que a primeira é anulada e a segunda vale (a que foi
formada por último, que último transitou em julgado) - Embargos
infringentes - Precedente vinculante EAResp 600811.
Relativização da Coisa Julgada
Coisa julgada inconstitucional - mesmo após os dois anos de prazo
da ação rescisória - é quando a sentença se pendurou, embasou, em
uma lei que após, a coisa soberanamente julgada, veio a ser
declarada inconstitucional.
Caso de paternidade em que não reconhecida a paternidade por
deficiência de prova - que por uma falta técnica não foi produzida
a prova devida - Tema 392 STJ [relativização da coisa julgada em
casos excepcionais]
A relativização da coisa julgada é possível sem a ação rescisória,
contudo, ela possui limitações - art. 525
Estabilização da Tutela Provisória Antecipatória
Tutela Provisória: Antecipatória: dá o sujeito o direito tutelado;
Cautelar: garante a possibilidade de ter o direito após o trânsito
em julgado.
A tutela antecipatória, no CPC de 2015, pode ser buscada no
procedimento preparatório, tem-se que caso seja deferido para o
Autor e o Réu não entre com os recursos cabíveis (no caso agravo) a
tutela se estabiliza e o processo preparatório é extinto - art. 304
§1º, CPC.
Ação de Cognição plena: Art. 304, §2º - pode a parte perdida entrar
com outra ação uma de cognição plena para poder derrubar a decisão
e, consequentemente, a tutela antecipatória. No BR o prazo é de 2
anos para interpor essa ação - §5º. Assim, não há coisa julgada,
contudo, uma vez passados os 2 anos acontece a prescrição.
Ação Monitória
Quando há um título executivo extrajudicial, pode o credor pular o
processo de cognição e ir direto para a execução - pois não há que
se discutir a existência do crédito.
A ação monitória, por sua vez, tem por objeto um título que não é
um título executivo extrajudicial perfeito que uma vez evidente o
direito do autor será expedido o mandado de pagamento - art. 700 e
701 do CPC;
- Aqui o Réu pode embargar (art. 702), caso não conteste ou
pague torna título executivo judicial, ou seja, só pode ser
questionado em ação rescisória.
Procedimento sumário, não havendo sequer necessidade de resposta do
réu, audiência, etc. - art. 701 §4º CPC
Ação Rescisória
Desconstituição da Decisão de mérito transitada em julgado
Pressupostos
1. Decisão de mérito transitado em julgado
2. Invocação de algum do motivos de rescindibilidade previstos no
art. 966 CPC/15 - rol taxativo
Exceção: decisões que apesar de não serem de mérito podem ser
objeto da ação rescisória - Art. 966 §2º, CPC-15 - ex. deserção.
Obs.a ação rescisória não necessariamente precisa ser embasada em
toda a sentença, ou seja, não é necessário impugnar toda ela,
podendo ser somente um dos capítulos - Art. 966 §3º - rescisão
parcial - capítulos
Rol do art. 966 CPC/15 - taxativo.
Conflito de coisas julgadas: prevalecerá a que se formou por último
enquanto não der sua rescisão para restabelecer a primeira - Agrg
no Resp - STJ
Ação Rescisória: Prazo decadencial de 2 anos; Tribunal ( art. 975
CPC)
- Sentença de 1º grau e Acórdão na rescisória será julgado pelo
tribunal de 2º grau devendo ser ajuizada no 2º grau; Caso
seja questionada a decisão do STJ, STF elas serão ajuizadas
no próprio tribunal do STJ ou STF
Obs. nas decisões homologatórias para se questionar elas será
devido uma Ação Anulatória e não uma ação rescisória - Art. 966,
§4º CPC/15; Vicio de consentimento - 4 anos 1º grau. Aqui não seria
a destituição da decisão do juiz propriamente dita, mas sim a
decisão entre as partes.
- Essa ação será julgada no 1º grau.
Legitimidade: art. 967 CPC/15 - parte, 3º e MP
Caução: art. 968, II CPC/15 - 5% do valor da causa que poderá ser
revestido em multa - sem o caução não pode ajuizar a ação; Isenção
- art. 968, §1º CPC/15 - Estado, MP, DP, autarquias e quem teve
justiça gratuita Obs. art. 974, par. Único.
- Pode pleitear a justiça gratuita no processo da ação
rescisória (na pet. Inicial, por exemplo) caso não seja
deferido a inicial será julgada improcedentes
- Obs. o inciso I fala que deve cumular o pedido de novo
julgamento - ex. Quando o juiz foi considerado incompetente
Competência: Tribunais que tenham feito a última análise de mérito,
ou seja, se teve RE e REsp mas não teve análise de mérito no STJ ou
STF não deve ser ajuizada a rescisória nele, mas sim no 2º grau.
- Verificar a análise de mérito.
Obs. propositura não impede o cumprimento da sentença - art. 969
CPC/15 - pode pedir a suspensão com base na ação rescisória, por
meio de uma tutela provisória.
Juízos:
- (i) Admissibilidade;
- (ii) Juízos Rescindens (Rescisão; Desconstituição) -
verificar se tem o rol no art. 966 [natureza da decisão é
desconstitutiva e vai rescindir a decisão
- (iii) Juízo Rescissorium - se couber já julga a causa de uma
vez - ver natureza aqui depende do tipo de pedido (novo
julgamento)
- Caso tenha que se analisar todo o caso novamente o
tribunal já remete o processo para o 1º grau
Início
Feito pelo rito próprio na admissibilidade (caução e não haverá
conciliação), contudo, haverá a intimação para a contestação (aqui
o prazo será de 15 a 30 dias, a ser estipulado pelo juiz) da outra
parte do processo original e, a partir desse momento, será
procedimento comum - art. 970 e seguintes CPC. Art. 971 - o par.
Único determina que busca se distribuir a ação para um juiz que não
participou da ação judicial.
Obs. caso seja necessário a produção de provas pode o tribunal
determinar que o caso seja remetido para o 1º grau para a produção
de provas e depois ele volta para o tribunal para análise e
julgamento - art. 972.
Prazo: decadencial de 2 anos - art. 132, §3º CC; art. 975, §1º CPC
- dia não útil
- Caso o último recurso tenha sido intempestivo: STJ - coisa
julgada a última decisão, que contará a coisa julgada será a
que determinou que o recurso era intempestivo (prazo
decadencial contará do trânsito em julgado dela); STF - a
decisão que determinou não conta já que o recurso sequer
poderia ter sido feito, assim, a coisa julgada contará do
trânsito em julgado da decisão que veio antes desse recurso.
- Decisão Interlocutória: Coisa julgada parcial; STJ: entende
que o prazo decadencial conta a partir da última decisão do
processo. STF: entende que o prazo da ação rescisória será a
partir da coisa julgada da decisão interlocutória parcial de
mérito
- STJ defende que haveria várias ações rescisórias durante
o processo, por isso, que só pode ser a partir da última
decisão.
- Termo Inicial Móvel: Art. 975,§2º - o prazo inicial
decadencial será a data do descobrimento da nova prova -
sendo o limite para a propositura da ação 5 anos após a coisa
julgada da última decisão.
- Art. 975, §3º - não coloca a trava de 5 anos para a ação
rescisória - havendo divergência entre os doutrinadores.
Liquidação de Sentença
Última fase cognitiva que ocorre após a coisa julgada quando há uma
decisão ilíquida - excepcional - onde só há a definição da
existência de direito - art. 491 CPC.
Os casos em que são permitidos a sentença ilíquida estão no 491
((i)não pode apurar todo o dano no momento da sentença; (ii)caso de
prova cara e complexa) e a liquidação no art. 509 CPC.
Percebe-se aqui que pode se deixar em aberto, a ser definido na
liquidação de sentença, somente o quantum do dano e não a sua
existência.
Obs. a liquidação de sentença pode ser por fato superveniente, por
exemplo, em sentença de entregar coisa certa e torna-se impossível
a entrega do objeto (boi morreu) será aberta a liquidação de
sentença, já que o credor pode pedir que seja convertido em danos.
- Caso já tenha sido aberto o cumprimento de sentença será
feito um requerimento para que seja aberto a liquidação de
sentença, ou seja, o processo vai voltar para a liquidação e
depois de determinado o quantum voltará para o cumprimento de
sentença.
