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Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0000865-91.2020.5.09.0892


em 14/12/2020 19:14:18 - 78628eb e assinado eletronicamente por:
- REGYS MOREIRA LINS

Consulte este documento em:


https://pje.trt9.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código:20121419122352900000083784310
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE


SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - PR

SEGREDO DE JUSTIÇA:
DOENÇA

JUREMA DIAS PONTES, brasileira, casada, desempregada, portador(a) da CTPS


92891-00760 PR, inscrita sob o CPF/MF 09075182813, com domicílio processual
infra, sem e-mail, vem, muito respeitosamente, por meio do seu procurador “in fine”
signatário, “ut” instrumento de mandato (em anexo), advogado com escritório
profissional no endereço ínsito no mandado, onde recebe intimações e notificações,
email iwan@kruk.adv.br, propor

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

em face de CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES DE VEÍCULOS


IMPERIAL EIRELI, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita sob o CNPJ
04129337000154, sem e-mail, com endereço R. Zacarias Alves Pereira, 389, loja 3,
São José dos Pinhais, Paraná, CEP 83030480, pelas razões fático-jurídicas adiante
esposadas.
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1. DO SEGREDO DE JUSTIÇA

Diante das narrativas de doença acometida pela autora, requer a tramitação do feito
em segredo de justiça como forma de não expor a reclamante e resguardar a
dignidade humana com supedâneo constitucional.

Valor Estimado do Pedido: Prejudicado.

2. DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte autora não detém recursos para pagar as custas, as despesas processuais e
os honorários advocatícios desta lide.

O artigo 98 do Novo Código de Processo Civil dispõe:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei.

Mais, consta ressaltar que, consoante leitura do artigo 99, parágrafo 3º do mesmo
diploma, há presunção “juris tantum” de forma que:

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.
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Por fim, o parágrafo 2º de igual Código elenca:

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos. (grifo nosso)

Assim, em não havendo nos autos nada que afaste a presunção de veracidade da
hipossuficiência econômica autoral, gize-se que é o artigo 99 do CPC quem regra:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

Ainda, destaque-se que, para fins trabalhistas, a parte percebe salário igual ou inferior
a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, nos termos do artigo 790, parágrafo 3º da CLT.

Portanto, justo e de direito que a parte autora goze dos benefícios da Justiça Gratuita.

ASSIM, REQUER O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA À PARTE AUTORA.

Valor Estimado do Pedido: Prejudicado.


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1. DA SÍNTESE DO CONTRATO

A autora trabalhou para a ré, no período imprescrito e sujeito à postulação, de


11/03/2011 até 08/12/2019, no cargo de serviços de limpeza, consoante registros
anexos, tendo por salário 1.324,26 R$.

Não foi realizada a baixa na CTPS, o que se requer.

2. DA PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE

A reclamante trabalhava em local que lhe ensejava receber adicional de


periculosidade por estar diariamente com valores de 3 a 10 mil reais,
aproximadamente, que era obrigada a levar ao banco.

O art. 193 da CLT é claro:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº
12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia


elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas


atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de
2012)

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade


assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por
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cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de


gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
empresa.

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER O PAGAMENTO DO R. ADICIONAL DE


PERICULOSDADE COM SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS.

Valor estimado do pedido: 26812,80 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

Ademais, registre-se que no serviço de limpeza, fazia higienização de banheiro


público da empresa, sujeita a agentes químicos e risco biológico pelo que cabe, ainda
e cumulativamente, o pagamento do adicional de insalubridade.

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER O PAGAMENTO DO R. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE COM SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS,
PREFERENCIALMENTE DE FORMA CUMULATIVA COM O ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE, POR QUESTÃO DE JUSTIÇA.

Valor estimado do pedido: 3000,00 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

3. DO ACIDENTE DE TRABALHO

Em 2019, mais especificamente no mês de junho, a autora, durante seus préstimos


à ré, foi atropelada por uma moto. Nada obstante a ré não encaminhou a obreira ao
devido afastamento previdenciário; aliás, demitiu a obreira ainda doente.
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DIANTE DO EXPOSTO, REQUER A CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DO


PERÍODO ESTABILITÁRIO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA COM IGUAL
REINTEGRAÇÃO

Valor estimado do pedido: 1000,00 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

4. FGTS E SEGURO DESEMPREGO

Durante toda a contratualidade, a ré nunca recolheu FGTS e multa.

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER A CONDENAÇÃO DA RÉ AO FORNECIMENTO


DAS GUIAS ATINENTES AO FGTS, OU, AINDA, INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA.

Valor estimado do pedido: 10.080,00 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

5. FRAUDES EM FÉRIAS E PRESTAÇÃO LABORAL

Durante toda a contratualidade, no período imprescrito a reclamante nunca "tirou"


férias nos termos da lei, em que pese tenha assinado os recibos.

Pelo exposto, fica claro que a função de descanso imposto pelo legislador em
benefício do trabalhador foi obstada por ato da Reclamada, portanto, aplicável o
disposto no artigo 137 da CLT.

PELO EXPOSTO, REQUER, COM FULCRO NO ART. 137 DA CLT, O


ADIMPLEMENTO DAS FÉRIAS VIOLADAS (INTEGRAIS E/OU PROPORCIONAIS)
EM DOBRO OU, SUCESSIVAMENTE, O IMPORTE ARBITRADO AO CRITÉRIO
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DE VOSSA EXCELÊNCIA A MELHOR BENEFÍCIO DA PARTE RECLAMANTE.


