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Autos nº 000000321
I- PRELIMINARMENTE
I.1- DA INEPCIA DO PEDIDO DE HORAS DE SOBREAVISO
O Reclamante requereu horas de sobreaviso, porém este exercia suas funções de
segunda-feira a sexta-feira das 7h às 14h e em momento algum relata ter cumprido horas por
sobreaviso, portanto nos termos do art. 330, inciso I do Código de Processo Civil (CPC) a
petição inicial deve ser indeferida por estar inepta, visto que como diz o § 1º, inciso I, do
mesmo artigo, tal inépcia se caracteriza pela ausência do pedido ou causa de pedir, como é o
caso da exordial constante nos presentes autos.
I.2- DA PRESCRIÇÃO
A presente Reclamação está dentro do prazo para oferecimento como previsto no art.
11 da CLT, que são dois anos após o término do contrato de trabalho, porém como também
consta no art. 7, inc. XXIX da Constituição Federal e na súmula 308 do Tribunal Superior do
Trabalho (TST), in verbis:
PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL.
I - Respeitado o biênio subseqüente à cessação
contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às
pretensões imediatamente anteriores a cinco anos,
contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às
anteriores ao qüinqüênio da data da extinção do contrato.
(ex-OJ nº 204 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
II - A norma constitucional que ampliou o prazo de
prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de
aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas
pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988.
(ex-Súmula nº 308 - Res. 6/1992, DJ 05.11.1992)
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 204 da SBDI-
1)- Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 (grifo nosso)
Os requerimentos referentes ao período anterior a cinco anos antes da data da
protocolação dos presentes autos, ou seja, anteriores a data de 30/07/2018, não merecem ser
assistidos dada a consolidada prescrição de tais pretensões anteriores.
III.2.3- VALE-TRANSPORTE
Como bem mencionado na exordial, o reclamante permaneceu em home office pelo
período de três meses por conta dos efeitos da crise econômica, momento em que não haveria
razão para a contribuição com os valores referentes ao vale transporte como requerido pelo
reclamante.
Pelo que expressa o art.1 da Lei 7418/85, o vale transporte é devido ao empregado
como antecipação do valor que será usado efetivamente em despesas de deslocamento
residência-trabalho e vice-versa a ser utilizado em transporte público mediante a cotação de
suas tarifas. Portanto, através da analogia, presume-se que ao não haver deslocamento para
o trabalho, uma vez que este é exercido em casa, não existe a obrigação do pagamento
do benefício por parte do empregador.
III.2.4- VALE-CULTURA
Apesar do Reclamante requerer a integração do vale-cultura no valor de R$30,00 ao
seu salário, tal solicitação é descabida porque como consta no art. 11, inc. I da Lei
12761/12, ainda que a parcela referente a tal benefício seja de ônus da empresa contratante,
não tem natureza salarial nem se incorpora a remuneração para todos os efeitos.
Portanto, a solicitação não deve ser considerada uma vez que até mesmo o art. 458, § 2º, inc.
VIII da CLT, também não o considera como salário, sendo que a consolidação de tal norma é
clara.
Portanto requer o recebimento e acolhimento da presente defesa, para que sejam
julgados totalmente improcedentes os pedidos ventilados na Reclamatória Trabalhista, razão
pela qual necessária a conclusão de que não faz jus aos pedidos dispostos pelo Reclamante.
IV-DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:
A) O reconhecimento da inépcia quanto ao pedido de horas de sobreaviso, com base no
art. 330, inc. I do CPC;