Ainda, em sentença que tenha parte líquida e ilíquida pode ser
feito, simultaneamente, o cumprimento de sentença e liquidação de
sentença.
A forma executiva só inicia no cumprimento de sentença, então aqui
não é a tutela executiva.
Liquidação provisória: quando ainda está em trâmite o recurso da
sentença, quando não houver efeito suspensivo - art. 512.
Geralmente não é feito diante das custas da liquidação que poderia
se tornar irrelevante a depender da decisão do recurso.
Procedimento
1º: A liquidação de sentença terá que ser requerida pelas partes -
art. 509 caput - ou seja, não pode ser iniciada de ofício pelo juiz
(geralmente pelo credor)
Ao final será proferida decisão em que determina o quantum, tende a
ser uma decisão interlocutória podendo então ser interposto Agravo
de Instrumento - art. 1.015, parágrafo único.
Obs. caso seja sentença - somente quando é liquidação zero ou algum
vício que determine o fim do processo - deverá ser feito apelação.
Obs. §2º do art. 509 determina que caso a suposta liquidação seja
somente a realização de cálculos aritméticos não é necessário
liquidação de sentença podendo ir direto para o cumprimento de
sentença. A liquidação é mais usada quando se faz necessário
perícia ou outra produção de prova.
- Art. 524, §3º - caso precisar de documentos na posse do
devedor ou de terceiros não precisa abrir a liquidação de
sentença, podendo o juiz determinar a entrega sob pena de
desobediência
Tipos de Liquidação de Sentença
Arbitramento
- Art. 509, I e 510
Quando é necessário prova pericial, prova técnica.
É aplicada quando a sentença indica ou por convenção das partes -
negócio processual típico
Tipicamente a prova pericial é feito por perito indicado pelo juiz,
aqui, contudo, é permitido que as partes apresentem “as suas
perícias” e o juiz avalia se realmente é necessária a nomeação de
novo perito, ou se os pareceres/documentos juntados pelas partes
são suficientes.
Obs. aqui
Súmula 344 STJ - determina que se a liquidação foi em arbitramento
mas que o devido era o procedimento comum - a decisão do quantum
pelo arbitramento não transita em julgado, então pode ser revisto.
- Prof defende que se for por convenção das partes a forma de
liquidação a decisão transita em julgado e ônus é das partes.
Procedimento Comum
- Art. 509, II e 511
Aqui há a possibilidade de produção de todos os tipos de prova.
Para mais, esse é usado quando precisa de produzir mais provas,
quando houve pouca produção de prova e quando tem a necessidade de
alegar/comprovar fatos novos.
O procedimento aqui espelha o procedimento de conhecimento,
inclusive com decisões de saneamento
Obs. caso queira questionar a decisão, diante da não aplicação do
rol do 1.015, se for uma decisão interlocutória,cabe Agravo de
Instrumento.
Obs. Pode colocar juros legais e correção monetária ainda que a
decisão do processo de conhecimento não tenha previsto isso na
sentença. Contudo, se estava errado na sentença - valores errados
de correção ou juros - precisa entrar com recurso.
Em termos de honorários advocatícios, se a decisão não prever ele -
ele não será incluído na liquidação de sentença, sob pena de
afrontar a coisa julgada. Entretanto, diante do Art. 85, §18 pode o
adv entrar com ação autônoma para cobrar os honorários (uma ação de
cobrança).
Honorários periciais - despesas processuais engloba perícia, custas
não. O STJ determinou que mesmo que tenha a previsão somente de
custas os honorários periciais serão incluídos - vinculante.
Liquidação zero
Quando a sentença condenou o dever de indenizar, mas quando vai
apurar na liquidação de sentença não encontra dano. Quando foi
calcular na compensação e pagamento o valor dá 0, assim a
liquidação é extinta por não haver danos a reparar.
Verificada a inexistência de débito devido - a decisão extinguindo
é de mérito.
Obs. nesse caso, por se tratar de decisão extinguindo o processo,
será cabível apelação.
Obs. aqui se os honorários forem aqui fixados em valor certo irá
para o cumprimento de sentença apesar da liquidação zero.
Condenação Penal; caso o dano venha da sentença penal pode a parte
credora entrar diretamente para a liquidação de sentença visto que
já está claro existir o dano - não precisa do processo de
conhecimento. - não necessariamente a vítima da ação penal é o
credor (homicídio)- aqui pode haver uma fixação de honorários já
que não houve outra condenação (doutrina)
- O juízo penal, via de regra, não fixa danos cíveis. Assim, a
parte precisa levar para o cível. Nesse caso, a liquidação
não é uma fase, mas sim um Processo de liquidação para fixar
o quantum - No caso de dano moral, que tem natureza in re
ipsa, o juízo penal pode fixar o quantum - Bifurca-se a parte
cível em liquidação e cumprimento de sentença da parte
líquida [Art. 509,§1º]
A decisão da liquidação fixa o quantum - aqui então se questiona se
deveria haver a fixação de novo honorário. O CPC não prevê isso,
visto que a condenação de honorários da sentença de conhecimento já
deveria abarcar toda a ação.
- Tjdft em repetitivo recentemente decidiu que apesar de não
existir previsão legal poderia-se fixar em caso de alta
litigiosidade na liquidação de sentença
Títulos
- Art. 513 e seguintes
A sequência após a cognição é natural, mistura todas as tutelas
(cognição, urgência e execução), ou seja, não é necessário a
abertura de uma Ação de Execução independente há simplesmente a
abertura do cumprimento de sentença.
Cumprimento de sentença provisório: art. 1.012, §2º e 3º - diante
de recursos sem efeito suspensivo pode haver o cumprimento
provisório
As sentenças de âmbito cível são executáveis no próprio processo de
conhecimento que lhe deu origem, por meio do cumprimento de
sentença.
A sentença declaratória não tem cumprimento de sentença ela no
máximo terá uma ato notarial - será levada ao cartório para
registro
A sentença constitutiva ou desconstitutiva - caso seja pura, não
havendo indenização devida ou restituição ela também será
autossuficiente, não sendo necessário o cumprimento de sentença.
Obs. outra auto suficiente é aquela que condena o perdedor a firmar
o contrato definitivo - quando tinha um contrato provisório de
compra e venda.
Capítulo de custas e honorários sempre é condenatório, sempre irá
para o cumprimento de sentença, exceto quando há assistência
judiciária já que está suspensa e, então, não é exigível.
A execução diferentemente da fase de conhecimento não pode ser
privatizada (ex. arbitragem), uma vez que a sentença privada tenha
sido descumprida ela deverá ser levada para a justiça estatal para
a execução.
Obs. execução de alimentos é diferente por haver prisão civil e
quando a fazenda pública é vencida também pois será por precatório
e RPV.
Art. 515 CPC - prevê os títulos executivos judiciais. Atualmente
não se fala mais sentença e sim decisão diante da previsão de
decisão antecipada de mérito.
Título Judicial
- Rol do 515
Diferentemente do Título extrajudicial que pode ser executado
diretamente pelo processo de execução, esse aqui é obtido, via de
regra, por meio do processo sincrético - pelo processo de
conhecimento. Assim, a grande diferença é procedimental.
Títulos Judiciais Clássicos: I a V; todos esses são produzidos pelo
processo em curso no juízo cível, ou seja, pelo procedimento
sincrético.
- I. sentença clássica; II. sentença homologatória judicial;
III. homologatória extrajudicial; IV. formal de partilha; V.
honorários periciais
Títulos Judiciais sem procedimento cível em curso: VI a IX; não vem
dos processos cíveis, aqui o problema é que não tem um procedimento
para dar sequência.
- VI. sentença penal condenatória - ela torna certo o dever de
indenizar no juízo cível - só não passa pela liquidação caso
o juízo criminal tenha determinado o valor de dano moral;
VII. sentença arbitral; VIII. homologação de sentença