AINDA, CASO NÃO SEJA ESSE O ENTENDIMENTO DE VOSSA EXCELÊNCIA,
SEJA DETERMINADA INDENIZAÇÃO PELOS DIAS DESRESPEITADOS,
SEMPRE COM OS CONSECTÁRIOS LEGAIS.

REQUER TAMBÉM O PAGAMENTO DESTES HAVERES COM BASE NO


SALÁRIO “A LATERE” PAGO.

Valor estimado do pedido: 29800,00 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

6. TRANSPORTE DE VALORES - DANO MORAL RISCO DE VIDA –

A parte reclamante durante todo o contrato laboral, por determinação da empresa


reclamada, era obrigada a guardar e efetuar o transporte de elevados montantes de
dinheiro, sem qualquer segurança e proteção, colocando em risco sua própria vida e
segurança.

A parte autora foi contratada para desempenhar a função de limpeza, porém durante
todo o contrato de trabalho, era obrigada a transportar valores, função esta distinta
da que foi contratada.

Cumpre destacar que a Lei n.º 7.102/83 proibi que o transporte de valores fosse
efetuado por empresa não organizada e preparada para tal fim, residindo, neste
aspecto, a ilicitude patronal, da qual decorre sua culpa pelo infortúnio materializado.

A autora não foi contratada para tal fim, ou seja, transportar valores ou possuía
treinamento para execução deste serviço. Assim a reclamada colocou a autora numa
situação de risco, suscetível a assaltos.
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Para que seja feita a devida reparação do dano moral e material, a jurisprudência
brasileira mostra-se unânime no sentido da admissibilidade da indenização.
Nesse sentido, há jurisprudência sumulada do E. 37 STJ:

“São cumuláveis as indenizações por dano material e


dano moral oriundos do mesmo fato”.

É ônus da reclamada, que determinava que a autora efetue transporte de valores


sem estar preparada para este mister.

Quanto a aplicação da sucumbência, em especial quando se tratar de pedidos


parcialmente procedentes, requer que o juízo observe a disposição da Sumula 326
do STJ, bem como a EMENTA 99 – SUCUMBENCIA RECÍPROCA, da 2ª Jornada de
Direito e Processo do Trabalho da ANAMATRA:

“Sumula 326 do STJ: Na ação de indenização por dano


moral, a condenação em montante inferior ao postulado
na inicial não implica sucumbência recíproca.”

CONSIDERANDO O GRANDE LAPSO TEMPORAL TRABALHADO, A FORMA


SALARIAL E O CONSTANTE RISCO DE VIDA A QUE A PARTE AUTORA ESTEVE
EXPOSTA, REQUER O PAGAMENTO DE UMA INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS – RISCO DE VIDA, NO IMPORTE DE R$ 15.000,00, DE FORMA
SUCESSIVA, OUTRO VALOR A SER ARBITRADO PELO JUÍZO.

Valor do Pedido: 10.000,00 R$


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7. DO DANO MORAL POR ATRASO DO ADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕES

A autora, durante o préstimo laboral, foi, vítima de atrasos no pagamento salarial


e 13º, além das férias.

Percebe-se, assim, que as práticas acima ferem violentamente o direito do


obreiro pelo que se deduz do artigo 186 do Código Civil.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Nesse ínterim, evidente o abuso patronal consoante o artigo 187 do mesmo


diploma:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao


exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes

Todas as condutas acima serviram de nexo causal ao dano moral


perpetrado, constituindo o que a literatura especializada define como assédio moral,
conforme a nobre lição de Marie-France Hirigoyen, em seu clássico sobre o tema
“Assédio Moral. A Violência Perversa no Cotidiano”, página 21:

Por assédio em um local de trabalho temos que entender toda e


qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por
comportamentos, palavras, atos, gestos,escritos que possam trazer
danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica
de uma pessoa, pôr em perigo o seu emprego ou degradar o ambiente
de trabalho.
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Por tudo o que foi aduzido, humilhada, constrangida, coisificada, degradada e


arrasada. Nesses sentimentos resumiram-se autora e sua dignidade humana.

Diante do evidente dano moral cabe a reparação nos termos do artigo 927 do
Código Civil:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER A CONDENAÇÃO DA RECLAMADA NO


IMPORTE DE 30 MIL REAIS PELO ASSÉDIO MORAL SOFRIDO A TÍTULO DE
DANOS MORAIS. SUCESSIVAMENTE, REQUER IMPORTE OUTRO AO
ARBÍTRIO DESTE JUÍZO, SEMPRE OBSERVANDO O CARÁTER PEDAGÓGICO-
PUNITIVO E COMPENSATÓRIO DA MEDIDA. VALOR ESTIMADO DO PEDIDO:
5000,00 R$, REGISTRANDO-SE “AB OVO” QUE PODE SER MAJORADO EM
FASE DE LIQUIDAÇÃO APÓS CÁLCULO EXATO DA MATÉRIA TRANSITADA EM
JULGADO.

8. DO VR

Durante mais de 3 anos a ré deixou de pagar o Vale Refeição nos termos da lei.

PELO EXPOSTO, REQUER A APRESENTAÇÃO DOS RECIBOS E


COMPROVANTE DO ADIMPLEMENTO, SOB PENA DE PAGAMENTO DOS
VALORES SONEGADOS.
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Valor estimado do pedido: 18013,27 R$, registrando-se “ab ovo” que pode ser
majorado em fase de liquidação após cálculo exato da matéria transitada em julgado.

REQUERIMENTOS DE ORDEM CONSTITUCIONAL

1. DA JUSTIÇA GRATUITA. DA CONCESSÃO. DA DECLARAÇAO DE


INCONSTITUCIONALIDADE.

