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AO JUÍZO DA … VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE NATAL/RN

JOSÉ FARIA, nacionalidade…, estado civil…, vigilante, inscrito sob cpf de nº


xxxxxxxxxxx, CTPS xxxxxxx, endereço eletrônico…, residente e domiciliado…, vem
por meio de seu advogado constituído abaixo assinado, com procuração em anexo,
endereço eletrônico e endereço profissional no rodapé desta, onde recebe
notificações ou intimações, vem muí respeitosamente a Vossa Excelência, com fulcro
no artigo 319 e ss. do Código de Processo Civil com artigo 840 §1º da CLT propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face da empresa VIGIA MUNDI LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ
…, endereço eletrônico…, com sede… em Natal-RN, pelos fatos e direitos expostos
a seguir:

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O reclamante não possui condições financeiras para arcar com as custas


processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu próprio sustento e da
família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita nos termos do artigo 790
§ 3º e 4º da CLT, artigo 1º da Lei 7.115/83, artigo 98 CPC.

II – DOS FATOS

O reclamante alega que trabalhou na empresa reclamada durante um período


de 15/12/2017 a 07/02/2019 na função de vigilante recebendo um salário de R$
2.600,00, está atualmente desemprego e com dificuldades financeiras para custear
com as despesas processuais. José diz que foi demitido sem justa causa com aviso
prévio indenizatório, no entanto recebeu as verbas rescisórias 30 dias após o vínculo
empregatício ser extinto.
Laborava de segunda a sábado, das 12 às 22 horas, com 40 minutos para
refeição e descanso. E a partir de 01/12/2018, o Reclamante passou a trabalhar com
Pedro Jorge, recém contratado para exercer a mesma função no mesmo
estabelecimento com salário de R$3.000,00. Sendo que o salário do Reclamante era
de R$2.600,00. E apesar da arriscada função de vigilante, os holerites mostram
apenas o salário sem nenhum outro adicional.

III – DOS DIREITOS

José na data de 01/12/2018 começou a trabalhar com Pedro Jorge, que era
recém contratado e exercia a mesma função que o reclamante, que era de vigilante.
Pedro Jorge recebia um salário superior ao de José, enquanto o colega de trabalho
recebia um salário de 3.000,00 (três mil reais) o reclamante recebia o salário de
2.600,00 (dois mil e seiscentos reais) para exercer a mesma função. Diante o exposto,
não a o que discutir, o reclamante faz jus a equiparação salarial, que é assegurado
pelo artigo 461 da CLT:

"Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor


prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá
igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste capítulo, será o que for
feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica entre
pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a dois
anos.”

José se encaixa perfeitamente no que narra o presente artigo exposto, o reclamante


desempenhava suas funções no mesmo local que Pedro Jorge, com a mesma
perfeição técnica, assim, atendendo os requisitos legais para o recebimento para a
equiparação salarial.

O reclamante por vez também não recebia o adicional de insalubridade, seus


holerites mostram apenas o salário, e não contém nenhum tipo de adicional. Tendi em
vista a função de vigilante, José faz jus ao adicional de periculosidade, assim, indo
contra a legislação trabalhista a qual tem um amparado para tal adicional em seu
artigo 193 inciso II, e podemos também analisar uma decisão da 11ª Câmara do TRT
15º:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela
Lei nº 12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº


12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades


profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº
12.740, de 2012)

VIGILANTE PATRIMONIAL. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O inciso


II do artigo 193 da CLT, acrescido pela 12.740/2012, estabelece como
atividade ou operação perigosa aquela que implique risco acentuado em
virtude de exposição permanente do trabalhador a roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial. No aspecto, o Anexo III da NR-16, aprovado pela
Portaria n. 1.885/13, regulamenta a matéria. No caso, demonstrado que o
reclamante desempenhou atividade perigosa, como profissional de
segurança patrimonial, tendo sido exposto de forma permanente a roubo
ou outras espécies de violência física, nos moldes da Lei n.º 12.740/12.
Assim, tendo a lei em questão enquadrado a atividade desenvolvida pelo
reclamante como perigosa, é o quanto basta para assegurar ao
trabalhador o direito ao adicional de 30% devido sobre o salário. Recurso
da ré não provido. (TRT-15 - ROT: XXXXX20185150062 XXXXX-
48.2018.5.15.0062, Relator: JOAO BATISTA MARTINS CESAR, 11ª
Câmara, Data de Publicação: 27/11/2020)

Assim não há o que se discutir e nem alegar ao contrário, José tem direito ao adicional
de periculosidade conforme dispõe o artigo 193, inciso II, o qual prevê também em seu §1º
que seja o adicional na porcentagem de 30% sobre o salário requerido na equiparação
salarial.
Com relação ao intervalo de descanso e alimentação, conforme discorrido nos
fatos, José laborava 12h até as 22h com somente 40 minutos de intervalo sendo para
sua refeição e descanso, o que está explicitamente contrário do que discorre o artigo
71 da CLT:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso
ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.

Ou seja, conforme exposto, José teria que ter no mínimo 1(uma) horas para descanso
e alimentação, o que não estava sendo respeitado pela parte reclamada, com isso, a
empresa podendo ser obrigada a pagar a indenização do período suprimido com
acréscimo de 50% 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho.

Podemos caracterizar também a sobrejornada, vez que José laborava de


segunda-feira a sábado no período das 12h as 22h com apenas 40 minutos para
refeição e descanso, o que viola literalmente o limite das oito horas diárias e quarenta
horas semanais, assim contrariando explicitamente os artigos 7º, XIII da CF e o artigo
58 da CLT.

O reclamante faz jus a multa do 477 da CLT:

Art. 477 – Na rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, é


assegurado ao empregado o direto de haver do empregador uma
indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido
na mesma empresa.

José foi demitido sem justa causa com aviso prévio indenizado, mas só recebeu as verbas 30 dias após
a extinção do vínculo de trabalho. Mas conforme está disposto no presente artigo, o empregador tem
10 dias para pagar as verbas da rescisão, caso contrário, é aplicado a multa do 477 da CLT.

IV – DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Nos termos do artigo 791-A CLT, requer a condenação da reclamada ao pagamento de


honorários em favor do patrono do Reclamante.
V – DOS PEDIDOS

a) Que seja concedida a equiparação salarial conforme dispõe o artigo 461 da


CLT condenando a reclamante ao pagamento das diferenças salariais.
b) Que seja conhecido a deferido o adicional de periculosidade.
c) Que seja a reclamada condenada a pagar o período suprimido de 20 minutos
em relação ao intervalo de descanso e refeição.
d) Que seja a reclamada condenada a pagar o adicional de horas extras com
adicional de 50%.
e) A condenação da requerida a pagar as custas processuais e honorários
advocatícios, no importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação à luz
do art. 791-A da CLT;

VI – REQUERIMENTOS FINAIS

a) a notificação da Reclamada e do Sindicato dos Empregados da


categoria do Reclamante para oferecer resposta à Reclamação
Trabalhista.
b) da concessão da assistência judiciária.
c) por fim, a procedência em todos os seus termos com a condenação da
reclamada ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e
correção monetária e honorários advocatícios.

Dá se o valor total da causa de R$ (...)

Nestes Termos Pede Deferimento

LOCAL E DATA...

ADVOGADO... OAB...

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