estrangeira - tem que passar por uma ação específica (de
competência originária do STJ) para serem adequadas ao
direito pátrio; IX. carta rogatória - também de competência
do STJ - após a decisão de adequação ao direito brasileiro
ela será um título executivo judicial.
- Nos casos do inciso VII e IX a competência, após a
decisão homologatória do STJ, ou seja, para o
cumprimento de sentença será da justiça federal.
O §1º determina que aqui (incisos VI a IX) será necessário a
citação do devedor. Aqui nesses incisos será necessário a entrada
de um requerimento de cumprimento de sentença e execução - visto
que são tutelados pelos artigo no 515 e não pela ação de execução
-, dito isso, caso seja necessário a liquidação (caso da sentença
penal) seria necessário entrar com um requerimento para a
liquidação - ou seja, não seria uma ação de liquidação propriamente
dita, mas sim uma ação de execução e faria esse requerimento.
Acordo Judicial
- Art. 515, II
Havia um processo cível em curso e em determinado momento desse
processo as partes, geralmente pela transação, levam um acordo para
a homologação judicial - já que o processo só termina por meio de
sentença homologatória, que fará coisa julgada.
Ele será cumprido como título judicial e só pode ser revista por
ação anulatória, art. 966, §4º (nota-se que a sentença de mérito
declaratória e condenatória - sentenças por mão própria do juiz - é
revista por rescisória).
Art. 3º, §2º e 3º - o CPC prevê a alta estimulação dos métodos
autocompositivos dentro do processo, como, por exemplo, a audiência
de conciliação, o que irá entrar dentro desse inciso.
Art. 515, §2º: os métodos autocompositivos não precisam se limitar
aos objetos da ação e sentença anulatória irá homologar tudo.
Acordo Extrajudicial
- Art. 515, III
A transação é feita antes de ajuizar a ação judicial - aqui nesse
caso haveria a falta do interesse de agir, contudo, aqui busca-se
somente que o acordo seja homologado o tornando em título executivo
judicial que terá coisa julgada e não poderá ser alegado mais
vícios, exceto por ação anulatória.
Acabou se criando uma ação homologatória pura.
Art. 725, VIII - tutela o procedimento da ação homologatória do
acordo extrajudicial.
Arbitragem
- Art. 515, IV
As partes poderem eleger o foro de eleição para o cumprimento de
sentença, para além de determinar o tribunal de arbitragem para o
processo de conhecimento
Perpetuatio iurisdictionis
Uma vez ajuizada uma ação e ela sendo distribuída, caso não seja
arguida a incompetência relativa à ação e, consequentemente, o
cumprimento de sentença será no Juízo que foi distribuído; - art.
43 CPC
Dito isso, é permitido a quebra dessa continuação do processo sob o
mesmo juízo em cumprimento de sentença quando o réu possui novo
endereço em outra comarca ou onde estão os bens ou onde está o
objeto de fazer e não fazer - §único do 516 CPC.
Dessa forma, há de ter o requerimento perante o juízo original,
constando a mudança de residência e requer que os autos sejam
remetidos para a vara em que será feito o cumprimento de sentença.
Obs. via de regra o endereçamento do cumprimento de sentença é para
o juízo cível de 1º grau - aquele que já vinha conduzindo o
processo de conhecimento - art. 516, II.
- O prof. Não faria o requerimento direto para o cumprimento de
sentença, pediria primeiro somente para ser remetido - para
não aumentar o prazo da outra parte visto que já teria acesso
aos cálculos.
Protestos
Título extrajudicial pode ser protestado no cartório que intima o
devedor a pagar em 3 dias. Caso seja uma pessoa jurídica e não
realize o pagamento pode adentrar com processo de falência e caso
seja pessoa física ela não conseguirá solicitar empréstimo/crédito.
Dito isso, o artigo 517 determinou que isso é possível também na
sentença condenatória. Contudo, aqui é necessário ter sido iniciado
o cumprimento de sentença e ter decorrido o prazo de pagamento
voluntário, 15 dias, do art. 523. Ainda, cabe ao credor levar a
sentença - certidão de teor da decisão -, junto com comprovação de
decurso do prazo para pagamento voluntário, ou seja, não precisa
ser requerido ao Juiz - art. 57, §1º e 2º.
Obs. isso não ocorre de ofício pelo juiz - ou seja, não pode
oficiar o cartório para realizar o protesto.
- Se fizer antes do prazo de pagamento voluntário você vai
tomar uma ação de dano moral.
Obs. para o cancelamento do protesto tem que ser feito por
determinação do juiz, que só ocorrerá após comprovado o pagamento.
- art. 517, §4º
Obs. só cabe para quantia certa.
Obs. caso o juiz faça de ofício - protesto ou inicio do cumprimento
de sentença - o devedor poderá entrar com recurso para reformar a
decisão, importante lembrar que por estar em cumprimento ou
execução seria um agravo de instrumento.
Cadastro no Rol dos inadimplentes
- Art. 782, CPC
Aqui você fará o cadastro do devedor no rol do inadimplente,
entretanto, aqui há de ser requerido no Juízo e será oficiado pelo
Juiz para que seja o devedor incluído no rol.
- Obs. pode fazer o requerimento mesmo que tenha feito o
protesto (na prova deve fazer os dois)
Nesse caso o devedor só tem que dar um bem em penhora que garanta a
dívida, ou seja, não é necessário comprovar o pagamento - coerção,
aqui atrapalha o nome, em termos de crédito.
Cumprimento de Sentença - Definitivo
- Somente para quantias certas que será nos artigo 523 -527,
exceto alimentos e contra a Fazenda pública
- Padrão é o mais comum
Decisão transitada em julgado e líquida, tratando-se de quantia
certa exceto os dinheiros específicos - citados acima.
Também exigível, ou seja, não está com termo ou condição suspensiva
(ex. gratuidade de justiça)
Incontroversa: art. 356 CPC
Aqui só começa por iniciativa de parte - art. 523, caput e §1º
O pedido de início do cumprimento de sentença deve ser acompanhado
de memória de cálculo atualizada (geralmente em anexo) - art. 524
determina o que deve estar presente. Geralmente coloca em ambos
(captação de juros é juros sobre juros - juros complexos)
(geralmente o índice de inflação quando não estipulado é o IPCA).
Geralmente é simples!!!!!!
Art 524, par. 3° - caso terceiro esteja com documento para a
apuração do débito pode o juiz o condenar ao crime de
desobediência.
Caso esteja na alçada do executado considerará verdadeiros os
cálculos apresentados pelo exequente.
STJ - em alguns julgados vem aplicando a teoria da presunção
relativa, deixando que o executado impugne o cálculo após, mesmo
que não tenha apresentado o documento tempestivamente. Outros
julgados discordam e defendem que uma vez não apresentado o
documento ele não poderá impugnar após.
- Aqui antes do requerimento do cumprimento de sentença seria
necessário fazer o requerimento para o juiz intimar os
documentos - é ANTES do cumprimento, diferente com a
liquidação.
Art. 523 e art 513, par. 1° - início do cumprimento de sentença que
será um requerimento e será juntado nos mesmos autos - art 516, II
(podendo ser deslocado nos termos do par. Único)
Art 513, par 2°, I - a intimação será na pessoa do adv do executado
- caso não tenha adv a intimação será pessoal no executado -
(edital somente se for revel ou tendo dificuldade) - art 513, par.
2° demais incisos (pessoal é carta com AR)
Obs. Caso o executado seja representado pela DP a intimação será na
pessoa do executado de forma a não sobrecarregar a defensoria.
Caso a executado tenha se mudado e não tenha comunicado o juízo o
novo endereço- considera-se realizada a intimação quando feita no
endereço antigo - par. 3
Quando o autor/exequente demora mais de 1 ano para iniciar o
cumprimento de sentença a intimação será feita na pessoa do
executado - art 513, par 4°
A intimação será para realizar o pagamento em 15 dias - art 523;
caso não seja feito no prazo será aplicado 10% de multa e 10% de
honorários, ou seja, a dívida irá aumentar em 20%. - art 523 par

