O ônus de provar é um encargo da parte e não uma obrigação.
REGRA GERAL: Quem alega um fato tem o encargo de prová-lo. Art. 373, CPC. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Distribuição do ônus da prova: O autor daquilo que constitui o direito que ele está pedindo na ação. O réu dos fatos que impedem que o autor exerça aquele direito está pleiteando. Exceção à regra geral – inversão da regra da prova. O CPC autoriza que o ônus da prova seja distribuído de outra forma, diferente da regra geral, por determinação de lei, por decisão do julgador, ou por convenção entre as partes.
Inversão do ônus da prova por previsão legal:
Exemplo: Código de defesa do consumidor – apesar de não ser automática a
inversão, há previsão na lei de seus requisitos.
Inversão do ônus da prova por decisão judicial:
- Impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo.
- Maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário.
Inversão do ônus da prova por convenção entre as partes:
- Antes ou durante o processo.
- Desde que não recaia sobre direito indisponível ou torne excessivamente difícil o exercício do direito.
Na vigência do Código de Processo Civil de 1973, a regra de atribuição do ônus da
prova era considerada estática, impondo-se ao autor o ônus probatório dos fatos constitutivos de seu direito e ao réu a prova dos fatos impeditivos, modificativos e/ou extintivos do direito alegado pelo autor. A Teoria da distribuição estática do ônus da prova, adotada pelo CPC de 1973, estabelecia o ônus probatório de cada parte de forma prévia e rigidamente especificada, ignorando que uma das partes teria mais facilidade na produção da prova que a outra, o que acabava por impossibilitar a produção da mesma por aquele que “deveria” fazê-lo, mas não conseguia. A Teoria da carga dinâmica do ônus da prova não se confunde, portanto, com a inversão do ônus da prova. A primeira trata de flexibilizar a distribuição do ônus probatório, considerando a melhor condição para a produção de determinada prova pela parte que, a princípio, não teria o ônus de produzi-la. A segunda, por outro lado, é extraída de previsão legal expressa e, possuindo os requisitos necessários, inverterá todo o ônus probatório para a outra parte. “Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.”
DIFERENÇA ENTRE PROVA ILÍCITA E PROVA ILEGÍTIMA:
As provas ilícitas são aquelas obtidas com infringência ao direito material, as provas ilegítimas são as obtidas com desrespeito ao direito processual. A prova ilícita é a prova produzida e gerada por meio ilícito através da violação à normas de direito material relativos à direitos e garantias fundamentais. É inadmissível no processo. A prova ilegítima é aquela produzida através da violação à normas de direito processual. Irregularidade procedimental em sua produção. É nula. Existe a possibilidade de convalidação pela inexistência do prejuízo.
Trânsito em Julgado é o momento, o instante no tempo em que a decisão judicial se
tornou imutável. Ou seja, o instante a partir do qual a decisão que foi proferida se tornou definitiva. Já a Coisa Julgada é o produto resultante do momento imediatamente posterior à ocorrência do trânsito em julgado