Excelência o acesso à justiça é um direito fundamental da Republica. O artigo 3º da


CF/88 assim passa a estabelecer:

“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

(...)

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades


sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,


sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação

Ou seja, a efetiva aplicação dos princípios e das normas do Direito do Trabalho, tem
por finalidade cumprir o mandamento constitucional insculpido no artigo 3º e 5º da
CF/1988.

Na mesma linha, o artigo 5º da CF/1988 estabelece que:

Art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito”.

Assim, no sentido de trazer efetividade a norma constitucional no que tangem os


objetivos fundamentais da república, tais como “erradicação da pobreza”, “reduzir a
desigualdade”, a “igualdade entre os brasileiros”, “a segurança” e o “acesso à justiça”,
os artigos 98 e 99 do CPC, estabelecem a gratuidade de acesso do cidadão ao Poder
Judiciário, como vemos os parâmetros elencados nos artigos citados, garantindo o
acesso à justiça:

Artigo 98 - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.

Artigo 99 - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no
processo ou em recurso.

§ 1º (...)

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede


a concessão de gratuidade da justiça. ”

Pois bem, na contramão dos princípios constitucionais de acesso à justiça, do


princípio da igualdade entre outros que tem cunho civilizatório, a lei 13467/17 merece
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ser questionada, a luz da Constituição de 1988, e se fazer letra morta, os seguintes


mandamentos infraconstitucionais, que vão contra a cidadania e acesso à justiça:

Artigo 844 § 2º. Na hipótese de ausência do reclamante, este será


condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do artigo
789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu
por motivo legalmente justificável. (g.n.)

Artigo 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários


periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda
que beneficiária da justiça gratuita. (g.n).

Art. 791-A. (....)

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha


obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes
de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar
que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse
prazo, tais obrigações do beneficiário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
13.7.2017). (grifo nosso)

O §4º do artigo 791-A da lei 13467/2017, avança sobre direitos a sobrevivência do


trabalhador e atenta contra a dignidade da pessoa humana, em especial quando
determina a penhora para pagamento de “despesa, as obrigações decorrentes de
sua sucumbência”. Neste particular, avança sobre direitos alimentares essenciais a
sobrevivência do trabalhador.

No mesmo sentido, quanto a aplicação da assistência judiciária a EMENTA 100 –


HONORÁIROS E ASSISTENCIA JUDICIÁRIA, da 2ª Jornada de Direito e Processo
do Trabalho da ANAMATRA, estabelece:

EMENTA 100 – HONORÁIROS E ASSISTENCIA JUDICIÁRIA. É


inconstitucional a previsão de utilização dos créditos trabalhistas
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reconhecidos em juízo para o pagamento de despesas do beneficiário


da justiça gratuia com honorários advocatícios ou periciais (ART. 791-
A, §4º , e 790-B, §4º, da CLT, com a redação dada pela lei no.
13467/2017), por ferir os direitos fundamentais à Assistencia Judiciária
gratuita e integral, prestada pelo estado, e à proteção do salário (Artigo
5º LXXIV e 7º, X, da Constituição Federal.

Assim, ante ao exposto e na melhor forma de JUSTIÇA, vem requerer a V. Excelência


que:

a) declare a inconstitucionalidade das partes dos artigos a seguir:


a.1) Artigo 844 § 2º. da parte: “ainda que beneficiário da justiça gratuita”;

a.2) Artigo 790-B da parte: “ainda que beneficiária da justiça gratuita”;

a.3) Artigo 791-A, §4º, da parte, “desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa”.

2) seja deferida a gratuidade de justiça plena ao reclamante, nos parâmetros e termos


previstos nos artigos 98 e 99 do CPC, por ser norma mais benéfica ao trabalhador.

2. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA À PARTE AUTORA

Estabelece o artigo Art. 791-A da CLT:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão


devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
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A luz da nova legislação trabalhista, o artigo supra autoriza ao juízo a deferir


honorários advocatício de sucumbência. Ainda, o §2º do mesmo artigo assim dá os
parâmetros para fixação de honorários:

Art. 791-A.(....)

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I – o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu


serviço.

Excelência, no inciso III do §2º, quando o legislador se refere a “importância”, se ele


quis dar o sentido de “importante”, entende-se que os direitos alimentares devidos ao
trabalhador ou trabalhadora são sempre “importantes” para ele ou para ela, uma vez
que quando o trabalhador recebe ao final do mês, já deixou o seu suor impregnado
no que produziu. Agora, se o legislador quer se referir a “valor pecuniário” como
“importância”, da mesma forma, o valor auferido na ação não tem o cunho de
enriquecimento, apenas a contraprestação ou uma recompensa tímida ao esforço
que empreendeu durante o tempo em que laborou ao réu e teve sonegado o seu
direito pecuniário ao trabalho.

Assim, independentemente do valor do processo, o valor da ação não deve ser


parâmetro para fixação de honorários, devendo ser fixado sempre o percentual nos
parâmetros do §2º, excetuando a “importância” no sentido de “valor”.

PORTANTO, VEM PERANTE V. EXA. REQUERER O ARBITRAMENTO DE


HONORÁRIOS EM PERCENTUAL MÁXIMO, UMA VEZ QUE TODOS OS
REQUISITOS DO §2º DO ARTIGO 791-A ESTÃO PRESENTES NA AÇÃO,
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REITERANDO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA NA HIPÓTESE EVENTUAL DE O


AUTOR SUCUMBIR.