- Esses honorários e multa são novos, independentemente do
cálculo feito no requerimento do cumprimento
Obs. Caso tenha sido feito depósito judicial em garantia o credor
não poderá levantar o valor então ainda incidirá a multa e
honorários novos (10% de cada); sendo o depósito somente a título
de penhora - art 831 - a penhora englobará esses novos honorários,
assim o depósito em garantia terá que abarcar essa multa e
honorários novos
Se quiser pagar terá que ser em pagamento
Geralmente faz isso para garantir que os seus demais bens não serão
penhorados.
Geralmente o executado faz o depósito em garantia somente da
quantia que deseja impugnar visto que o 10% 10% irá incidir somente
sobre o que não foi pago. Art 523 par. 2° . Caso você queira
questionar os cálculos terá que ser feito o depósito em garantia.
Contagem do prazo de 15 dias
Art 519, par. Único - prof Humberto defende que esse prazo não é
processual devendo ser dias corridos. Contudo, o STJ determinou que
deve ser contado somente os dias úteis, ou seja, reconhece que ele
é um prazo processual.
Litisconsorte com procurador de escritório diverso em processo
físico: art 229 o STJ entendeu que o prazo dobra; obs caso seja em
autos eletrônicos o prazo não é dobrado. Art. 231, §1º e 2º todos
os prazos do litisconsorte são autônomos a partir da sua intimação,
ou seja, especialmente se for pessoal, o prazo final será distinto
- a depender do dia que foi intimado.
Cálculo do 10% 10%: o STJ determinou que os honorários serão
calculados sobre a dívida, ou seja, sem a inclusão da multa -
assim, na prática é 20%.
Obs quando há depósito em garantia em dinheiro não haverá cálculo
de juros e correção para o executado, somente aquele que advém da
aplicação do dinheiro na conta judicial
Caso a intimação seja pessoal no executado o prazo irá iniciar no
dia em que foi feita a intimação - art 231 par. 3°. O ato de
pagamento será pela própria parte.
Ou seja, regra especialíssima, geralmente é o dia da juntada (obs.
Sempre exclui o primeiro dia e inclui o último), pois aqui o prazo
é para a parte e não para o adv.
Caso deseja pagar sem impugnar: aqui caso o faça no primeiro prazo
de 15 dias não incidirá a multa 10% e honorário de 10% e acaba o
processo, ele terá que fazer o pagamento.
Quando não é feito o pagamento voluntário no prazo
Decorrido o prazo sem o pagamento voluntário o juiz irá expedir o
mandado de penhora e avaliação - art. 523, §3º. Observe que aqui já
será incluso os acréscimos de 20% do 10|10. Para mais, isso será
feito de ofício, não sendo necessário novo requerimento do
Exequente.
Impugnação à Execução: Com isso abre-se um novo prazo de 15 dias
para a impugnação - que é a forma do Executado questionar o
cumprimento de sentença/se defender da execução ou do cumprimento
de sentença. Aqui é feito dentro do processo sincrético
- Obs. na ação de Execução de título extrajudicial não é feito
impugnação nos próprios autos como forma de defesa do
Executado sendo necessário um novo processo chamado de
Embargos à Execução - art. 914.
Ainda, importante notar que para a apresentação de impugnação não é
necessária a penhora - art. 525 (exceto para a Fazenda Pública)
- Penhora: segurança do Juízo para que o Exequente tenha
direito ao cumprimento da sentença
Obs. indiferente de ter sido feito o depósito em garantia antes do
decurso do prazo do pagamento voluntário, o prazo para a impugnação
só iniciará após ter se findado o prazo do pagamento.
Findado o prazo de pagamento voluntário, o processo segue duas
linhas do tempo paralela: (1) do mandado de penhora e; (2) prazo
para a impugnação.
Termo Inicial da Impugnação: é o último dia do fim do prazo do
pagamento voluntário (observe que exclui o termo inicial, ou seja,
a contagem inicia no dia útil seguinte - 224). Ainda, aqui é dias
úteis e ocorre a contagem em dobro.
Impugnação
Há que ressaltar que acabe há sentença transitada em julgado, logo
não pode-se discutir a matéria tratada no processo de conhecimento
podendo ser, via de regra, somente fatos superveniente ao trânsito
em julgado - rol do art 525, §1º.
- O primeiro inciso é necessário entrar trata de querela
nullitatis insanabilis, ou seja, trata-se de defeito insanável
que pode ser arguido inclusive por ação autônoma - rescisória
(prazo de 2 anos), cumprimento de sentença (prazo de 15 dias)
ou até mesmo uma ação autônoma anulatória - declaratória de
nulidade que não tem prazo decadencial - a depender do prazo
de conhecimento da citação.
- O segundo inciso - trata somente de ilegitimidade
superveniente - ex. Morte do devedor -, não pode ser
discutida aquela que poderia ser arguida no processo de
conhecimento. (ex. Não colocou o fiador no processo de
conhecimento e colocar no cumprimento de sentença - o fiador
é parte ilegitíma)
- O terceiro inciso - ex. sentença ilíquida é inexequível; art.
514 - o não cumprimento da condição ou termo antes de
requerer o início do cumprimento de sentença, será
inexigível.
- Inciso quarto - penhora ou avaliação incorreta
- O quinto inciso - quando o credor cobra a maior (o que tem
maior incidência na prática) aqui o devedor paga o que acha
correto e impugna o restante.
- IV - alegar a incompetência do juízo de execução - geralmente
quando o exequente pleiteia a mudança do juízo
- VII - causa modificativa ou extintiva da obrigação - deve ser
superveniente
§11 - determina que pode o fato superveniente, comprovada a ciência
do fato, abrirá o prazo de 15 dias para impugnar ele - ex. Quando
arguir a penhora incorreta nos moldes do inciso IV - o prazo inicia
na penhora.
Excesso de Execução: art. 917, §2º, V - aqui por estarmos, no
comprimento de sentença, por estar em sede de quantia certa aqui é
mais retratado do pagamento de quantia superior. O §4º do 525
determina que caso seja alegado o excesso de execução é necessário
indicar o valor correto com demonstrativo de cálculo! Se não
demonstrar o demonstrativo de cálculo não cabe intimação do devedor
para complementar, apresentando o cálculo, o STJ entende que haverá
a perda do argumento - pena de indeferimento liminar da impugnação
- o §5º atualmente prevê esse indeferimento liminar dessa matéria
caso não seja juntado demonstrativo ou apontamento de valor
correto.
Coisa Julgada Inconstitucional
- Art. 525, §1º, III - aqui é a inexequibilidade
Causas de Aplicação: Quando a sentença é julgada inconstitucional
Art. 525, §12 -
Art. 535, §5º - quando é com a fazenda pública (geralmente os casos
de inconstitucionalidade são com ela)
Tema 733 - fala que o marco temporal para considerar a sentença
inconstitucional é aquela proferida após a decisão do STF que
reconheceu a inconstitucionalidade da norma. Ou seja, se está para
trás da decisão do STF não se pode arguir a inexigibilidade da
sentença em cumprimento de sentença - sobressai a coisa julgada -,
podendo alegar somente em rescisória.
Nesse caso o prazo da rescisória conta a partir do trânsito em
julgado da decisão do STF.
- ADI 2418
Efeito Suspensivo
Deve ser (i) requerido pelo Devedor, caso ele impugnar o
cumprimento de sentença e precisa de (ii) segurança do juízo, ou
seja, precisa de penhora e o depósito (caso já tenha penhora ou
depósito, pode ser pedido o efeito suspensivo na própria
impugnação), (iii) relevância da fundamentação; (iv) perigo de
demora - periculum in mora
- Art. 525,§6º
O efeito suspensivo é sobre a penhora e não sobre a impugnação
Caso seja deferido o efeito suspensivo mas o credor exequente
requerer o prosseguimento do feito ele pode fazer desde que pague
caução estipulado pelo Juízo para que seja garantido ao Executado a
restituição - art. 525, §10
Aqui após apresentado a impugnação será intimado o Exequente para
responder a impugnação - aqui não há prazo legal, ou seja, será
judicial devendo o juiz determinar o prazo, contudo, caso não
estabeleça será de 5 dias – art. 218, §3º
Decisão da Impugnação
Rejeição
- Impugnação foi rejeitada e com isso há o prosseguimento do
cumprimento de sentença até que seja cumprido o que foi
determinado na sentença - cumprimento da obrigação
- Cabe Agravo de Instrumento contra a decisão que rejeitou
Honorários: súmula 519 STJ, não tem novos honorários - no caso da
rejeição
Parcial
- há o prosseguimento do cumprimento de sentença até que seja
cumprido o que foi determinado na sentença - cumprimento da
obrigação
- Aqui cabe Agravo de Instrumento contra a decisão que acolheu
parcial
Acolhimento
- Aqui depende do que determina a decisão, deve-se observar se
ela finda o processo ou não. Caso finda será apelação, caso
contrário será Agravo de Instrumento.
- Ex. de agravo será quando for reconhecido que o cálculo foi
feito superior ainda sendo devido o pagamento de parte - caso
tenha feito o depósito é apelação
- Apelação contra as decisões que extinguem a execução.
Honorários: é cabível honorários em prol do devedor executado
impugnante (CABÍVEL NO ACOLHIMENTO PARCIAL OU INTEGRAL)- Tema
