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EXMO. SR(A). DR(A).

JUIZ(A) DO TRABALHO DA XXX VARA DO


TRABALHO DE BELFORTROXO- RJ.

ANTÔNIO ASSUNÇÃO, nacionalidade, estado


civil, profissão, data de nascimento, número do
RG, número do CPF, número e série da CTPS,
número do PIS, nascido em XXX, filho de XXX,
residente e domiciliado na Rua: XXX. Nº, bairro,
cidade, CEP, RJ, @, por seu advogado que esta
subscreve, requerer a Vossa Excelência, vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fulcro nos arts. 840 da CLT e 319 do CPC,
propor a presente RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA, em face de SOL CRESCENTE
S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob o nº. XXX, com sede em Volta
Redonda/RJ, na Rua XXX, nº, bairro, CEP, pelos
seguintes fatos e fundamentos:

I- Da gratuidade de justiça

Tendo em vista que o autor se encontra desempregado, assim dificultando a sua


subsistência, venho por meio desta solicitar a GRATUIDADE DE JUSTIÇA, com o
forte legal nos arts. 5º, LXXIV, CF e 790, §4, CLT.
II- Dos fatos

Antônio foi contratado pela parte reclamada em 04/05/2016, onde iniciou na atividade
de atendente de loja de conveniência distante 300 metros das unidades de
abastecimento. Sua carga horaria era das 22 hs até as 7 hs, com o intervalo de 1 h para
refeição, com o soldo no valor de R$1.000,00 (um mil reais), sendo que lhe foi
designado para local de trabalho o posto de abastecimento da rede localizado no
município de Belfort Roxo. Após um mês de trabalho o reclamante teve sua função
alterada pelo gerente do posto de Belfort Roxo, onde passou a exercer a função de
frentista e também fazia troca de óleo. As respectivas alterações não foram registradas
na CTPS do reclamante, bem como sua remuneração e jornada de trabalho não sofreram
nenhuma alteração.

No mês de fevereiro de 2019, Antônio foi transferido provisoriamente para o posto de


abastecimento localizado em Campinas no Estado de São Paulo.

Antônio mesmo morando em outro Estado aceitou a transferência provisória e ficou


exatos três meses, sem qualquer alteração na sua remuneração.

Em setembro de 2019 o reclamante voltou para o local originário de trabalho onde foi
vítima de ferimento a bala em um assalto que o posto sofreu, ressalta-se que o posto não
contava com nenhum tipo de segurança. Devido ao ferimento Antônio ficou afastado do
trabalho por 30 dias, com a devida comunicação do acidente, onde o mesmo ficou
recebendo o benefício previdenciário cabível.

Após alta médica Antônio retorna ao trabalho e é comunicado que teria seu contrato de
trabalho rescindido com aviso prévio indenizado, recebendo tempestivamente as verbas
rescisórias decorrentes aquela modalidade de extinção de contrato de trabalho.

III- Do Direito

Desvio de função
A parte reclamante foi contratada para exercer a função de atendente de loja de
conveniência e após um mês de contratado, o gerente muda a função do empregado,
onde passou para a parte de abastecimento de combustíveis e troca de óleo (frentista),
mas sem nenhuma alteração na CTPS e nenhuma mudança em sua remuneração.

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a


alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena
de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Diante do forte legal acima a parte reclamante tem o direito as diferenças trabalhistas do
período de 04/06/2016, data qual passou a exercer a função de frentista até o dia de sua
demissão 01/10/2019.

Do adicional noturno

A parte reclamante desenvolvia suas atividades laborais das 22 hs até as 07hs, sendo
que a legislação trabalhista vigente estabelece o adicional noturno para empregados que
laboram das 22 hs até as 05 hs conforme dispositivo transcrito abaixo.

Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,


além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;


A CF garante esse direito aos trabalhadores que trabalham a noite, sendo assim o
reclamante goza de tal direito.

Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou


quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a
do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a
hora diurna

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o


trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas
do dia seguinte.

