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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA


CATARINA.

Processo de origem nº: XXXXXXXXXXX.

EMPRESA BELA MUSA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


sob o n.º XX.XXX.XXX/XXXX-XX, localizado na Rua XXXXXXX n.º XX, Bairro
XXXXXX, Florianópolis, Santa catarina, CEP XXXXX-XXX, representado neste
ato por seu sócio Sr. TIAGO, nacionalidade: XXXXXXX, estado civil:XXXXXXX,
profissional da área de XXXXXXX, portador do RG nº XX.XXX.XXX-XX e do
CPF n.º XXX.XXX.XXX-XX, com residência na Rua XXXXX, nº XX, bairro
XXXXXXX, Cidade XXXXX, Santa Catarina, CEP XXXXX-XXX, e endereço
eletrônico: xxxxxx@xxxxxxx.com, por intermédio de seu advogado e bastante
procurador (procuração anexa), com escritório profissional na Rua XXXXXXXX,
nº XX, Bairro XXXXXX, Cidade XXXXXX, CEP: XXXX-XXX, Santa Catarina,
endereço eletrônico: xxxxxx@xxxxxxx.com, onde recebe notificações e
intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor o
presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO


SUSPENSIVO

em face de GABRIELA, brasileira, estado civil: XXXXXXX , modelo fotográfico,


portador do RG nº XX.XX.XXX -XX e do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente
no Rua XXXXXXX nº XX, Bairro XXXXXX, Florianópolis, Santa Catarina, CEP:
XXXXX-XXX, endereço eletrônico: xxxxxxxx@xxxxxxx.com, pelos motivos de
fato e de direito e pelas razões e fundamentos jurídicos adiante expostos.
Inicialmente, informa-se o recolhimento do preparo, como demonstrado pelas
guias de recolhimento acostadas aos autos, em respeito ao disposto no art.
1.007, do CPC.
Não foi realizado o recolhimento de porte de remessa e de retorno,
porquanto o processo tramita em meio eletrônico, assim previsto no art. 1.007,
§ 3º, do Código de Processo Civil. Ademais, explicita-se que não foram
juntadas as peças obrigatórias que compõem o agravo de instrumento,
conforme autorizado pelo art. 1.017, § 5º, CPC, tendo em vista, igualmente,
tratar-se de autos de processo eletrônico.

1 - DA TEMPESTIVIDADE.

O presente recurso é TEMPESTIVO, haja vista que a publicação de


intimação ocorreu em XX/XX/XXXX. Assim o prazo de 15 dias úteis para
interposição do recurso termina no dia XX/XX/XXXX, de acordo o disposto no
artigo 1.003 §5º do Código de Processo Civil.

2 - DO CABIMENTO.

Com relação ao cabimento, trata-se de decisão interlocutória a ser


contrabatida e reformada, razão pela qual é pertinente a interposição do
recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, previsto no 1.015, inc. XI, do Código
de Processo Civil. Vejamos:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §


1º.

Não obstante respeitável a decisão proferida pelo Juízo anterior, não há


suporte jurídico razoável que ampare a conclusão decisória, ora agravada,
pelos motivos a partir de então apresentados.

3 - SINTESE DOS FATOS.


Este agravo é referente a supracitada demanda que tramita no primeiro
grau de jurisdição, onde a Agravada, Gabriela, ajuizou ação em face da
Empresa Agravante, pleiteando indenização por danos materiais e
extrapatrimoniais suportados, devido uma suposta falha na prestação de
serviço imputada a Bela Musa. Para tanto, requereu a produção de prova
pericial e testemunhal.

Após apresentação da contestação, o douto Juízo a quo proferiu decisão


interlocutória, por meio da qual realizou o saneamento e a organização do
processo; e, especificamente, efetuou a inversão do ônus da prova com
relação à demonstração dos danos morais ou extrapatrimoniais, explicitando-se
que caberia à agravante demonstrar que a parte agravada não sofreu os danos
morais alegados. Ou seja, impôs-se prova de fato negativo à empresa Bela
Musa. Por conseguinte, não conformada com referido ponto da decisão
interlocutória proferida, a empresa agravante apresenta a seguir as razões
mediante as quais pretende que seja reformada a decisão agravada.

4 - DO MÉRITO.

4.1 - Da inversão do ônus da prova.

Não obstante respeitável a decisão proferida pelo d. Juízo de primeiro grau,


não há suporte jurídico razoável que ampare a conclusão decisória, ora
agravada, pelos motivos a partir de então apresentados. Mesmo que possível a
inversão do ônus da prova, sobretudo em reconhecida a relação de consumo –
sob a possibilidade constante no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do
Consumidor. Vejamos:

"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


(.)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências".
Neste artigo inteciona-se possibilitar a produção da prova com o objetivo
de se resolver o mérito da questão. Não se busca, decerto, prejudicar a parte
que poderia ficar com incumbência de impossível cumprimento.