repetitivo do STJ
- Esse é calculado pelo art. 85, ou seja, com base no pedido
- Quando o acolhimento é do excesso os honorários são
calculados pelo excesso (exemplo tinha sido pedido 1.000.000;
reconhecido o excesso de 300.000 - adv do exequente visto que
o exequente vai ganhar 700.000 é de 70.000 e o do adv do
excitado será de 30.000 (10% do que tava em excesso o de
300.000) e será pago pelo exequente não podendo ser
compensada.
Sentença - extinguindo o cumprimento de sentença
Art. 924 - CPC; Art. 203, §1º
- Aqui cabe a apelação sob as mesmas regras do 1.009, como o de
conhecimento
Obs. Art. 916, § 7º - em cumprimento de sentença não pode o
executado requerer o parcelamento do crédito sem que seja pela
transação com o credor, ou seja, não pode invocar o 916, ou seja,
não pode ser determinado pelo juiz.
Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública
Art. 534 - a fazenda pública tem que estar no polo passivo, ou
seja, ser devedora/executada - caso contrário será pelo 523. + 513,
§3º
Aqui também é necessário o requerimento do Credor/exequente com
memória de cálculo. Contudo, a grande diferença é a penhora visto
que a forma de pagamento da Fazenda pública é por precatório e a
R.P.V (art. 100 CF), não sendo possível penhora de bem pública.
Impugnação: Art. 535 - Aqui a fazenda pública pode impugnar,
contudo aqui não há o 10% 10% de multa e honorário.Percebe-se que
ela será intimada pessoalmente e terá 30 dias de prazo (visto que o
prazo é estipulado especificamente para a fazenda pública não há
que se falar em dobrar o prazo - art. 183, §3).
Fazenda Pública: art 182;
- Após iniciado o cumprimento de sentença a Fazenda Pública é
intimada para impugnar, pois ela não paga; iguais a do 525
exceto a do IV visto que não tem penhora de bem quando na
fazenda pública
Multa de 10% do 523 não é devida aqui na fazenda pública visto que
não possui o seu objetivo de dar vontade do devedor pagar visto que
será por precatório, ou seja, não faz com que pague mais rápido -
art. 534, §2º
Honorários
Art. 85, §7º: caso a fazenda pública não impugnar não haverá
honorários de cumprimento de sentença.
- Quando impugna tem
Dito isso, quando se trata de RPV o STJ entendeu que sempre haverá
honorário mesmo quando não há impugnação, ou seja, o parágrafo só
vale para precatório.
- Findado o prazo da impugnação, se tratando de precatório, não
haverá honorário.
Art. 535, §3º - somente após a decisão da impugnação que pode ser
expedido a RPV e o Precatório. Ou seja, caso apresente a impugnação
ela terá efeito suspensivo, já que haverá RPV e Precatório
Obs. não cabe cumprimento de sentença provisório contra a Fazenda
Pública, pois o art. 100 CF determina que só é feito precatório e
RPV após o trânsito em julgado.
Execução em excesso: Art. 535, §2º - o STJ entendeu que caso não
apresente novo cálculo e novo valor no caso de ter sido feito
errado o cálculo, o STJ entendeu que deve a Fazenda Pública ser
intimada para apresentar o cálculo, ou seja, não será
desconsiderado preliminarmente essa arguição de cobrança em
excesso.
Quando há parcela controversa e incontroversa: Art. 535, §4º; a
priori deve-se pagar a parte incontroversa antes da impugnação. O
problema aqui é que o art. 100 da CF exige que deve haver o
trânsito em julgado completo e ainda a fazenda alegou que seria um
fracionamento do precatório podendo gerar na expedição de 2 RPV,
por exemplo, ao invés de um Precatório - o que é indevido. Assim, o
STF entendeu que esse artigo é constitucional, sendo devido a
execução da parte incontroversa, separadamente do montante total
que demorará mais tempo para transitar em julgado.
Precatório e RPV
Para o precatório ser pago ele deve ser incluído na Lei
Orçamentária, contudo, para isso deve ser encaminhado para a
presidência do tribunal que irá mandar para o governador que levará
para o legislativo.
Precatório de alimentos: possui preferência; art. 100, §1º –
aqueles que se originam de processos que discutem salários,
vencimentos, proventos, pensões, benefícios previdenciários e
indenizações por morte e invalidez.
Art. 100, §5º + EC 114/2021 - devem ser apresentados em até 02/04
para ser incluído até o final do ano seguinte.
Art 100, CF - §6º - RPV (pequeno valor) devendo ser somente quando
transitado em julgado; dito isso, pode ser estipulado por cada ente
devendo ser fixado por lei. A união fixou em 60 salários mínimos o
limite do RPV - art. 17, §1º, Lei 10259/2001. A MG Lei 20.540/2012
- 4.723 UFEMGS.
Art. 87 ADCT - determinou que até que os entes determinem o limite
da RPV, o limite seria 40 salários mínimos para os Estados e 30
salários mínimos para os municípios.
Obs. caso o seu precatório dê um valor próximo ao RPV compensa
renunciar o valor superior ao teto do valor para que o pagamento
seja mais rápido - visto que o precatório tem que entrar na fila.
Precatório é montado na presidência e envia para o executivo
competente (governador se for estadual, presidente se união ou
prefeito se municipal).
Fracionamento de Crédito
Art. 100, §8º da CF: veda o fracionamento, repartição ou quebra da
execução para fins de enquadramento da parcela no RPV - mesmo que
seja uma parte em RPV e outra em precatório - ao invés do
precatório.
Obs. RPV recebe em 2 meses
STJ e STF - entendeu que na ocorrência de litisconsorte que ganha
sobre a fazenda o enquadramento em RPV ou precatório será por
cabeça/por litisconsorte - inclusive retirou os honorários que
também pode ser cobrado separado. Assim, caso a parcela individual
se enquadre em RPV poderá ser feito por RPV mesmo que o valor total
da causa seja superior ao limite, visto que deverá levar em conta o
crédito individual de cada exequente. Repetitivo do STJ - 1347736
RS
Dessa forma, o fracionamento olha por cabeça tanto de litisconsorte
quanto o adv.
Julgamento Antecipado Parcial de Mérito e Impugnação Parcial da
Fazenda
- Art. 356 e 535
Aqui caso a impugnação seja parcial a parte dita como incontroversa
já poderá ser executada, ou seja, sai antes - art. 535, §4º.
Assim, não se trata de fracionamento tanto na impugnação parcial
quanto no julgamento antecipado parcial.
Obs. que o precatório alimentício está no art. 100, §1º
Cumprimento Provisório de Sentença
Art 520 e 522
Aqui é quando está pendente o recurso sem efeito suspensivo -
geralmente em sede de REsp e RE.
Pressupõe que a sentença ainda se encontra em aberto porque pende
recurso contra ela sem efeito suspensivo.
Caso tenha efeito suspensivo não pode abrir o cumprimento
provisório e caso não tenha recurso pendente espera transitar em
julgado e faz o definitivo.
Art. 527 - aplica-se no que couber o cumprimento definitivo o do
cumprimento definitivo.
Art. 520 o provisório só inicia por iniciativa e responsabilidade
do exequente, até então credor. O problema aqui é que no final pode
o recurso do devedor ser deferido e mudar o que seria executado.
A abertura aqui será nos moldes do 516, II, ou seja, no Juízo de
primeiro grau - art. 522 - não precisa juntar os docs do par. Uni.
se for eletrônico.
Caso o então devedor ganhe o seu recurso o cumprimento de sentença
será desfeito e que era credor irá responder por danos ao devedor
decorrente do cumprimento de sentença, ou seja, será aberto
liquidação de sentença - art. 520, II - aqui é responsabilidade
objetiva, ou seja, pouco importa o dolo ou culpa.
Obs. precisa de ser corajoso para iniciar em apelação agora em RE e
REsp até dá para começar, adianta a vida do credor.
Art. 520, III - caso só seja diminuído o valor da execução só
ficará sem efeito na parte que foi diminuída.
Art. 520, IV para ocorrer a penhora, diferentemente da definitiva
que só demanda caução no caso de efeito suspensivo da impugnação,
será necessário o caução, ou seja, o credor só pode penhorar caso
tenha caução. Diferença procedimental
- Art. 521 - dispensa a caução em certas situações (alimentar é
o artigo 100, §1º da CF) - III - se estiver pendente o agravo
de instrumento contra a inadmissão de RE e REsp pelo TJ ou
TRF
Art. 520, §1º - determina que pode fazer a impugnação.
Art. 520, §2º - determina que o 10% de multa e 10% de honorário é
devido no cumprimento provisório
Aqui o executado não pode ser intimado para pagar, pois não tem
sentido pagar visto que ainda tem o recurso pendente, não faria
sentido. Contudo, atualmente ainda tem a multa mesmo que não faça
sentido pagar - aqui então caso não queira o credor terá que
depositar em garantia - sem o 10% 10%. Ou seja, aqui retira o 1010
no caso do depósito - diferentemente do cumprimento definitivo no
qual só não incide caso seja o feito em pagamento, ou seja sem
impugnação. STJ e STF
Obs. Correção e juros correm normalmente, mesmo com o depósito.
Obs. cumprimento provisório de dinheiro não tem para a fazenda
pública! Para fazer e não fazer pode ter, visto que a trava de
coisa julgada é somente para RPV e precatório.