QUANTO A APLICAÇÃO DA SUCUMBÊNCIA, EM ESPECIAL QUANDO SE


TRATAR DE PEDIDOS PARCIALMENTE PROCEDENTES, REQUER QUE O
JUÍZO OBSERVE A DISPOSIÇÃO DA SUMULA 326 DO STJ, BEM COMO A
EMENTA 99 – SUCUMBENCIA RECÍPROCA, DA 2ª JORNADA DE DIREITO E
PROCESSO DO TRABALHO DA ANAMATRA:

Sumula 326 do STJ: Na ação de indenização por dano moral, a


condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica
sucumbência recíproca.

EMENTA 99 – SUCUMBENCIA RECÍPROCA.O juízo arbitrará


honorários de sucumbência reciproca (art. 791-A, Par. 3º, da CLT)
apenas em caso de indeferimento total do pedido especifico. O
acolhimento do pedido, com quantificação inferior ao postulado, não
caracteriza sucumbência parcial, pois a verba postulada restou
acolhida. Quando o legislador mencionou “sucumbência parcial”,
referiu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição
inicial.

3. APLICAÇÃO DO ARTIGO 840 E 879 DA CLT – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.

A nova legislação ora em vigor estabelece no artigo 840 §1º, o seguinte:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo,


a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte
o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de
seu representante. *grifamos
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Pois bem, todas as ações trabalhistas, pelo que denota o artigo supra, deverá ter a
indicação de valor. Tal indicação de valor não significa a liquidação de sentença,
segundo a melhor doutrina e a previsão no artigo 879 da CLT, que não foi revogada
pela nova lei. Vejamos:

Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á,


previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por
arbitramento ou por artigos.

No IV CONGRESSO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO, realizado em


Brasília, foi elaborada a seguinte ementa, também neste sentido, ou seja, de que
“indicação de valor” não vincula à liquidação da ação, uma vez que a sentença será
ilíquida a posteriori. Vejamos:

EMENTA. VALOR DO PEDIDO. LIMITAÇÃO. O valor atribuído ao


pedido por força do artigo 840, §1º, por corresponder à sua expressão
monetária aproximada, não representa o limite de eventual
condenação. A sentença será liquidada nos termos do artigo 879 da
CLT.

No mesmo Congresso foi proferida outra EMENTA:

EMENTA. ACESSO A JUSTIÇA. ARTIGO 840 §1º. ATRIBUIÇÃO DE


VALOR DO PEDIDO. Quando a determinação do valor depender de
documento ou ato da parte contraria ou, ainda, de prova pericial, é licito
ao autor formular pedido certo e determinado, porém, sem indicação
do valor deste ou com indicação por estimativa, por aplicação
subsidiária do III do artigo 324 do CPC.

Neste mesmo sentido, dispõe o artigo 324 do Código de Processo Civil:

Artigo 324. O pedido deve ser determinado.


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§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens


demandados;

II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências


do ato ou do fato;

III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação


depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

Ou seja Excelência, na ação trabalhista, a maioria de seus pedidos, não é possível


de antemão fazer a liquidação dos destes, a uma, por ser impossível desde logo
determinar as “consequências do ato ou fato” (inciso II); a duas, a maioria dos pedidos
das ações, dependem de ato que deve “ser praticado pelo réu” (inciso III).

ASSIM ANTE AO EXPOSTO, VEM REQUERER A V. EXA. QUE:

A) RECEBA AS PRETENSÕES DO AUTOR, DEDUZIDAS NA INICIAL, COM OU


SEM INDICAÇÃO DO VALOR, APLICANDO AS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NOS
ARTIGOS 324 DO CPC, POR SER MEDIDA MAIS ADEQUADA E DE JUSTIÇA;

B) APÓS TRANSITO EM JULGADO DA DECISÃO OU EM LIQUIDAÇÃO


PROVISÓRIAS, SEJA APLICADA A DISPOSIÇÃO CONTIDA NO ARTIGO 879 DA
CLT, SENDO ENCAMINHADO DE OFICIO OS AUTOS AO PERITO CONTÁBIL
PARA EFETIVA LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS;

C) QUE OS VALORES EVENTUALMENTE APONTADOS NA INICIAL SEJAM


CONSIDERADOS APENAS PARA DETERMINAÇÃO DO RITO PROCESSUAL DA
DEMANDA, NÃO LIMITANDO OS DIREITOS DEVIDOS NO PROCESSO POR SER
VERBAS ALIMENTARES DEVIDAS.
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4. DA SUCUMBÊNCIA DA PARTE AUTORA. DOS HONORÁRIOS


SUCUMBENCIAIS. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI

A Reforma Trabalhista, engendrada por um Parlamento patronal, implementou o


artigo 791-A da CLT que doravante dispõe:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão


devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Ocorre que a imposição de obrigação de pagamento de honorários à reclamada em


caso de não procedência do pedido ou, ainda, a redução de valores de parcelas
deferidas implica em violação literal ao acesso à Justiça insculpido no artigo 5º da
Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito;

Por via direta, tal imposição impõe risco de condenação que faz o obreiro
simplesmente deixar de pleiter, sob o risco de se ver condenado às custas e
honorários advocatícios, o que implica em açoite à Constituição.

Ora, termo “acesso à justiça” não pode ser compreendido nos limites do acesso à
justiça enquanto instituição estatal, vez que sua concepção não se limita apenas em
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sua ótica formal, o acesso ao judiciário, isso porque, o direito de acesso à justiça é
fundamentalmente, direito de acesso à uma ordem jurídica justa, de maneira que,
seja garantida a efetiva defesa de direitos.

