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MATÉRIA: Processo Civil

PROFESSOR: Murilo Sechieri


AULA E DATA: Aula 03 – 22.02.2010

PROCESSO DE CONHECIMENTO - Petição inicial (continuação)

C-) Causa de Pedir (causa petendi)

São elementos da causa de pedir

 fatos (causa de pedir remota1) – acontecimento que deram origem à pretensão do


autor;

 fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima) – são as conseqüências jurídicas que o


autor entende que foram geradas pelos fatos; é o enquadramento delas numa categoria
jurídico-material. Não se confunde com fundamento legal, cuja indicação não é
obrigatória (iuria novit curia) e caracteriza mero reforço de argumentação.

O juiz fica vinculado unicamente aos fatos, mas tem liberdade para atribuir a eles qualificação
jurídica diversa da que foi apontada pelo autor (Teoria da Substanciação2).

Observação: A confissão, seja real ou ficta, não é sinônimo de procedência, uma vez que é
possível que os fatos incontroversos não tenham gerado qualquer conseqüência jurídica
(comum nas ações indenizatórias por dano moral).

D-) Pedido e suas especificações

O pedido pode se apresenta sob 02 aspectos:

 pedido imediato – é o tipo de tutela jurisdicional requerida;


 pedido mediato – é o bem da vida que se pretende atingir por meio da providência
requerida.

São 04 as regras que disciplinam a alteração do pedido no curso do processo:

a) antes da citação o autor tem total liberdade para alterar o pedido;


b) após a citação, será necessária a concordância do réu;

1
Não há consenso para o uso dessa classificação, no entanto, é utilizada pela doutrina majoritária.
2
Em oposição à Teoria da Individuação.

1
c) a partir do saneamento não se admite mais qualquer alteração (a doutrina reconhece,
aqui, o fenômeno da estabilização objetiva da lide). A estabilização subjetiva decorre
da citação, exceto no caso de sucessão da parte;
d) se houver revelia, a alteração do pedido ou da causa de pedir dependerá de nova
citação.

Observação: Pedidos implícitos – são verbas ou providência que o juiz pode incluir na
sentença de ofício, sem que haja afronta ao princípio da congruência, tais como, os juros
legais, ônus de sucumbência, litigância de má fé, prestações vencidas no curso da demanda,
etc.

Exemplo: art. 461, §5º, CPC – medidas de apoio, de coerção ou de subrogação para a tutela
das obrigações de fazer ou não fazer.

“Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
[...]
§ 5º. Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente,
poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição
de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras
e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.”

O pedido deve ser certo e determinado.

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