Cumprimento de Sentença e Prescrição


Súmula 150 STF - prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição
da ação.
- O prazo incia no trânsito em julgado da sentença
Prescrição superveniente como motivo de defesa: Art; 475 LVI - CPC
73; 525, §4º VII - CPC/15
- Somente quando a sentença está líquida que começa a fluir a
prescrição executiva.
Fazenda pública é igual.
Liquidação: faz parte do procedimento de conhecimento; prazo
prescricional; Só quando encerrada a liquidação que inicia a
prescrição do cumprimento de sentença.
Ainda, observe que cálculos aritméticos não contam como liquidação,
assim, o prazo prescricional já começa a fluir, ou seja, é do
trânsito em julgado da decisão. STJ
- Doutrina:HTJ acha que cabe a prescrição intercorrente, se eu
demorar muito para iniciar a liquidação. Aqui, seria para dar
incio a liquidação e seria o mesmo prazo da demais
prescrições.
Prescrição intercorrente: ocorre no curso do processo, no caso, no
curso do cumprimento de sentença. No CPC/73 ela não existia
positivada; contudo, criou a prescrição intercorrente, para não
deixar a execução ser imprescritível. Então aqui foi para as
execuções fiscais, caso não achar bens pode suspender por 1 ano,
após isso, quando voltar a tramitar, o processo terá o mesmo prazo
prescricional para achar.
No CPC/15 tem a positivação da prescrição intercorrente, art. 921,
§4º e 924, V. Após a suspensão de 1 ano inicia o prazo da
prescrição intercorrente, que será o mesmo prazo da prescrição da
ação de conhecimento. Lei 14.195/21 - a partir da primeira
tentativa infrutífera começa a contar o prazo da prescrição
intercorrente e tem direito a suspensão de 1 ano, contudo, dentro
desse 1 ano se foi uma infrutífera pararia a suspensão e iniciaria
o prazo prescricional.

Obs. por ser ordem pública pode ser reconhecida de ofício, mas
sempre tem que intimar a parte que sofreria da prescrição para se
manifestar sobre a prescrição - art. 487 e 10.
Processo de Execução
Aqui é necessário o título executivo extrajudicial - documento que
contém dentro dele o acertamento do direito - visto que deve ser
certo o direito e não, diante do processo sincrético, não será o
título judicial. Aparece pela autonomia privada/negocial das
partes. Esse título permite que o credor ao invés de, no caso do
inadimplemento, tenha que recorrer à justiça no processo de
conhecimento, visto que já está pré certado o direito, ele poderá
fazer por processo de execução.
O início do processo de execução será por pet. Inicial - art. 312 -
a pessoa será chamada para cumprir a obrigação em determinado
prazo, iniciará a penhora e a causa de pedir será diferente.
O título extrajudicial possui um rol, os títulos de crédito, não
podendo ser feito com discricionariedade das partes - pois precisa
ter a prova de sua existência.
Diferença
Natureza do título - extrajudicial e judicial - a judicial é
protegida pela coisa julgada; fazendo com que na extrajudicial o
devedor pode usar todas as formas de defesa para impugnar o título
como é feito na contestação - pode arguir todas as matérias que
levantaria para a contestação - art. 917 (obs. A contestação aqui é
o Embargos à Execução)
__________________________________________________________________
Aqui o devedor é intimado para pagar a quantia e caso queira
questionar ele deverá ajuizar ação autônoma e paralela os embargos
à execução que é um procedimento de conhecimento com ampla produção
de prova onde ele será autor da ação (nomeado como embargante).
Art. 771 - prevê os moldes de inciar a ação de execução. Ou seja,
pela inicial sendo um dos pontos centrais a perspectiva do título
extrajudicial.
Aplica subsidiariamente o processo de conhecimento no processo de
execução.
Execução está ligada às obrigações - tanto as de quantia certa, de
entrega de coisa e fazer e não fazer; sendo que cada uma possui um
procedimento específico dentro do capítulo da execução - mais
simples que o procedimento de conhecimento.
Súmula 279 STF - a fazenda pública pode compor parte passiva no
processo de execução. Também previsto no artigo 910
Art. 784 - rol de títulos executivos extrajudiciais.
Precisa está corporado no título executivo uma obrigação certa,
líquida e exigível - art. 786.
Obs. caso seja feito uma ação de execução com título que não esteja
certo, líquido ou exigível será extinguida a ação e será devido os
honorários sucumbenciais pelo Autor.
Art. 785 - ainda que o credor tenha o título extrajudicial,
líquido,certo e exigível ele poderá entrar com o processo de
conhecimento ao invés da execução.
Obs. tem uma lei tramitando que cria uma forma extrajudicial de
cumprimento da execução bloqueando a via judicial - seria pelo
cartório de protesto que faria toda a execução. O que deverá ser
feito por impulso do credor - criar um sistema extrajudicial de
execução desses títulos. - desjudicialização da execução civil
(pelo menos no primeiro momento) - obrigatório adv.
Pressupostos da Execução: Jurídico: a existência do título
extrajudicial líquido, certo e exigível; fático: inadimplemento -
famoso condições de execução/interesse de agir (caracterização do
interesse de agir)

______________________________________________
Anotações Sofs
- Bem público: O contrato administrativo é título executivo, por ser documento público - Resp

1.521.531 SE - A doutrina, por sua vez, define documento público como "todo aquele cuja

elaboração se deu perante qualquer órgão público, como, por exemplo um termo de

confissão de dívida em repartição administrativa" - documento público é no sentido de que

tal documento é aquele produzido por autoridade, ou em sua presença, com a respectiva

chancela, desde que tenha competência para tanto

- Súmula 233/STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da

conta-corrente, não é título executivo.

- Súmula 258/STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de

autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

- A confissão de dívida: Súmula 300/STJ - O instrumento de confissão de dívida, ainda que

originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial.

o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos

acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

Ao contrário do código anterior, agora os próprios condomínios poderão entrar com uma ação

de execução direta contra os moradores.

a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;


o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na

respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;

→ Responsabilidade patrimonial: Art. 391, CC Pelo inadimplemento das obrigações respondem

todos os bens do devedor - Art. 789, CPC O devedor responde com todos os seus bens presentes e

futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei - Bens

impenhoráveis - Art. 833, CPC + Bens de família Lei 8.009 - A responsabilidade primária para o

pagamento da dívida é do devedor. No entanto, existe uma responsabilidade secundária de alguns

terceiros.