Ademais, Excelência, a noção de acesso à justiça não deve ser estudada somente
nos acanhados limites de uma efetiva tutela de direitos no âmbito de uma relação
jurídica processual, pois, torna-se uma compreensão superficial, o acesso à justiça
como o conjunto de garantias e dos princípios constitucionais fundamentais ao direito
processual, o qual se insere no denominado direito fundamental ao processo justo.
Assim, só tem acesso à ordem jurídica justa quem recebe justiça. E receber justiça
significa ser admitido em juízo, poder participar, contar com a participação adequada
do juiz e, ao fim, receber um provimento jurisdicional consentâneo com os valores da
sociedade. Tais são os contornos do processo justo, ou processo équo, que é
composto pela efetividade de um mínimo de garantias de meios e de resultados.

Neste interim, a ideia de acesso à justiça é mais abrangente que, a efetiva tutela de
direitos apenas na relação processual, isso porque, a concepção de acesso à justiça
e, portanto, a uma ordem jurídica justa, compreende a estruturação do sistema
jurídico a corresponder adequadamente às exigências que os conflitos de interesse
demandam e, consequentemente, não se pode pensar apenas no sistema de
resolução de conflitos através da adjudicação da solução pela autoridade estatal.

Ao se referir ao movimento universal de acesso à Justiça, é de se observar que


“acesso à Justiça” tem significado peculiar e abrangente. Não se limita à simples
entrada, nos protocolos do judiciário, de petições e documentos, mas compreende a
efetiva e justa composição dos conflitos de interesses, o que a reforma trabalhista,
ao impor a mera possibilidade de condenação da parte reclamante, ofende
flagrantemente.

Portanto, a visão de um acesso à justiça não se limita à mera provocação do Poder


Judiciário, ou seja, a sua concepção não se restringe enquanto uma atividade estatal,
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pelo contrário, a partir de todos esses ensinamentos, a ideia de acesso à justiça


compreende em ser viabilizados meios apropriados para a resolução das lides
existentes e efetiva tutela de direitos, com um Judiciário que assegure uma ordem
jurídica justa quando o Legislativo reflete uma verdadeira turba de ratos e ladrões a
serviço do capital marginal.

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER QUE VOSSA EXCELÊNCIA LIMITE A EFICÁCIA


DO ARTIGO 791-A DA CLT, IMPEDINDO SUA APLICAÇÃO EM CASO DE PERDA
DO PEDIDO PELA PARTE RECLAMANTE, SOB PENA DE VIOLAÇÃO AO
ARTIGO 5º, INCISO XXXV DA CARTA MAGNA.

5. DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA: ARTIGO 5º XXVI, DA CRFB

Não obstante a aplicação imediata da Lei 13.467/2017, que instituiu a reforma


trabalhista, vale ressaltar que a lei não pode retroagir para prejudicar o ato jurídico
perfeito das relações jurídicas estabelecidas anteriormente a reforma, em
observância à segurança jurídica e ao direito adquirido, conforme preconizado no
artigo 5º XXVI, da CRFB.

Nos termos do artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal, “a lei não prejudicará
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.” E, no mesmo sentido,
dispõe o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, nova
denominação da Lei de Introdução ao Código Civil, dada pela Lei 12.376/2010: “A lei
em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.”.

Portanto, em se tratando de norma de direito material do trabalho, as novas


regras serão aplicáveis desde logo aos novos contratos de trabalho, formulados a
partir da vigência da Lei 13.467/2017, mas aqueles empregados que têm contratos
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em curso, ou que foram dispensados anteriormente a vigência da Lei, como no caso


do reclamante, continuarão beneficiários das regras já consolidadas, sob pena de
alteração desfavorável ao trabalhador, o que é vedado no Direito do Trabalho.

DESTARTE, REQUER SEJAM AFASTADOS DA SOBREDITA REFORMA


TRABALHISTA (LEI 13.467/17) OS CONTRATOS INICIADOS ANTES DA
VIGÊNCIA DESTA PORQUE MAIS BENÉFICOS À PARTE.

6. DA ABRANGÊNCIA DA JUSTIÇA GRATUITA. DO REQUERIMENTO DE NÃO


APLICAÇÃO DA LEI 13.467/2017. DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

A Constituição Federal de 1988 consagra a garantia de amplo acesso à


jurisdição no art. 5º XXXV e LXXIV, que tratam dos direitos a inafastabilidade da
jurisdição e a assistência judiciária integral aos necessitados. Ao impor maior
restrição à gratuidade judiciária na Justiça do Trabalho, mesmo em comparação com
a Justiça Comum, e ao desequilibrar a paridade de armas processuais entre os
litigantes trabalhistas, tal norma viola os princípios constitucionais da isonomia (art.
5º, caput), da ampla defesa (art. 5º, LV), do devido processo legal (art. 5º, LIV) e da
inafastabilidade da jurisdição (art. 5º XXXV).

Ademais, o princípio da proteção do trabalhador - o qual é fracionado pelos


subprincípios da “condição mais benéfica”, “in dubio pro operário” e “norma mais
favorável” - decorre logicamente do princípio da isonomia (art. 5º, caput, da CF/88),
na medida em que seria impossível, no âmbito das relações de trabalho, instituir a
igualdade imediata das partes que, pela sua origem, são nitidamente desiguais. De
um lado encontra-se o empregador, detentor dos meios de produção e, de outro, o
empregado, hipossuficiente por natureza, que tem apenas a força de trabalho.