E ainda que a distribuição do ônus da prova possa ser realizada em


conformidade com o disposto no artigo 373, § 1º, do Código de Processo Civil;
existe vedação no próprio artigo do diploma processual, segundo o qual não
pode a decisão de redistribuição, ou inversão, do ônus da prova gerar “situação
em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou
excessivamente difícil”. Vejamos:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou
à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de
modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar
situação em que a desincumbência do encargo pela parte
seja impossível ou excessivamente difícil.
[..]

Nesse caso, cabe analisar as disposições normativas expostas no


Código de Processo Civil, especoficamente as apresentadas no artigo 380. De
modo a estabelecer razoável familiaridade com esse ponto, segundo os quais
caberá a agravada provar o fato constitutivo de seu direito, e a agravante,
demonstrar a existência de imperativo, modificativo ou extintivo do direito da
parte autora. Vejamos:

Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a


qualquer causa:
I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que
tenha conhecimento;
II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.
Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de
descumprimento, determinar, além da imposição de multa,
outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias.

De modo simples, pode-se dizer que a prova, portanto, cabe à parte que
alega determinado fato, e sea parte contrária entender de outro modo, que
demonstre igualmente.

4.2 – Da prova pericial.

Quanto a prova pericial, de comum realização de casos que envolvam


aspectos técnicos não denominados pelo juízo ou por algumas das partes,
basta atentar-se ao que determina o artigo 464, § 1º do Código de Processo
Civil, para esclarecer que essa poderá ser realizada quando presentes três
requisitos: houver a necessidade de conhecimento especial técnico, for
necessário sua realizaçao diante das outras provas e se for aplicável sua
realização, diante das especificidades concretas. Vejamos o que diz o Código:

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria


ou avaliação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de
técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em
substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica
simplificada, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na
inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido
da causa que demande especial conhecimento científico ou
técnico.
§ 4 o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter
formação acadêmica específica na área objeto de seu
depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico
de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os
pontos controvertidos da causa.

Entende-se, ainda, que a realização da prova pericial poderá ser imposta


a alguma das partes, de modo que esta será responsável por arcar com as
despesas referentes aos honorários periciais.

4.3 – Da prova testemunhal.


Sobre a prova testemunhal, de sobremaneira útil ao processo, serve
para demonstrações de fatos alegados pelas partes, de modo a elucidar
diversas situações possíveis.

Conforme previsão dos artigos 442 e 443 do Código de Processo Civil,


a realização da prova testemunhal será sempre admissível, não havendo
objeção legal a não ser que os fatos a serem demonstrados já tenham sido
provados por documentos, confissão da parte ou que somente possa ser
constatados documentalmente ou mediante prova pericial. Vejamos:

Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível,


não dispondo a lei de modo diverso.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas
sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial
puderem ser provados.

Dessa forma, a prova testemunhal só é necessária quando alguma das partes


não apresenta provas documentais.

5 - DO EFEITO SUSPENSIVO.

Com amparo no artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil,


requer-se a atribuição de efeito suspensivo ao presente recurso de agravo de
instrumento. Isso porque, se continuar tramitando normalmente o processo até
julgamento do agravo, poderá ser realizada, nesse interregno, a audiência de
instrução e julgamento, na qual deverá ser produzida a prova em conformidade
com o decidido na decisão de saneamento – justamente o que se pretende
modificar por meio do agravo sob análise. Artigo 1.019, I do CPC:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e


distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do
art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão
recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
[…].
Diante o exposto requer-se o recebimento do presente recurso de
agravo de instrumento, com as razões anexas, COM CONCESSÃO DE
EFEITO SUSPENSIVO (ATIVO), na forma do art. 1019, I, do Código de
Processo Civil, intimando-se os agravados para oferecer contrarrazões, no
prazo de 15 dias

6 - DOS PEDIDOS.

Assim, a Empresa Agravante Bela Musa , requer julgamento procedente, do


presente recurso e o total provimento deste agravo de instrumento, e ainda
pretende o acolhimento dos seguintes pedidos:

1. A atribuição de Efeito Suspensivo. Tendo em vista a realização próxima


da audiência de instrução e julgamento, pugna-se pela atribuição de
efeito suspensivo ao presente agravo de instrumento, com fulcro no art.
1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, considerando-se o exposto
no item 4 do presente recurso;
2. Requer-se a intimação da parte Agravada, a fim de que apresente
resposta, se pretender, no prazo de 15 (quinze) dias, em harmonia com
o disposto no artigo 1.019, inciso II, do Código de Processo Civil;
3. Pleiteia-se a reforma da decisão agravada, a fim de que não conste mais
na decisão interlocutória a imposição do ônus de produção de prova de
fato negativo, ou de “prova diabólica”, em face da agravante, não lhe
sendo imposto, noutras palavras, o ônus de demonstrar que a parte
agravada não sofreu danos extrapatrimoniais ou morais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Florianópolis, XX de XXXXXXX de XXXX.


Advogada OAB/XXX-XX

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