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ÔNUS DA PROVA. Art.

373

Trata-se de uma regra subsidiária de julgamento.

Estabelece quem responderá acaso falte a prova de um fato no processo.

Quem será prejudicado acaso falte a prova.

Ou seja, mesmo não havendo provas em um processo o juiz deverá julgar os


pedidos realizados, e na ausência da comprovação de algum fato, será vencido
aquele que recebeu o ônus da prova.

Art. 357 – SANEAMENTO DO PROCESSO.

III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;

NOVIDADE: no novo cpc consagra a possibilidade de distribuição dinâmica do


ônus da prova. Uma distribuição feita pelo juiz, e o momento em que ele fará a
distribuição será este.

É antes da atividade instrutória. As partes já sabem quem deverá provar cada fato

Concluindo, o ônus da prova estabelece os fatos que cada uma das partes deverá
provar no provar.

FORMAS DE SE DISTRIBUIR O ÔNUS DA PROVA.

a) DISTRIBUIÇÃO ESTÁTICA (LEGAL): É aquela que está definida previamente


pela lei

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.


Caso o réu não traga nenhum fato novo será do autor o ônus de provar todos os
fatos deduzidos na petição inicial.

Por este critério caberá ao réu o ônus da prova apenas quando realizar defesa
indireta, ou seja, trouxer fatos novos ao processo.

Fato extintivo – É aquele que fulmino o direito do autor. Ex: pagamento,


compensação e a decadência.

Impeditivo- Trata-se da alegação de um fato que cria um obstáculo a pretensão


do Autor. Denomina-se impeditivo pois impede que o fato constitutivo alegado pela
autor produza efeitos. Ex: incapacidade, o desequilíbrio contratual, a ausência de boa-
fé.

Modificativo – Não ataca a existência do direito, mas se informa ao juiz que o


fato constitutivo alegado pelo autor foi alterado. Ex: novação da dívida.

DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA.

Art. 373 -...

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à


impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior
facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

O CPC de 2015 consagra a distribuição dinâmica do ônus da prova.

O modelo anterior era insuficiente, era necessário permitir a dinamização do


ônus da prova pelo juiz, se constatasse alguns pressupostos.

§ 1º - casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa (regra geral).

Pressupostos:
1- Prova diabólica. É aquela cuja produção é considerada impossível ou
excessivamente difícil.

2- Maior facilidade de produzir a prova em fato contrário. Prova de fato negativo.

3- A decisão deve ser fundamentada – requisito formal.

4- O momento da distribuição deve permitir a parte se desincumbir do ônus.


- Como regra será na decisão de saneamento.

-Da decisão q redistribui o ônus da prova cabe agravo de instrumento.

-Pode ser q o juiz observe que apenas após a instrução era necessária a distribuição
diversa, ai ele terá que reabrir a instrução (contraditório).

5 - §2º é o 5º pressuposto, a redistribuição não pode aplicar prova diabólica.

DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA POR CONVENÇÃO DAS PARTES.

§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo
quando:

I - recair sobre direito indisponível da parte;

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.

Trata-se de negócio jurídico processual sobre o ônus da prova.

É permitido às partes negociar o ônus da prova antes ou depois de iniciado o


processo, como por exemplo no contrato.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO.

O art. 6 VIII do CDC, permite ao juiz inverter o ônus da prova nas relações de
consumo facilitando ao consumidor a defesa dos seus direitos.

A inversão não é automática, ou seja, não basta tratar-se de uma relação de


consumo que o ônus da prova será sempre do fornecedor de produtos ou serviços. A
lei exige a presença de um destes requisitos.

a) Verossimilhança das alegações do consumidor.


b) Quando hipossuficiente o consumidor. Situação desfavorável frente ao
fornecedor. Via de regra o consumidor não tem as mesmas condições
econômicas ou técnicas para produzir a prova.

O STJ entende que basta a presença de um destes pressupostos.

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