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Da Justiça Gratuita
O reclamante está desempregado, conforme có pia da CTPS em anexo e nã o aufere no
momento renda mensal.
Assim, com o fulcro no artigo 790, § 3º da CLT, o reclamante DECLARA e COMPROVA para
todos os fins de direitos e sob as penas da lei que nã o possui condiçõ es de arcar com as
despesas inerentes ao presente processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família,
razã o pela qual requer os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 98 e seguintes
no Novo Có digo de Processo Civil e artigo 790, § 3º da CLT, conforme declaraçã o firmada
em anexo.
Do Contrato de Trabalho
O reclamante foi admitido pela 1ª reclamada em 13/04/2018 na condiçã o de empregado,
nos termos do artigo 3º da CLT, para exercer a funçã o de segurança na 2ª reclamada,
porém a reclamada nã o anotou o contrato de trabalho na CTPS do reclamante.
O reclamante sempre laborou para a 2ª reclamada como segurança no Centro de
Distribuiçã o.
A reclamada dispensou o reclamante imotivadamente em 15/10/2020.
O reclamante percebia a título de salá rio o valor de R$10,00 (dez reais) por hora,
totalizando mensalmente em média o valor de R$2.200,00 (dois mil e duzentos reais).
Da Responsabilidade Subsidiária
Embora admitido pela 1ª reclamada (empresa terceirizada), o reclamante prestava
serviços em prol da 2ª reclamada (tomadoras de serviços).
A 1ª reclamada mantinha contrato de prestaçã o de serviços com a 2ª reclamada.
Em caso de terceirizaçã o, o descumprimento das obrigaçõ es trabalhistas e o fato dos
tomadores de serviços serem os beneficiá rios do trabalho prestado sã o o quanto basta para
a sua responsabilizaçã o subsidiá ria. Tal entendimento tem fundamento na Sú mula 331, IV,
do TST e foi mantido na Nova Lei das Terceirizaçõ es, com a inclusã o do artigo 5º-A e seu §
5º à Lei nº 6.019/74, realizada pela Lei nº 13.429/17.
A licitude na contrataçã o nã o impede a declaraçã o da responsabilidade subsidiá ria.
Nos termos do inciso IV, da Sú mula 331 do TST, a responsabilidade subsidiá ria da 2ª
reclamada deve abranger todas as obrigaçõ es da 1ª reclamada judicialmente reconhecida,
inclusive eventuais indenizaçõ es e multas resultantes de obrigaçõ es descumpridas pela 1ª
reclamada.
Assim sendo, a parte reclamante requer seja declarada a responsabilidade subsidiá ria da 2ª
reclamada durante todo o pacto laboral, quanto a eventuais créditos trabalhistas do
reclamante, nos termos do inciso IV da Sú mula 331 do TST.
Do Reconhecimento do Vínculo Empregatício – anotação CTPS
A 1ª reclamada nã o procedeu à s devidas anotaçõ es na CTPS do reclamante durante todo o
pacto laboral, ou seja, durante o período de 13/04/2018 a 15/10/2020.
Assim sendo, requer seja reconhecido o vínculo empregatício com a 1ª reclamada desde a
data de admissã o até a data de saída, devendo a 1ª reclamada ser compelida a realizar as
devidas anotaçõ es na CTPS do reclamante (data de admissã o/funçã o/salá rio/data de
saída), sob pena de aplicaçã o de multa diá ria de R$ 500,00 (quinhentos reais) até a efetiva
anotaçã o ou, caso assim nã o entenda o Douto Julgador, requer seja procedida pela
Secretaria da Vara, sem prejuízo da multa.
Da jornada de trabalho – Adicional de horas extras
Durante todo o pacto laboral, o reclamante laborou para a 1ª reclamada na 02ª reclamada,
ou seja, sempre no Centro de Distribuiçã o do Krill.
O reclamante trabalhou nos seguintes horá rios:
• De 13/04/2018 a 01/07/2019 – trabalhou de segunda-feira a domingo – das 17h00pm à s
00h00am, prorrogando até as 08h00am, por volta de três vezes por semana;
• De 02/07/2019 a 01/08/2020 - trabalhou de segunda-feira a domingo – das 19:00pm à s
07:00am;
• De 02/08/2020 a 15/10/2020 – trabalhou de segunda-feira a domingo – das 01:00am à s
07:00am.
Nã o realizava hora de intervalo, pois nã o havia ninguém para rendê-lo e nã o poderia deixar
a portaria vazia.
Durante todo o período contratual o reclamante folgou apenas 5 dias.
De acordo com as jornadas acima informadas, verifica-se que o reclamante laborava acima
do limite constitucional de 08ª hora diá ria ou 44ª hora semanal, porém como a 1ª
reclamada quitava o salá rio do reclamante por hora, a 1ª reclamada quitava apenas a hora
extra sem o adicional normativo ou constitucional sobre as horas extras excedentes a 08ª
hora diá ria.
Assim sendo, considerando a jornada narrada, o reclamante faz jus ao pagamento do
adicional normativo ou constitucional sobre as horas excedentes a 08ª diá ria ou 44ª
semanal, como previsto na clá usula 41ª da CCT´s em anexo (devendo utilizar-se o divisor
mais benefício), mês a mês, durante todo o pacto laboral e, por habituais, as horas extras
deverã o incidir reflexos sobre: 13º salá rio, férias, abono de férias, FGTS + 40% multa, aviso
prévio indenizado e DSR´s.
Do Intervalo Intrajornada
Como pode ser verificado na jornada descrita, o reclamante nã o dispunha de intervalo para
refeiçã o e/ou descanso, em total afronta ao artigo 71 da CLT, que prevê o intervalo mínimo
de 01 (uma) hora.
Assim sendo, a reclamada deverá ser condenada ao pagamento de 1 (uma) hora extra, por
dia trabalhado, acrescida do adicional normativo, garantido o adicional mínimo previsto
nas CCT´s em anexo, mês a mês, durante todo o pacto laboral.
Intervalo Interjornada
Durante todo o pacto laboral, a reclamada nunca concedeu reajuste salarial, em total
afronta a clá usula 03ª da CCT 2019/2020 que previa o reajuste salarial de 4,05% a partir
de 01.01.2019 e em total afronta a clá usula 03ª do Termo Aditivo 2020 que previa o
reajuste salarial de 3,27% a partir de 01.01.2019.
Assim sendo, a reclamada deverá ser condenada ao pagamento das diferenças salariais
devidas decorrentes dos reajustes salariais previstos na clá usula 03ª da CCT 2019/2020 e
Termo Aditivo 2020, a partir de 01.01.2019 até a data de saída em 15/10/2020 e reflexos
sobre: 13º salá rio, férias, abono de férias, FGTS + 40% multa, aviso prévio + projeçã o legal,
base de cá lculo de horas extras, adicional noturno, folgas e feriados.