- Art. 790, CPC: São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se

de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória [Direito de sequela dos

direitos reais - Ex. Art. 109, CPC]; II - do sócio, nos termos da lei [Sócios que respondem

solidária ou subsidiariamente pelas obrigações da sociedade - Sociedade em nome coletivo];

III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos

em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; V - alienados ou

gravados com ônus real em fraude à execução; VI - cuja alienação ou gravação com ônus real

tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra

credores; VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.

- Art. 109, CPC: A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título

particular, não altera a legitimidade das partes. § 3º Estendem-se os efeitos da

sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.

- Art. 795, §4º: Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da

sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 4º Para a desconsideração da

personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código.

- Há divergência no entendimento do STJ quanto à desconsideração de

personalidade jurídica para Execução fiscal.

___________________________________________________________________
Bens Executáveis
Art. 790, IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus
bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; - Art. 1.643
e 1644 do CC.
- Se o dinheiro, ainda que ilícito, tenha se convertido para os
bens da família eles podem ser penhorados para responder pela
dívida do cônjuge.
Embargos de Terceiros
Quando um terceiro que tem o seu bem penhorado, sob a égide do
artigo 790, na pretensão de resguardar a sua cota parte, poderá
impetrar um Embargos de Terceiros - Art. 674.
ARt. 792, §4º
Fraude à Execução
Art. 158 e 159 CC - Fraude contra credores: transmissão gratuita
(art. 158)
Caso deseje ajuizar ação contra a fraude de credores poderá ajuizar
a Ação Pauliana - art. 161 CC - Litisconsórcio necessário (terceiro
adquirente).
- Tem que ter eventos danus (comprovar o dano); crédito
antecede o fraude e que o devedor estava ou veio a estar
insolvente e ciência da fraude.
- Isso é uma ação de conhecimento contra o devedor e o terceiro
adquirente, ou seja, não pode ser feito dentro da execução -
deve ser autônoma - art. 790, VI
O interesse violado na fraude ao credor é o interesse privado do
credor, já da execução é da atividade jurisdicional, ou seja, vai
contra o Estado Juiz.
Na Fraude à Execução não é anulabilidade, como na fraude ao credor,
mas sim uma ineficácia em relação ao credor exequente e ao processo
executivo - da transferência do devedor para o terceiro adquirente.
Ou seja, continua válido entre as partes da execução.
Conceito: A fraude à execução se configura quando, citado o
executado, este se desfaz de seus bens, impossibilitando a penhora
e a satisfação do crédito. - art. 792 CPC
Casos do Art. 792, I, II e III: Prévia inscrição de penhora no
registro do bem gera presunção absoluta de que o terceiro sabia da
penhora e da pendência da ação, ou seja, não há provas a serem
produzidas pelo terceiro. Nesse caso, ocorre a evicção do terceiro
que terá direito de regresso contra o vendedor - o devedor. Aqui
não há que se falar em insolvência pois era um bem que já estava
vinculado a um processo.
Casos do art. 792, IV - não há registro da ação ou da constrição
processual sobre o bem. Aqui é necessário ação em curso ou quando
reduz a insolvência. No que se refere a ação em curso, entende-se
que o devedor deve estar citado, ou seja, litispendência - ele deve
saber que tem uma ação contra ele. Dito isso, quando o terceiro
comprou de boa fé o bem - súmula 375 STJ - na hipótese para que
haja a fraude à execução deve ser comprovada a má fé do terceiro.
Assim, nesse caso tem que provar a má-fé do terceiro para que o bem
volte para o credor e não fique nas mãos do terceiro.
Bem móvel: visto que não tem registro; art. 792,§2º - o terceiro
tem que provar que tomou as cautelas mínimas para a aquisição
(olhar antecedentes do cara em todas as justiças e guardar as
certidões)
Desconsideração da PJ
Para conseguir pegar o sócio de uma PJ precisa instaura um pedido
de incidente de desconsideração da pessoa jurídica. Posto isso, o
art. 137 uma vez acolhido o pedido de desconsideração a alienação
será fraude. Em conjunto com o art. 792, §3º, a fraude se
considerar a partir da citação da parte da parte cuja personalidade
se pretende desconsiderar - não precisa de execução pode ser no
processo de conhecimento para configurar fraude à execução, basta o
processo judicial.
Execução Fiscal
Se tiver dívida inscrita no fisco, não importa se é bem de família
ele será - art. 185; Em casos relacionados ao fisco, a
transferência de bens do devedor após a inscrição do débito
tributário em dívida ativa configura fraude à execução fiscal,
independentemente de haver qualquer registro de penhora e de ser
provada a má-fé de quem adquiriu tal bem. Já a fraude à execução
fiscal é tratada pelo artigo 185 do Código Tributário Nacional
(CTN).
"A fraude de execução, diversamente da fraude contra credores, tem
caráter absoluto", afirmou o relator, esclarecendo que nesse caso
não há necessidade de se provar conluio entre o vendedor e o
comprador. Para o ministro, a constatação da fraude é objetiva e
não depende da intenção de quem participou do negócio: "Basta que,
na prática, tenha havido frustração da execução em razão da
alienação"
Embargos de Terceiros: Caso o terceiro queira alegar que estava de
boa-fé e impedir a penhora ele terá que protocolar uma nova ação -
os Embargos de Terceiros.
Título Extrajudicial
Bem Público: contrato administrativo; é um documento produzido por
autoridade ou em sua presença com a respectiva chancela, desde que
tenha competência para tanto - ex. Confissão de dívida em
repartição administrativa.
Súmula 233/STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que
acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo.
Súmula 258/STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura
de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título
que a originou.
Súmula 300/STJ: A confissão de dívida - O instrumento de confissão
de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito,
constitui título executivo extrajudicial.
Condomínio: próprio condomínio poderá entrar com uma ação de
execução direta contra os moradores - o referente pode ser de
contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previsto na convenção ou aprovado em assembleia geral, deve ser
comprovado documentalmente.
Execução Por Quantia Certa
Título executivo no rol do art. 824 - necessário para instaurar o
processo de execução
Art. 825 - determina a forma de cumprimento da execução por quantia
certa quando não realizado o pagamento voluntariamente.
Petição inicial: vai seguir em regra o art. 319, mas tem as
especificidades do artigo. 798 para a execução.
Aqui na execução é citado para pagar, já sendo mencionado pelo
autor que os bens serão penhorados.
Obs. aqui geralmente tem cláusula de eleição de foro ou praça de
pagamento - título de crédito que tem isso; caso não tenha esses
será o domicílio do executado.
Legitimidade Ativa
Cessão de crédito - o credor cede crédito para terceiro e comunica
o devedor. Assim fica o cedente e o cessionário - e o que deve
ajuizar a ação de execução é o cessionário.
Subrogado: terceiro que pagou a dívida que não é dele - com isso,
fica com o crédito para ele, se tornando o novo credor podendo
executar a dívida do devedor - Sub Rogação legal e convencional.
MP - art. 778; quando tem titularidade da ação - ação civil pública
- defender direito alheio - geralmente somente de conhecimento -
contudo, pode ajustar o TAC (termo de ajustamento de conduta) e
pode executar ele (título executivo extrajudicial) - 784, III; se
você descumpre a conduta do TAC ele pode executar.
- Como fiscal da lei é praticamente impossível
- Art. 68 CPP - inconstitucionalidade progressiva - se instalar
DP por lei o artigo 68 não é aplicável, sem instalar ele
continua vigente.

Legitimidade Passivo
Devedor; responsáveis do artigo 790 (art. 121); espólio - 796;
fiador constante no título - esse, inclusive, entra o bem de
família também.
Art. 779 - o devedor sempre está escrito no título executivo e o
credor não necessariamente, pode ser aquele que detém o título.

