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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO

TRABALHO DE UBERLÂNDIA/MG.

Autos nº 0010101-10.2021.5.03.0001

PATRULHA MINEIRA LTDA., pessoa jurídica do direito privado, inscrita no


CNPJ sob o nº 25.252.252/0001-25, com sede na Avenida das Nações, Nº 30,
Bairro: Centro, Município: Uberlândia, Estado: Minas Gerais, CEP 30.000-000,
endereço eletrônico desconhecido, por meio de sua advogada regularmente
constituída, cujos dados constam em procuração anexa, nos autos da
Reclamação Trabalhista movida por ANTÔNIO QUEIROZ, brasileiro, casado,
profissão: segurança, inscrito no CPF sob o nº 123.456.789-00 e portador do
RG XX.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: xxxxxxxxx@xxxx.com, residente e
domiciliado na Rua Coronel Severiano, nº 500, bairro: Tabajaras, Município de
Uberlândia, Estado de Minas Gerais - MG, CEP: 31.000-000, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamentos no artigo
847 da CLT c/c Art. 335 e segs. da Legislação Adjetiva Civil, e Art. 5º, LV, da
CF/88, presentar:

CONTESTAÇÃO

pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir:

O Reclamante ajuizou a presente reclamatória objetivando a condenação da


Reclamada ao pagamento das verbas alinhadas na exordial.

Todavia, os argumentos lançados na inicial, por serem infundados, não


expressam a realidade dos fatos, motivo pelo qual os pedidos insertos na
Presente Reclamatória deverão ser julgados improcedentes.
1. LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO.

No caso em tela, o Reclamante alega que está no denominado limbo jurídico


previdenciário. Aduz que teve alta previdenciária em 8 de janeiro de 2021 e
que, em 11 de janeiro de 2021, reapresentou-se à empresa, mas não pode
retornar às atividades laborativas em razão de ter sido considerado inapto pelo
médico do trabalho. Assim, postula pagamento dos salários desde a referida
data até sua efetiva reintegração.

Na realidade, o Reclamante foi quem manifestou o desejo de ficar afastado das


atividades laborativas. Desta forma, o mesmo escreveu uma carta de próprio
punho, na qual manifesta seu desejo de não retornar ao trabalho até que seja
julgado seu recurso administrativo junto ao INSS.

Diante do exposto, pugna pela improcedência do pedido.

1.2 - PLANO DE SAÚDE.

Alega o Reclamante, que teve seu plano de saúde suspenso desde que teve
alta previdenciária, o que não pode subsistir, razão pela qual postula sua
imediata reintegração.

Mais uma vez o obreiro não narra a realidade fática.

Na verdade, o Reclamante omitiu o fato de que o plano de saúde sempre foi


custeado por ambos os contratantes e que, desde que iniciou o recebimento do
auxílio-doença, não mais arcou com sua cota parte do plano de saúde. Sendo
assim, faltando o pagamento da parte do Reclamante, houve o cancelamento
do plano de saúde.

Isso posto, pede-se a impugnação deste pedido.

1.3 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

O Reclamante pleiteia o recebimento de adicional de periculosidade ao


fundamento de que exercia as funções de segurança do estabelecimento da
Reclamada. Razão não lhe assiste, pois o mesmo exerce a função de vigilante
sem porte de arma de fogo.

Para que o Reclamante tenha direito a periculosidade, sua função deve se


enquadrar nos termos do artigo 193, II da CLT. O que não acontece no caso
em tela. Visto que, o Reclamante não é exposto a risco de roubo ou violência
física, como determina a legislação vigente:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na


forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a:

I - Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II - Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades


profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao


empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações
nos lucros da empresa.

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que


porventura lhe seja devido.

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da


mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de
acordo coletivo.

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador


em motocicleta.

O Reclamante desenvolve suas funções sem o risco acentuado aludido na


CLT, não havendo, portanto, previsão legal de pagamento do adicional de
periculosidade.

Diante o exposto, pede-se que esse pedido seja julgado improcedente.

2 – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E JUSTIÇA GRATUITA.


Primeiramente, como exposto nos tópicos anteriores, os pleitos são totalmente
improcedentes, o que é suficiente para afastar a sucumbência. Improcede
quaisquer das pretensões postuladas pelo Reclamante, requerendo, desde já,
que seja o Autor condenado ao pagamento da sucumbência recíproca,
consoante artigo 791-A, caput e § 3º da CLT.

Assim, levando -se em consideração os dispositivos legais que regulam a


matéria, em caso de deferimento de honorários advocatícios que seja aplicada
à regra da sucumbência recíproca e sejam fixados honorários advocatícios a
Reclamada relativos à parte improcedente da ação, tendo a reclamada direito
ao recebimento de honorários de sucumbência.

Sobre a gratuidade da justiça, alega o reclamante que está afastado, e não


recebe salário da empresa, tampouco da Previdência Social, mas não
apresenta nenhum documento ou extrato bancário que ateste essa informação.

Assim, requer sejam indeferidos os pedidos de Justiça Gratuita, e julgado


improcedente o pedido de condenação de honorários advocatícios de AJ,
condenando-se o reclamante ao pagamento das custas processuais.

Todavia, uma vez sucumbente o reclamante (ainda que parcialmente),


merecem ser arbitrados honorários de sucumbência em favor deste patrono,
fulcro disposições do art. 791-A da CLT.

Impugna-se, por cautela, qualquer alegação contrária.

3. PEDIDOS E REQUERIMENTOS.

Diante o exposto, REQUER que seja a pretensão da Reclamante julgada


TOTALMENTE IMPROCEDENTE no mérito em relação a todos os pedidos
constantes da inicial, principais, sucessivos e acessórios, pelos fatos e
fundamentos jurídicos sustentados no decorrer da presente peça processual,
que deverão ser considerados como aqui transcritos a fim de alicerçar o
presente pedido.

a) O recebimento da presente Contestação, bem como julgar


IMPROCEDENTE a presente demanda, com extinção do feito com
resolução do mérito, condenando o reclamante ao pagamento das
custas processuais.
b) Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial
depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal;
c) Impugna-se o pedido de Assistência Judiciária, eis que o Reclamante
não cumpre com os requisitos legais para tal concessão;
d) A condenação do reclamante ao pagamento das custas, honorários
periciais e advocatícios, na forma legal;
e) Impugna-se o pedido de pagamento de periculosidade, pois a atividade
exercida pelo Reclamante não faz jus ao pagamento de tal benefício;
f) Que julgue improcedente o pedido de pagamento do plano de saúde,
pois o Reclamante não pagou sua quota parte, por esse motivo seu
plano foi cancelado.
g) Uma vez protocolada esta contestação, caso o reclamante não
compareça à audiência inaugural, requer seja aplicada a pena de
confissão, e não o arquivamento da demanda, por inteligência da
aplicação conjunta dos artigos 841, § 3º, 844, § 2º e 847, parágrafo
único, todos da CLT, já que o não comparecimento do autor implica em
desistência da ação, e esta é vedada sem a concordância da reclamada
após oferecida a defesa.

Termos em que, pede e espera deferimento.

Uberlândia, XX de XXXXXXXXX, de XXXX.

Advogada.

OAB nº XXX.

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