In casu, é certo que o legislador constituinte, ao prever ao litigante carente de


recursos a assistência jurídica integral e gratuita, no inciso LXXIV da CF/88, não
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deixou lacunas. Assim, ainda que se trate de norma de eficácia limitada, tendo cabido
ao legislador infraconstitucional delimitar os critérios para a comprovação da
mencionada insuficiência de recursos, não há brecha para a relativização dos termos
“integral” e, sobretudo, “gratuita” que acompanham a expressão “assistência jurídica”,
sendo certo que a “assistência jurídica” prevista na CF/88 é gênero do qual a “Justiça
Gratuita” é espécie.

Pela nítida afronta à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do


trabalho (art. 1º, III e IV, da CRFB/88), como também pela evidente violação ao
princípio da “proibição do retrocesso social”, requer-se que o Juízo não aplique os
seguintes artigos da Lei nº 13.467/2017:

a) Art. 790-B caput e §4º – o qual dispõe acerca da imputação de pagamento de


honorários periciais, mesmo diante do deferimento da gratuidade de justiça;

b) Art. 791-A, §4º – o qual traz a possibilidade do reclamante “sair do processo”


devendo honorários advocatícios, mesmo sendo beneficiário da justiça gratuita;

c) Art. 844, §2º - o qual imputa ao reclamante a obrigação de pagar custas em


caso de ausência à audiência.

Os citados artigos restringem o acesso à Justiça pelo reclamante, como também


oneram a parte autora pelo exercício do direito de ação.

Ainda, merece ser observado o enunciado nº 100, aprovado na 2ª Jornada de


Direito Material e Processual do Trabalho promovida pela Anamatra, no seguinte
sentido:

HONORÁRIOS E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - inconstitucional a


previsão de utilização dos créditos trabalhistas reconhecidos em juízo
para o pagamento de despesas do beneficiário da justiça gratuita com
honorários advocatícios ou periciais (artigos 791-A, § 4º, e 790-B, § 4º,
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da CLT, com a redação dada pela lei nº 13.467/2017), por ferir os


direitos fundamentais à assistência judiciária gratuita e integral,
prestada pelo estado, e à proteção do salário (artigos 5º, LXXIV, E 7º,
X, da constituição federal).

Em todos os casos, merece ser acolhida a tese de inconstitucionalidade, com


sua declaração expressa por este MM. Juízo, aplicando-se o art. 98 do NCPC,
garantindo-se ao reclamante a concessão da Justiça Gratuita, a qual deverá
abranger, integralmente, as custas processuais, os honorários periciais, bem assim
os honorários de sucumbência, além dos demais itens constantes do § 1º do aludido
dispositivo legal, sem ressalvas e inadmitir a possibilidade de adimplemento das
aludidas verbas através de parcelas obtidas em outros processos judiciais.

POR TODO O EXPOSTO, REQUER-SE SEJA REALIZADO CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL, AFASTANDO-SE A APLICAÇÃO AO
CASO SUB JUDICE DOS ARTS. 790-B CAPUT E § 4º, 791-A, § 4º E 844, §2º, DA
CLT.

7. ACASO APLICADA A REFORMA TRABALHISTA: NO QUE PERTINE ÀS


HORAS EXTRAS

Pugnando por horas extraordinárias impagas, à parte reclamante, acaso


entenda esse juiz pela aplicação da sobredita Reforma Trabalhista, aferição do
“quantum” real, ou seja, aquele além do “expediente oficial” estampado no controle
de frequência e horário.

Assim, pelos princípios da segurança das relações jurídicas, da função social do


processo, da não surpresa, da paridade das armas, (especialmente quando prejudica
o hipossuficiente da relação jurídica), além de tantos outros, não há nenhuma
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legislação que, se sobrepondo a esses princípios, possa obrigar a parte a cumprir


determinação além de sua capacidade.

Ora, é obrigação da empresa manter sob sua posse os controles de frequência


e horário. Inviável ao reclamante que postula nesta reclamatória o pagamento de
diferença de horas extras, a apuração destas, sem os controles de frequência e
horário, bem como os recibos salariais de todo período imprescrito, ainda mais
quando se discute diferenças não quitadas.
Em suma, a exigência de liquidação dos pedidos na petição inicial não se aplica
quando houver complexidade nos cálculos envolvidos, como é o caso desta
reclamatória. Essa é a única interpretação do art. 840, §1º, da CLT, que se
compatibiliza com o princípio constitucional do acesso à justiça.
Em plenárias realizadas pela advocacia trabalhista do Rio de Janeiro (MATI –
Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes), após detida análise dos
casos, foi prolatada a seguinte orientação:

ENUNCIADO 2 (MATI-MOVIMENTO DOS ADVOGADOS


TRABALHISTAS INDEPENDENTES): VALOR DO PEDIDO
(DEMANDAS AJUIZADAS APÓS A VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017).
O valor do pedido nas ações trabalhistas, a teor do que dispõe o § 1º,
do art. 840, da CLT, deve ser indicado, sendo a indicação mera
estimativa de valores. De toda sorte, inviável o apontamento de
qualquer estimativa nas hipóteses previstas nos termos do art. 324, do
NCPC, nos seus incisos II (quando não for possível determinar, dede
logo, as consequências do ato ou do fato) e III (quando a determinação
do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu).