Art. 827 - o juiz já fixa os honorários de plano de 10% - não é


necessário o pedido pelo exequente (mas deve fazer) - são
prefixados, ou seja, agora na inicial só pede o 827
Audiência de conciliação: a não ser por desejo do juiz no art 139,
não haverá a aud.
Documentos essenciais: procuração; título executivo e demonstrativo
atualizado de cálculo - 798, I a.b
Aqui é igual a de conhecimento: se apta: citação que interrompe a
prescrição - sendo que retroage para a propositura da ação - art
802
Se defeituosa e sanável: intima exequente para emendar a inicial -
801
Se defeituosa e insanável: sentença extinguindo a execução - 924
cabe apelação
Obs. Se o título for duplicata ele tem que juntar comprovante de
entrega do bem.
Obs. Decisão para emendar é despacho, ppis 15 dias depois tem
sentença e pode apelar
Obs ainda que juízo ibcompetente suspende a prescrição pois
demonstra que não tem inércia
Art. 799 - pleitear medidas urgentes - VIII - tutela provisória
(geralmente aqui é cautelar - congelar bens para penhorar depois,
para evitar que ele esvazie os seus bens) - art 294 - art 301 -
medidas cautelares
- Inclusive pode ser de forma de preventiva e antecedente -
pode ser instaurada de forma independente antes da
exigibilidade do título, ou seja, não venceu ainda, mas o
devedor esta esvaziando os seus bens - preventiva
Art. 799 - o exequente pode averbar a existência da ação somente o
bem presumindo absolutamente o seu conhecimento - fraude a execução
- 799 IX, 828, par. 4, 792
O bem responde no moldes do 790
Basta a expedição do despacho da citação - pois comprova a
existência do bem
Embargos à Execução
Processo de conhecimento - assim, pode requerer provas - qualquer
matéria de defesa - 987
Art 784 - Embargos e Execução podem conviver
Aqui não há previsão específica de audiência de conciliação, como
no processo de conhecimento padrão
Obs. tem que ter execução com título extrajudicial para caber
embargos ( e nesse caso não cabe impugnação)
Distribuição
- É por dependência no mesmo juízo da Execução e apensada a ele
- art. 914
Intima (vai ser no adv, que tem que ter já que é civil e já teve
execução então tem adv, necessariamente) o Exequente da ação de
execução para impugnar em 15 dias, na forma 335 e 336 (contestação)
- o Exequente virá Réu/embargado
Aqui a apelação não tem efeito suspensivo - art. 1.012, §1º v -
encerrada a instrução tem a sentença - art. 920
Obs. ausência de impugnação não configura revelia - visto que já
está com o direito consubstanciado na Execução, cabendo o ônus da
prova unicamente ao Embargante.

Podem ser opostos independentemente de penhora - de ter dinheiro de


dar em garantia ou não, sob pena de cerceamento de defesa. Assim, o
prazo para Embargos inicia-se da citação do processo de execução -
art. 914
- Conta da juntada do AR - certidão da juntada do AR
Execução Fiscal: LEF - 6.830/80 - na execução fiscal para interpor
Embargos de Execução só pode ser após a penhora - decisão do STJ
sob a égide da especialidade da LEF. - art. 16
- Tem que ter garantia judicial

- Isso foi usado até para diminuir o uso da excessão de


pré-executividade - pois ele permitia uma defesa leve do
executado sem a penhora. Contudo, como não precisa da penhora
pode entrar direto com o Embargos de Execução. Porém segue
sendo usado na execução fiscal.

Aqui não há a dobra de prazo - art. 915, § 3º CPC - não aplica o


229
- Fazenda pública é 30 dias - 910
Se tiver cônjuge ou companheiro - ambos no polo passivo - conta o
prazo para ambos da juntada do AR do último cônjuge/companheiro
[Casal AB - Juntou ar do A em 01/05; Juntou ar do B em 05/05 -
conta o prazo dos dois a partir do dia 05/05] - Art. 915, §1º

Carta precatória: art 914, §2º - pode protocolar os Embargos no


juízo deprecado ou deprecante - mas o de julgar é do deprecante,
salvo se versarem unicamente sobre a penhora do bem no juízo
deprecado (aqui será do juízo deprecado). Matéria ampla será
julgado no deprecante.
- Quem mandou a carta precatória - deprecante; o outro
deprecado.
- Prazo: se for sobre penhora: data da juntada do AR na
precatória; se for ampla: (i) se o deprecado comunicou o
deprecante da AR: será da certificação da comunicação dos
autos de origem; (ii) se não foi comunicada: da juntada da
carta precatória nos autos de origem
Art. 915, §2º
- Obs. se versar sobre matéria de penhora e outras coisas - ela
será julgada pelo juízo de origem e não o deprecado.

Art. 918 - indeferimento preliminar dos Embargos da Execução. O


único específico, diferentemente da inicial, é a tempestividade.
- Aqui cabe apelação porque extingue os embargos à execução,
seria sentença - art. 920
- Art. 921 - pode mandar emendar
- Art. 917, §3º e 4º - deve apresentar demonstrativo se o
excesso de execução for único fundamento
Obs. tem preparo
Matérias que podem ser impugnadas: art. 917 do CPC; lembrando que
se verdar somente sobre o valor da penhora ou da impenhorabilidade
pode ser feito por simples petição na execução - art. 917 §1º.
Efeito Suspensivo aos Embargos
O efeito suspensivo não é automático, ou seja, via de regra haverá
os dois processos em curso paralelos.
Dito isso, pode requerer a suspensão do art. 921, §3º - e inclusive
não pode mais questionar, caso tenha sido indeferido os embargos
com trânsito em julgado. Art. 917
Obs. apesar do trânsito em julgado, o que faria a execução caso
tenha sido suspensa não poder ser questionada, ela deve ser feita
de forma célere sob pena de prescrição intercorrente.

Requisitos: Tutela provisória: requerimento do embargante; penhora;


periculum in mora; relevância do direito - Art. 919, §2º
- Aqui é necessário a garantia judicial.
Aqui, caso mude a situação pode ser revisto o indeferimento ou
deferimento do efeito suspensivo, com decisão fundamentada - stj

Obs. Aqui, por ser processo de conhecimento, não cabe o parágrafo


único do art 1.015 - ou seja, deve observar o rol do art. 1.015
- O rol do art 1.015 não prevê o agravo de instrumento sobre
decisão de indeferimento de efeito suspensivo. Com isso, o
STJ entendeu que cabe agravo com base no art 1.015, visto que
o efeito suspensivo é uma tutela provisória - reconhecida
pelo 919, par. 1°. Não é o X pois não está explícito no item
o indeferimento, somente concessão e revogação
Art. 920, CPC: Recebidos os embargos: I - o exequente será ouvido
no prazo de 15 (quinze) dias [Chama o exequente para ser ouvido
(não é uma citação, mas sim uma intimação do advogado, já que o
polo passivo já está designado) - pode propor uma impugnação aos
embargos - se não propuser uma ação, não aplica-se a revelia]; II -
a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará
audiência [julgamento]; III - encerrada a instrução, o juiz
proferirá sentença [cabe apelação sem efeito suspensivo - Art.
1012, §1º, V].

Exceção de Pré-executividade
Criado pela doutrina e jurisprudência, porque antigamente não podia
interpor embargos à execução sem penhora. Aqui é feito por simples
petição, como um incidente, em que o Executado informa o juiz
coisas que ele pode reconhecer de ofício e que não demandem
produção de provas - ex. Ilegitimidade ativa ou inexequibilidade do
título. Na hipótese de ser afastada a exceção de pré executividade,
com decisão de mérito, já a preclusão consumativa, não podendo ser
alegada em sede de embargos.
- Recursos: 1. Acolhe integralmente [Se acolhe para matar a
execução, cabe apelação (Art 203, §1º 924, 925) - Se não,
cabe Agravo]; 2. Acolhe parcialmente [Cabe agravo de
Instrumento - Art. 1015, PU]; 3. Rejeita/inadmite [agravo de
Instrumento].
- Honorários: 1. Se acolher, ainda que parcialmente, cabe
fixação de honorários [entendimento do STJ]; 2. Quando
rejeita, em tese, não tem honorários, porque vira um simples
requerimento incidental.

Você também pode gostar