AÇÃO MONITÓRIA

Noções gerais

A Lei 9.079/95 reintroduziu no sistema processual um modelo de

processo com marcantes peculiaridades, que já havia vigorado entre
nós em outras épocas (a “ação decendiária”, desde as Ordenações até
os Códigos de Processo dos Estados, e a “ação cominatória” do CPC de
1939).

CONCEITO E PROPOSITURA DA AÇÃO = A ação monitória vem

capitulada no Art. 700 do CPC. É utilizada por aquele que possuir prova
escrita de crédito de soma em dinheiro, de entrega de coisa fungível
(Art. 85 CC – são fungíveis os móveis que podem ser substituídos por
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade) ou de coisa certa
móvel – desde que o título não constitua título executivo (Art. 783 e 784
CPC).

MANDADO = Uma vez proposta a ação o MM Juiz determinará a

expedição de “mandado” para que o réu pague ou entregue a coisa em
15 dias (Art. 701).

DO PAGAMENTO/ENTREGA = Se o fizer no prazo assinado o réu

estará isento do pagamento de custas e honorários advocatícios (Art.
701, § 1º CPC).

CONTESTAÇÃO = Neste mesmo prazo (15 dias) o réu pode defender-

se por meio de “embargos”, como diz o Art. 702.

FUNÇÃO DO PROCESSO MONITÓRIO = A tutela monitória foi criada

para aquelas situações em que, embora não exista título executivo, há
forte aparência de que aquele que se afirma credor tenha razão.

Por meio do processo busca-se a formação de um título executivo,

porque há concreta possibilidade de existência do crédito e o réu
devidamente citado não apresenta defesa alguma (embargos).

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PRETENSÕES QUE PODEM SER OBJETO DE AÇÃO MONITÓRIA
Art. 700 CPC.

A PROVA ESCRITA SEM EFICÁCIA DE TÍTULO

a) Qualquer documento isolado ou grupo de documentos que se possa

demonstrar o crédito pretendido. A prova escrita pode ser indireta (Art.
375 CPC). Ex: Acidente – Hospital – causador assina internação e
assume pagamentos. No inquérito comprova este fato, mas se nega a
pagar o Hospital – Este pode propor ação monitória e provar seu crédito;

b) A prova do Hospital (escrita) não tem força de título executivo. Assim

a finalidade do processo é gerar este título;

c) Se o documento já teve força executiva mas a perdeu por força de

prescrição (cheque) pode ser proposta ação monitória;

d) A propositura da ação é via facultativa.

ELEMENTOS QUE A INICIAL DEVE CONTER = Narrativa, documento

(prova escrita), fato gerador, exigibilidade do crédito (vencimento),
exposição dos fatos constitutivos do crédito, demonstrativo de cálculo
Art. 798, I, “b”, CPC.
Cálculos porque se o réu não embargar o Autor poderá ingressar
imediatamente na fase executiva.

DECISÃO QUE INDEFERE A EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE

CUMPRIMENTO

Reputando inviável a concessão do mandado de cumprimento, o Juiz dá

oportunidade ao Autor para:

a) apresentar novos documentos:

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b) ou emendar a inicial, optando pelo processo comum de conhecimento
(caso não possa apresentar novos documentos);

c) Havendo defeito insanável (dívida de jogo, litispendência etc.), o Juiz

proferirá sentença extinguindo o processo monitório. Não fará coisa
julgada. (Cabe apelação Art. 1.009 CPC).

CONSEQUÊNCIA DA NÃO INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS AO

MANDADO

1. Se o réu não embargar ou pagar... converte-se a decisão de

expedição de mandado em título executivo judicial;

a) A doutrina discute se neste caso há ou não coisa julgada (Art. 502 c/c
966 CPC).
O título executivo tem por base simples decisão e não sentença;

b) Decisão (neste caso) não confere coisa julgada (Ex: formal ou

certidão de partilha – emitido em procedimento de jurisdição voluntária);

c) Esta decisão é provisória e proferida com base em cognição sumária,

impeditiva com o instituto da coisa julgada.

2. Haverá preclusão, operada em desfavor do réu.

CITAÇÃO POR EDITAL E POR HORA CERTA NO PROCESSO

MONITÓRIO

SÚMULA 282 do STJ admite a citação por edital no processo monitório

Art. 700, § 7º, CPC.

EMBARGOS AO MANDADO

Discutível: se ação própria ou contestação.

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Ao final do processo haverá sentença condenando ou não o réu ao
cumprimento da obrigação.
Se procedente a ação extrai-se um título executivo da decisão.
Se improcedente a ação, (procedentes os embargos), será suspenso o
mandado de cumprimento da obrigação.
Havendo vários réus (Artigo 231 CPC juntada aos autos do último
mandado). Vide art. 229 CPC.
A sentença de procedência ou improcedência da ação fará coisa
julgada.
Contra sentença = Recurso de Apelação no efeito??? (Art. 1.012 CPC).

FASE EXECUTIVA

Decorrido o prazo de embargos ou sendo estes rejeitados (sem

apelação), a decisão torna possível o início da execução. (Lei
11.232/2005 e 523 e seguintes CPC).

Ação Monitória e a Fazenda Pública

Art. 700, § 6º, CPC.

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