INOBSTANTE, DEVERÁ A RECLAMADA TRAZER AOS AUTOS, NA FORMA DOS


ARTIGOS 396 A 400 DO NCPC, OS CARTÕES PONTO DO RECLAMANTE E OS
RECIBOS DE PAGAMENTO, PARA AFERIÇÃO DAS HORAS EXTRAS, SOB
PENA DE ATRAIR PARA SI A APLICAÇÃO DA SÚMULA 338, I, DO TST; É O QUE
REQUER.
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8. DOS VALORES INDICADOS

A Reforma Trabalhista imposta pelos bandidos que legislam em prol de seus próprios
interesses, deram ao texto da lei a seguinte redação (CLT):

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo,


a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte
o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.

Ocorre que esses mesmos bandidos, orientados por outro com algum saber jurídico,
esqueceram-se de observar que legislar exige técnica e inteligência. Explicar-se-á do
início: para uma comunicação eficaz, compreender a linguagem é essencial. E para
tal, imprescindível que entendamos a origem das palavras. Ora, “comunicar” vem do
latim “communicare’, que significa colocar em comum, partilhar, “entrar em relação
com”.

Comunicar é, então, exprimir sentimentos, trocar ideias e experiências entre pessoas


que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz.

A comunicação desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à própria


natureza da existência humana. Por trás do estudo das funções da comunicação,
está implícita uma determinada concepção acerca do que é comunicar.

Comunicamos para informar e estarmos informados, para formar e influenciar


atitudes e crenças, por simples prazer, para realizar tarefas em grupo, para criar e
manter organizações, transmitir e receber conhecimento ou para inovar.
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Quando transmitimos uma mensagem, oral ou escrita, é fundamental sabermos não


só o significado que atribuímos às coisas, aos nossos gestos (comunicação não-
verbal), às palavras e expressões, mas também às possíveis significações que as
outras pessoas, com quem comunicamos, possam dar-lhe.

Caso contrário, poderão surgir barreiras à comunicação. Os chamados "ruídos" na


comunicação, que causam desinteligências e mal-entendidos entre os interlocutores.

São elementos da comunicação o emissor, que é aquele que emite a mensagem; o


receptor, que é aquele – o destinatário – que recebe a mensagem; a mensagem que
é o conteúdo da comunicação (conjunto de símbolos e sinais emitidos pelo emissor);
e o código, sendo este o conjunto de sinais e regras que permite transformar o
pensamento em informação que possa ser entendida pelo receptor exatamente como
foi desejada pelo emissor. Para isso, o emissor utiliza o código para emitir a sua
mensagem e o receptor o utiliza para compreender a mensagem enviada.

Como bem escreveu Emerson Garcia “nesse processo de exposição da informação,


a linguagem é o veículo utilizado para transmitir as ideias." Ela é indispensável a
qualquer processo de comunicação. Comunicar nada mais é que partilhar
pensamentos ou, mesmo, acontecimentos. Comunicar não é simplesmente transmitir
algo. Além da transmissão, é preciso que haja a recepção da informação, de modo
que ela compreendida pelo destinatário".

Contanto que emissor e receptor utilizem o mesmo código, dando aos símbolos os
mesmos significados, teremos aí uma comunicação eficaz. É através da linguagem
que se consegue estabelecer esta comunicação eficaz.

Dito isso, legalmente, devemos deixar claro, desde logo, os significados que se deve
dar aos vocábulos "indicação de valor do pedido", "liquidação do pedido" e "pedido
líquido", três coisas gritantemente distintas.
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a) Indicação: ação ou efeito de indicar, apontar, referir algo ou alguma coisa ou uma
pessoa

b) Liquidação: ação ou efeito de tornar líquida uma obrigação; apurar, fixar com
exatidão o montante de uma soma a pagar – principal, atualização e juros –
(conceito jurídico).

Ora, “indicar” e “liquidar” são dois verbos que exprimem ações parecidas, mas não
idênticas. Não se vá dizer que é só uma questão semântica, porquê não é. A não ser
que se use a palavra "semântica" com o seu significado científico, ou seja, ramo da
linguística que estuda o significado das palavras, à interpretação das frases, das
orações etc. No caso em apreço a sinonímia (divisão na Semântica que estuda as
palavras sinônimas, ou aquelas que possuem significado ou sentido semelhante).

Se fosse uma mera questão semântica, envolvendo vocábulos sinônimos,


poderíamos nós substituir um pelo outro sem prejuízo do sentido frasal.

Ora, pensemos no seguinte exemplo: numa ação de equiparação salarial nós


indicamos ou liquidamos o modelo, o paradigma? Ora, se fossem locuções sinônimas
poderíamos usá-las indistintamente sem prejuízo do sentido da frase. O que não
ocorre neste caso.

Assim, fica claro que indicar é absolutamente diferente de liquidar!!!

Pedido líquido: é aquele que já especifica o “na” e o “quantum debeatur”, ou seja, o


autor já delimita, na petição inicial, de forma qualificada e quantificada o “na” e o
“quantum debeatur” (principal, atualização e juros nas obrigações de pagar dinheiro),
que julga ser credor.
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“An debeatur” é um termo em latim que expressa o reconhecimento de uma obrigação


a ser indenizada. Enquanto o termo “quantum debeatur” serve para expressar o valor
exato a ser indenizado.

Mas porquê tal prévia a este douto juízo?

Porque a doutrina entende que o pedido tem que ser certo quanto à tutela jurisdicional
pretendida (declaratória, constitutiva, condenatória, cautelar ou mandamental) e
determinado quanto ao seu objeto (obrigação de fazer, não fazer, dar ou pagar
dinheiro) – (an debeatur), mas pode ser indeterminado em relação à sua quantidade
(quantum debeatur) em certos casos. Não pode haver indeterminação quanto à
natureza da tutela jurisdicional buscada, nem em relação ao “na”, mas pode em
relação ao “quantum debeatur”. Eis a lógica!