A parte reclamante tem direito a 20 % de acréscimo sobre a hora diurna referente a


devida função a qual exerceu no posto, direito esse que recai sobre as horas previstas no
§2 do respectivo dispositivo, das 22 hs até as 05 hs.

Do adicional de periculosidade

A parte reclamante ainda tem o direito adicional de periculosidade pois desenvolvia


atividade com agentes inflamáveis.

Art. 193, CLT. São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;


A parte reclamante tinha como atividade o abastecimento de veículos com agentes
inflamáveis, onde fica exposto há risco de explosão, sendo também que no solo do posto
existem os tanques onde armazenam variados tipos de combustível.

Do adicional de insalubridade

A parte autora tinha em sua responsabilidade a troca de óleo de veículos também.

Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,


além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:

XXIII - adicional de remuneração para as atividades


penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

O direito ao adicional há insalubridade é tutelado pela carta magna, sendo que não há
óbice para que a parte reclamante goze de tal direito.

Do adicional de transferência

Art. 469, CLT - Ao empregador é vedado transferir o


empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da
que resultar do contrato, não se considerando transferência
a que não acarretar necessariamente a mudança do seu
domicílio .

§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador


poderá transferir o empregado para localidade diversa da
que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo
anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento
suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento)
dos salários que o empregado percebia naquela localidade,
enquanto durar essa situação.

Antônio foi transferido pelo período de 3 meses, sendo que não recebeu nenhum tipo de
adicional ou bonificação pelo ato de transferência. Na legislação vigente a parte
reclamante tem direito de adicional de transferência de no mínimo 25% do salário que
recebia naquela localidade.

Reintegração ao trabalho

Art. 118, Lei 8.213/90. O segurado que sofreu acidente do


trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente
de percepção de auxílio-acidente.

A parte reclamante ainda tem a prerrogativa de ser reintegrado a sua função, devido
gozar de estabilidade por acidente de trabalho pelo prazo de 12 meses, tempo este que
começa a contar após o término do auxilio doença. Onde a parte reclamada cessou o
contrato de trabalho quando Antônio retorna as atividades laborais logo após a alta
médica, não respeitando o respectivo dispositivo de lei.

Da tutela de urgência

Art. 311, CLT. A tutela da evidência será concedida,


independentemente da demonstração de perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando:
IV - a petição inicial for instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

A parte reclamante demonstra por provas documentais onde demonstram a data de


contratação e data de demissão, bem como a alta médica e a volta as atividades laborais,
sendo assim não fica dúvida para a Vossa Excelência que Antônio teve seu direito há
estabilidade violado. Também a parte reclamante necessita de seu trabalho, já que é
direito seu, e também por ser de caráter alimentício, de onde tira o sustento para si e
para sua família.

IV- Dos pedidos

Diante do exposto requer a Vossa Excelência:

a) Gratuidade de justiça com o forte legal nos arts. 5º, LXXIV, CF e 790, §4, CLT;
b) O ajuste de função do período de 04/06/2016 a 01/10/2019;
c) A condenação da parte reclamada ao pagamento do adicional noturno
correspondente a quantidade de horas mensais, mais férias, 13º salário, aviso
prévio e FGTS, com base nos artigos 7 º, IX, CF, e 73, CLT;
d) Pagamento de adicional de periculosidade com a base legal no art. 193,I, CLT;
e) Ao pagamento de adicional de insalubridade conforme art. 7, XXIII, CF;
f) Provento ao adicional de transferência com o forte legal no art. 469, §3, CLT;
g) A reintegração ao trabalho conforme lei 8.213/90 em seu art.118;
h) Requer também a parte reclamada a concessão de tutela de urgência para que
possa ser reintegrado ao seu trabalho com a base lega no art.294, CPC;
i) Requer honorários advocatícios, nos termos do art. 791-A, CLT;
A parte reclamante requer a Vossa Excelência provar os fatos narrados, sob todos os
meios de direito admitidos, em especial prova testemunhal, documental, pericial e
outras que se fizeram necessárias, desde de já requeridas.

Dá se a causa o valor de R$ ________

Nesses termos, pede deferimento:

Local, data,

Advogado/ OAB

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