A lei usa a locução "indicação de seu valor", no § 1º do artigo 840, e a locução


"indicará o valor correspondente", no inciso I do art. 852-B da CLT, quando se refere
a forma como devem ser apresentados os pedidos nas ações trabalhistas. Em
momento algum ela usou a locução "pedido líquido" ou "liquidação do pedido", e
poderia tê-lo feito se quisesse.

Como se disse alhures, o processo do trabalho foi orientado pelos princípios, dentre
outros, da simplicidade e da informalidade, resultando num processo menos formal,
visando torná-lo mais simples e acessível ao trabalhador, ao homem comum e mais
humilde.
SCHIAVI (A reforma trabalhista e o processo do trabalho: aspectos processuais da
Lei nº 13.467/17 – 1ª ed. – São Paulo: LTr Editora. 2017. pág. 94.) afirma:

De nossa parte, não há necessidade de apresentação de cálculos


detalhados, mas que o valor seja justificado, ainda que por estimativa.
Isso se justifica, pois o empregado, dificilmente, tem documentos para
cálculo de horas extras, diferenças salarias, etc. Além disso, muitos
cálculos demandam análise da documentação a ser apresenta pela
própria reclamada.
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OLVEIRA (Francisco Antonio de. Reforma trabalhista: comentários à Lei nº 13.467,


de julho de 2017 – São Paulo: LTr, 2017. pág. 88/89) faz a ressalva de "sempre que
possível deverá ser indicado o valor das verbas", ressaltando que "haverá verba em
que isso será impossível", concluindo que "não deve ser aplicada pelos magistrados
trabalhistas, já que nem os civilistas o fazem", a draconiana norma do § 3º do art. 840
da CLT.

Como visto, não podemos confundir o vocábulo empregado pelo legislador no § 1º


do art. 840 da CLT – indicação – com exigência para liquidação do pedido, mas tão
somente como a necessidade, quando possível for, de o autor apresentar mera
estimativa do que julga lhe ser devido pelo réu.

Bem por isso que os valores estimados pela parte autora para cada pedido contido
na exordial não pode, nem deve limitar a condenação na sentença, nem vincula o
valor para fins de alçada, não se aplicando à ele as regras do processo civil para
determinação do valor da causa, bem como não caracteriza sentença ultra pettita a
que condenar o réu em valor maior que aquele provisoriamente indicado pelo autor,
já que faltará ao empregado, ao início da ação, elementos suficientes para uma
apuração exata do “quantum debeatur”, o que só irá surgir com a sentença, que irá
fixar os parâmetros para apuração dos valores da obrigação reconhecida na
sentença.

Nessa esteira, os valores dos pedidos, a teor do que dispõe o novo § 1º, do art. 840,
da CLT, somente foi indicado quando possível, sendo a indicação mera estimativa de
valores. “A fortiori”, inviável o apontamento de qualquer estimativa nas hipóteses
previstas nos incisos II (quando não for possível determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato) e III (quando a determinação do objeto ou do valor
da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu), do art. 324, bem
como no caso do inciso II, do art. 491, todos do NCPC.", como no exemplo das horas
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extras, onde todos os documentos encontram-se em poder de outrem. Nestes casos


admite-se o pedido genérico – indeterminado – conforme dispõe o § 1º do art. 324 do
NCPC, não sendo caso de indeferimento da petição inicial quando ausente indicação
de qualquer valor, consoante o disposto no inciso II do art. 330 do NCPC.

Assim, absolutamente ilegal a interpretação no sentido de que os pedidos, a partir da


Lei nº 13.467/17, sejam líquidos, sob pena de extinção, por falta de pressuposto
processual para constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, o que,
cercearia o direito constitucional de ação, ao criarem exigências não previstas na lei.

DESTE MODO, REQUER QUE VOSSA EXCELÊNCIA NÃO LIMITE O VALOR


INDICATO COMO MÁXIMO, MAS MERA INDICAÇÃO PRELIMINAR SUSCETÍVEL
DE AMPLIAÇÃO QUANTITATIVA POR OCASIÃO DA LIQUIDAÇÃO.

9. REQUERIMENTOS FINAIS

Requer, ainda, a notificação da (s) reclamada (s) para, querendo, responder (em) a
presente Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia; a produção de todos os
meios de prova em direito admitidos, em especial a prova pericial, depoimento da (s)
ré (s) e a oitiva de testemunhas.

Requer a condenação da (s) reclamada (s), bem como a total procedência de todos
os pedidos supra, ou sucessivamente, caso por argumentar, procedência parcial dos
mesmos, acrescidos de juros e correção monetária, a quem de direito.

Requer, por cada item deferido, seus respectivos consectários legais, reiterando
desde já a cumulação de cada pedido atinente aos danos morais, conforme fato ou
ato constrangedor.
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Requer a condenação da(s) ré(s) em honorários advocatícios nos termos da lei, bem
como custas.

Reque a concessão da Justiça Gratuita, por a parte ser pobre e não ter condições de
suportar custas e honorários, nos termos da declaração anexa e por atender os
requisitos específicos da legislação trabalhista em vigor

Requer a condenação da reclamada ao pagamento de correção monetária plena,


calculada pelo IPCA- E, e juros de mora sobre todas as verbas deferidas, a contar do
mês da efetiva prestação do trabalho, consoante RCL 22012/STF.

VALOR DA CAUSA: 103.706,1 R$

São José dos Pinhais, data e assinatura digitais.

Data e assinatura digitais

DR REGYS M LINS
OAB/PR: 57012

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